Arquivos Educação - Página 17 De 17 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Revisão da meta fiscal garante Pronatec, ProUni e Fies

A aprovação pelo Congresso Nacional do projeto que revisa a meta fiscal para 2016, autorizando o governo federal a fechar o ano com um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões nas contas públicas este ano, possibilitou uma redução no contingenciamento da Educação, segundo o ministro Mendonça Filho, de R$ 6 bilhões para R$ 2 bilhões e vai permitir a continuidade dos programas da pasta. "Havia a decisão já tomada pelo governo anterior de redução da disponibilidade orçamentária para o exercício de 2016 na ordem de R$ 6 bilhões. Agora, essa limitação foi reduzida para R$ 2 bilhões, já que incorporamos uma autorização orçamentária a mais de R$ 4 bilhões", disse o ministro em entrevista coletiva. Mendonça Filho não detalhou em que áreas será feito o corte, mas disse que a medida "facilitará a garantia da execução de programas estratégicos" e citou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O ministro já havia anunciado a ampliação desses programas, mas, segundo Mendonça Filho, não havia garantia orçamentária. Desvinculações Sobre a possibilidade de desvinculação das receitas da União, estados e municípios para a educação, o ministro disse que a decisão caberá ao parlamento, mas, até o momento, a área da educação não consta nas propostas em tramitação. A Constituição Federal estabelece que a União destine pelo menos 18% do que arrecada a educação e os estados e municípios, pelo menos 25%. "Há a discussão sobre a possibilidade de avançarmos em relação a DRE [Desvinculação das Receitas de Estados] e DRM [Desvinculação das Receitas dos Municípios], mas isso está no campo da especulação. Acho difícil aplicar, em um país como o nosso, patamares inferiores ao que se aplica hoje na área da educação", diz o ministro da Educação. Reações Diante das medidas econômicas anunciadas pelo presidente interino Michel Temer, entidades ligadas à educação se posicionaram contrárias aos cortes no setor. Segundo o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, tanto os cortes quanto a desvinculação de receitas inviabilizarão o Plano Nacional de Educação (PNE), lei que estipula metas e estratégias desde a educação infantil à pós-graduação, incluindo a valorização de professores e o investimento de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, até 2024. Ele diz que "O PNE é um projeto expansionista, tem necessidade de expansão e de qualidade das matrículas” e acabar com as vinculações é "inviabilizar o pagamento do piso dos professores e a qualificação da carreira docente, além de inviabilizar a melhoria nas estruturas das escolas". O movimento Todos pela Educação divulgou artigo, no qual ressalta que o Brasil ainda tem o desafio de incluir 2,8 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos, idade em que, por lei, a educação deveria ser universalizada: "Se o ajuste fiscal é imperativo, é preciso que ele aconteça de forma estratégica, não apenas pensando nas correções de curto prazo, mas no Brasil que queremos construir”. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou nota na qual diz que o governo interino de Temer opta por retirar direitos e por promover arrocho sobre a classe trabalhadora", ao invés de investir na arrecadação de novos tributos para honrar os compromissos sociais, taxando, sobretudo, as classes abastadas. (Da Agência Brasil)

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UFPE discute Educação na cidade

Com o tema “A Educação na Cidade: princípios, políticas e chão de atuação”, o VI Seminário Paulo Freire será aberto amanhã (4), às 9h, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), contando com a presença do reitor Anísio Brasileiro. No evento, que se estenderá até a quinta-feira (5), haverá palestras, meses de diálogo e lançamentos de livros. De acordo com os organizadores do seminário, “A Educação na Cidade” é título de uma publicação de Paulo Freire (1991), mas ultrapassa essa condição para se constituir no desenho de uma política de educação. É, ao mesmo tempo, configuração e registro de uma experiência política, pedagógica e administrativa que teve a frente o professor Paulo Freire como secretário de Educação da maior capital do país. Em “A Educação na Cidade”, a instituição escolar ganha relevo na formulação da política, enquanto o corpo da escola e a comunidade em que se insere assumem o protagonismo na leitura da realidade e na proposição de práticas educativas, em articulação com a universidade e os movimentos sociais. Daí a noção de escola pública popular inscreve-se na base das discussões como fios condutores das deliberações e formulações. Mudar a cara da escola constituiu o mote onde inscreveram-se as avaliações institucional e de ensino, e as prioridades e as metas para a educação na cidade. Dessa experiência, destacaram-se princípios e práticas de política educacional: autonomia das escolas, reorientação curricular, programa de formação de professores e intercâmbio com as universidades. O livro é uma síntese do pensamento de Paulo Freire em movimento e como movimento institucional que reúne princípios, finalidades e objetivos que dão origem e sustentação às políticas de educação e práticas pedagógicas. É a partir dessa compreensão de “A Educação na Cidade” como livro e como política que a Cátedra Paulo Freire da UFPE formulou sua temática de atuação para o ano de 2016 e para o VI Seminário Paulo Freire. (Ascom da UFPE)

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Valorizar o professor é essencial

Professor. Uma peça-chave para o funcionamento de qualquer escola que está cada vez mais escassa no Brasil. O assunto foi abordado no evento Pernambuco Desafiado - Educação promovido pela Algomais e pela TGI. Estudos mostram que já faltam no mercado docentes de disciplinas, como física e química. Para agravar esse cenário, poucos jovens sonham com a profissão. Apenas 2% dos candidatos à universidade consideram seguir o ofício do magistério, de acordo com estudo realizado pela Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com a Fundação Carlos Chagas (FCC). Na avaliação dos especialistas, uma realidade a ser combatida para salvar o futuro da educação brasileira. As razões que afastam os jovens do magistério são várias. Em seu recém-lançado livro Educação brasileira: uma agenda inadiável, o professor Mozart Sales, diretor do Instituto Ayrton Senna, aponta algumas: baixos salários, baixa prioridade dos cursos de licenciatura nas universidades e condições de trabalho difíceis nas escolas. Mas, ele destaca um problema como mais grave: ausência de planos de carreira nas redes de ensino. “No Brasil os professores recebem em média 43% a menos que outros profissionais com a mesma titulação. No início da carreira essa diferença não é muito grande, apenas 11%. O que fica constatado que com o passar do tempo esse profissional fica para trás. Mais urgente que discutir remuneração é repensar um plano de carreira”, defende. O resultado dessa falta de perspectivas profissionais é que o País acumulou um déficit de 250 mil professores nos últimos 20 anos, principalmente em disciplinas como matemática, física e química, segundo dados do Inep. Sem essa mão de obra, o jeitinho brasileiro improvisa professores de uma matéria para cobrir outras nas quais não têm formação. Seis a cada 10 aulas de física das escolas brasileiras são ministradas por docentes que não são formados na disciplina, nem de áreas correlatas. Um dos aspectos da valorização desses profissional está na formação. João Batista Oliveira, doutor em pesquisa em educação e palestrante convidado no evento Pernambuco Desafiado, aponta duas características do docente que interferem no aprendizado. “O professor eficaz domina bem o conteúdo que ensina e também metodologias e técnicas mais efetivas para ensinar. Nos países com melhor desempenho no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) a profissão é prestigiada e os professores normalmente são recrutados entre os jovens mais talentosos”. Em seu livro, Repensando a educação brasileira, ele defende estabelecer padrões elevados para atrair os jovens talentosos. Além de também discutir a questão de rever os planos de carreira, o especialista discorre sobre a urgência de criar políticas adequadas de formação. Para Neves "oxigenar os cursos de licenciatura" - que são na maioria das universidades "o patinho feio" - seria uma forma de qualificar a formação. Aproximar a academia dos docentes que estão nas redes de ensino – que trariam “cheiro de escola” - e a maior presença de professores visitantes nesses cursos poderiam dinamizar o ambiente universitário. Ele defende ainda uma reformulação dos currículos das licenciaturas e uma valorização do futuro aluno desses cursos já no ensino médio, onde poderia ser acompanhado e começar a desenvolver trabalhos de pesquisa e de iniciação à docência. Ao lado da estruturação do plano de carreira e da formação acadêmica, uma unanimidade entre os especialistas é sobre a revisão do status profissional. Enquanto a imagem do professor não for reconstruída, o desinteresse dos jovens pela docência tende a continuar. (Por Rafael Dantas)

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