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Inteligência artificial para diagnosticar a COVID-19 e prever risco de complicações

Um método que permite diagnosticar a COVID-19 em cerca de 20 minutos – com baixo custo e sem a necessidade de reagentes importados – foi descrito por pesquisadores brasileiros em artigo divulgado na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares. O sistema usa algoritmos de inteligência artificial capazes de reconhecer em amostras de plasma sanguíneo de pacientes um padrão de moléculas característico da doença. Segundo os autores, também é possível identificar, entre os casos confirmados, os indivíduos com maior risco de desenvolver manifestações graves, como insuficiência respiratória. O projeto é apoiado pela FAPESP e envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de colaboradores no Amazonas. “Nos testes feitos para validar a metodologia, conseguimos diferenciar as amostras positivas e negativas com um acerto de mais de 90%. Também fizemos a diferenciação entre casos graves e leves com acerto em torno de 82%. Agora, estamos iniciando o processo de certificação junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, conta à Agência FAPESP o professor da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino, coordenador da pesquisa. Segundo ele, o exame, quando em operação, poderia custar em torno de R$ 40 por amostra, cerca de metade do preço de custo do RT-PCR, método considerado padrão-ouro para diagnóstico da COVID-19. O trabalho vem sendo desenvolvido no Laboratório Innovare de Biomarcadores, durante o doutorado de Jeany Delafiori, e integra uma linha de pesquisa que combina técnicas de metabolômica e aprendizado de máquina para buscar marcadores capazes de auxiliar o diagnóstico de doenças como zika, dengue hemorrágica, fibrose cística, diabetes e outros distúrbios metabólicos. O grupo trabalha em parceria com o Laboratório de Inferência em Dados Complexos (Recod) do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, coordenado pelo professor Anderson Rocha e conta com a participação de seu colaborador Luiz Claudio Navarro. “O projeto contou com a participação de 728 pacientes – sendo 369 com diagnóstico de COVID-19 confirmado clinicamente e por RT-PCR. As amostras de indivíduos não infectados foram usadas para comparação, como uma espécie de grupo controle. No caso de alguns pacientes que desenvolveram complicações e precisaram ser internados, foi coletada uma segunda amostra de sangue. De modo geral, entre os casos confirmados, havia indivíduos com sintomas leves e graves”, conta Delafiori. Todas as amostras foram analisadas em um equipamento conhecido como espectrômetro de massas, capaz de discriminar as substâncias presentes em fluidos corporais. Como explicam os pesquisadores, esse conjunto de moléculas encontrado no plasma sanguíneo retrata os diversos processos metabólicos ativos no organismo. “Nos concentramos nas moléculas de baixo peso molecular, como os aminoácidos, os pequenos peptídeos e os lipídeos. Elas surgem na parte final dos processos metabólicos e, portanto, estão mais diretamente ligadas aos sintomas que os pacientes estavam manifestando no momento da coleta”, explica Delafiori. Parte das amostras foi então usada pela equipe do IC-Unicamp para ensinar um método de inteligência artificial a reconhecer padrões de metabólitos encontrados nos casos positivos e nos negativos, bem como diferenciar os padrões dos casos leves e graves. A outra parte foi usada em um teste cego, cujo objetivo foi avaliar o acerto final da análise feita pelo sistema. Segundo os dados do artigo, o método alcançou 97,6% de especificidade e 83,8% de sensibilidade para o diagnóstico da doença no teste cego. Já em relação à análise de risco para manifestação grave a especificidade foi de 76,2% e a sensibilidade foi de 87,2%. “Sensibilidade [também conhecido como sensitividade] é o parâmetro que indica o quão sensível o método é para detectar a presença ou ausência da COVID-19. Já especificidade tem a ver com a capacidade de diferenciar a COVID-19 de outras condições de saúde. Esses dois parâmetros, quando analisados em conjunto, determinam a taxa de acerto”, explica Delafiori. “Ainda estamos trabalhando para melhorar a taxa de acerto do exame, à medida que novas amostras de pacientes são coletadas por nossos colaboradores.” De acordo com Rocha, o algoritmo desenvolvido é capaz de incorporar conhecimento na medida em que analisa novas amostras, o que tende a se refletir em uma melhora na performance com o passar do tempo. “Se hoje ele tem uma taxa de acerto em torno de 90%, é provável que acerte ainda mais quando chegar a milhares de pacientes analisados”, afirma o pesquisador. A equipe do IC-Unicamp também criou um software para automatizar todo o processo de análise e gerar, no final, um relatório que informa para o médico se o paciente tem a COVID-19 e se apresenta risco de complicações. “Esses biomarcadores preditores de evolução da doença podem, por exemplo, ajudar o médico da assistência básica a decidir se o paciente que testar positivo pode ser mantido em isolamento domiciliar ou se deve ser transferido para um centro de maior complexidade”, comenta Rinaldo Focaccia Siciliano, médico assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC-FM-USP) e da Unidade de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto do Coração (InCor), um dos coautores do artigo. Na avaliação de Siciliano, o método tem mostrado um bom desempenho para detectar tanto os casos leves, nos primeiros dias de sintomas, como também os mais avançados, de pacientes que já apresentam falta de ar na admissão ao hospital. “A vantagem de ter vários centros participando do projeto, com diferentes perfis, é a variabilidade das amostras. Isso permite que seja possível aplicar a metodologia em diferentes cenários, tanto ambulatorial quanto hospitalar”, diz. Outro avanço apontado pelo pesquisador é a possibilidade de diagnosticar precocemente a doença por meio de uma amostra de sangue, mais fácil de ser coletada do que a secreção nasal usada no teste de RT-PCR. “A coleta com swab [cotonete comprido inserido no fundo do nariz] requer equipe bem treinada e sala apropriada, pois há risco de dispersão de aerossóis contaminados com o vírus. E o teste sanguíneo atualmente disponível só é capaz de detectar anticorpos alguns dias depois do surgimento dos sintomas.” Modelo otimizado Enquanto a maioria dos testes laboratoriais analisa no sangue os níveis de algumas poucas substâncias, o sistema computacional desenvolvido pela equipe da Unicamp é capaz

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Endometriose pode levar à infertilidade

Nesta  quarta (8) é comemorado o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. A data busca conscientizar as mulheres sobre a importância dos exames regulares para detectar a doença. Atualmente, no Brasil, uma em cada dez mulheres desenvolvem a doença. O diagnóstico não é fácil. A doença apresenta uma grande dificuldade na investigação devido às complexidades em detectar o problema no exame físico e ginecológico, levando a um diagnóstico tardio. Estima-se que o intervalo entre o início dos sintomas e a descoberta da condição varia de sete a nove anos, podendo levar, dependendo do caso, à infertilidade feminina. “A ultrassonografia transvaginal / trasretal e a ressonância magnética da pelve são excelentes ferramentas no mapeamento da doença, pois elas conseguem oferecer uma visão complementar dos órgãos afetados”, afirma o radiologista do Lucilo Maranhão Diagnóstico, Dr Lucilo Maranhão Neto. Para iniciar a investigação, a ultrassonografia transvaginal é aconselhada. Com ela é possível analisar os órgãos ginecológicos (útero e ovários) bem como outros locais que podem ser acometidos pelo problema, como a região retrocervical, cúpula vesical, septo retovaginal e retossigmoide, onde se procura focos endometrióticos, fibrose ou aderências. "Isso é melhor avaliado em tempo real, quando o médico pode fazer movimentos suaves com o transdutor para frente e para trás para ver se as estruturas deslizam e se movem normalmente entre si ou se há algum sinal de aderência entre elas", detalha o radiologista. A avaliação pelo ultrassom da endometriose requer um preparo diferente da USG ginecológica de rotina, em que exige-se que a paciente faça um preparo intestinal adequado com medicações laxantes para eliminar os gases e resíduos intestinais. Apesar de possível atuação da ultrassonografia no diagnóstico da endometriose , a detecção por este método é na prática diária limitada (restrita na maioria das vezes aos ovários), sobretudo em locais da pelve de difícil acesso ao método. “A principal restrição da ultrassonografia é visualizar lesões fora da pelve, bem como outras lesões que podem estar presentes dificultando a avaliação pélvica (grandes miomas ou cistos ovarianos)”, esclarece. A ressonância por sua vez é o método de imagem que melhor se presta para o diagnóstico da endometriose profunda, com ela é possível avaliar, com mais definição e com melhor contraste, os tecidos e as áreas profundas da pelve que são difíceis de se avaliar na ultrassonografia. “Devido sua capacidade multiplanar e excelente resolução anatômica e tecidual, a ressonância permite uma visão panorâmica não apenas da pelve, mas de vários lugares que a endometriose costuma comprometer e que são de difícil avaliação mesmo com a laparoscopia desprovida de um exame de imagem prévio. A ressonância chega para complementar o estudo da ultrassonografia, ratificando o diagnóstico”, conclui o médico.

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Setembro Roxo incentiva o diagnóstico precoce da fibrose cística

Famoso no mundo infantil, o quebra-cabeças é um jogo lúdico de adivinhação. Sozinhas as peças não dizem nada, mas quando são colocadas juntas revelam uma imagem. O mesmo pode acontecer com os sintomas da fibrose cística que, se separados, podem ser confundidos com uma simples gripe ou mal estar, mas quando observados em conjunto podem ter outro significado. A fibrose cística é uma doença genética rara que faz com que a secreção do organismo seja mais espessa do que costuma ser, desencadeando diversos sintomas, como suor mais salgado que o normal, tosse crônica, dificuldade em ganhar peso e estatura, pneumonias frequentes e diarreia. Para alertar a população sobre o assunto, Verônica Stasiak Bednarczuk, portadora da fibrose cística, fundou em 2011, a ONG Unidos pela Vida. “A Unidos pela Vida nasceu da necessidade de alertar o público a prestar mais atenção nos sinais apresentados pelo corpo. Nosso objetivo é contribuir para a busca do diagnóstico precoce e melhorar a qualidade de vida das pessoas com a síndrome”, explica Verônica Stasiak Bednarczuk, Diretora Geral e Fundadora do Instituto Unidos pela Vida. Setembro Roxo O Setembro Roxo, mês nacional de conscientização da fibrose cística é promovido anualmente pela instituição com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce. “Durante todo o mês, nossas peças e vídeos estarão em outdoors, sites, revistas e jornais. É uma grande mobilização para aumentar o alcance da instituição e conscientizar as pessoas”, explica Verônica. Mais de 35 cidades, em todo o Brasil, estarão unidas para organizar eventos e ações para falar sobre a doença, que ainda é desconhecida por grande parte da população. Neste ano, a temática da campanha do Setembro Roxo apresenta a relação entre os principais sintomas da doença e as peças de um quebra-cabeça, que sozinhas não representam muita coisa, mas juntas podem significar algo maior, como a fibrose cística. Essa patologia atinge cerca de 70 mil pessoas no mundo inteiro. No Brasil, estima-se que a incidência seja de 1 caso a cada 7.576 nascidos vivos, porém, há algumas diferenças regionais, com valores mais elevados nos estados da região Sul. "Se a doença for diagnosticada cedo e com o tratamento correto, a pessoa consegue ter uma vida normal, trabalhar, casar, construir uma família e viver da melhor maneira possível’’, completa Verônica. É possível identificá-la pelo teste do pezinho e a sua confirmação se dá por meio do diagnóstico do teste do suor. Instituto Unidos pela Vida O Instituto Unidos pela Vida foi fundado quando a psicóloga Verônica Stasiak Bednarczuk, 29 anos, recebeu o diagnóstico para fibrose cística.  As atividades foram iniciadas, ainda informalmente, em outubro de 2009. Dois anos depois, o instituto foi fundado como uma associação civil sem fins lucrativos e em dezembro de 2017 completará seis anos. O objetivo do Instituto é promover ações de apoio e conscientização sobre a fibrose cística. Atualmente, a organização desenvolve e promove projetos através de programas nas áreas de educação, incentivo à atividade física, comunicação e suporte. A programação de atividades pode ser acompanhada pelo site www.unidospelavida.org.br ou pelo perfil facebook.com/unidospelavida.

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Mês da conscientização do câncer cerebral faz um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce

O câncer cerebral é caracterizado pelo crescimento desordenado das células normais do cérebro. Este câncer pode se originar a partir de células do sistema nervoso central (SNC), classificado como primário, ou pode ter origem em tumores localizados em outros órgãos e as células doentes irem parar no cérebro, classificado como secundário. No Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), 4% das mortes por câncer estão associadas ao câncer cerebral. E em jovens com idade inferior a 15 anos, os tumores do cérebro são a segunda principal causa de câncer. Embora o percentual de prevalência não seja tão grande – incapacidade e índice de mortalidade – são importantes os alertas à população para a necessidade de um diagnóstico precoce, principalmente porque seus sintomas, em sua maioria, se confundem com os de outras doenças. O oncologista Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, recomenda que ao sentir sintomas recorrentes, o paciente deve procurar um clínico geral ou neurologista. A automedicação, além de mascarar e dificultar o diagnóstico do tumor cerebral, pode comprometer o prognóstico. “ O diagnóstico da doença em estágio inicial facilita o tratamento e aumenta a sobrevida”, alerta. O Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia é o maior serviço ambulatorial privado no país com 10 mil atendimentos por mês em todas as subespecialidades oncológicas. Tumor primário ou secundário Os tumores cerebrais são em sua maioria secundários, ou seja, provém de metástases provenientes de outras partes do corpo, sendo que se origina, em metade dos casos, de um câncer de pulmão ou de mama. O tumor cerebral, por si só, já é uma doença invasiva e ocasiona mudanças físicas, sociais e psicológicas na vida do portador. Em muitos casos, o tratamento deixa o paciente debilitado, impossibilitado ou limitado para realizar atividades até então consideradas normais em seu cotidiano. Existem vários tipos de tumores cerebrais. O importante é o diagnóstico preciso para identificar quando é benigno ou maligno. Segundo o médico oncologista Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, todos os tipos de tumores cerebrais manifestam sintomas que variam conforme a parte do cérebro afetada, mas, basicamente, incluem dor de cabeça, tonturas, vômitos, alterações de equilíbrio, problemas de visão, convulsões, déficit neurológico progressivo e confusão mental. “A dor de cabeça é geralmente mais intensa durante a manhã e desaparece após os vômitos. Alguns tipos de tumores podem provocar dificuldade em caminhar, falar ou a nível de sensibilidade”, explica o oncologista.

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Entenda o que é o ceratocone

Visão borrada, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. Esses são alguns dos sintomas do ceratocone, patologia corneana que tem como característica o afinamento na estrutura da córnea e um aumento na sua curvatura. Essas alterações podem ocasionar o surgimento da miopia, elevação do grau de astigmatismo e piora da acuidade visual. “Muitos pacientes não sabem que têm ceratocone, uma vez que seus sintomas podem ser confundidos com os de um distúrbio refracional, como por exemplo a miopia”, relata a oftalmologista Jeanine Dantas, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE). O desafio é o diagnóstico precoce da patologia, principalmente naqueles pacientes que apresentam progressão da miopia e astigmatismo, mas permanecem com uma acuidade visual normal e sem sinais clínicos típicos. “Por isso a importância da consulta periódica com o oftalmologista”, orienta a médica, que é especialista em córnea, doenças externas e lente de contato. Além de avaliar o histórico familiar, pois a grande maioria dos casos tem relação com a hereditariedade, é necessário incluir alguns exames complementares. A topografia corneana possibilita a avaliação da superfície e curvatura da córnea e é considerado o principal exame para o diagnóstico. O ceratocone, geralmente, se manifesta na adolescência e é bilateral. Pode estar associado a outras alterações oculares, especialmente àquelas relacionadas ao hábito de coçar os olhos. Apesar da piora progressiva da visão, o ceratocone não causa cegueira, mas precisa ser tratado. O tratamento depende do estágio da doença. “As lentes rígidas são as que proporcionam uma melhora da qualidade e quantidade da visão. Essas lentes evoluíram muito nos últimos trinta anos e, hoje, possuem vários tipos e curvaturas. Mesmo em casos avançados, podemos adaptar as lentes esclerais e obter uma resposta satisfatória”, explica. O tratamento cirúrgico consiste no Crosslink, anel intraestromal e transplantes de córnea, esse último realizado naqueles casos avançados em que as lentes rígidas e o anel intraestromal já não são mais indicados. A evolução do ceratocone pode ser rápida ou levar anos. “O ideal é que todos os pacientes diagnosticados com ceratocone sejam acompanhados semestralmente em um centro de referência que disponha de todos os recursos para seu diagnóstico e tratamento”, orienta a oftalmologista.

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Dia Mundial da DPOC é celebrado em 15 de novembro

Data de conscientização sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) mobiliza profissionais da saúde, organizações, agências governamentais e pacientes de todo o mundo para divulgar medidas preventivas contra a doença, uma das principais causas de morte em todo o mundo. O tema do Dia Mundial da DPOC deste ano, "Respirar Conhecimento", estimula a divulgação de ações efetivas para melhorar a saúde respiratória, antes ou depois do diagnóstico da DPOC. O evento deste ano coincide com o lançamento da Estratégia Global 2017 para o Diagnóstico, Gestão e Prevenção da DPOC, relatório que auxilia os profissionais de todo o mundo na luta contra a doença. DPOC é uma condição pulmonar que compreende a bronquite crônica e o enfisema. Na maioria das vezes, é conseqüência de anos de uso do cigarro, mas outras exposições como forno a lenha ou gases tóxicos no ambiente do trabalho também podem causar essa morbidade. Como a lesão pulmonar causada pelo cigarro acontece lentamente, a DPOC costuma afligir pessoas idosas. O principal sintoma é a dispneia, falta de ar, que aparece ao realizar atividades físicas. No início apenas grandes esforços como subir escadas, ladeiras ou carregar peso desencadeiam o sintoma, mas conforme a doença progride, o desconforto pode aparecer mesmo nas tarefas básicas do dia a dia. Diagnóstico e Conscientização A DPOC é diagnosticada por meio do teste de espirometria, que deve ser realizado em todos os que apresentam sintomas como falta de ar, cansaço ao realizar esforços ou atividades cotidianas e tosse por mais de 8 semanas, com ou sem secreção. O exame mede a função do pulmão em relação às pessoas da mesma idade, sexo e altura. “Os sintomas da DPOC aparecem em pessoas com mais de 40 anos de idade com histórico de exposição a fatores de risco, sendo o tabagismo o mais comum deles. No entanto o dano que leva à doença pode começar na vida intrauterina. Prematuridade e baixo peso ao nascer são fatores de risco para desenvolver a DPOC. Assim como infecções respiratórias na infância e conviver com fumantes em casa na infância e adolescência”, explica o pneumologista Dr. Frederico Leon Arrabal Fernandes, Coordenador da Comissão Científica de DPOC da SBPT. Cuidar da DPOC é importante porque, à medida em que ela piora, o paciente fica cada vez mais ofegante e sem fôlego para realizar atividades cotidianas. O tratamento é mais efetivo quando iniciado cedo, no entanto, há possibilidade de melhorar os sintomas e obter a qualidade de vida em todas as fases da doença. Para retardar ou impedir o progresso da doença, é fundamental reduzir a exposição a fatores de risco e parar de fumar. É importante enfatizar que quem fuma cigarro eletrônico ou narguilé também está exposto às doenças pulmonares.

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Mitos e verdades sobre mamografia

Que a mamografia é fundamental para o diagnóstico do câncer de mama, todo mundo sabe. No entanto, algumas dúvidas ainda pairam sobre esse tipo de exame. Pensando em desmistificar a ultrassonografia é que as médicas radiologistas Dra Norma Maranhão e Dra Beatriz Maranhão, do Lucilo Maranhão Diagnósticos, elencaram as principais dúvidas acerca da avaliação por imagem. O autoexame dispensa a mamografia? Não dispensa. O autoexame funciona apenas para guiar alguma duvida diagnóstica, alteração palpável, achado novo. O procedimento não é seguro para dizer que não existe alteração maligna. Desta forma, a mamografia deve ser utilizada para encontrar achados assintomáticos. A mamografia é o principal exame para detecção do câncer de mama? É um dos principais exames, já que é feito para rastrear. A mamografia foi o único exame que mostrou redução de mortalidade do câncer de mama. A mamografia dói? Geralmente não causa dor, mas algumas pacientes apresentam uma sensibilidade natural, chamado de mastalgia (dores nas mamas). Para elas, a compressão da mamografia termina sendo sentida, causando relatos de dor durante a realização do exame. A mamografia funciona apenas para identificar o câncer de mama? O exame detecta câncer e alterações benignas, tais como alterações pós cirúrgicas e avalia implantes mamários. A mamografia digital é melhor do que a convencional? A mamografia digital é muito superior a convencional. Ela além de emitir menor radiação, ainda apresenta melhor qualidade de imagem. A mamografia é cara? Relativamente não é um exame caro. Além de ser bastante disponível pelo SUS Próteses de silicone atrapalham a mamografia? Para quem tem silicone, o exame é feito de maneira diferente. Nesses casos, a mamografia precisa de um pouco mais de imagens. Por isso são oito radiografias, quatro de cada mama. Sendo quatro com a prótese e quatro com uma manobra com a técnica que afasta a prótese para cima e para trás, sendo possível radiografar apenas o tecido mamário. Todas as mulheres devem realizar a mamografia a partir da mesma idade? A recomendação atual é de que deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos para pacientes que não apresentam fatores de risco e a partir dos 35 anos para pacientes do grupo de risco. A mamografia pode ser substituída por ressonância magnética ou ultrassonografia? A mamografia não pode ser substituída por ultrassom e ressonância, eles são exames complementares. Mamografia - é indicada como rastreio para paciente assintomático acima dos 40 anos. É fundamental para avaliação de alterações e calcificações suspeitas, sendo o único método que rastreia tais calcificações. Ultrassonografia – é método complementar para avaliação da mamografia, avaliação de nódulos, implantes e alterações palpáveis em mamas jovens. Ressonância – é indicada para pacientes de alto risco, em estadiamento pré operatório e com avaliação para quimioterapia neoadjuvante. Estou grávida, posso fazer mamografia? Paciente gravida não deve fazer mamografia, no entanto, se ao fizer o exame, não souber da gravidez, por ela estar ainda em estágio inicial, não há risco de teratogenicidade para o feto, pois a radiação é mínima.

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Como saber se é psoríase ou dermatite?

Vermelhidão, coceira, descamação de pele. Essas são características comuns de doenças de peles que afetam muitos brasileiros: dermatite e psoríase. Apesar de algumas semelhanças nos sintomas, as condições têm suas particularidades e tratamentos. E como saber se é uma ou outra? "O diagnóstico somente um médico será capaz de dar. Por isso, a recomendação é procurar um dermatologista caso note manchas avermelhadas, enrijecimento da pele em algum local e descamação", afirma a consultora científica da Biobalance, Dra. Maria Inês Harris. A especialista comenta alguns detalhes que diferenciam a psoríase da dermatite: Quando começa? "Aproximadamente 3% da população mundial é afetada pela psoríase. Em cerca de 22% a 33% dos casos, a psoríase começa na infância, muitas vezes durante a adolescência. A prevalência de psoríase entre crianças e adolescentes está aumentando em geral, despertando a consciência para a necessidade de cuidados especiais com os pacientes infantis principalmente devido às comorbidades frequentemente associadas, como a diabetes, hipertensão e esteatose. Estudos recentes mostram ainda que situações de intenso estresse pré-natal aumentam significativamente o risco de a prole desenvolver psoríase, seja na infância, na adolescência ou na vida adulta", afirma a Dra. Harris. Sintomas A dermatite coça muito e faz a pele ficar vermelha e irritada, por vezes desenvolvendo-se também placas características. A psoríase tem sintomas muito semelhantes, porém, quando é psoríase, a pele, além de coçar, também fica com uma sensação de que "está queimando". As manchas avermelhadas na psoríase têm uma delimitação mais nítida que as manchas de dermatite. É como se você pudesse passar uma caneta em volta delas e formar alguns desenhos. "São lesões bem delimitadas e normalmente em placas", explica Harris. Auxílio eficaz sem corticoides Um fator que é importante para ambas as enfermidades é a hidratação da pele. Já estão nas farmácias de manipulação do Brasil os cremes calmantes tópicos EctoPURE, da Biobalance, que não contém corticoides e que tratam, em diferentes formulações, a dermatite e a psoríase. O EctoPURE® (Ectoin creme 3,5%), na versão creme suave, tem ação calmante e preventiva e pode ser usado por longos períodos, sendo indicado para as dermatites. Já EctoPURE® (Ectoin creme 7%), versão creme intensivo, tem ação calmante e regenerativa e seu uso é indicado nas fases agudas da psoríase. Vale lembrar que psoríase e dermatite não são doenças contagiosas e que o estresse, principalmente no caso de psoríase, pode ajudar a agravar as lesões. "Felizmente, são doenças tratáveis e que podem ser controladas", conclui a Dra. Harris.

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Diagnóstico precoce de linfoma de Hodgkin pode salvar vidas

O diagnóstico de um tipo raro de câncer, como o linfoma de Hodgkin, é sempre um assunto delicado e uma notícia que o paciente e os familiares, normalmente, não estão preparados para receber. De toda forma, é preciso estar atento aos sinais, pois, dependendo da situação, a doença quando descoberta no início tem grandes chances de cura. No caso do Hodgkin, 90%. Em 2016, o linfoma de Hodgkin teve uma estimativa de 2.470 novos casos pelo INCA1. Os mais afetados pela doença são homens entre 15 e 35 anos e não há uma causa específica identificada3. Como todo tipo de linfoma, acomete inicialmente os linfonodos, pequenos órgãos do sistema linfático que produzem e transportam as células responsáveis pela imunidade por todo o corpo4. “Um dos principais sintomas é o aparecimento de gânglios aumentados de tamanho, conhecidas popularmente como ínguas. Estes podem aparecer em pescoços, axilas, virilhas ou em outras cadeias ganglionares”, comenta a Dra. Tânia Barreto, Gerente médica da área de oncologia da Takeda Brasil. Geralmente, em processos infecciosos, estes também podem estar aumentados, mas regridem de tamanho entre duas semanas e um mês. Caso não desapareçam, pode haver a suspeita de um caso mais grave, como o linfoma de Hodgkin. Cerca de 30% dos pacientes podem apresentar febre, suor intenso durante a noite, perda de peso e coceiras. Às vezes, o linfoma é diagnosticado ao acaso, quando é solicitado algum exame ao paciente por outros motivos, como um raio-X ou tomografia de tórax. Uma vez que se levante uma hipótese de linfoma de Hodgkin, é mandatório que se faça uma biópsia para retirar todo ou parte do linfoma. É recomendável que o exame seja feito sempre em local apropriado para se ter um resultado mais apurado. Após o diagnóstico, é necessário o acompanhamento do médico especialista. O tratamento A quimioterapia e a radioterapia são os caminhos terapêuticos iniciais para a doença. Caso não haja resultados, o tratamento pode ser feito com transplante de células tronco. Se ainda assim o paciente apresentar progressão na doença, é proposto o tratamento por meio de terapia-alvo, em que o diferencial é o direcionamento realizado apenas para as células cancerígenas do linfoma de Hodgkin. “No caso da terapia-alvo, o medicamento tem uma distinção importante em sua seletividade no mecanismo de ação e ataca somente células doentes”, explica Dra. Tânia. No Brasil, há apenas uma opção de terapia-alvo aprovada para este tipo de câncer, o brentuximabe vedotina. Como crianças e adolescentes podem ser acometidas pela doença, é aconselhado ainda o tratamento paralelo com profissionais de suporte, como psicólogos e assistentes sociais. “Buscar manter uma boa alimentação e horas adequadas de sono e descanso também podem auxiliar no tratamento. O linfoma de Hodgkin é um câncer com uma alta taxa de cura. Por isso, manter a confiança e o pensamento positivo são fundamentais para enfrentar a doença e ser bem-sucedido, além de seguir o tratamento definido pelo médico”, complementa Dra. Tânia.

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Dente do siso: Vilão ou Mocinho?

Por muitos anos o terceiro molar, mais conhecido como “dente do siso” ou “dente do juizo”, era extraído sem motivo aparente. Porém, o que nem todo mundo sabe é que a extração deve ser feita apenas após a avaliação e recomendação de um profissional. “Por ser o último dente a nascer, em pessoas nas faixa dos 16 e 20 anos, normalmente não há espaçamento suficiente na boca para acomodá-lo”, comenta a dentista e consultora de higiene bucal da Condor, Érika Vassolér. A falta de espaço é considerada um dos principais motivos para a remoção, uma vez que os dentes ficam presos embaixo do tecido gengival, de outros dentes ou até mesmo junto ao osso, ocasionando inchaço e dor. A demora na retirada do dente do siso pode provocar ainda uma inflamação moderada nos tecidos moles circundantes, chamada infecção pericoronária. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alerta: fortes dores na face próximo a mandíbula, inflamação ou inchaço na gengiva, dor de dente aguda, mau-hálito (halitose) e limitação ao abrir a boca. “Nestes casos, é fundamental procurar um profissional qualificado para diagnosticar o problema e o tratamento a ser feito”, fala Vassolér. Apesar de ser um problema simples, a condução incorreta do procedimento ou a demora em realizar a retirada pode levar a morte. Em casos extremos, o dente do siso pode ocasionar uma infecção grave, alojando bactérias na boca e atingindo outras regiões do corpo. O diagnóstico é feito por meio de um raio X panorâmico da boca. A pequena cirurgia é realizada no consultório do dentista e dura entre uma e três horas, dependendo da gravidade. Em situações mais complexas, como dente mal posicionado, por exemplo, é preciso realizar o procedimento em hospitais com anestesia geral, já que existe uma proximidade com nervos da boca ou àreas de risco. **Dicas da especialista*** - Em caso de dores e inchaços, procure um profissional qualificado para diagnosticar o problema; - Dê preferência aos alimentos gelados ou mornos como sopas ou sorvetes, por exemplo; - Após o procedimento, mantenha uma dieta leve durante os primeiros sete dias. - Evite mastigar alimentos duros, principalmente no local operado; - Evite o consumo de bebidas alcóolicas; - Evite o uso do tabaco; - Coloque uma bolsa de gelo na região da extração três vezes ao dia para diminuir o inchaço e as dores; - Utilize os medicamentos recomendados pelo profissional ; - Em casos de febre, inchaço, sangramentos e dores além do normal, recomenda-se retornar ao dentista rapidamente para iniciar o tratamento adequado.

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