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"O trabalho que desenvolvemos com arte muda a vida das pessoas"

A bailarina e diretora do Aria Social, Cecília Brennand, conta como centenas de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social vislumbraram novas possibilidades em suas vidas ao frequentarem as aulas de dança e música do projeto. Ela também fala do desafio de obter patrocínios e dos espetáculos produzidos pela organização que fazem sucessos nos teatros do Recife e do Sudeste. Além de ser fonte de bem-estar, a arte é também um instrumento que realiza, de maneira prazerosa, o desenvolvimento cognitivo, ajudando as pessoas a pensarem com criatividade e a refletirem sobre o mundo. Um exemplo desse efeito transformador da arte pode ser constatado no trabalho realizado pela organização Aria Social. Ao oferecer aulas de dança, iniciação musical e língua portuguesa, o projeto abriu a percepção de crianças e jovens de comunidades em vulnerabilidade social que vislumbraram novas possibilidades para suas vidas. E são muitas as histórias de sucesso, como a de ex-alunos que seguiram o caminho das artes, a exemplo de Madson de Paula, que mora em São Paulo e atua em musicais no Sudeste, ou Bruna Camila, proprietária de uma escola de dança na sua comunidade onde ensina 70 alunos. Mas também há casos de pessoas que ao entrarem em contato com as expressões artísticas , sentiram-se estimuladas a seguir por diferentes áreas profissionais. É caso de Fred Ramon, que passou em nove universidades americanas e hoje estuda Ciência da Computação e Estudos Globais na Whittier College, em Los Angeles (EUA), ou Ruth Gomes, que faz mestrado na área de fisioterapia. “No Aria, 60% nos nossos alunos vão para a universidade”, orgulha-se Cecília Brennand diretora da entidade que atende 520 alunos, com idades a partir dos seis anos. Bailarina e ligada às artes, Cecília concebeu a organização inspirada num projeto da Edisca, de Fortaleza, e também inclui entre as atividades apresentações de espetáculos de dança, que já percorreram vários teatros no Recife e no País. Nesta conversa com Cláudia Santos, realizada na bela sede do projeto, situada no bairro de Piedade, ela conta a trajetória do Aria Social, fala dos desafios de obter patrocínio e dos planos para o futuro do projeto. Como começou sua trajetória no mundo das artes? Minha formação é em dança. Quando decidi me dedicar a essa arte, não havia faculdade de dança aqui, então fui aprender com Mônica Japiassú. Sou cria dela em todos os sentidos, na forma de pensar, de dançar valorizando a expressão verdadeira, a emoção, a beleza do movimento que vem de dentro para fora. Não conheço ninguém que deu aula para criança como ela. Com formação clássica, estudou na Rússia, fez arte dramática com Fernanda Montenegro e foi responsável por trazer a arte moderna para Pernambuco. Comecei como bailarina e, aos 16 anos, passei a dar aulas de dança no salão e no jardim da casa onde morava com minha mãe, na rua Benfica. Dei aulas de dança para crianças e de alongamento para adultos durante 10 anos, mas meu forte foi trabalhar com o público infantil. No final dos anos 1980, comecei a fazer produção de espetáculos, foi quando conheci o coreógrafo tcheco Zdenek Hampl, por meio de Mônica Japiassú. Em 1991, abri a produtora Sopro de Zéfiro. Depois, passou a se chamar Aria, quando abri o CNPJ para o Projeto Aria Social. Como produtora na Sopro de Zéfiro, fiz três espetáculos, todos coreografados por Zdenek Hampl. Um deles inspirado na obra de Francisco Brennand e os outros dois foram Peles da Lua e Lua Cambará, que é um conto de Ronaldo Correia de Brito com música composta por Zoca Madureira. Depois entrei para as artes plásticas, atuei 10 anos com uma galeria aqui onde funciona hoje o Aria Social. Fiz muitas exposições importantes, como a de Siron Franco. Mas amo dar aulas. Comecei o Aria dando aulas de dança para crianças. E como surgiu a ideia do Aria enquanto projeto social? Quando minha mãe alugou a casa, na época em que eu era bailarina e produtora, fiquei sem espaço para dançar e sem escritório. Então, surgiu a ideia de construir o Aria para ser um templo da arte, um espaço para produção de espetáculos. Compramos o terreno em Piedade, o bairro onde eu morava e que, na década de 1990, era um deserto, mas havia o projeto de construção do Shopping Guararapes e sabíamos que ia crescer. O nome era Ária Espaço de Dança e Arte porque era destinado à dança mas, por influência da minha mestra Mônica Japiassú, eu queria abrigar as outras artes, como artes plásticas e música. Em 2004, conheci em Fortaleza o Edisca, um projeto social com dança, aula de artes, refeitório para as crianças. Era incrível! Tinha até um trabalho com as mães. Fiquei louca pelo projeto e pensei: é isso que quero para minha vida. Até então, aqui, praticamente, só acontecia dança, porque as crianças não tinham tempo, faziam outras atividades como inglês, computação, e a maioria não tinha orçamento para fazer dança e música. Então, eu planejei: “com um projeto social, vou conseguir patrocínio para que as crianças possam vivenciar a música também”. Em parceria com a Escola Conviver, tinha indicações de quem estava precisando, como os projetos Casa Carolina e Pró-Criança. Comecei o Aria Social com 50 alunos de canto e havia 300 alunos particulares. Aos poucos foram entrando mais alunos no social e fui fazendo uma transição. Depois, além das aulas de dança, a escola toda passou a fazer aula de música. Qual é a configuração do Projeto Aria Social hoje? Quais atividades que vocês promovem? A escola inteira vivencia aulas de dança e canto. As crianças aqui têm aulas de dança, canto, flauta, violão, língua portuguesa. Temos a turma de Arte-Educação, com mais de 350 crianças, a partir dos 6 anos de idade, e a turma de Formação Artística, com cerca de 60 jovens, entre 16 e 17 anos de idade, que querem realmente vivenciar a vida artística, têm uma carga horária bem maior, de três dias na semana, a manhã toda, inclusive almoçam aqui. São

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Aria Social brilhou no espetáculo de Natal no Instituto Ricardo Brennand

Concerto reúne quase 80 artistas celebra o Natal com clássicos musicais e dança, fortalecendo o projeto cultural e social idealizado por Cecília Brennand há 30 anos. Fotos: Ricardo Nascimento *Por Rafael Dantas O Aria Social apresentou um belíssimo espetáculo natalino no Instituto Ricardo Brennand, deixando um desejo no público pernambucano de conhecer mais da arte e das ações do projeto criado por Cecilia Brennand há três décadas. O Concerto de Natal, realizado na área externa da Capela Nossa Senhora das Graças, trouxe clássicos natalinos, executados pelos cantores, músicos e bailarinos do projeto. Ao todo, quase 80 artistas subiram ao palco, sendo 28 músicos, 44 bailarinos-cantores e seis solistas. O espetáculo teve a direção artística e coreografia de Ana Emília Freire e a direção musical e a regência de Rosemary Oliveira. Além da direção geral, a bailarina Cecília Brennand é um dos destaques do espetáculo. O evento, que marca o encerramento das atividades do ano do projeto social, está em sua terceira edição, mas com apelo de se tornar uma das atrações culturais de final de ano da capital pernambucana. Com toda renda de ingressos revertida para a continuidade das atividades do Aria, o espetáculo une a sofisticação artística e com a responsabilidade social.

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Shows e espetáculos encerram a Ocupação Espaço O Poste 2024

Apresentações celebram a cultura afroindígena e marcam os 20 anos do grupo O Poste Soluções Luminosas. Na imagem, o artista Lêpe Correia (Foto: Erlânia Nascimento) A Ocupação Espaço O Poste 2024 encerra sua programação neste fim de semana com apresentações marcantes no Recife. Na sexta-feira (13), o espetáculo teatral “Se eu fosse Malcolm” será encenado às 19h, seguido no sábado (14), no mesmo horário, pelo show “Canto do Reencanto”, de Lepê Correia. O projeto, promovido pelo grupo O Poste Soluções Luminosas, celebra 20 anos do coletivo com foco na valorização da cultura afroindígena em Pernambuco. O espetáculo “Se eu fosse Malcolm” traz o ator Eron Villar e a DJ Vibra em uma performance decolonial que revisita a trajetória de Malcolm X, ícone da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Com cenas minimalistas e músicas pontuais, a peça propõe reflexões sobre identidade e resistência. A entrada custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria ou via Sympla. Já no sábado (14), Lepê Correia apresenta o show “Canto do Reencanto”, com entrada gratuita. A performance, que conta com produção de Afonjah e participação especial dos filhos do artista, explora as vivências e sabedoria de Lepê, acumuladas ao longo de uma trajetória iniciada na década de 1970. Além de músico, Lepê é Mestre em Literatura e Doutor em Educação, reconhecido como uma voz essencial para a negritude no Brasil. Desde maio, a Ocupação Espaço O Poste 2024 movimentou a cena cultural recifense com 28 eventos que exaltaram a arte e a história afroindígena, consolidando o grupo O Poste como referência regional e nacional em Teatro Negro. “Ao longo do ano, pudemos ver pessoas pretas e indígenas frequentando o Espaço O Poste e se vendo representadas nas mais diversas linguagens artísticas (...). Completamos 20 anos de luta e resistência na arte”, destaca Naná Sodré, uma das fundadoras do grupo. Serviço:Finalização da Ocupação Espaço O Poste 2024 Local: Espaço O Poste – Rua do Riachuelo, 641, Boa Vista, Recife/PE

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Oswaldo Montenegro celebra 50 anos de carreira em show no Teatro Guararapes

Turnê revisita décadas de sucessos do cantor e compositor carioca, com inclusão e interatividade Oswaldo Montenegro sobe ao palco do Teatro Guararapes, em Olinda, hoje (22), às 21h30, para apresentar sua nova turnê comemorativa. O espetáculo marca os 50 anos de carreira do cantor e compositor carioca, trazendo um formato interativo que mescla música e projeções visuais. Durante o show, o público acompanha a trajetória de Oswaldo com imagens e histórias que contextualizam as origens de suas canções, enquanto ele se reveza entre instrumentos como violões de 6 e 12 cordas e piano. No repertório, clássicos como “Bandolins”, “A lista”, “Lua e flor” e as recém-lançadas “Lembrei de nós” e “O melhor da vida ainda vai acontecer” prometem emocionar a plateia. O show conta com a participação de Madalena Salles, flautista e parceira de longa data de Oswaldo, além do multi-instrumentista Alexandre Meu Rei. Com inclusão em foco, a apresentação terá intérpretes de Libras e audiodescrição, garantindo acessibilidade ao público. Com 45 álbuns, sete DVDs e quatro filmes como diretor e roteirista, Oswaldo Montenegro é um dos artistas mais versáteis da cultura brasileira. Suas peças musicais, como “Noturno” e “A dança dos signos”, alcançaram grande sucesso, consolidando-o como referência no teatro nacional. Além disso, suas composições foram gravadas por grandes nomes da MPB, reforçando seu impacto artístico ao longo das gerações. Serviço:Show de Oswaldo Montenegro – Celebrando 50 Anos de EstradaData: 22 de novembroHora: 21h30Local: Teatro Guararapes – Pernambuco Centro de Convenções (Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda)Ingressos: entre R$80 e R$250, à venda no site www.cecontickets.com.br e nas bilheterias do teatro.

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Play REC 2024 anuncia seis videodanças inéditas em festival internacional

O festival destaca a produção artística de videodança com obras apoiadas e homenagens a importantes companhias de dança O Festival Internacional de Videodança do Recife, Play REC 2024, lança seis videodanças inéditas, disponíveis no site oficial do evento. As obras são resultado de apoio direto à criação e destacam artistas do Brasil e de Portugal, como Ana Deus com “Coincidança” e “Ribanceira”, Letícia Sekito com “Dourada”, e Wura Moraes com “Omi”. Além disso, dois trabalhos de alunos da UFPE, “Cafeto” de Bruna Souza e “Oto” de Dia Vieira, foram selecionados para compor a programação. Com 17 anos de existência, o Play REC consolidou-se como uma referência na produção de videodanças, oferecendo uma plataforma de incentivo e criação que coloca Pernambuco no circuito global dessa expressão artística. Além das obras inéditas, o festival também exibe 20 videodanças selecionadas por meio de um programa Open Call, que reuniu participantes da Argentina, México, Chile, Estados Unidos, Itália, França e Brasil. O festival também presta homenagem à Cia. Etc., uma das companhias mais influentes de Pernambuco, reforçando sua importância no cenário local e internacional. Para Oscar Malta, curador do Play REC e pesquisador da Universidade do Porto, o destaque do evento está na sua capacidade de estimular novas criações e integrar a videodança ao ambiente acadêmico e cultural de Pernambuco. A videodança é uma forma de expressão artística que combina dança e cinema, permitindo novas explorações visuais dos movimentos coreográficos. O Play REC 2024 é realizado com apoio do Funcultura e da Secretaria de Cultura de Pernambuco, e toda a programação está disponível no site oficial e nas redes sociais do festival.

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Camila Bandeira: "A Fenearte está cheia de novidades"

Diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe, Camila Bandeira, fala dos programas lançados na feira de artesanato que este ano terá ingressos vendidos pela internet, um concurso de moda e o queijo coalho será tema das atividades gastronômicas. Ela também informa sobre ações da sua gestão no setor audiovisual. Olhar a cultura como um negócio capaz de proporcionar uma transformação social tem sido a visão de Camila Bandeira como diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). Essa característica é perceptível nas mudanças que introduziu na edição deste ano da Fenearte, evento do qual é a diretora-executiva. Durante o feira, por exemplo, será lançado o Programa Pernambuco Artesão que vai oferecer oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura para fomentar a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Outra novidade é a Escola de Economia Criativa que vai proporcionar qualificação ao setor, um gargalo detectado na sua gestão. A moda, amplia sua participação nesta edição com o lançamento do concurso Desafio Mape para estudantes de moda e design do Estado. “O intuito é revelar novos talentos”, explica Camila. Também haverá um desfile diferenciado que o especialista Nestor Mádenes fará com peças expostas na feira. Outra inovação que vai agradar aos visitantes é a compra de ingressos por internet, o que deve reduzir as tradicionais filas para o acesso da feira que acontece de 3 a 14 de julho e que recebeu investimentos de R$ 15 milhões. A expectativa é renovar os bons números alcançados no ano passado, quando foram registrados recordes de público, com cerca de 315 mil pessoas, e impacto econômico de R$ 52 milhões. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Camila fala dessas inovações da Fenearte e de outras áreas da economia criativa, como a retomada da Câmara Setorial do Audiovisual da Adepe. Ainda este ano será feito um mapeamento da cadeia produtiva do setor e realizada uma rodada de negócios. “O audiovisual emprega muita gente, é uma indústria maior do que a automobilística”, ressalta. O tema da Fenearte, este ano, é Sons do Criar, Artesanato que Toca a Gente. Você poderia explicar esse conceito? Este ano, estamos homenageando todas as artesãs e artesãos, por meio da sonoridade, porque o artesanato toca a todos eles, literalmente, traz à tona os sonhos que surgem a partir do ofício. O talhar da madeira, o bater no barro, o ferro sendo polido, isso gera sons que tocam todos os artesãos, independente da técnica, da tecnologia. O tocar a gente, seja o toque físico ou sonoro, nos emociona, nos sensibiliza. Este ano, Nicinha de Caruaru e Saúba de Jaboatão dos Guararapes passaram a integrar a Alameda dos Mestres. Você poderia falar um pouco do trabalho deles? Nicinha desenvolve um trabalho em Caruaru, há cerca de 60 anos, que envolve também a questão social e política. Ela trabalha com o barro, a cerâmica e integra toda uma comunidade de mulheres e crianças por meio desse ofício. Ela forma pessoas e, inclusive, tem uma associação, no Alto do Moura, chamada Flor do Barro. Nicinha já é mestra reconhecida, mas ainda não havia estado na Alameda dos Mestres. E Saúba é uma figura! Ele também é mestre e seu trabalho é em madeira, com brinquedos populares, como o rói-rói e o mané- -gostoso, que são super-reconhecidos. Ele vai abrilhantar a Alameda com esse lado lúdico. Durante a Fenearte será lançada a Escola da Economia Criativa. O que vem a ser esse projeto? A Fenearte, este ano, está cheia de novidades. A Escola de Economia Criativa é uma delas. A ideia surgiu há um ano porque entendemos que a qualificação era um gargalo, não só para o artesanato, mas em todos os setores da economia criativa. Então, estruturamos o projeto, conversamos com especialistas e demos o primeiro passo dessa escola na Fenearte, com foco no artesanato. Vamos estudar a participação das prefeituras e associações na feira, onde haverá uma curadora com esse olhar, registrando, conversando e entendendo como os municípios que estão presentes trabalham o artesanato para culminar nessa exposição, nessa comercialização. A partir disso, ao longo do ano, desenvolveremos alguns cursos voltados para os gestores públicos municipais e estaduais, para gerar resultados na próxima Fenearte ou nas próximas feiras e mercados em que eles estiverem presentes. Pretendemos ampliar o leque da Escola de Economia Criativa para além do gestor, trabalhar com o empreendedor, o artesão, mas esse primeiro passo é voltado para gestores públicos, porque acreditamos que, dessa forma, há um poder de disseminação mais rápido e eficiente. Outro programa lançado é o Pernambuco Artesão. Qual é o objetivo dele? O objetivo é fomentar a cadeia produtiva do artesanato, tendo como centro o artesão. Desenvolveremos ações de formação em convênio com a Adepe e em parceria com o Sebrae. Haverá oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura, por exemplo. Dessa forma, a gente fomenta a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Por meio do convênio do programa levaremos alguns artesãos para expor e vender seus produtos em feiras nacionais e internacionais. Além disso, vamos concluir o mapeamento da cadeia produtiva do artesanato. Será a conclusão da pesquisa que iniciamos na Fenearte do ano passado. Essa segunda etapa da pesquisa vai a campo, aos territórios, para termos uma visão completa. Será feito um mapeamento do setor de artesanato em todo o Estado? Isso. Por incrível que pareça, não existem dados locais com foco no artesanato. Há alguns trabalhos a nível nacional, mas não existe um mapeamento da cadeia produtiva de artesanato em Pernambuco. Então, vamos levantar essas informações. A importância desse estudo é nos direcionar para a tomada de decisões e realização de ações mais assertivas com base nessa realidade. Essa pesquisa tem quatro vertentes: o mercado, o artesão, o produto e o território. Com isso, teremos um olhar completo do artesanato do Estado. Esse mapeamento será divulgado na Fenearte do ano que vem.

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"A volta cinema de rua tem o potencial de ativar o Centro da cidade"

Priscila Urpia e Bárbara Lino, do Coletivo CineRuaPE (foto Eduardo Cunha) A lembrança de frequentar as sessões nos antigos cinemas de rua – como o Trianon, no Recife, o Iracema, em Vitória de Santo Antão ou o Cine Olinda – traz nas pessoas uma forte emoção nostálgica. Um sentimento compartilhado pelos que assistiram a Retratos Fantasmas, novo filme de Kleber Mendonça Filho, que trata do tema. Essa memória afetiva tem sido a força propulsora para as ações do coletivo CineRuaPE, que atua para salvaguardar e recuperar esses equipamentos. Mas, nessa empreitada, seus integrantes perceberam que, embora seja importante e louvável a recuperação das salas de exibição pelo poder público, é preciso também recuperar o seu entorno. Algo que é perceptível nas regiões centrais. “O Centro do Recife e de outras cidades do Estado são lugares que cresceram e foram fomentados junto com essas salas. Quando esses lugares prosperaram, os cinemas cresceram. Quando o território entra em decadência, os cinemas entram também", analisa a cientista social e urbanista Bárbara Lino, que integra o coletivo. Bárbara e Priscila Urpia, outra componente do grupo, conversaram com Cláudia Santos sobre as ações do coletivo. Uma delas aconteceu na pré-estreia do filme de Kléber, quando promoveram uma visita dos espectadores à bela arquitetura art-nouveau do Cineteatro do Parque. Quais os propósitos do coletivo CineRuaPE? Bárbara: Ele foi fundado em 2015, é uma organização da sociedade civil composta por um corpo técnico e artístico que trabalha para salvaguardar o patrimônio dos cinemas de rua de Pernambuco, para recuperar não apenas a forma física do equipamento mas, também, entender que tipo de relações com o entorno essas edificações estabelecem. Pensamos como esse cinema pode voltar a fazer sentido com as relações que existem hoje nesses territórios. Além disso, fazemos um trabalho de articulação multissetorial entre as entidades competentes de cada cinema, monitoramos os equipamentos no que se refere à gestão, aos recursos que podem ser destinados a eles e tentamos aproximar as entidades responsáveis que podem fazer as coisas acontecerem nos equipamentos. O coletivo tem uma gama de projetos, como o Cineclube Cine Rua, em que fazemos sessões no cinema e nas fachadas para sensibilizar o poder público e a sociedade para a importância daquele cinema de rua. Outro projeto é o Cine Rua Itinerante, em que promovemos mostras e visitas guiadas. Priscila: O coletivo trabalha com cerca de 22 cinemas de rua de Pernambuco, distribuídos entre o Recife, Região Metropolitana, Agreste, Zona da Mata Sul e Norte e Sertão. O coletivo trabalha com a proposta de salvaguardar esses espaços, como equipamento, mas também como preservação, memória e programação regular. O que levou esses os cinemas de rua a fecharem? Priscila: O advento do videocassete e dos DVDs foi crucial para que fossem sumindo e virassem salas fantasmas. Muitos desses equipamentos se transformaram em igrejas ou mercados. Vemos essa dinâmica também hoje em dia pela quantidade de streamings existentes. E, aí, essas salas foram sumindo. E olhe que Pernambuco foi considerado uma Hollywood do Nordeste quando tinha mais de 100 salas de cinema de rua. Bárbara: A própria TV surge como esse equipamento novo nos anos 1950. Os cinemas chegam antes disso. Em Pernambuco em 1909/1910 já havia salas que eram privadas, porque todas eram empreendimentos para ganhar dinheiro como qualquer outro negócio. Havia muita demanda. As pessoas, realmente, consumiam muito cinema. As salas que sobreviveram são as que o poder público passou a ser o proprietário. Gostaria de falar um pouco sobre a história de onde esses cinemas se localizavam. Se a gente for pensar o Centro do Recife e de outras cidades do Estado veremos que são lugares que cresceram e foram fomentados junto com essas salas. Quando esses lugares prosperaram socioeconomica, cultural e simbolicamente, os cinemas cresceram também. Depois chegaram os shoppings centers. No Recife construímos esses equipamentos perto do Centro, que passou a ser abandonado pelas pessoas, em razão do discurso da violência, da decadência do velho contra o novo. O território, então, entra em decadência e os cinemas entram também. A causa do fechamento dos cinemas, portanto, é multifatorial. O que a gente vê neste momento é uma tentativa institucional de vários movimentos, também multifatorial, de retomar esse território. E imaginamos que se isso acontece, vai impulsionar a retomada do cinema. E se o cinema volta, ele impulsiona a retomada desse território, novamente um influenciando o outro. Qual a importância de resgatar o cinema de rua, em pleno século 21, diante de uma nova realidade de Pernambuco e do Brasil? Bárbara: E do mundo também, onde vemos essa retomada das salas de cinema. Esse equipamento ancora uma gama de atividades ao redor dele, não só de cultura, mas também econômica. Antes havia a sala de exibição, mas também tinha o encontro das pessoas, a referência de consumo ao redor do cinema, seja antes ou depois da sessão, seja de apreciação de um barzinho, de um restaurante ou uma livraria. O equipamento promovia o contrário da segregação urbana porque aglomerava pessoas com perfis e interesses diferentes no mesmo território. E isso é o objetivo da democracia. A volta cinema de rua tem o potencial de ativar o centro socialmente, mas também economicamente, porque as pessoas passam a transitar mais por ali e, obviamente, a consumir mais naquele local. A falta de salas influencia a decadência do centro e o contrário também. Hoje, alguns cinemas estão abandonados, mas têm uma capacidade para voltar a funcionar, porque a estrutura física ainda existe. Temos os do poder público que já voltaram, e o Recife é uma cidade muito consumidora de filmes, e também produzimos muito cinema. Tínhamos uma enorme quantidade de salas que eram associadas à grande produção de filmes, seja para o consumo deles, seja para cineclubes que já existiam na metade do século passado. Percebemos que o Estado continuou produzindo muito cinema e hoje é difícil assistir a essa produção. A ausência das salas de cinema pode vir a fazer com que essa produção tenha uma baixa e a gente sairia desse lugar

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"A sanfona de oito baixos está desaparecendo em Pernambuco"

Documentarista e pesquisador critica a falta de espaço para o forró tradicional nas festas juninas do interior de Pernambuco, aponta os novos talentos do baião e defende a implantação de uma política que leve o legado de Luiz Gonzaga às escolas para que essa cultura não se acabe. Apaixonado pelo Sertão, o documentarista e pesquisador Anselmo Alves, há anos tem travado uma batalha em prol das tradições da cultura sertaneja, em especial da preservação da sanfona de oito baixos. Ao longo do tempo, os músicos que tocam o instrumento têm diminuído em Pernambuco, o que pode ser uma sentença de morte para o ritmo que Luiz Gonzaga popularizou. “A sanfona de oito baixos é importante porque é matriz musical do forró, é de onde surgiu o baião”, justifica Anselmo. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o documentarista critica a programação do período junino nas cidades do interior pernambucano, onde o forró tradicional não merece destaque. Aponta quem são os novos talentos que bebem na fonte de Gonzaga e defende uma política voltada para difundir o baião entre a garotada de Pernambuco. “Mestre Salustiano falava um negócio fantástico: ‘se o folguedo não chegar na criança, ele morre’. A sanfona de oito baixos não está chegando na criança”. O que você acha da presença do forró no São João de Pernambuco atualmente? No Recife, graças a Peixe (João Roberto, ex-secretário de Cultura do Recife), já há 20 anos, não se permite que o forró de plástico e a dupla sertaneja entrem nas festas juninas, embora já tenha entrado no Carnaval, mas no São João foi a única capital que resistiu em botar o forró autêntico. Nas outras cidades o que se ouve é dupla sertaneja, funk, passinho. Eu não sou contra nenhum desses ritmos, agora o São João é uma festa de tradição, que vem de Portugal, e quem joga o lado profano e belo é Luiz Gonzaga. Essa história começa a ser destruída a partir dos anos 1970, 1980 até os anos 1990, com a antena parabólica. Naqueles anos, os meninos de Serra Talhada – onde eu nasci – não torciam para o Náutico, nem para o Sport, nem para o Santa Cruz. Torciam para os times do Sul do País que viam na televisão e, ao mesmo tempo, assistiam às duplas sertanejas. Para deixar mais distante da juventude o xote, o xaxado, o baião e o arrasta-pé veio a segunda leva com Carla Perez, a sexualização do palco e a dança da garrafa que, há 20 anos, vendia três milhões de discos. Não sou conservador, nem contra a sensualidade do palco. Sou contra a sensualidade chula, ou seja, uma música que descontrói a mulher e enaltece o homem como a letra de uma canção do Saia Rodada que diz “dinheiro na mão, calcinha no chão”. Isso é um estímulo à prostituição. Essa música que se diz forró, não é xote, nem xaxado, nem é baião, só usaram o nome forró. Roubaram, é um estelionato poético. Eu nasci em Serra Talhada, numa vila de 18 ruas, meu tio era músico e passou a adolescência com Moacir Santos (arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista falecido em 2006), que quando estava no interior ia para a casa do meu tio. Conheci muito Moacir Santos. Então eu vivi num ambiente musical e eu ficava encantado quando vovô me levava para a feira, onde eu via um cego tocando uma sanfona de oito baixos. Era uma coisa mágica! Mas imagine se eu tivesse 11 anos hoje, cheio de hormônios, eu ia ver um velho cego, pobre, tocando sanfona de oito baixos, ou uma mulher bonita no palco? Claro que falam mais alto os hormônios do que as harmonias. Então eu acho que existe uma desconstrução muito grande. Pergunta se na festa do peão boiadeiro, lá do Centro-Oeste, o pessoal vai deixar a gente tocar Zé Marcolino, Zé Dantas, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira? Não vai. Pergunta se no Rio Grande do Sul, que mantém a tradição (e isso se deve muito a Borghettinho (o instrumentista gaiteiro Renato Borghetti), e ao CTG, Centro de Tradições Gaúchas, que foi fundado há 60 anos e hoje tem centros espalhados não só no Brasil, mas no Uruguai, no Paraguai, que preservou a cultura. O axé da Bahia é maravilhoso. Acho Ivete Sangalo maravilhosa, midiática, é uma artista completa, canta aqui, canta em Las Vegas, é aplaudida em todo lugar. Agora o que é que Ivete Sangalo tem para abrir o São João de Caruaru? Toda essa história do baião, do xaxado, dessa festa profana de Gonzaga nasceu com a sanfona de oito baixos. Faço parte de um movimento chamado Respeitem os Oito Baixos. Somos eu, Leda Dias (cantora) e Diviol Lira (acordeonista). O instrumento em Pernambuco é terminal. Há 15 anos que eu luto para que essa matriz musical não desapareça. A sanfona de oito baixos é importante porque é matriz musical do forró, é de onde surgiu o baião. Ela foi trazida pelos portugueses no começo do século passado e chega no Nordeste brasileiro, no Sertão mais precisamente, na época do velho pai de Luiz Gonzaga, na década de 20. Nessa época muda-se a afinação do instrumento que era europeia e fazem uma adaptação para poder tocar o forró. É a chamada afinação transportada. Esse código musical da sanfona de oito baixos é único no mundo. Aqui, em Pernambuco, existem apenas cinco crianças que tocam o instrumento. Há também a Or - questra da Sanfona de Oito Baixos que eu ajudei a construir, são uns 20 instrumentistas experientes que nunca foram à escola de música, grande parte é analfabeta. E a gen - te perdendo tudo isso, porque não houve uma política pública que garantisse uma escola permanen - te da sanfona de oito baixos, como Borghettinho fez no Rio Grande do Sul, a Fábrica de Gaiteiros. Então você acha importante incentivar as crianças? Foi o que Luiz Gonzaga fez aos distribuir sanfonas para a garotada. Cento e quarenta para ser mais preciso. Gonzaga viu Dominguinhos, com 14 anos, tocando

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"Nossa proposta é nos tornarmos um centro de cultura e lazer"

Nos últimos tempos, o Recife assistiu ao fechamento de muitas livrarias. Mas, há pouco mais de um mês, os apreciadores da literatura tiveram a boa notícia da abertura da Livraria do Jardim - Espaço Plural, um complexo cultural que conta com a Livraria do Jardim, que oferece títulos de literatura, e também com o Varejão do Estudante – tradicional loja especializada em livros escolares – e o simpático e bucólico Café Celeste. A história desse negócio começou com o Varejão do Estudante, fundado há 27 anos pelo livreiro Pedro Tavares, que já acumula mais de 50 anos no ramo editorial. A Livraria do Jardim - Espaço Plural – que tem investimento total de R$ 3 milhões, executado com recursos próprios – faz parte de uma virada de chave dos negócios da família Tavares, que agora expande a sua atuação para além do setor escolar. Nesta conversa com Cláudia Santos, a sócia do empreendimento, Carolina Tavares, conta a trajetória dessa família empreendedora, que tem no pai, Pedro Tavares, uma inspiração. Carolina fala da conexão da família com o bairro da Boa Vista, onde está situada a loja, da relação com o pai e a irmã, Simone, que é sua sócia, conta como a pandemia impactou os negócios, e as perspectivas de transformar o novo espaço num centro cultural e de lazer. Como começou a história da Livraria do Jardim - Espaço Plural? Meu pai foi distribuidor de uma editora chamada IBEP, há muitos anos, e o negócio prosperou, foi crescendo. Na década de 1990, abrimos uma papelaria e uma livraria que só vendia livros escolares: o Atacadão de Papelaria, no bairro da Boa Vista. Depois, entramos numa sociedade e mudamos de prédio. A sociedade não deu tão certo, voltamos para o prédio anterior e abrimos o Varejão do Estudante, há 27 anos, para trabalhar apenas com livro escolar, não mais com papelaria. O negócio cresceu, graças a Deus, em termos, inclusive, de público. A gente atendia muito bem, oferecíamos muitas facilidades aos clientes. Na época em que não se fazia parcelamento muito longo, fazíamos uma promoção no começo do ano em que se pagava em cinco parcelas. Eram cinco cheques pré-datados e a pessoa só começava a pagar em março, porque no começo de ano, as famílias sempre têm muita despesa. Quando vieram os cartões de crédito, conseguimos aumentar o parcelamento. Nós nos tornamos a única livraria do Brasil que só trabalhava com livro escolar. Tempos depois começamos a trabalhar com literatura. Duas grandes distribuidoras daqui fecharam e eu acabei ficando com o estoque delas. Como na loja antiga não tinha espaço físico, veio a ideia de nos mudarmos para um local maior. O prédio foi construído na frente da loja. Era um galpão, com o triplo do tamanho da loja anterior, com mais de 1.700m², onde construímos o novo negócio. Como é esse novo conceito de loja? Ele foi projetado para trabalharmos como um complexo, que chamamos agora de Livraria do Jardim - Espaço Plural, no qual temos vários negócios dentro dele: o Varejão do Estudante, a Livraria do Jardim e o Celeste Café. São três marcas independentes, assim cada uma tem seu lugar, sua gerência, seu nicho de negócio e planejamento. Cada uma tem sua meta e convive dentro do mesmo espaço. A gente se retroalimenta, foi criado para uma marca dar suporte à outra. A Livraria do Jardim e o Varejão do Estudante têm um acervo de 50 mil títulos. É uma loja grande, muito bem sortida. O Celeste Café está também indo superbem, é um lugar muito bonito e aconchegante. Ao lado dele há um jardim enorme. Daí o nome de Livraria do Jardim. Fazemos muitas atividades lá e temos um estacionamento para mais de 50 vagas. Em 4 de abril fizemos uma virada de chave para o nome novo, para trabalhar as outras marcas. A Livraria do Jardim também promoverá eventos. Temos atraído um movimento legal de pessoas, encontros, saraus, lançamentos de livros, tarde de autógrafos, contação de histórias para as crianças. Temos parcerias com colégios. O ambiente foi criado para ocuparmos esse espaço na Boa Vista, que já foi o centro cultural da cidade. Vocês pretendem contribuir para resgatar essa característica? Nossa proposta é nos tornarmos um centro de cultura e lazer, onde você pode tomar um cafezinho, ver uma exposição, trocar uma ideia com os amigos, escutar uma música legal, ver seu autor preferido, trazer as crianças. O mundo do livro precisa desse contato com o papel. Eu mesma não consigo ler um livro digital, preciso pegar o papel, sentir o seu cheiro. Também trabalhamos com o público infantil, é importante desenvolver leitores, tornar a leitura algo agradável, mais próxima, mais fácil. O ambiente da criança na livraria foi feito para que ela possa pegar os livrinhos, sentar, curtir. Como vocês enfrentaram a pandemia? Antes de trabalhar como um complexo, passamos quase cinco anos em projetos, aprovações das obras até que mudamos em dezembro de 2019 para o novo prédio. Passamos bem o período de época escolar, que foi de dezembro de 2019 a março de 2020. É uma época em que o livro didático é a alma das vendas. Mas, logo depois, tivemos que fechar a loja por causa da pandemia. Como todo mundo, achamos que seria uma coisa breve. Aí, o negócio foi apertando, a gente foi se aperreando, mas meu pai é uma pessoa muito segura. Ele disse: “calma que a gente vai dar jeito, calma que o negócio vai funcionar, vamos devagarinho”. E viemos vivenciando tudo isso. E aí, abrimos a loja que foi criada para ser uma loja pop-up. Então, ela cresce o espaço do livro escolar quando precisa ou abre um espaço para eventos, temos essa mobilidade. Mas foi muito difícil porque a gente não tinha público, todo mundo estava em casa, sem aula, sem poder sair. Não tínhamos delivery. Mas, foi muito bom para pensar e reestruturar o negócio. Não demitimos ninguém, mantivemos todos os 63 funcionários. Voltamos 100% em agosto e encontramos um negócio muito

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