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Quadrinhos e games: um caso de amor (Parte 1)

*Por Eduardo Martins "Lembro-me como se fosse hoje. O ano era 1996, em um sábado qualquer. Acordei mais cedo que o normal, e sentado em frente ao "Fliperama da Dona Cris", esperei ela abrir o estabelecimento para ser o primeiro a jogar o fliperama que tinha acabado de chegar: Marvel Super Heroes. No alto da adolescência nerd, extasiado com o simples fato de jogar com meus personagens favoritos: Wolverine, Homem-Aranha, Hulk e Capitão América. E ainda, no estágio final, lutar contra o poderosíssimo Thanos e recuperar as joias do infinito". Sim, caro leitor, muito antes de todo o sucesso da franquia cinematográfica bilionária da Marvel, a indústria de games já flertava com Desafio Infinito, série em quadrinhos criado em 1991 por Jim Starlin, George Perez e Ron Lim. Desde dos anos 30, as famigeradas "revistas de histórias em quadrinhos" alimentam a cultura de massa e influenciam diversas outras mídias e formas de entretenimento. No começo dos anos 80 até os dias atuais, são milhares de produções que carregam esse DNA: desenhos animados, seriados e filmes. É evidente que o "irmão mais novo" não ficaria fora dessa. Os primeiros videogames passaram as duas primeiras décadas, 50 e 60, desenvolvidos por engenheiros e cientistas e eram ligados àqueles computadores gigantescos que mal cabiam na sala de estar. Somente em 1972, com a criação do Atari-Pong e do Magnavox Odyssey, que os consoles ficaram acessíveis. Deu Match! O início de um relacionamento sério entre quadrinhos e games. Quem nunca se imaginou jogando com seu super-herói favorito? Os quadrinhos sempre estiveram lado a lado dos primeiros videogames, por mais que a tecnologia e o enredo ainda não fizessem jus as artes e roteiros bem mais elaborados das histórias de super-heróis americanos do final dos anos 70. O primeiro lançamento aconteceu em 1979, com o jogo do Superman, para o Atari 2600. Porém, só no final dos anos 80, é que realmente os jogos baseados em quadrinhos começam a conquistar o público e adaptações de obras de grandes editoras, e até de outras pouco conhecidas, começam a proliferar. Definitivamente, essa dupla formou uma das principais fontes de diversão da criança e do adolescente oitentista: os gibis de heróis e os jogos de videogame em casa ou no fliperama na rua. E foi nesse último que, um simples namorinho de portão, tornou-se um relacionamento sério, por conta do enorme sucesso do jogo para arcade "As Tartarugas Ninjas", lançado pela Konami em 1989. Por mais que o jogo seja baseado no sucesso da franquia e do primeiro desenho animado para TV, diversos elementos da obra original em quadrinhos, criada pela dupla Kevin Eastman e Peter Laird, foram mantidos. A popularidade do jogo foi tão grande que cruzou diversas plataformas e até hoje continua com uma jogabilidade fluída se comparado a outros jogos do mesmo período. Apesar da década de 80 ser o início de uma relação duradoura, somente nos anos 90 que os jogos baseados em quadrinhos se tornam bem mais atrativos, tanto em termos gráficos, quanto em sinergia. O que fazia a cabeça da gurizada foram os jogos 2d conhecidos como beat ´em up, onde o combate corpo-a-corpo é travado diante de vários inimigos, normalmente, em um ambiente urbano. A pancadaria com enredo mais eloquente, viu nos quadrinhos uma chance de atrair seus fãs com mais facilidade. Jogos como X-Men – O jogo, pela Konami, O Justiceiro, pela Capcom, ambos baseados em quadrinhos da Marvel, os jogos do Batman e da Liga da Justiça, licenciados da DC Comics, e outros como Cadillacs and Dinosaurs, oriundos do quadrinho indie da Xenozoic Tales, que prova o sucesso mesmo longe de uma adaptação de uma editora mainstream. Com o crescimento dos computadores pessoais, os famosos PCs, e com a expansão da internet, surge um novo capítulo no cruzamento entre quadrinhos e videogames: os jogos de aventura. Sam & Max, uma dupla de detetives antropomórficos que combatem o crime em Nova Iorque foi lançado em quadrinhos pelo artista Steve Purcell, em 1987 e seis anos depois virou um jogo para computadores desenvolvido pela LucasArts. O jogo cheio de enigmas e reviravoltas é muito fiel ao quadrinho, graças a participação de Purcell no processo de criação junto com a equipe de desenvolvedores. Com o sucesso de Sam & Max, outros produtores começaram a enxergar nos quadrinhos independentes uma fonte inesgotável de histórias e novas franquias de sucesso. Da tela para o papel: Games que se transformaram em quadrinhos. É verdade que não existe em mesmo volume de publicação, jogos baseados em quadrinhos, mas o inverso também é real e desde dos anos 80 continua presente em produções mais recentes. Alguns personagens de jogos clássicos como: Mortal Kombat, Sonic - The Hedgehog, Street Fighter, Mega Man e Wonder Boy, também já estiveram nas páginas dos quadrinhos. E franquias mais modernas utilizam o formato para ampliar a experiência do jogador. São casos, como: Call of Duty, The Last Of Us, Assassin's Creed, Halo e World of Warcraft. Mas isso, a coluna vai tratar, me breve, em uma parte II, específica sobre o tema. E o casamento rendeu vários frutos e continuará firme e forte. "Batman: Arkham City","Injustice 2" e os dois jogos do aracnídeo: "Marvel´s Spider-Man" (2018) e o lançamento mais recente "Marvel´s Spider-Man: Miles Morales" (2020), são a prova de que os quadrinhos e os jogos de videogame, PCs e smartphones, vão continuar juntos por muito tempo e a relação entre as duas indústrias só tende a ficar ainda mais integrados. Top List Gibitown: 10 games baseados em quadrinhos que você precisa jogar agora! Os dez melhores games baseados em quadrinhos ocidentais, ok? Isso porque jogos baseados em mangás e animes também serão tratados em outra edição especial aqui, na coluna Gibitown. Fiquem ligados e que comecem os jogos. #10 - Asterix (1991) Asterix foi lançado pela Sega para o console Master System. Na época, a revista inglesa especializada em games, Mean Machines, exaltou a enorme semelhança entre o jogo e o quadrinho criado em 1959 pela dupla francesa Albert Uderzo

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Crítica| Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

O fim de uma relação pode deixar marcas difíceis de apagar. Apenas para alguns, claro. Que o diga a Arlequina em Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa. A separação do Coringa e a independência da trama em relação ao criticado Esquadrão Suicida fizeram bem à nova aposta da DC. Na história, Arlequina se unirá às anti-heroínas que dão nome ao filme para proteger Cassandra (vivida aqui pela atriz mirim coreana Ella Jay Basco), uma garota que está com um diamante pertencente ao Máscara Negra, interpretado por Ewan McGregor, o Obi Wan Kenobi da saga Star Wars. Além da Arlequina, estão no grupo Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) e Renée Montoya (Rosie Perez). A proposta da roteirista Christina Hodson de quebrar qualquer vínculo com o filme de David Ayer é visível logo na sequência inicial. O rompimento com o Coringa e a destruição da fábrica onde a psiquiatra Harleen Quinzel se transformou na Arlequina servem de marco para a emancipação. Christina acerta quanto ao enredo não-linear, ainda que a narração em primeira pessoa (da própria Arlequina) carregue o roteiro de exposição e didatismo em algumas cenas.     Margot Robbie está mais uma vez à vontade como Arlequina, esbanjando meiguice e violência tão necessárias à composição do papel. Diferente dela, Ewan McGregor apresenta um vilão caricato, até porque o próprio desenvolvimento dele no roteiro, por vezes maniqueísta, não ajuda. É um personagem sem profundidade, que pode render facilmente uma indicação ao Framboesa de Ouro. A cinematografia replica o colorido do visual da Arlequina. A sequência em que a protagonista invade uma delegacia e atira em policiais com uma arma que detona confetes reflete a proposta multicolorida de Matthew Libatique, diretor de fotografia, famoso por trabalhar em filmes de Darren Aronofsky, como Cisne Negro e Réquiem para um Sonho. Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa não tem a densidade psicológica do filme Coringa, de Todd Philips. A pegada é a mesma do Esquadrão Suicida: explosões, lutas bem coreografadas e pouco papo. O longa estreia nesta quinta (6) nos cinemas brasileiros, um dia antes dos Estados Unidos.  

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Crítica| Shazam!

Parece que, definitivamente, a DC acertou a mão em seus filmes de super-heróis. Após errar feio em suas últimas investidas no segmento com os caros e ao mesmo tempo medianos Batman vs Superman: A Origem da Justiça e Liga da Justiça, conseguiu lotar as salas e arrancar elogios da crítica com o excelente Mulher-Maravilha e o mais recente Aquaman, que trouxe para as primeiras fileiras um personagem, até então, considerado coadjuvante no catálogo do estúdio. Dando continuidade à boa fase da DC, chega aos cinemas sua nova aposta: Shazam!, filme de pegada mais bem-humorada, proposta explorada já há muito tempo pela concorrente Marvel. A história acompanha o órfão Billy Batson (Asher Angel) em sua jornada como super-herói após ter recebido superpoderes do mago Shazam (Djimon Hounsou). Parte da trama dá destaque à origem do vilão Dr. Silvana (Mark Strong) em uma das mais tensas sequências, logo no início. O clima sombrio de outras produções da DC, tal como a trilogia Batman ou O Homem de Aço, dá lugar à leveza e bom humor como na cena em que Shazam simula soltar raios laser pelos olhos, semelhante a um conhecido herói azulão de capa vermelha do estúdio. Em outra cena, Shazan! homenageia um clássico do melhor estilo “Sessão da Tarde” no qual o filme é inspirado: Quero ser Grande.     Zachary Levi, famoso por protagonizar a série Chuck, consegue transmitir a força e comicidade necessários ao Shazam proposto para a história, um herói corpulento com mente de adolescente e, por vezes, atrapalhado. O ator passou por uma maratona de exercícios durante cinco meses para chegar ao corpo ideal a seu personagem. Ainda assim, toscamente, foram colocados enchimentos em seu uniforme. Outro que se destaca no elenco, em alguns momentos até mais que o próprio protagonista, é Jack Dylan Grazer, conhecido por sua atuação em It: A Coisa. Aqui o ator interpreta o garoto Freedy Freeman, presente nos momentos mais engraçados do longa. Shazan! arrecadou US$ 3,3 milhões em exibições especiais nos EUA no mês de março, mais até que Aquaman em sua pré-estreia, com um total de US$ 2,9 milhões acumulados. Segundo a revista Variety, o filme deverá ser o grande vencedor do fim de semana americano, faturando entre US$ 45 e 50 milhões.    

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