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Crítica| Rocketman

A excentricidade sempre foi uma das marcas registradas do cantor britânico Elton John, tanto na maneira de se vestir, quanto na performance nos palcos. Inspirada nessa característica marcante, chega hoje aos cinemas, Rocketman, a psicodélica e multicolorida cinebiografia do astro do pop. Rocketman é dirigido pelo inglês Dexter Fletcher, conhecido por assumir a cadeira de diretor em Bohemian Rhapsody após a saída conturbada de Bryan Singer. Histórias com pegadas parecidas, protagonizadas por astros da música internacional encarando seus demônios: chance de ouro para Fletcher mostrar talento em terreno já conhecido. Diferente de Bohemian Rhapsody, Rocketman não floreia questões polêmicas da vida do protagonista, até porque toda a história tem a benção do próprio Elton John. O longa trata dos desafios enfrentados por ele ao assumir sua homossexualidade e sua difícil e fria relação com os pais. Mostra também, sem censura, seus problemas com o alcoolismo e as drogas.     Coube ao astro da franquia Kingsman e de Robin Hood - A Origem, Taron Egerton, a responsabilidade de encarnar Elton John. O ator galês dá conta do recado e mostra ter talento também como cantor. Recentemente, cantou em Cannes, ao lado de Elton John, a canção que dá nome ao filme. Ainda sobre o elenco, Bryce Dallas Howard (Jurassic World, Black Mirror) está muito bem no papel de Sheila Eileen, mãe de Elton. O ator inglês, Steven Mackintosh, mantém o bom nível de atuação ao interpretar Stanley, pai do cantor. Para curtir melhor a história, o espectador terá de abraçar a proposta carregada de metáforas do filme. A narrativa costura diferentes fases da vida do cantor com situações que beiram a psicodelia, como na cena em que protagonista e plateia literalmente flutuam em meio a uma apresentação.     O roteiro acerta na narrativa, mas peca nos diálogos. Algumas falas soam forçadas, sem naturalidade, beirando a pieguice, com cara de discurso de autoajuda. Rocketman segue fielmente a cartilha dos grandes musicais. Números grandiosos, bem coreografados, embalados aqui, claro, por sucessos de Elton John. Deve agradar não apenas aos fãs do cavaleiro da rainha, mas também ao público que curte o gênero.  

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Jeorge Pereira, diretor de "Organismo", fala sobre o filme, que estreou esta semana

Estreou na última quinta (25), nos cinemas São Luiz e da Fundação/ Derby, o filme pernambucano, Organismo, que narra a história de um jovem que fica tetraplégico após sofrer um grave acidente. O diretor Jeorge Pereira, cadeirante desde a infância por conta de uma poliomielite, fala sobre seu primeiro longa-metragem e revela como surgiu a inspiração para essa história comovente.   Como surgiu a ideia e o que te inspirou a escrever e, consequentemente, dirigir “Organismo”? De uma experiência trabalhando alguns anos em uma ONG de um amigo, o Michel Peneveyre, onde eu atendia pessoas com lesão medular, que tinham passado por qualquer tipo de incidente e que tinham ficado paraplégicas, às vezes tetraplégicas. Eu entregava essas cadeiras e acompanhava essas pessoas. Fui conhecendo caso a caso e formando uma ideia sobre o que era aquele universo, que era diferente do meu. Como vivo em uma cadeira por conta da pólio, era outro mundo pra mim. Certo dia, Michel me contou uma história que foi, pra mim, o ponto de partida para escrever o curta “Organismo” (primeiro seria um curta). Ele contou que estava morando sozinho (ele é tetraplégico, mas tem uma certa autonomia, tinha uma diarista que ia em sua casa fazer limpeza duas vezes na semana) e, uma vez ela foi, ele estava dormindo e ao limpar o quarto, tirou a cadeira de perto da cama e esqueceu de pôr de volta. Quando Michel acordou, não tinha como sair da cama, nem para onde ir. Não tinha telefone celular nessa época e acabou por passar um dia inteiro preso à cama por conta disso. Ele conta sempre com muito bom humor esse fato, que foi o gatilho para a história de “Organismo”.   Qual o maior desafio enfrentado na produção do longa? Maior desafio foi o processo de capitação. Foram dois momentos distintos com um intervalo de um ano entre a primeira e a segunda etapa. A espera foi um dos grandes desafios. Um filme que ao todo, desde o primeiro momento do roteiro até o corte, me levou quase cinco anos da minha vida. Mas foi um exercício de grande aprendizado, de grandes realizações e que mudou completamente a minha concepção sobre o próprio cinema.   “Se você me perguntar o que sou hoje, é isso: um contador de histórias.” Jeorge Pereira     A princípio, você enveredou pela literatura, com a publicação do livro “Letagonia”, em 2002. Quando e como surgiu o interesse pelo cinema? O interesse pelo cinema cresceu junto com o próprio interesse, lá no início, antes mesmo da literatura, que foi a dramaturgia. Foi no teatro que aprendi adaptação de esquetes e descobri que curtia muito mais trabalhar a narrativa e construir esses universos. Foi a partir dessas experiências que fui entrando no mundo da literatura. Nesse universo literário tive a imensa sorte conhecer, ser amigo e aluno por mais de cinco anos do professor Raimundo Carrero. Ele foi a primeira pessoa que disse: “Olha, você escreve muito visualmente.” Também na época da faculdade, na AESO, fui da primeira turma do curso de cinema de animação, onde criei todo um círculo de amigos, de relações que perduram até hoje, uma delas, por exemplo, que guardo com muito carinho é do cineasta Pedro Severien. Figuras como Marcelo Lordello, Fernando Veler, Maurício Nunes, grandes amigos e grandes parceiros que tenho até hoje. A narrativa foi apenas uma mudança de modalidade, na verdade, continua tudo dentro da contação de histórias. Se você me perguntar o que sou hoje, é isso: um contador de histórias.     Quais os próximos projetos? Mais um longa pode vir em breve? Tenho vários projetos. Procuro ser um autor inquieto, e, atualmente, participo de um grupo de outros inquietos, que são roteiristas, diretores e produtores, entre eles, Henrique Spencer, André Pinto e outras figuras muito massa. Nos juntamos e temos hoje um trabalho muito consistente em desenvolvimento de roteiros. De lá estamos saindo com narrativas que irão surpreender, daquilo que se chama “cinema de gênero”. De cunho particular, tenho um projeto que estou fomentando com as meninas da Inquieta já há alguns anos. Estamos em busca de recursos para ele. É um longa que mistura um pouco de fantasia e drama histórico, passado na década de 60, para ser preciso no ano do golpe militar. É a história de um garoto cego que pretendo levar um dia às telas e outro projeto que ainda está em fase de desenvolvimento, também um filme de época.   Com as novas mudanças anunciadas para a ANCINE, o que esperar do cinema brasileiro nos próximos anos? Estamos vivendo um cenário de muita incerteza, com esta questão da Ancine, e o mercado inteiro está num momento bem complicado, mas estamos esperançosos de que toda essa situação possa se resolver. É um momento crítico, não me lembro de ter presenciado um momento assim antes no Brasil. Preocupa, porque se não há um ataque direcionado à cultura, pelo menos parece muito isso. O modo como se tem visto cultura no Brasil nos três últimos anos é algo que me inquieta muito, a forma até marginal como se tem colocado o artista brasileiro. Porém acredito muito na força da união do setor cultural, e na força que a própria cultura tem historicamente de ser resiliente, e de se reconstruir nos momentos mais críticos. Nós, aqui no Brasil, estamos passando por isso agora, mas em diversos momentos da história isso aconteceu tanto com cientistas, quanto com artistas, pessoas que, de certa forma, ameaçam o status quo de um modelo social que muitas vezes está falido, mas não abre mão daquilo que o levou a ser o que é. Mas é isso, é lutar e resistir sempre.     Organismo O filme acompanha Diego (Rômulo Braga), um jovem arquiteto que, após um grave acidente, fica tetraplégico.  A nova condição mergulha o protagonista numa profunda crise existencial, abalando sua relação com Helena (Bianca Joy Porte). A trama é costurada alternando flashes do passado com cenas do presente. A infância de Diego,

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Crítica| Shazam!

Parece que, definitivamente, a DC acertou a mão em seus filmes de super-heróis. Após errar feio em suas últimas investidas no segmento com os caros e ao mesmo tempo medianos Batman vs Superman: A Origem da Justiça e Liga da Justiça, conseguiu lotar as salas e arrancar elogios da crítica com o excelente Mulher-Maravilha e o mais recente Aquaman, que trouxe para as primeiras fileiras um personagem, até então, considerado coadjuvante no catálogo do estúdio. Dando continuidade à boa fase da DC, chega aos cinemas sua nova aposta: Shazam!, filme de pegada mais bem-humorada, proposta explorada já há muito tempo pela concorrente Marvel. A história acompanha o órfão Billy Batson (Asher Angel) em sua jornada como super-herói após ter recebido superpoderes do mago Shazam (Djimon Hounsou). Parte da trama dá destaque à origem do vilão Dr. Silvana (Mark Strong) em uma das mais tensas sequências, logo no início. O clima sombrio de outras produções da DC, tal como a trilogia Batman ou O Homem de Aço, dá lugar à leveza e bom humor como na cena em que Shazam simula soltar raios laser pelos olhos, semelhante a um conhecido herói azulão de capa vermelha do estúdio. Em outra cena, Shazan! homenageia um clássico do melhor estilo “Sessão da Tarde” no qual o filme é inspirado: Quero ser Grande.     Zachary Levi, famoso por protagonizar a série Chuck, consegue transmitir a força e comicidade necessários ao Shazam proposto para a história, um herói corpulento com mente de adolescente e, por vezes, atrapalhado. O ator passou por uma maratona de exercícios durante cinco meses para chegar ao corpo ideal a seu personagem. Ainda assim, toscamente, foram colocados enchimentos em seu uniforme. Outro que se destaca no elenco, em alguns momentos até mais que o próprio protagonista, é Jack Dylan Grazer, conhecido por sua atuação em It: A Coisa. Aqui o ator interpreta o garoto Freedy Freeman, presente nos momentos mais engraçados do longa. Shazan! arrecadou US$ 3,3 milhões em exibições especiais nos EUA no mês de março, mais até que Aquaman em sua pré-estreia, com um total de US$ 2,9 milhões acumulados. Segundo a revista Variety, o filme deverá ser o grande vencedor do fim de semana americano, faturando entre US$ 45 e 50 milhões.    

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Crítica| Creed II

Retomar uma franquia de sucesso é bem arriscado. O estúdio que abraçar tal missão terá a dura tarefa de agradar a fãs exigentes e ao mesmo tempo cair no gosto da crítica especializada. A franquia Rocky é um bom exemplo. Após dezesseis anos de hiato, Stallone encarnou outra vez o famoso lutador Rocky Balboa no filme homônimo, arrancando elogios de fãs e crítica em 2006. E quando muitos pensavam que acabaria por aí, chegou aos cinemas, nove anos depois, o excelente Creed (2015), dando início a uma nova fase para os filmes do garanhão italiano, que rendeu a Stallone uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. A boa resposta nas bilheterias (custou US$ 35 milhões e arrecadou quase US$ 174 milhões) resultaria, inevitavelmente, numa sequência. Creed II estreia nesta quinta (24) promovendo o retorno de um personagem que, de alguma forma, marcou a trajetória de Rocky Balboa nos ringues. Na história, após assumir o posto de novo campeão dos peso-pesados, Adonis Creed (Michael B. Jordan) é desafiado por Viktor Drago (Florian Muteannu), filho de Ivan Drago (aquele mesmo que matou Apollo Creed numa luta de exibição em Rocky IV). Dolph Lundgren retorna ao papel do já aposentado lutador russo. Diferente do primeiro filme, que apresentou uma trama forte e uma subtrama consistente, focada no problema de saúde de Rocky, neste não conseguimos notar qualquer evolução em Adonis, que enfrenta aqui os mesmos conflitos existenciais do longa anterior. A dupla Sylvester Stallone e Cheo Hodari Coker (Luke Cage, NCIS: Los Angeles), responsável pelo roteiro, optou por não se arriscar, entregando uma narrativa conservadora ao extremo e uma história, por vezes, previsível.   Creed II deverá, sim, agradar aos fãs do gênero, ainda que não tenha a mesma pegada e bom nível do seu antecessor. A volta de Ivan Drago despertará, na pior das hipóteses, a curiosidade daqueles que vêm acompanhando a franquia desde o início. A produção de Creed III já recebeu sinal verde e deverá marcar o fim da carreira de Rocky nos cinemas. Em entrevista recente, Michael B. Jordan expressou o desejo de, com seu personagem, enfrentar o filho de Clubber Lang (Mr. T, aquele mesmo de Rock III) em Creed III. Penso que o melhor caminho para a conclusão da trilogia seria justamente o oposto disso. Chegou a hora de Adonis Creed sair da sombra de Rocky e usar as próprias luvas.  

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Crítica| Primeiro Homem

Ele foi aplaudido de pé por mais de três minutos no Festival de Veneza. Entre os presentes, o cineasta Guillermo del Toro e os atores Christoph Waltz e Naomi Watts. É um dos mais cotados para o Oscar de melhor filme no ano que vem. Quer mais? Foi dirigido por um dos grandes cineastas da nova geração, responsável por obras como Whiplash: Em Busca da Perfeição e La La Land: Cantando Estações, Damien Chazelle. Estou falando do longa Primeiro Homem, que chega aos cinemas nesta quinta. Primeiro Homem acompanha a jornada de Neil Armstrong até o histórico momento em que pisa no solo lunar em 1969. Premissa simples, é verdade, mas trabalhada de forma genial por Chazelle, que entrega ao público uma obra ambiciosa. A trama não se prende tão somente à preparação para a missão, explora também os problemas pessoais de Armstrong, como a dor pela morte da filha de apenas dois anos. O filme proporciona ao público uma inesquecível experiência sensorial. Cada detalhe tem sua importância para a narrativa, nada soa gratuito, principalmente o uso do som ou até a ausência dele em alguns momentos. Podemos sentir isso em cenas como a que o protagonista sai da nave após pousar na Lua. Prepare bem os ouvidos.     Destaco também o bom trabalho de fotografia de Linus Sandgren, que já trabalhou com Chazelle em La La Land. Além das belas imagens do espaço, difícil ficar indiferente aos close-ups dentro das aeronaves. O espectador tem a sensação de estar literalmente dentro da missão. Notícia não muito boa para os claustrofóbicos. Ryan Gosling retoma outra vez a parceria com Damien Chazelle, após protagonizar o musical La La Land, que rendeu ao ator a indicação ao Oscar. Interpretação convincente que provavelmente dará ao ator outra indicação ao prêmio. Quem também está muito bem no longa é a atriz britânica Claire Foy, mais conhecida por protagonizar a série da Netflix, The Crown. No longa ela interpreta Janet, esposa de Armstrong. Bilheterias Primeiro Homem agradou a crítica, mas decepcionou na semana de estreia nos EUA. Orçado em US$ 60 milhões, arrecadou apenas US$ 16,5 milhões. Os outros dois filmes de Chazelle também não foram bem nas suas estreias, mas conseguiram considerável recuperação. La La Land estreou com US$ 9.2 milhões e arrecadou US$ 446,1 milhões no total. Já Whiplash atingiu na estreia a pífia marca de US$ 135 mil, alcançando mais adiante o total de US$ 49 milhões em bilheterias.

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Crítica| O Banquete

O Banquete, nova aposta da diretora carioca Daniela Thomas, pode ser considerado, no mínimo, ousado. A começar pelo cenário, na verdade, único de todo o filme: uma sala de jantar. Na primeira cena, uma planta carnívora ataca e devora uma mosca: prenúncio do que iremos presenciar mais adiante. Na história, um grupo de amigos está (teoricamente) reunido para comemorar os dez anos de casamento de Mauro (Rodrigo Bolzan), respeitado editor de jornal, e Bia (Mariana Lima), famosa atriz de teatro. Entretanto, Mauro não tem muito a comemorar: poderá ser preso a qualquer momento por publicar no jornal uma carta aberta contra o presidente da república. Soma-se a isso a presença no jantar de sua amante, a crítica de artes do jornal, Maria, interpretada pela paulistana Fabiana Guglielmetti. Na verdade, o jantar serve apenas de pretexto às reais intenções da anfitriã do encontro, Nora (Drica Moraes). A cada prato ou taça de vinho servidos, um novo segredo é revelado, constrangendo os convidados.     O suspense é reforçado pelo competente trabalho de fotografia do peruano Inti Briones, que também trabalhou com Daniela no longa Vazante. A câmera trêmula e sempre muito próxima aos atores transporta o espectador para dentro da cena, ampliando a experiência de tensão e angústia. Soma-se à fotografia a boa trilha sonora, composta por frases de jazz. A proposta de O Banquete é bem parecida com a do filme espanhol Perfectos Desconocidos, disponível na Netflix. A ideia de utilizar uma sala de jantar como único cenário e de fazer do encontro ocasião para tratar, sem pudor, de temas como sexo e traição torna as duas produções bem parecidas. Além dos atores já citados, completam o elenco: Caco Ciocler, como Plínio, advogado alcoólatra, esposo de Nora, Chay Suede, que interpreta o garçom, Ted, Bruna Linzmeyer, no papel de uma stripper, a Batwoman e, por fim, Gustavo Machado, encarnando o colunista gay, Lucky, personagem que traz alívio cômico à história. Polêmica Em setembro do ano passado, num debate no Festival de Brasília, a diretora carioca Daniela Thomas recebeu diversas críticas por Vazante. Alguns a acusaram de retratar com superficialidade a escravidão e os personagens negros no filme. Mês passado, mais um fato relacionado a festivais, desta vez ao de Gramado. O longa O Banquete foi retirado da disputa pela diretora em função da morte de Otávio Frias Filho, Publisher da Folha de São Paulo. A história é inspirada em alguns acontecimentos verídicos corridos na década de 90, entre eles o da carta aberta publicada por Otávio Frias em abril de 1991 contra o então presidente da república Fernando Collor.

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Crítica| Deus Não Está Morto - Uma Luz na Escuridão

O primeiro semestre de 2018 foi marcante para as produtoras de filmes com temática cristã. Em março, Eu Só Posso Imaginar arrecadou só na semana de estreia nos EUA mais de 17 milhões de dólares, desbancando grandes produções, entre elas, Uma Dobra no Tempo, da Disney. Outro que também fez sucesso foi Paulo, Apóstolo de Cristo: já soma mais de 22 milhões de dólares em bilheterias. E a lista de estreias relacionadas ao segmento cristão só faz aumentar. Com boas expectativas de público, chega aos cinemas, no próximo dia 30, Deus Não Está Morto - Uma Luz na Escuridão.   A primeira cena é exatamente a mesma que encerra Deus Não Está Morto 2: o pastor Dave (David A. R. White) é levado à prisão por não entregar as cópias de seus sermões ao governo. O fato chama a atenção da mídia e da sociedade, que passa a questionar a presença da igreja Saint James dentro do campus de uma universidade estadual. A situação piora quando um incêndio, fruto de um suposto atentado, destrói a igreja, matando o pastor auxiliar Jude (interpretado pelo excelente Benjamin A. Onyango). O roteiro de Howard Klausner e Michael Manson (que também ocupa a cadeira de diretor) explora uma narrativa tradicional, linear, quebrada uma única vez logo no primeiro ato, na sequência que retorna ao passado para explicar a motivação para o ataque à igreja. Mesmo não ousando quanto à narrativa, o roteiro, bem escrito, faz do longa o mais maduro da franquia.   Ao invés de recorrer ao sentimentalismo, tacando uma trilha sonora melosa a cada cena triste ou lágrima que surja na tela, a história segue por caminho oposto: o do bom humor. O principal responsável pelos momentos de alívio cômico é Pearce, advogado e irmão do pastor Dave. A relação, por vezes, tempestuosa da dupla traz à trama as cenas mais engraçadas. Pearce é interpretado pelo ator John Corbett, conhecido por protagonizar a comédia romântica Casamento Grego. Deus Não Está Morto - Uma Luz na Escuridão fecha a trilogia como o melhor da franquia, com uma mensagem de amor e perdão. Tema necessário em tempos marcados por ódio e intolerância, seja ela religiosa ou de qualquer outra espécie.

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Crítica| Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

A espera acabou. Há quase 10 anos, estreava o musical Mamma Mia! - O Filme, com canções tão doces e grudentas quanto chiclete, do grupo sueco de música pop, ABBA. O longa conquistou sucesso estrondoso, ultrapassando a marca de 600 milhões de dólares em bilheterias. Após o longo hiato, chega aos cinemas a tão aguardada sequência, Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo, prometendo empolgar e, principalmente, emocionar. O tempo passou e Sophie (Amanda Seyfried) finalmente, está de volta. Mais madura, seu maior desejo agora é reinaugurar o hotel em homenagem à mãe, Donna (Meryl Streep). Para isso, receberá a ajuda de Sam (Pierce Brosnan) e, mais adiante, de Harry (Colin Firth) e Bill (Stellan Skarsgård), além das Dynamos, Tanya (Christine Baranski) e Rosie (Julie Walters). A reforma do hotel despertará ecos do passado que trarão consigo lembranças do caminho percorrido por Donna até chegar à Grécia e de como conheceu Sam, Harry e Bill.     A jornada começa com a apresentação do grupo musical Donna & The Dynamos em meio a uma cerimônia de formatura em Oxford. A cena de abertura é uma das mais empolgantes do filme. Lily James interpreta a versão jovem de Donna. Se por um lado não é tão parecida fisicamente com Meryl Streep, por outro, reflete na tela o mesmo brilho e vigor da atriz três vezes ganhadora do Oscar. Protagonista e destaque do primeiro filme, Meryl Streep tem participação discreta na nova produção. Não entrarei em mais detalhes para evitar soltar algum spoiler. Mas o caminho escolhido pelos roteiristas foi, sem dúvida, bem ousado e dividirá opiniões dos fãs. Soma-se ao elenco estelar do primeiro filme o excelente Andy Garcia, aqui encarnando o gerente do Hotel Bella Donna, Fernando Cienfuegos e a cantora Cher, no papel de Ruby, mãe de Donna. Apesar desta não ser uma das melhores atuações de Cher, sua presença dá um toque de sofisticação à trama. Ao lado de Andy Garcia, interpreta uma das mais famosas canções do ABBA, "Fernando". Surgiram rumores de que mais uma sequência vem por aí. Se depender da vontade dos fãs e do longo repertório da banda sueca, ainda há muita história para contar e cantar.  

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“A festa” reúne elenco magistral em divertida história

*Por Houldine Nascimento É delicioso assistir a um filme com um elenco recheado de estrelas e com uma proposta curiosa como a de “A festa” (The party, 2017), que estreia no Moviemax Rosa e Silva nesta quinta-feira (26). Sete atrizes e atores renomados vivenciam por pouco mais de uma hora seus personagens em apenas um cenário. Na história, Janet (Kristin Scott Thomas) é uma política de oposição e está prestes a assumir no gabinete paralelo o ofício de ministra da Saúde. Para celebrar o novo cargo, ela convida alguns amigos para um jantar. Aos poucos, eles chegam e as características de cada um são apresentadas. Há a cínica April (Patricia Clarkson), sua melhor amiga, e o marido alemão, o estúpido coach Gottfried; um casal feminino, Jinny (Emilly Mortimer) e Martha (Cherry Jones); além do nervoso banqueiro Tom (Cillian Murphy), desacompanhado da esposa Marienne, prestes a chegar. O que seria aparentemente uma razão para alegrar a todos, a ascensão de Janet não entusiasma o esposo, o acadêmico Bill (Timothy Spall), que permanece estático no meio da sala. Qual o motivo disso? A revelação muda o clima do encontro, que vai ficando tenso para todo mundo. Com habilidade, a cineasta inglesa Sally Potter não deixa que a atmosfera do filme perca o humor ao caprichar nos diálogos e nas interpretações, além de manter o espectador atento, rindo com o desenrolar dos fatos e ansioso para saber o desfecho de tudo aquilo. A trama central é posta em evidência, mas permite construir o arco dramático de cada personagem. Enquanto prepara a comida, Janet fala ao telefone com uma misteriosa pessoa e, pelo teor da conversa, se trata de alguém com muita intimidade. Jinny espera trigêmeos e vive o dilema de criá-los sozinha após descobrir um segredo de sua companheira. Tom, por sua vez, está com o casamento desmoronando. A cena inicial se repete no fim e ganha um surpreendente e divertido ressignificado. Uma curiosidade: todo elenco foi pago de forma igualitária. As situações são vistas em preto e branco e houve a opção de rodar a maioria das cenas na ordem cronológica. Com um enredo simples e pouco tempo de projeção, a diretora mostra que é possível desenvolver de maneira satisfatória personagens e dar nuances a cada um deles.

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Crítica| Arranha-Céu: Coragem Sem Limite

Dizer que Dwayne Johnson é o novo Arnold Schwarzenegger dos filmes de ação não seria um exagero. Basta uma rápida olhada na sua filmografia para perceber isso. Muita testosterona, pancadaria e explosões não podem ficar de fora. Uma boa história, às vezes, sim. Seu novo filme, Arranha-Céu: Coragem Sem Limite, que estreia na quinta (12), é uma prova disso. Dwayne Johnson interpreta o veterano de guerra e ex-líder da operação de resgate do FBI, Will Ford. Ele se afasta da função após perder uma perna durante uma missão, passando a trabalhar como especialista em segurança de arranha-céus. Indicado por um antigo amigo para fazer a vistoria de um edifício na China, conhecido como o mais alto do mundo, Will se depara com um ataque terrorista, que ameaça não apenas a moderna construção, mas também sua família.     Arranha-Céu: Coragem Sem Limite é dirigido por Rawson Marshall Thurber, que já trabalhou com  Dwayne Johnson no filme Um Espião e Meio. Marshall também é responsável pelo roteiro, bem ruim, por sinal. A começar pelos diálogos que, de tão sofríveis, parecem tirados de algum best-seller de autoajuda, com pérolas como "você precisa do medo para ter coragem". Algumas cenas destoam do conjunto e dão a impressão de que foram forçadamente "enxertadas". O elenco também não ajuda muito, a começar por Dwayne Johnson que, apesar do carisma, segue no automático interpretando ele mesmo. Outro nome que pode ser citado é o de Neve Campbell, conhecida por protagonizar a franquia de sucesso Pânico. Aqui ela encarna Sarah, mulher de Will. Sua personagem é de grande importância para o desfecho da história.     As sequências de ação, planejadas a princípio para mexer com os nervos do público e prender a atenção, provocam, ironicamente, efeito contrário. O excesso de situações improváveis e soluções inverossímeis enfraquecem a trama e distanciam o espectador. Cenas que insultam a inteligência como a que mostra o protagonista pulando de um guindaste até o edifício em chamas ou recorrendo a artifícios no melhor estilo Macgyver para se pendurar e saltar de um lado a outro do prédio (usando até fita adesiva). Arranha-Céu: Coragem Sem Limite aponta para a seguinte questão: grandes explosões, efeitos especiais de última geração e muita pancadaria em detrimento de uma boa história são suficientes para lotar cinemas? Em muitos casos sim, mas também é possível entreter e conquistar grandes bilheterias com blockbusters de qualidade. Basta ver os recentes Pantera Negra, Vingadores: Guerra Infinita e até Jumanji: Bem-Vindo à Selva, com o próprio The Rock, longas que conquistaram crítica e público. Confira o trailer

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