Arquivos crise - Página 4 de 4 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Setores que estão longe da crise

Na crise enquanto uns choram, outros vendem lenço. O ditado popular cabe como uma luva na realidade de setores que crescem em meio à difícil conjuntura econômica. Eles acabaram se beneficiando de aspectos típicos dos períodos de retração, quando o dinheiro é curto. É o caso da área de energia renovável. “Se o petróleo e gás passam por dificuldades, esse setor tende a crescer muito”, estima Valdeci Monteiro, sócio da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) e professor da Unicap. “São empresas com investimentos maciços”. É fácil entender o porquê. O aumento do preço da tarifas energéticas, aliado à crise de abastecimento de eletricidade vivida nos últimos anos, levaram empresas e governo e apostar nas fontes renováveis. De quebra ainda ajudam a não poluir o meio ambiente. Bons ventos têm soprado no setor de energia eólica. Em 2015, quando a crise já se fazia presente, foram instalados no Brasil 2.754 MW dessa matriz energética, o que gerou 41.310 vagas de emprego para a construção das centrais eólicas, fabricação das turbinas, componentes e operação. “Desse total gerado, 80% está no Nordeste”, destaca Everaldo Alencar Feitosa, vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA). Hoje no Nordeste existe uma capacidade instalada eólica de 8 mil MW. Para se ter uma ideia do que representam esses números, isso significa que nada menos que 50% de toda a energia gerada na região provém dos ventos. Em terras pernambucanas há 27 centrais eólicas, uma capacidade instalada total de 594 MW. “Elas geram aproximadamente 2 milhões de MWh por ano, equivalente ao consumo residencial de Recife, Olinda e Jaboatão. Uma população de 2,5 milhões de pessoas”, compara Feitosa, que também é presidente do Grupo Eólica Tecnologia. Embora Pernambuco não tenha grandes parques eólicos como outros locais do Nordeste, o Estado possui três condições que o colocam em situação privilegiada: aqui estão instaladas as fábricas dos componentes das turbinas, o setor de consultoria que implementa os parques e a UFPE. “A universidade é o maior centro de formação de energia renovável no Brasil”, assegura Feitosa. O vice-presidente da WWEA salienta que o grande propulsor do setor eólico no País foi governo federal. Parece até um contrassenso, já que houve tantos erros na política energética. Mas tudo indica que os acertos ocorreram na área de energia renovável. A grande virada aconteceu após a crise de abastecimento de 2001, quando o Brasil decidiu fazer um leilão de energia com todas as fontes. Esses leilões são uma espécie de licitação, em que o governo compra energia e a revende para concessionárias como a Celpe, que, por sua vez revendem aos consumidores. Ganha quem oferecer os melhores preços. “O Brasil foi o primeiro país do planeta que fez leilão para compra de energia. E a eólica se mostrou o menor preço do mercado”, recorda Feitosa. Houve uma quebra de paradigma, pois sempre se falou que a energia renovável era cara e necessitava de subsídios. Hoje são empresas privadas que estão à frente do setor por meio dos leições. E por que ela é barata? “Temos no Nordeste o melhor regime de ventos do mundo: bem comportados, constantes, sem altos e baixos. Isso permite às turbinas eólicas terem o melhor rendimento e dão menos problemas de manutenção” explica Feitosa. E as perspectivas vão de vento em popa. “Devemos manter o nível de emprego até 2020, quando serão concluídos os contratos feitos há 5 anos que estão sendo implantados”, prevê Feitosa. Ressalte-se, ainda, que os parques são instalados em regiões onde não havia muita possibilidade de investimento, muitos deles no Sertão e Agreste. “Estudos apontam que nos próximos 5 anos, 100% da energia consumida no Nordeste será eólica”, anuncia o empresário. SOLAR. Quem também contou com um “empurrãozinho” do governo foi o setor de energia solar. Neste ano o Banco do Nordeste lançou a linha de financiamento FNE Sol para micro e mini geração distribuída. O prazo de pagamento é de até 12 anos, com um ano de carência, tempo necessário para a instalação dos sistemas fotovoltaicos. Outra vantagem é que o valor economizado na conta de energia pode ser abatido das parcelas. “Essa economia pode chegar a 50%”, calcula Paulo Medeiros, gerente comercial da ATP Solar, empresa que instala sistemas de energia solar. Até 2015, a maior parte de seus contratos era de clientes residenciais. Hoje são pequenas e médias empresas, atraídas pelo financiamento do BNB. Medeiros comemora o bom momento. “Fecharemos o ano com faturamento 150% maior que o do ano anterior. O mercado no Brasil cresceu mais de 300% nos últimos 12 meses”. Há setores, porém, que crescem em patamar menos robusto, mas não pararam de crescer. É o caso das empresas de TI. Segundo dados da Assespro PE-PB (Associação de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação) o segmento em Pernambuco e Paraíba crescerá em torno de 5% este ano, um pouco abaixo dos 6% a 7% verificado nos anos anteriores, mas acima dos 2,6% previstos para o setor como um todo no País. “Essa é uma área com demanda em época de crise, porque auxilia empresas a aumentar a produtividade e a eficiência e a diminuir custos”, analisa Monteiro. O presidente da Assespro PB-PE Ítalo Nogueira faz coro: “Empresários de outros setores estão entendendo que através da TI e inovação vão reinventar seus negócios e resolver seus problemas”, resume o empresário. São soluções que abrangem desde terceirização dos departamentos de TI, armazenamento de dados em nuvem, internet das coisas (que visa melhorar a vida do cidadão) e big data (análise de uma grande quantidade de informação, que existe numa organização, trabalhada de maneira a ajudar o negócio). A empresa de ítalo Nogueira, a CMTech, terceiriza a área de TI alugando hardware (computadores, impressoras etc), software e pessoal especializado. Com clientes no Norte e Nordeste, este ano expandiu sua atuação para São Paulo e Brasília. Há 15 anos no mercado e com 70 empregados, a empresa cresceu 15% no último ano em locação para médias e grandes organizações. Com essa performance, a CMTech espera faturar este ano R$ 30 milhões,

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A crise de perto

Anos 50. O cronista Rubem Braga liga para o também cronista Otto Lara Resende e o convida para “ver a crise de perto”. Vão a um bar da Cinelândia, no centro do Rio. Tomam chope, comem salsichão com muita mostarda e dão a crise por vista. Por essa época, no Recife, meu pai tinha o que ele, bacharel em direito, chamava de “crise de coceira”, que não era outra coisa senão uma coceira danada nas mãos. “Histamina”, dizia ele sem medo de errar, apesar de a medicina nunca ter tido a chance de confirmar seu diagnóstico nem os anti-histamínicos, receitados por ele próprio, davam conta do recado. O jeito era coçar. E ele coçava com vigor com uma escova de cabelo que tinha sido de minha mãe, há muito tempo transformada em “escova-de-coçar”. Contei essa historinha, caro leitor, apenas para dizer que a palavra crise me é familiar desde que me entendo por gente. E que esta grande, enorme e profunda crise em que o Brasil se vê mergulhado foi, para mim, uma crise anunciada. Literalmente anunciada. Tanto quanto as crises do meu pai. Há três anos, duas palavras foram introduzidas nos manuais de redação de jornalismo dos veículos de comunicação de massa e, pela lei da gravidade, foram descendo e assentando nas redes sociais: “confiança” e “credibilidade”. Coisas do tipo: “resta saber se o governo tem credibilidade para implantar as medidas anunciadas” ou “no entanto, carece da necessária confiança dos agentes financeiros” ou “será que os professores confiam na proposta governamental?”. (Esses três fragmentos foram pinçados de dois noticiários de TV e um comentário de emissora de rádio.) A cobertura do Mensalão e, na sequência, da Lava Jato, veio para engrossar e dar consistência ao caldo que, agora, já tinha nome e sobrenome: “crise de confiança”. A grande imprensa nunca questionou o fato de o Mensalão Mineiro, do PSDB, o pai dos mensalões, por exemplo, ter sido anterior, muito anterior ao do PT e, enquanto um dava cadeia, julgamento e condenação, o outro não saía do lugar. No YouTube, um delator premiado disse (e repetiu) com todas as letras como funcionava o esquema de corrupção em Furnas, envolvendo os Neves (Aécio, mãe e irmã). “Não foi isso que lhe perguntei”, interrompeu a procuradora. “Eu perguntei sobre as relações do Sr. José Dirceu com a Petrobras.” Alguém viu isso no Jornal Nacional ou, mesmo, no noticiário da TV-U (com todo o respeito) às 7 da manhã? Claro que não. Caixa dois, financiamento de campanha, contribuição partidária, corrupção mesmo (com dinheiro vivo no bolso do pilantra) são velhos, velhíssimos conhecidos da política e do sistema eleitoral brasileiro. Quisessem a imprensa e a justiça acabar de uma vez por todas com os vícios eleitorais – e não apenas derrubar uma presidenta e aniquilar um partido –, teriam conseguido. A hora era essa. Com os esquemas das empreiteiras descobertos e escancarados, expostos à execração pública, não haveria quem tivesse peito para ficar contra as reformas políticas e eleitorais. Mas, como no verso de Camões, agora, Inês é morta. Enquanto os peritos do Senado concluem que a presidenta não pedalou coisíssima nenhuma (quer dizer, nada além das pedaladas em sua bicicleta, nas cercanias do Alvorada), os senhores senadores repetem o que dizem os meios de comunicação: a questão não é mais se houve ou não “crime de responsabilidade”, mas a “falta de confiança”. Se os índices econômicos não vão bem, “a credibilidade da população no governo e a confiança dos investidores privados continuam em alta”, dirá um Bonner qualquer, em rede nacional. O diabo é quem confia!

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Negociação de dívidas dos Estados aprovada

Depois de muitas negociações e da obstrução firme dos partidos de oposição ao governo interino, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de hoje (10) o Projeto de Lei Complementar 257/16, que trata da renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União, alongando o pagamento por até 20 anos se eles cumprirem medidas de restrição fiscal. Alguns acordos para alterar o texto foram feitos durante as discussões. O projeto foi aprovado por 282 votos a favor, 140 contra e duas abstenções. Faltam ainda ser votados os destaques e emendas que visam modificar o texto do relator, deputado Esperidião Amin (PP-SC). Após concluída a votação na Câmara, o projeto será encaminhado para discussão e para votação no Senado Federal. Dentre os acordos firmados está o que retira do texto do relator, a exigência de que os estados e o DF não concedessem reajuste salarial por dois anos aos servidores. No entanto, permaneceu no texto a exigência de que os gastos primários das unidades federadas não ultrapassem o realizado no ano anterior, acrescido da variação da inflação medida pelo IPCA, ou outro índice que venha a substituí-lo, também nos dois exercícios seguintes à assinatura da renegociação. Lideranças de partidos da oposição, principalmente do PT, criticaram o principal dispositivo do projeto, que é o ajuste fiscal da proposta: o limite de gastos dos estados que não poderá ser superior à inflação do ano anterior. O argumento dos opositores ao governo interino é que a manutenção do teto de gastos resultará no congelamento de salários e de investimentos dos estados e que retirar o congelamento dos salários com a manutenção do teto de gastos não vai mudar em nada. ajuste passa pela renegociação das dívidas dos estadoS, diz Meirelles O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (10) - através de nota - que aprovação do Projeto de Lei Complementar 257/16, que trata da renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União, “é o primeiro passo concreto do ajuste estrutural das despesas públicas brasileiras em décadas”. A nota destaca, ainda, que o próximo projeto de ajuste a entrar em pauta na Câmara dos Deputados é o que define teto para as despesas federais. Segundo o ministro, “os governadores têm todos os instrumentos legais para garantir o teto das despesas dos estados, condição necessária para o enquadramento de cada estado nos termos da renegociação." (Da Agência Brasil)

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Produzir teatro é preciso, sempre! (Por Romildo Moreira)

Por mais esforço que façamos para evitar o assunto “crise”, mas ele, sorrateiramente, chega e toma fôlego em qualquer roda de conversa. Seja no bar, no taxi, no ônibus, no metrô, na missa, no velório ou mesmo em casa, com a família, ele se faz presente. E com os artistas das artes cênicas não tem sido diferente. Enquanto uns lamentam não ter aprovado seus projetos para montar um novo espetáculo, o que possivelmente lhe garantiria trabalho e renda, outros encontram motivo na crise para não deixar a peteca cair e dar-lhe uma rasteira (na crise). – Ponderemos, portanto, aqui, uma questão: se um produtor depender de uma aprovação em Lei de Incentivo à Cultura para só assim ter o seu espetáculo em cena, quando isso não ocorrer, a crise será mais aguda pra ele, conforme já tratamos desse tema aqui. – Mas, graças a Baco e Dioniso (os deuses do teatro), boa parte dos produtores de teatro e dança, estão buscando alternativas para manter viva a sua arte, independente das leis de incentivo. – Outros, com parte dos recursos advindos do Funcultura, por exemplo, estão conseguindo driblar a famigerada crise para, com criatividade, complementar o orçamento da montagem e trazer à peça a público. Sabemos do espetáculo Angélicus, que fará apresentações em Portugal no segundo semestre, e que por falta de patrocínio para a viagem, o elenco e os produtores estão mobilizados neste intento (já realizaram uma feijoada dançante), levantando recursos para atravessar o Atlântico e levar uma mostra do teatro pernambucano para dialogar com o público português. – Em suma, os artistas estão fazendo a sua parte. Tratemos agora da relação da crise com o público. Para os que costumam investir no seu intelecto, a receita tem sido: diminuir sim, abandonar, jamais. Em momentos como esses de grana curta, é preciso ficar mais seleto no que consumir e não cortar, radicalmente, hábitos que lhes são favoráveis, e que irão lhes servir para todo o sempre, como livro, cinema, teatro... – Temos relatos de pessoas que iam duas vezes ou mais ao cinema por semana, e que agora estão indo uma vez a cada quinze dias, escolhendo atentamente o que realmente mais lhe interessa ver na telona. Com o teatro, o mesmo procedimento tem sido adotado, principalmente por quem tem o costume de levar suas crianças aos finais de semana para uma peça infantil. A cautela aí é verificar a procedência do espetáculo, o histórico dos artistas envolvidos e, em especial, as fontes que indicam, para decidir o que assistir em uma casa de espetáculos. – Atenção, este final de semana teremos estreia do novo trabalho do Coletivo Angu de Teatro (vide indicação abaixo). Sob a graça dos deuses acima citados, e a garra dos artistas que escapam da crise com trabalho e determinação, temos bons espetáculos em cartaz na capital pernambucana (e que por isso já merecem os nossos aplausos), mas que certamente merecerão muitos aplausos ao vivo, de um público que mesmo pensando em economia, sabe o quão importante é o investimento na formação intelectual, e sai de casa para vê-los, confiante na competência artística da produção local. Aos que acham que teatro é uma “diversão” cara, afirmamos aqui o contrário, se comparamos com os valores de ingressos cobrados para jogo de futebol, cinema em shopping, shows musicais em centros de convenções e casas noturnas, etc. – Observemos aqui que muitos dos espetáculos chegam ao público com ingressos a preços simbólicos, pelo fato de terem recebido algum patrocínio, mas que não eliminam todos os custos que uma produção tem em cada apresentação. Mas um motivo para economizar sem deixar de ir ao teatro, pagar o ingresso e aplaudir os artistas. DICAS DE ESPETÁCULOS EM CARTAZ: - “Ossos”, com o Coletivo Angu de Teatro Local: Teatro Apolo Dias: sábado 11/06 às 21h e domingo 12/06, às 19h. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 33553319 / 33553320 - “O Tempo Perguntou ao Tempo”; Espetáculo de dança para criança / Grupo Acaso Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Stº Amaro) Dias: sábado 11/06 e domingo 12/06, em dois horários: 11h e 16h. Preços: R$ 10,00 e R$ 5,00 – Informações: 32161728 - “LUIZ E EU? Ô viagem danada de boa”; Espetáculo de teatro para criança / Cia. Maravilha Local: Teatro Joaquim Cardozo Dia: 12/06, às 16h Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 21267388. *Romildo Moreira é ator, autor e diretor de teatro

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Instituições projetam inflação de 7,04%

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano foi ajustada 7% para 7,04%. Para 2017, a projeção foi mantida em 5,5%. As projeções fazem parte de pesquisa feita todas as semanas pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras. As estimativas estão acima do centro da meta de inflação, de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% este ano e 6% em 2017. É função do Banco Central fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A projeção das instituições financeiras para a Selic, ao final de 2016, passou de 13% para 12,75% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa passou de 11,50% para 11,38% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. A estimativa de instituições financeiras para o encolhimento da economia, este ano, foi levemente ajustada. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi alterada de 3,88% para 3,83%. Para 2017, a estimativa de crescimento foi mantida em 0,50%. (Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil)

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Venda de imóveis em queda do Nordeste

Os Indicadores ABRAINC-Fipe referentes a março revelam o total de 10.804 unidades vendidas, com queda de 14,8% frente às vendas de março de 2015. Nos primeiros três meses deste ano, as vendas somaram 23.460 unidades, o equivalente a um recuo de 16% frente ao volume observado no mesmo período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o setor vendeu 105.020 unidades, queda de 15,8% frente ao período anterior. Em março de 2016 foram lançadas 9.534 unidades, o que mostra uma elevação de 22,1% face ao mesmo mês de 2015. Já no acumulado de 2016 (jan-mar), os lançamentos totalizaram 14.172 unidades, volume 18,2% superior ao observado no mesmo período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o total lançado (65.740 unidades) ainda repercute queda de 6,0% face ao período precedente. O vice-presidente executivo da ABRAINC, Renato Ventura, avalia que a alta nos lançamentos no mês de março ainda não pode ser caracterizada como tendência, pois falta confiança do setor em retomar o crescimento diante do cenário econômico atual. "Ainda há dificuldade no cenário, com impacto no crédito e na confiança do comprador", ressalta ele. O levantamento mostra ainda que, em março de 2016, foram entregues 12.734 unidades, o que representa aumento de 14% em comparação ao número de entregas realizadas em março de 2015. As entregas totalizaram 29.505 unidades no acumulado de 2016, volume 4,2% inferior ao observado na mesma base de 2015. Nos últimos 12 meses, as entregas somaram 124.561 unidades, o que representa queda de 21,4% face ao período anterior. Em sua oferta final, o mercado imobiliário disponibilizou 113.022 unidades para compra ao final de março, No mesmo período, foi vendido o equivalente a 8,9% da oferta do mês, percentual que representa uma queda de 2,1 pontos percentuais face ao Venda sobre Oferta (VSO) estimado em março de 2015 (11%). Com isso, estima-se que a oferta atual seja suficiente para garantir o abastecimento do mercado durante 11,2 meses, se o ritmo de vendas de março de 2016 for mantido. Distratos Nos três primeiros meses de 2016, o total de distratos foi de 11.524 unidades, patamar 4,7% superior ao observado no primeiro trimestre de 2015. Já no mês de março, os distratos somaram 4.438 unidades, o que representa um aumento de 14% frente ao número absoluto de distratos observados em março de 2015. Nos últimos 12 meses foram 50.166 unidades distratadas, o que equivale a uma elevação de 6,6% face ao período anterior. Renato Ventura explica que a forma mais consistente de acompanhar o número este tema é realizando o cálculo por safra, com isso pode se ter um retrato mais preciso da ocorrência dos distratos no setor. Luiz Fernando Moura, diretor da ABRAINC, ressalta que o perfil dos compradores tem mudado, acompanhando o novo ritmo do setor. "Estão ficando no mercado mais pessoas que compram para morar ou que investem com expectativa de retorno a médio e longo prazos", conclui. Região Nordeste No mês de março, a região Nordeste contou com 2 mil unidades lançadas, tendo a sua participação em 21,8% no total nacional. No período, foram vendidas 1.300 unidades de novos imóveis, alcançando 11,8% do número vendido no Brasil pelas associadas ABRAINC. Em março foram entregues 1.900 unidades no Nordeste, 15,3% do total de entregas no Brasil. Os dados mostram que no Nordeste, em março, haviam disponíveis 17.800 unidades em oferta final, 15,7% do número nacional. Metodologia mensal Completados dois anos de estudo, os Indicadores ABRAINC-Fipe passam a ser divulgados no formato mensal por haver informações mais detalhadas e maior histórico do setor. Até o mês passado, os dados eram divulgados por trimestre móvel. O objetivo da mudança é facilitar o entendimento dos dados do setor imobiliário, alinhados com os outros indicadores da economia nacional, que também são calculados mensalmente. Os Indicadores ABRAINC-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de 19 das 26 associadas da ABRAINC que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto de 2015, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtidos nacionalmente. Para a composição dos Indicadores são consideradas informações sobre lançamentos, vendas, entregas, oferta final e distratos do mercado primário de imóveis residenciais e comerciais. Divulgados mensalmente, os números são referentes ao mês de março de 2016. Os dados que compõem os Indicadores são fornecidos à Fipe mensalmente pelas empresas associadas à Abrainc. Após compilar os dados, é feita cuidadosa verificação para garantir a consistência das informações e, se for o caso, as empresas são contatadas para eventuais ajustes ou validação. Em seguida, com os dados validados, os Indicadores Abrainc-Fipe são calculados e, posteriormente, disponibilizados.

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Teatro em tempos de crise (por Romildo Moreira)

“Ai a crise, ai a carestia!” – Vive dizendo o personagem Eurico, da peça O Santo e a Porca, do mestre da dramaturgia brasileira, Ariano Suassuna. Ariano escreveu esta comédia há 58 anos atrás. Mesmo considerando que “os tempos eram outros”, a frase hoje se põe atual, porque no teatro, uma crise se acaba para dar início a outra. Falo de crise econômica. Desta forma, não recordo ter vivenciado um período de fartura de patrocínio para as produções teatrais. Mas lembro dos canais de recursos que existiam para impulsionar montagens por todo o Brasil, através do Projeto Auxílio Montagem, expedido pelo Ministério da Cultura, em parceria com os governos estaduais. Isso nas décadas de 1970/1980. E lembro ainda os espaços bem equipados e conservados à nossa disposição, até pouco tempo atrás. Também nesta época era comum encontrar apoiadores (médios e pequenos empresários) para as montagens locais dos grupos mais notórios ou personalidades do teatro pernambucano, o que aliviava, mas não eliminava à crise financeira no teatro de então. – Com o advento das leis de incentivo, e com o passar do tempo, percebeu-se que “a crise” não passara com este moderno e democrático mecanismo de patrocínio, comparado o número dos que aprovam e conseguem executar seus projetos, com os que não conseguem o mesmo intento. E os apoios particulares de outrora, sumiram. Atualmente, quem se aventurou em busca de patrocínios em empresas privadas nos últimos 18 meses, Como é o caso do espetáculo Angelicus, sentiu de perto as intempéries do momento econômico do país, e recordou o chavão do Eurico de Ariano: Ai a crise, ai a carestia! Pois bem, em tempos de crise em todos os setores produtivos da sociedade, obviamente o artístico é o mais penalizado, e provavelmente entre às artes, o segmento cênico (teatro, dança, circo e ópera) seja o que mais sofre com a recessão. Fazer teatro é caro, visto que se trata de uma arte coletiva, que necessita de profissionais de vários setores para se concretizar uma montagem, que por sua vez necessita de público pagante para custear as despesas e, com crise, o público já escasso normalmente, reduz drasticamente a ida ao teatro. É aí que entra o papel do poder público, através dos seus órgãos de cultura, cumprir o que determina a Constituição Brasileira, no que se refere à cultura. – Porém, é corrente ouvir-se nos gabinetes de cultura, em todas as esferas, que: Com crise, não dá para reduzir gastos da saúde, da educação e da segurança... – O resto da frase, se sabe bem qual é. O bom senso advoga que, uma sociedade culturalmente elevada e intelectualmente evoluída, em geral, tem uma saúde mais equilibrada, um compromisso constante com a qualidade da educação (inclusive a doméstica) e, por conseguinte, uma segurança mais eficaz, visto que as agressões físicas e morais são reduzidas a casos perdidos. E sendo a arte, de modo geral, um instrumento de elevação cultural de uma sociedade, o teatro, em especial, alavanca o intelecto a níveis surpreendentes. Falo aqui de um teatro que vale a pena o poder público subsidiar, porque a pratica, hoje, dos espetáculos bancados pelo próprio mercado, não alcançam esse patamar de resultado, por opção. – Sendo este o quadro visível a olho nu, precisamos, com urgência, rediscutir o papel e a prática das leis de incentivo, assim como a função do Estado na produção cultural e, com diálogo franco, reconquistar outros mecanismos de incentivo público à produção artística, antes que a mediocridade seja um legado cultural para o nosso povo. No caso específico do Recife, é preciso correr contra o tempo já perdido, em busca de um futuro promissor, para que não figure em nossa história recente apenas lamentos como: fomos o terceiro polo de produção teatral do Brasil; tivemos um dos melhores festivais de teatro e de dança do país; fizemos a melhor montagem de Garcia Lorca fora da Espanha, reconhecido pelo governo espanhol, etc., etc. – Só para lembrar, hoje na capital pernambucana existe uma nova geração preparada para essa necessária retomada do crescimento artístico e intelectual da cidade, a exemplo do que ocorre com o cinema, aguardando as oportunidades surgirem. E essas oportunidades dependem do entendimento que os gestores públicos têm do significado da cultura pernambucana no cenário nacional e da cidade do Recife que é, por natureza, um celeiro de grandes artistas (do passado e do presente) que hoje, infelizmente, entoa a cantilena do texto de Ariano “Ai a crise, ai a carestia!”. Por Romildo Moreira - ator, autor e diretor de teatro

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Confiança cai no poder público e ascende nas igrejas

Pesquisa realizada pela CNT/MDA aponta uma grande disparidade entre a confiança que os brasileiros depositam na Igreja em relação às demais instituições. O estudo indicou que 43% da população confiam sempre na Igreja e apenas 11,7% disseram que não confiam nunca. Enquanto que em segundo lugar aparecem as Forças Armadas, que possuem 19,2% de confiabilidade, contra 21,2% dos que não confiam de forma alguma. Nesse ranking, quem está na situação mais desacreditada são os partidos políticos, que têm rejeição de 73,4% dos entrevistados. No rastro das denúncias de corrupção, o índice de aprovação dos governantes e do Congresso Nacional está bastante abalado. Enquanto 56,2% dos entrevistados afirmaram não confiar nunca no poder executivo, a desconfiança dos parlamentares também ultrapassou a metade da população, 51,6%. Cenários que só não foram piores que o dos partidos políticos, que fornecem os quadros para ocupar esses cargos. A imprensa e a justiça, que têm papéis estratégicos no atual contexto de crise, também estão na berlinda da opinião pública. Apenas 13,2% afirmaram confiar nos veículos de comunicação. Um índice ainda mais baixo de confiabilidade plena foi conferido ao judiciário, com apenas 10,5%. Questionados sobre a corrupção, 37,1% dos entrevistados pela CNT/MDA afirmaram se tratar do principal problema a ser enfrentado pela sociedade brasileira. Outros 53,4% apontaram que se trata de um dos principais problemas do País. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança. Os questionários foram aplicados no mês de julho.

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A hora de vender os destinos de PE

Com a alta do dólar, um dos setores que ganha força – mesmo em meio à crise – é o do turismo. O câmbio desfavorável para viajar ao exterior faz com que os brasileiros voltem os olhos com mais carinho para os destinos nacionais. E os pernambucanos para o interior do Estado. Além desse público interno, a desvalorização do real torna as cidades turísticas brasileiras atrativas para os gringos. E nessa disputa pela clientela, Pernambuco está bem posicionado. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, 73,2% dos brasileiros preferem conhecer uma cidade no Brasil, sendo que 45,1% deles escolheriam ir para o Nordeste. Outro estudo, encomendado pelo site Viajanet, apontou o Recife como o destino nacional mais desejado pelos paulistas na hora de decidir viajar. Apenas Nova York e Miami tiveram índices maiores de interesse por parte dos viajantes do Estado mais populoso do País. O site Hotel Urbano também registrou no primeiro semestre do ano um aumento de viajantes para Pernambuco de 45%, a maioria interessada em Porto de Galinhas, seguido pela capital e por Fernando de Noronha. Frente às restrições financeiras, além de optar pelos destinos nacionais, os brasileiros têm feito ajustes, como reduzir a quantidade de dias de viagem e escolher opções menos onerosas de lazer. Essa é a avaliação da diretora da agência Pontes Tur, Kathia Pontes. “As viagens ao exterior diminuíram muito. Muitos brasileiros que planejavam passar o reveillón em Buenos Aires, por exemplo, hoje querem vir para Pernambuco. Avaliamos que nossos destinos se tornaram mais conhecidos e divulgados após a Copa do Mundo”, destacou. O arquipélago pernambucano segue como favorito dos estrangeiros que vêm para o Estado. Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, além da questão do câmbio, que favorece todos os destinos nacionais, há um cenário favorável para o Estado que foi construído nos últimos anos. Ele aponta que a política de incentivo a novos voos para o Aeroporto Internacional dos Guararapes, através da redução do ICMS sobre o querosene da aviação, surtiu efeitos. “Isso incrementou a quantidade de voos para Pernambuco. Outras rotas ainda virão como fruto desse benefício fiscal”. Carreras mencionou rotas como um novo voo para São Luiz, através da Gol; e voos da Azul para Aracaju e para o interior do Ceará, que são destinos emissores. De olho no interesse do turista oriundo de São Paulo para os destinos pernambucanos, o secretário comemora também parcerias com essas companhias em voo charter desse que é o principal emissor de viajantes para o Estado. Os voos internacionais também sinalizam o bom momento para o turismo no País. A rota Recife-Buenos Aires tem alcançado uma ocupação média de 90%, sendo 80% de argentinos. Há uma movimentação do Governo do Estado junto a Tam e as operadoras de turismo para conseguir outra frequência semanal para a capital argentina. Uma conquista mais recente, lembrada por Carreras, é o voo para o Cabo Verde, que possui conexões para Amsterdã, Paris e Lisboa. Além das articulações com as companhias aéreas, o Estado terá um investimento em publicidade nos principais destinos emissores de turistas do exterior para o Brasil. As ações serão em outdoor, revistas e mídias digitais em cinco países: Itália, Espanha, Alemanha, França e Portugal. Essa ação será realizada em parceria com a agência que desenvolve as peças da TAP, com um investimento previsto de 200 mil euros. Os recursos são provenientes de uma promessa de auxilio do Governo Federal aos Estados do Nordeste para essa finalidade. Se as conexões aéreas estão em alta, a falta de opções de cruzeiros é um fator que tem feito o Estado perder turistas. De acordo com Kathia Pontes, esse é um dos mercados que mais tem crescido nesse período de crise. “Temos vendido muitos pacotes para cruzeiros marítimos nacionais. A maioria deles segue de Santos para o Rio de Janeiro. O turista percebeu que o cruzeiro tem um custo benefício muito bom”, afirmou. Os preços desse tipo de viagem são reduzidos pelo fato de as refeições já estarem incluídas, assim como a maior parte das atividades disponibilizadas aos hóspedes. As empresas estão trabalhando também com o dólar congelado. VITRINE. Se Fernando de Noronha e Porto de Galinhas despontam como os destinos naturais com maior apelo do Estado, os gestores do turismo local comemoram o novo posicionamento do Recife e da RMR como produto turístico. “Sempre buscamos divulgar os destinos indutores. O Recife deixou de ser apresentado apenas turismo de sol e mar. A cidade mudou e temos trabalhado na divulgação do lazer, com o projeto Recife Antigo de Coração, além de fazer um trabalho articulado sugerindo passeios nos municípios da região metropolitana. Temos visto esse momento de crise como oportunidade e para aproveitá-lo vamos fazer uma campanha abordando toda a diversidade e riqueza do Estado”, ressalta Ana Paula Vilaça, presidente da Empetur. Entre os equipamentos que ganharam notoriedade na cidade nos últimos anos estão os museus, com o Cais do Sertão e o Paço do Frevo. Essa articulação junto aos municípios vizinhos foi costurada há pouco menos de um ano através do Pacto Metropolitano do Turismo. “O resultado desse esforço é que trabalhamos hoje a venda casada da RMR. Vendemos um produto mais completo, oferecendo história, cultura, gastronomia, além do sol e mar. Preparamos roteiros integrados que começam no Recife e vão até Itamaracá. Um dos objetivos dessas ações é conseguir não apenas trazer mais turistas, como convencê-los a permanecer mais tempo aqui”, explica o secretário de Turismo do Recife, Camilo Simões. De acordo com o secretário, a permanência média do turista no Estado é de 7 a 8 dias, se estendendo um pouco mais no período de Carnaval. Ele comemora o crescimento médio anual de 6% de turistas vindos à capital pernambucana nos últimos anos. RURAL. Ancorados no turista pernambucano, os hotéis e pousadas que atuam no segmento do turismo ecológico e rural também despontam num cenário favorável. Enquanto o viajante internacional tem apostado em destinos no Brasil, há uma tendência de aumentar a prática do turismo regional. “O setor tem uma perspectiva

A hora de vender os destinos de PE Read More »