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Mulher e robo em interacao

Linguagem, comunicação e cultura: A Alma Digital

Entre algoritmos e afetos, o desafio de manter a linguagem humana viva em um mundo cada vez mais mediado pela inteligência artificial *Por Rafael Toscano A linguagem é uma das expressões mais profundas da nossa humanidade. Por meio dela, construímos mundos, compartilhamos ideias, expressamos emoções. E agora, com a inteligência artificial, estamos testemunhando uma mudança sem precedentes: máquinas que compreendem, traduzem, escrevem e até conversam conosco. O que antes parecia ficção científica tornou-se parte do nosso cotidiano. Aplicativos de tradução instantânea, assistentes de voz, chatbots e modelos de linguagem como o que está escrevendo estas palavras são exemplos de como a IA está transformando a comunicação. O campo do Processamento de Linguagem Natural (PLN) tem avançado a passos largos, permitindo que sistemas digitais entendam a estrutura e o sentido da linguagem humana com uma fluidez surpreendente. No entanto, entender palavras não é o mesmo que entender pessoas. A linguagem é cheia de nuances: ironias, emoções, contextos culturais. Embora algoritmos possam identificar padrões, ainda estão longe de captar plenamente a riqueza simbólica das expressões humanas. Traduzir “ao pé da letra” é fácil; entender a alma do que está sendo dito, não. A tradução automática, por exemplo, pode ser útil para quebrar barreiras linguísticas, mas também escancara os limites da IA. Idiomas não são apenas códigos; são formas de ver o mundo. Uma palavra em uma língua pode não ter equivalente direto em outra, porque carrega valores, histórias, visões de mundo. Quando a IA traduz, ela também interpreta — e toda interpretação traz escolhas, recortes, omissões. Além disso, algoritmos treinados com grandes volumes de texto retirados da internet correm o risco de reproduzir — e até amplificar — preconceitos existentes. Já vimos casos em que sistemas de tradução atribuem profissões tradicionalmente masculinas a homens e funções domésticas a mulheres, reforçando estereótipos. A neutralidade linguística é uma ilusão se não houver cuidado com os dados e com o design dos sistemas. Outro campo em ascensão é o da geração de conteúdo por IA. Modelos como o GPT-3 são capazes de escrever artigos, roteiros, poemas e até notícias. Isso levanta questões importantes: quem é o autor? O que é originalidade? Se um texto gerado por IA é indistinguível do humano, ainda assim é arte? Ou estamos entrando em um território novo, onde autoria se torna uma colaboração entre criador humano e máquina? A desinformação é outro ponto sensível. A mesma tecnologia que gera textos coesos pode ser usada para espalhar boatos, criar notícias falsas, manipular discursos. Algoritmos podem fabricar verdades alternativas com aparência de credibilidade. Por isso, a IA também está sendo usada no combate à desinformação, com ferramentas de verificação automática de fatos. Mas aqui surge um paradoxo: confiar na IA para corrigir os desvios da própria IA. Nas redes sociais, a presença da inteligência artificial é quase invisível — mas poderosa. É ela quem escolhe o que vemos, o que deixamos de ver, com quem interagimos. Os algoritmos de recomendação moldam a nossa experiência digital, criando bolhas de conteúdo que reforçam nossos pontos de vista e podem limitar o diálogo. A pluralidade cultural corre o risco de ser filtrada por interesses comerciais e padrões de engajamento. Por outro lado, a IA também tem sido uma ferramenta importante para a preservação cultural. Projetos que digitalizam livros raros, recuperam línguas ameaçadas ou recriam sítios arqueológicos em ambientes virtuais mostram o potencial da tecnologia como aliada da memória coletiva. Mas é preciso respeitar os contextos. A tecnologia deve servir à cultura — e não domesticá-la. Outro desafio ético envolve a representação cultural nos sistemas de IA. Vozes artificiais, assistentes virtuais e personagens digitais frequentemente adotam padrões ocidentais, brancos e padronizados. A diversidade cultural precisa ser incorporada desde o design. Não basta traduzir palavras — é preciso traduzir mundos. Nesse cenário, a alfabetização digital e ética torna-se urgente. Precisamos aprender a interagir com a IA com consciência. Entender como os algoritmos funcionam, o que priorizam, que dados usam. Saber identificar quando uma notícia é fabricada, quando uma imagem foi gerada artificialmente, quando uma opinião foi moldada por uma bolha informacional. A linguagem é o que nos conecta. E, quando mediada por inteligência artificial, ela pode tanto aproximar quanto distorcer. O desafio é manter a cultura viva, plural, humana — mesmo em um ambiente digital moldado por códigos. No fim das contas, a tecnologia deve servir à nossa voz — não nos calar. A IA pode ser tradutora, escritora, curadora. Mas somos nós quem damos sentido às palavras. A linguagem é, ainda, a alma do nosso tempo. E a cultura, o coração que pulsa por trás de tudo que queremos preservar. *Rafael Toscano é escritor, pesquisador e professor na CESAR School, engenheiro na Companhia Brasileira de Trens Urbanos e ocupa o cargo de Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Negócios na Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia (SECTI) da Prefeitura do Recife. Formado em Engenharia da Computação pela UFPE, é Mestre e Doutor pela Universidade de Pernambuco. **Esse Texto integra o livro IA Transformação das Humanidades

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Assustador e Maravilhoso

*Paulo Caldas Quando será o fim dos tempos e com eles a extinção da humanidade? Quantos líderes - tantos de bata e mitra, desde passadas eras especularam sobre tais acontecimentos? No romance Armagedom, título colhido no ventre das letras sagradas, o renomado escritor Alexandre Santos revisita o eterno conflito entre o bem e o mal. Para ilustrar o conteúdo, o autor registra fenômenos vivenciados nos tempos de agora; tsunami, coronavírus etc. quem sabe arautos do juízo final.  Os enigmas entre o mundo dos mortais e outros planos de existência são observados a partir deste Recife assombrado pela professora Jane Caldas, ao lado de militantes de outras áreas - desde o exorcismo passando pelo evangelho, crença afro, filosofia, psiquiatria... Os mistérios investigados do universo, com acesso pelos labirintos das épocas de antanho, remontam a Roma, quando a professora Jane se vê diante das amplas portas abertas do Vaticano.  Armagedom é uma publicação com selo das Edições Moinho, organização social da Câmara Brasileira e Desenvolvimento Cultural, tem a concepção de capa e diagramação de Luiz Oliveira. Os exemplares podem ser adquiridos nos sites de venda ou diretamente com Adelaide Rêgo, WhatsApp (81) 9657-1424. *Paulo Caldas é escritor 

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Convenção do Orgulho Nerd-PE celebra 13ª edição com shows, cosplay e presença de ícones da cultura pop

Evento gratuito acontece entre os dias 23 e 25 de maio no Paulista North Way Shopping, com feira geek, espaços temáticos e a participação da dubladora de Naruto e do Sanfoneiro dos Otakus A cultura nerd vai dominar o litoral norte de Pernambuco com a 13ª edição da Convenção do Orgulho Nerd-PE, entre os dias 23 e 25 de maio, no Paulista North Way Shopping, das 11h às 21h. Com entrada gratuita e incentivo à doação de alimentos, o evento já se consolidou como um dos maiores do gênero no estado, reunindo atrações nacionais, feira de empreendedores geeks, espaços interativos e muita nostalgia para fãs de todas as idades. Um dos destaques da edição é o show do Sanfoneiro dos Otakus, Denilson Félix, que mistura cultura nordestina e trilhas sonoras de animes em uma apresentação única, marcada para sexta (23), às 18h. Já no sábado (24), às 14h, o público poderá rever de perto a dubladora Ursula Bezerra, voz de Naruto e Goku criança, em sua primeira aparição pública desde sua recuperação de um câncer de mama. A participação será em formato VIP, com ingresso especial. Além das atrações artísticas, o evento conta com feira geek com produtos a partir de R$ 5, desfile cosplay, talk-shows, concursos K-pop, campeonatos de games e áreas temáticas como o “Museu do Vídeo Game” e a “Cidade Gamer”. A convenção também celebra o 100º evento do selo Power Kon e integra as comemorações dos 10 anos do Paulista North Way Shopping. “Mais do que um evento, a convenção é um espaço de celebração, diversidade e resistência cultural. Uma verdadeira ponte entre gerações que compartilham o amor pela cultura pop”, destaca o produtor Kelmer Luciano. SERVIÇO 13ª Convenção do Orgulho Nerd-PE📅 23, 24 e 25 de maio de 2025 (sexta a domingo)🕚 Das 11h às 21h📍 Paulista North Way Shopping – Rodovia 15 - KM 16,5, nº 242 - Centro, Paulista - PE🎟 Entrada gratuita (colabore doando 1kg de alimento não perecível)📞 Informações: (81) 98704-5450 (Kelmer Luciano – Produtor)📲 Instagram: @powerkonrecife

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Olha!Recife celebra a arte com roteiros especiais na Semana Nacional dos Museus

Passeios gratuitos incluem visitas a cinemas antigos, museus, teatro, arte urbana e pontos turísticos históricos da cidade A arte toma conta das ruas do Recife entre os dias 17 e 23 de maio, com uma programação especial do Olha!Recife em alusão à Semana Nacional dos Museus. Promovida pela Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, a iniciativa oferece passeios gratuitos — a pé, de ônibus, bike ou catamarã — com foco na valorização do patrimônio cultural e artístico da capital pernambucana. As inscrições começam nesta quinta-feira (15), às 9h, pelo site www.olharecife.com.br. A programação começa no sábado (17), com dois roteiros: pela manhã, o Olha!Recife de Catamarã: Recife e Suas Pontes, às 9h, parte do Catamaran Tours e percorre os rios que cortam a cidade, passando por pontos icônicos como o Marco Zero e a Rua da Aurora. À tarde, às 14h, o passeio de ônibus Pina e Brasília Teimosa sai da Praça do Arsenal e visita espaços de memória e resistência cultural, como o Maracatu Nação Porto Rico e o Convento de São Félix. No domingo (18), o roteiro a pé Recife dos Cinemas resgata a história dos antigos cinemas de rua, com saída às 9h da Praça do Arsenal. No mesmo horário, e também com ponto de partida na Praça do Arsenal, o passeio de bike Artes nas Paredes integra a programação da 23ª Semana Nacional de Museus, apresentando a exposição urbana “Invisíveis Monumentos”, que ocupa as ruas da cidade com arte em lambe-lambe e conexão digital interativa. A programação segue na quarta-feira (21), às 14h, com visita guiada ao Teatro de Santa Isabel, um dos mais antigos do Brasil. E na sexta-feira (23), às 9h30, o tradicional Recife Walking Tour conduz moradores e turistas por um circuito que inclui a Rua do Bom Jesus, a Avenida Rio Branco e os museus do Pátio de São Pedro. Serviço – Olha!Recife (17 a 23 de maio)Inscrições: Gratuitas, a partir de quinta-feira (15/05), às 9h, pelo site: www.olharecife.com.brSaídas: Praça do Arsenal ou Catamaran Tours (ver programação específica)Modalidades: Passeios a pé, de ônibus, bike e catamarãRecomenda-se uso de roupas leves, protetor solar e, no caso do pedal, bicicleta e equipamentos de segurança.

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Cerâmica como resistência: Joelsonbiu reinventa o sertão em exposição no Recife

Mostra “Infinitamente Sertão” transforma galeria em templo simbólico com esculturas inéditas que misturam arte popular, política e poesia A potência simbólica do sertão ganha forma em barro e fogo na exposição Infinitamente Sertão, que entra em cartaz nesta quinta-feira (15), às 19h, na Número Galeria, em Boa Viagem, zona sul do Recife. Com curadoria de Joana D’Arc Lima, a mostra reúne esculturas inéditas do artista pernambucano Joelsonbiu, cujas peças cerâmicas evocam uma geografia afetiva, imaginada e profundamente autoral. A exposição propõe um diálogo entre tradição, memória e contemporaneidade, transformando o espaço expositivo em um ambiente ritualístico, repleto de referências ao sagrado, ao erótico, ao cotidiano e à resistência. Natural de Vitória de Santo Antão, Joelsonbiu parte de narrativas orais, memórias de infância e expressões da cultura nordestina para criar colunas cerâmicas que remetem à obra “Coluna Infinita”, do romeno Constantin Brancusi. Essas esculturas verticais, formadas por sobreposição de peças únicas, funcionam como totens de um “sertão infinito”, que incorpora influências de Shakespeare, Ariano Suassuna, Raduan Nassar e imagens do erotismo do século 19. “Eu inventei uma vegetação, um ambiente, a partir dessas histórias que ouvi quando criança. Era uma construção imaginária, uma fabulação minha do que seria o sertão”, afirma o artista. A curadoria destaca o uso do barro como linguagem expressiva e política, em uma proposta que explora temas como ancestralidade, violência e fabulação. A montagem da exposição busca criar um ambiente sensorial, com caminhos entre as colunas e justaposição de diferentes séries do artista, gerando pausas, encontros e errâncias. Entre os destaques, está a obra Matriz da Luz, que incorpora medalhões e cornucópias inspiradas em imagens fotográficas de nus femininos e cenas eróticas antigas. “A cerâmica conta a história do mundo. É feita de restos, de coisas que foram destruídas e depois reutilizadas... Cerâmica é humanidade em forma de arte”, afirma Joelsonbiu. Para a curadora Joana D’Arc Lima, a exposição é resultado de uma longa imersão na poética do artista. “Infinitamente Sertão nos desloca para a complexidade de um território imaginado, quimérico e potencializado pela força vital e vontade de vida desse artista radical e intempestivo.” A mostra coloca o público diante de uma arte que é, antes de tudo, liberdade. “É como se você abrisse as portas e corresse desesperadamente e infinitamente em busca do que você nem sabe exatamente o que vai encontrar”, define Joelsonbiu. ServiçoInfinitamente Sertão – Joelsonbiu📍 Número Galeria – Rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 539, Boa Viagem, Recife (PE)📅 Abertura: quinta-feira, 15 de maio, às 19h🕒 Visitação: terça a sábado, das 14h às 19h📞 Mais informações: @numerogaleria

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Revoredo Gabi da Pele Preta Foto Jose de Holanda

Nordeste e Norte em destaque: Itaú Cultural recebe shows gratuitos com ritmos tradicionais e experimentais

Frevo, maracatu, embolada e marabaixo estão entre os estilos presentes na programação de 14 a 18 de maio, com artistas contemplados pelo edital Rumos e um “esquenta” para a Virada Cultural Nesta semana, a Sala Itaú Cultural, em São Paulo, será palco de uma intensa programação musical com sotaques e sons das regiões Nordeste e Norte do Brasil. Entre os dias 14 e 18 de maio, o espaço recebe cinco shows gratuitos que trazem a potência de gêneros como frevo, maracatu, marabaixo, coco de embolada e funk, em apresentações de artistas como Isaar, Totonho e os Cabra, DJ Dolores, Paulinho Bastos e a dupla pernambucana Revoredo & Gabi da Pele Preta. A maior parte dos projetos foi contemplada pelo edital Rumos Itaú Cultural 2023-2024, um dos principais programas privados de fomento à cultura no país. Abrindo a agenda, hoje (14), Revoredo & Gabi da Pele Preta apresentam Encruzilhada Agreste, espetáculo que celebra os encontros da música agrestina e as encruzilhadas da vida. No dia seguinte, Isaar sobe ao palco com Tamboa, um show solo construído a partir de uma pesquisa com artistas negras sobre o tambor e suas conexões afetivas e ancestrais. “Quem nunca passou por uma encruzilhada não aprende a escolher os caminhos”, diz uma das referências da dupla, o filósofo quilombola Nêgo Bispo. A sexta-feira será marcada pela pré-estreia do álbum Ai Dentu: Funk de Embolada e Hip Hop do Mato, de Totonho e Os Cabra, que une rima improvisada, funk e hip hop. No sábado, o produtor DJ Dolores apresenta O Enigma do Frevo, projeto que amplia os horizontes do gênero tradicional pernambucano com sintetizadores e metais, além da presença cênica de Ylana Q e Inaê Silva. Encerrando a programação, o amapaense Paulinho Bastos mostra o EP Recado, com ritmos amazônicos como o marabaixo. Serviço:Programação de shows gratuitos no Itaú Cultural📍 Local: Sala Itaú Cultural (Av. Paulista, 149, térreo)📅 De 14 a 18 de maio (quarta a domingo)🕗 Início às 20h (domingo às 19h)🎟️ Ingressos gratuitos, reservados a partir do meio-dia do dia 13 de maio, pelo site www.itaucultural.org.br. Ingressos remanescentes serão distribuídos uma hora antes, por ordem de chegada.📌 Classificação: Livre | Capacidade: 224 lugares

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galeria sertao de lembrancas 50

Projeto une fotografia e poesia para recontar memórias no Sertão do Pajeú

“Sertão de Lembranças”, de José Afonso Jr., propõe nova leitura da memória afetiva a partir de imagens e versos produzidos entre 2021 e 2024 Após o lançamento de Suíte Master e Quarto de Empregada, que analisava as tensões entre classes sociais nas grandes cidades, o jornalista, fotógrafo e professor da UFPE, José Afonso Jr., mergulha agora nas paisagens e afetos do Sertão do Pajeú. Em sua nova pesquisa artística, Sertão de Lembranças, ele percorreu a região entre 2021 e 2024, registrando memórias familiares por meio de retratos e poesias. O trabalho será apresentado em uma live no dia 13 de maio, às 19h, no canal do projeto no YouTube. A pesquisa parte de fotografias domésticas encontradas nas casas do interior sertanejo para refletir sobre a construção das lembranças e o papel da imagem na organização da memória coletiva e individual. Com apoio do Funcultura (edital 2022), o projeto resultou em um acervo visual que dialoga com os versos da poetisa Mariana Véras, resgatando o universo simbólico do Pajeú. “O trabalho remonta ao fim do século XX, em 1996. Depois de muito tempo sem ir ao Sertão, fui ao Pajeú”, relembra José Afonso Jr., destacando a origem afetiva da pesquisa. Além do viés poético, o projeto também oferece uma abordagem crítica sobre a representação e a autoria feminina. Segundo José Afonso, a escolha por trabalhar com poetisas surgiu da observação de que as mulheres eram, em grande parte, as guardiãs das imagens domésticas. “Era mais lógico, portanto, que a interpretação poética dessas fotografias também fosse feita por mulheres, por poetisas, no sentido de manter uma certa aproximação ou pertencimento no ato feminino de cuidar das imagens”, pontua. A proposta ainda inverte o tradicional jogo de motes da poesia sertaneja: ora a imagem sugere o poema, ora é o verso que inspira a foto. “Às vezes lia um poema e buscava interpretá-lo em fotografias, encontrando equivalências na paisagem, nos vestígios, na relação das pessoas com o tempo, o território”, explica o autor. Como desdobramento do projeto, está previsto para o segundo semestre de 2025 o lançamento do fotolivro Sertão de Lembranças, que reunirá esse diálogo visual-literário. Serviço📚 Live de lançamento do projeto Sertão de Lembranças📅 13 de maio de 2025⏰ 19h📍 YouTube: youtube.com/@sertaodelembrancas🌐 Acesse o projeto: sertaodelembrancas.com▶️ Vídeo do processo criativo: Clique aqui

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Rinaldo Silva celebra 50 anos de arte com exposição inédita no Recife Antigo

“DE TANTO OLHAR VI” abre temporada na Arte Plural Galeria com obras que exploram o tempo, a memória e a identidade cultural pernambucana Após um intervalo de seis anos sem exposições individuais, o artista plástico Rinaldo Silva volta à cena com a mostra “DE TANTO OLHAR VI”, que inaugura hoje (6 de maio) para convidados, na Arte Plural Galeria (APG), no Recife Antigo. Com entrada gratuita para o público a partir do dia 7, a exposição reúne cerca de 20 obras inéditas entre telas, desenhos e cerâmicas, resultado de cinco décadas de trajetória e reflexão sobre o olhar como instrumento de aprisionamento e libertação no tempo. A proposta da exposição é provocar uma imersão sensível no conceito de memória e permanência, a partir de composições que conectam passado e presente. Algumas pinturas datadas de 1986 — como “PAPA RISO” e “BERRO RI” — serão reapresentadas ao público em diálogo com releituras contemporâneas. “Vivenciamos um excesso de olhar e isso, sem dúvida, nos aprisiona no tempo. Esse olhar nos finca em um momento, coloca o nosso simbólico nessa visão que levamos para o futuro”, afirma Rinaldo, que pretende, com a mostra, oferecer “uma nova oportunidade de salvaguardarmos novas memórias”. As raízes culturais do Agreste e do Sertão pernambucano, além das experiências do artista como geógrafo e seu contato com arqueólogos em registros de pinturas rupestres, inspiram parte da curadoria. Entre os destaques estão obras em cerâmica/terracota baseadas no mito de Ícaro e a série “EUTUDOAGORA”, que ocupa a sala principal da galeria com pinturas que se desdobram em múltiplas leituras do tempo presente. “Vou buscar inspiração também na arte popular, nas nossas raízes culturais”, explica o artista. Com passagens por exposições na Europa e nas Américas, e reconhecido desde os 19 anos como um dos artistas mais promissores de Pernambuco, Rinaldo Silva reitera em “DE TANTO OLHAR VI” o seu compromisso com a arte como ferramenta de reflexão social, poética e histórica. A mostra também reforça o papel da APG, em atividade desde 2005, como um dos principais polos de difusão cultural de Pernambuco. Serviço🎨 Exposição “DE TANTO OLHAR VI” – Rinaldo Silva📍 Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140 – Recife Antigo)🗓️ Abertura para convidados: 06/05, às 18h👀 Visitação pública: a partir de 07/05/2025🕘 Horários: seg. a sex., das 9h às 18h; sáb., das 14h às 18h🎟️ Entrada gratuita📲 Instagram: @arte_plural_galeria

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Recife Marco Zero

Olha!Recife ressalta importância holandesa para o Recife

O passeio do domingo (04) trata da forte influência dos holandeses na formação da cidade e, na quarta (07), o destaque será para as obras de Abelardo da Hora  (Da Prefeitura do Recife) Inscrições abertas e gratuitas para quem quiser conhecer melhor o Recife e suas influências através do programa Olha! Recife seja a pé, pedalando, de ônibus ou de catamarã. A importância holandesa será o tema do primeiro passeio do domingo de maio (04) promovido pela Prefeitura do Recife por meio da Secretaria de Turismo e Lazer. Já na quarta (07), O Olha! Recife a pé fará o Circuito Abelardo da Hora.   No primeiro sábado de maio (03), às 09h, o Olha!Recife de Catamarã: Recife e Suas Pontes levará os inscritos para conhecer o Recife através dos rios que cortam a cidade. Durante o passeio é possível vislumbrar o Marco Zero, o Parque de Esculturas Francisco Brennand, além da belíssima rua da Aurora e é claro as pontes históricas da cidade. Na parte da tarde, às 14h, com saída da Praça do Arsenal, Olha!Recife de ônibus fará o  Circuito dos Santuários. O roteiro visita importantes espaços de fé e tradição religiosa no Recife, como o Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, o Santuário Mãe Rainha e o Santuário do Morro da Conceição. No domingo (04), às 09h, o passeio a pé Olha!Recife: Ruas e Personalidades propõe um olhar sobre a história de figuras que dão nome a importantes vias da cidade. O roteiro passa pelas ruas Marquês de Olinda, Vigário Tenório, Dantas Barreto, Duque de Caxias e Conde da Boa Vista. Para quem preferir um passeio de bike, também no domingo (04), às 09h, terá Olha!Recife Pedalando: Recife Holandês. Saindo da Praça do Arsenal, o passeio de bike explora a herança deixada pelos holandeses no Recife, passando pelo Forte do Brum, Ponte Maurício de Nassau, Praça da República onde fica o busto de Maurício de Nassau e Pátio do Carmo, antigo Palácio da Boa Vista. Na quarta-feira (07), às 14h, o Olha!Recife a pé apresenta o Circuito Abelardo da Hora. Com saída da Praça do Arsenal, o passeio percorre monumentos e obras do escultor espalhadas pela cidade, como as da Praça da República, Praça Joaquim Nabuco, Parque 13 de Maio e Avenida Agamenon Magalhães. Na sexta (09) haverá o Recife Walking Tour, às 09h30, nosso roteiro fixo para turistas e recifenses conhecerem o Centro do recife e os principais pontos turísticos e históricos do  Recife Antigo, com saída da Praça do Arsenal, levando os turistas para conhecer a rua do Bom Jesus, o Museu a céu aberto, a avenida Rio Branco, as pontes do Recife, além dos Museus do Pátio de São Pedro e outros pontos turísticos importantes da nossa cidade.  RESUMO: Olha!Recife de Catamarã: Recife e Suas Pontes. 03/05 saída às 09:00 Catamarã Tours Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br Olha!Recife de Ônibus: Circuito dos Santuários. 03/05 saída às 14:00 Praça do Arsenal  Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br Olha!Recife a Pé: Ruas e Personalidades. 04/05 saída às 09:00 Praça do Arsenal  Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br Olha!Recife Pedalando: Recife Holandês. 04/05 saída às 09:00 Praça do Arsenal Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br Olha!Recife a Pé - Circuito Abelardo da Hora. 07/05 saída às 14:00 Praça do Arsenal Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br Recife Walking Tour. 09/05 saída às 09:30 Praça do Arsenal Inscrições 01/05 a partir das 09h no www.olharecife.com.br

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Magiluth Aquilo Que Meu Olhar Guardou Pra Voce Foto Pritty Reis

Encontro das Artes: Grupos Magiluth e Atores à Deriva promovem temporada conjunta no Recife

Residência artística e apresentações teatrais fortalecem intercâmbio cultural entre Pernambuco e Rio Grande do Norte. Na imagem acima, destaque para o espetáculo Aquilo Que Meu Olhar Guardou Pra Você - Foto Pritty Reis O teatro como espaço de resistência, criação e afeto ganha novo fôlego com o projeto Magiluth Recebe, que em maio une dois importantes coletivos nordestinos: o pernambucano Grupo Magiluth e o potiguar Atores à Deriva. A iniciativa promove uma residência artística e apresentações no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife, fortalecendo o intercâmbio cultural e abrindo espaço para novas conexões entre artistas e públicos. O projeto é destaque na cena teatral brasileira por reunir grupos com forte atuação autoral e compromisso político com a arte. A programação começa com uma residência entre os dias 5 e 8 de maio, culminando em uma apresentação inédita no dia 8, às 20h. Nos dias 9, 10 e 11, o Atores à Deriva apresenta Fábulas de Nossas Fúrias, espetáculo que subverte estruturas clássicas para afirmar a fúria como força criativa. Já o Magiluth sobe ao palco nos dias 15, 16 e 17 com Aquilo Que Meu Olhar Guardou Para Você, uma obra construída a partir de memórias e improvisações que dialogam com o tempo, a ausência e o afeto. "Essa ideia nasce como um desejo antigo de compartilhar nosso espaço e nossa cidade com outros grupos que admiramos. Receber os Atores à Deriva é mais do que acolher um espetáculo potente, é estabelecer pontes criativas e políticas com artistas que têm uma escuta e uma prática muito alinhadas com a nossa trajetória", afirma Giordano Castro, ator e fundador do Magiluth. Com 17 anos de atuação, o grupo Atores à Deriva foi contemplado pelo Prêmio Funarte Myriam Muniz, que viabilizou a circulação do espetáculo pelo Nordeste. "Nosso espetáculo é um grito urgente de subjetividades dissidentes, uma fabulação de raivas historicamente negadas. Estar no Recife, em intercâmbio com o Magiluth, nos fortalece como grupo e como coletivo que acredita na arte como forma de reexistir e transformar", afirma Alex Cordeiro, diretor e dramaturgo do grupo potiguar. ServiçoO quê? Intercâmbio artístico entre os coletivos Magiluth (PE) e Atores à Deriva (RN)Quando? De 5 a 17 de maio de 2025Onde? Teatro Hermilo Borba Filho – Bairro do Recife – PEQuanto? R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia). Parte dos ingressos é distribuída gratuitamente para pessoas trans, negras, periféricas e estudantes de teatro.Ingressos: À venda pelo Sympla e na bilheteria do teatroMais informações: @grupomagiluth

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