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Graça Ataíde: "A história elege suas heroínas"

No mês da mulher, a doutora em história social pela USP, onde é pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER), e professora da UFRPE Graça Ataíde fala sobre as razões que levaram o papel feminino a ser invisibilizado na sociedade por gerações. Especialista em governos autoritários, ela conversou com os jornalistas Cláudia Santos e Rafael Dantas sobre alguns nomes menos conhecidos da vida política pernambucana. Personagens que durante os anos de chumbo assumiram o protagonismo para abrir algumas pautas e conquistar direitos que foram estendidos a todas as brasileiras. Por que o papel da mulher na história é desconhecido ou pouco estudado? Qual o motivo dessa invisibilidade? A mulher foi muito protegida. Mas essa proteção na história da humanidade era uma proteção para barrá-la de crescer. Impedi-la de alcançar espaços que têm sido tradicionalmente ocupados pelos homens. Isso é uma tradição e decorre da cultura de cada país, uma mais perversa do que a outra. Os países foram trazendo a mulher para um espaço de onde ela não deveria sair. Muitas lutaram pelo direito do voto. Elas começam a votar no Brasil em 1933, para a Constituinte. Mas por que Getúlio concede o voto? Porque era a garantia de barreira contra o comunismo. A Igreja Católica faz um pacto grande com o Estado nessa época dizendo que as mulheres iriam votar para eleger constituintes fiéis católicos para depois voltarem para o recôndito do lar. Isso está, inclusive, registrado em um artigo na revista Maria, da Congregação Mariana. Hoje nós, mulheres, temos buscado espaços, mas não tem sido fácil. Esse fenômeno da invisibilidade feminina foi mais forte no Brasil? Não. Na segunda metade do Século 19, franceses, como o psicólogo Gustave Le Bon, diziam que o cérebro da mulher era inferior ao do homem, salvo o de algumas mulheres francesas. Ele era totalmente preconceituoso. Então, não é uma história do Brasil, nem do Nordeste, mas é do mundo. Estudei no meu doutorado e pós-doutorado a ditadura varguista no Brasil e salazarista em Portugal, que era mais machista que a brasileira. Em Portugal, na época de Salazar, havia uma sociedade agrária, que tendia a ser muito conservadora. No Brasil, antes da podermos votar, éramos vistas pela sociedade iguais aos índios, loucos e crianças. Há um livro sobre a República no Brasil de José Murilo de Carvalho chamado Formação das Almas que informa que o único quadro mostrando a mulher na República brasileira foi pintado na Itália e não tem projeção no Brasil. Tentou-se muito trazer a figura de Marianne, da Revolução Francesa, para o Brasil, mas não se conseguiu (trata-se da representação simbólica da República pelos franceses, pintada em quadros de artistas como Eugène Delacroix e que está cunhada na moeda de R$ 1 e impressa na nota de R$ 100). No seu livro História (nem sempre) bem-humorada de Pernambuco: 140 caricaturas do Século 19, escrito com a professora da UFRPE Rosário Andrade, como a mulher era representada nessas charges? Essa publicação chegou a ser premiada no Troféu HQ Mix, como melhor livro teórico. Nela fica bem claro que todas as vezes em que se queria caracterizar alguma coisa ruim era usada uma figura feminina. Por exemplo, quando queriam retratar a República que estava mal, desenhavam uma mulher prostituta. Diferentemente, na França, a República era a figura da Marianne, mulher romana, altiva. No meu conceito, essa questão está centrada no imaginário construído sobre a mulher, que é muito forte ainda. Estudei algumas mulheres na Revolução de 1930. Quando é criado o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e acontece a Intentona Comunista, muitas mulheres são perseguidas. Quando tive acesso ao arquivo do DOPS, pude ver um pouco da vida dessas mulheres. Acho que todo esse silêncio em torno delas tem a ver com uma cultura não só do Brasil, mas mundial. Tenho 70 anos, estou há 42 na universidade. Nesse tempo, muitas mulheres tiveram um papel importante também no combate à ditadura de 1964. Mas elas são homenageadas apenas colocando seus nomes em espaços pouco significantes da cidade. O que está na base desse imaginário sobre a figura feminina? A sociedade patriarcal que não permitia à mulher nem se sentar à mesa na época da colonização. Ela sabia que o marido usava as escravas. Havia muito sadismo por parte das sinhás em relação às escravas. O livro Proteção e Obediência mostrava que uma mulher branca em São Paulo só andava na rua, mesmo depois da abolição, no fim do Século 19, com uma criança negra, que era a sua proteção. Na verdade, era para dizer que ela não estava só. Isso era terrível porque uma criancinha não poderia socorrer uma mulher adulta. A mulher era colocada num lugar de que tinha que ser protegida. Mas ao mesmo tempo era silenciada e invisibilizada. Elas não definiam nada da vida dos filhos nem tinham direito ao prazer. O prazer feminino é uma coisa muito nova, vem com a minha geração dos anos 60, que começou a revolucionar, que rasgou o sutiã na rua e que não achava que o seu corpo teria que ser perfeito. . Como a senhora avalia a preocupação da mulher com o corpo dos dias de hoje? Na geração de agora a mulher se preocupa muito com o corpo que ela vai apresentar e só pode ser para o homem. As suas rugas e o seu corpo é a sua vida, a sua história. Se observarmos pessoas como a atriz Vanessa Redgrave (hoje aos 83 anos) é uma mulher linda. Ou ao ver uma foto da escritora e crítica de arte Susan Sontag quando já tinha uma idade avançada (falecida aos 71 anos, em 2004) são mulheres lindas na velhice. Vejo quase que uma escravidão da mulher em relação à balança. Isso é para quê? Se for para um orgulho pessoal, tudo bem. Mas senão for, o caminho não é por aí. Dentro dessa reflexão acerca da relevância social das mulheres, qual a sua análise sobre Brites de Albuquerque, mulher de Duarte Coelho? A

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Igreja Matriz de São Pedro, em Olinda (PE), recebe obra de restauração

A Igreja São Pedro dos Apóstolos, também conhecida como Matriz de São Pedro, em Olinda (PE), começará a ser restaurada, por meio de ação conjunta entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal. O início da obra será marcado pela assinatura da ordem de serviço da intervenção, que ocorre em solenidade nessa quinta-feira, dia 12 de março, data em que a cidade celebra seus 485 anos. A Matriz de São Pedro, localizada no Bairro do Carmo, foi interditada pela Defesa Civil ainda em 2015 e estava fechada desde então, devido a problemas estruturais. Com a obra, o templo, que é um importante símbolo religioso para a população da cidade, poderá ser reaberto. A intervenção receberá R$ 1,46 milhão do Governo Federal, por meio do Iphan, e será executada pela Prefeitura de Olinda. Com previsão de oito meses de duração, a restauração inclui serviços diversos, como a recuperação de esquadrias, pisos e revestimentos, revisão das instalações elétrica e hidráulica, pintura geral, recuperação total da cobertura e da escadaria da torre sineira, além de implantação das devidas condições de acessibilidade. A assinatura da ordem de serviço para o início da obra será realizada na Praça do Carmo, às 18h, em meio às festividades do aniversário da cidade. A programação inclui apresentações culturais, com cortejo de agremiações, shows diversos e a distribuição de um bolo gigante, de 485 quilos. Porta de entrada para o Centro Histórico A Igreja Matriz de São Pedro é um pequeno templo localizado na Praça João Alfredo, no bairro do Carmo, e é a porta de entrada para quem visita o Centro Histórico de Olinda. Construída na segunda metade do século XVIII e com pouco mais de 790 m² de área construída, ganha importância fundamental na memória dos moradores, que têm ali um símbolo de sua fé e marco de momentos importantes, como batizados e casamentos. Desde 1982, Olinda é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Mundial. Seu conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico, do qual a Matriz de São Pedro faz parte, é protegido pelo tombamento do Iphan. Uma das cidades mais antigas do país, fundada ainda em 1535, ela é amplamente conhecida pela riqueza de seu núcleo urbano, emoldurado pelas belezas naturais e por abrigar uma diversa gama de manifestações culturais. A obra de restauração da Igreja de São Pedro é parte de uma série de investimentos, que já soma mais de R$ 38 milhões investidos pelo Iphan em Pernambuco. Só em Olinda, nos últimos anos, foram realizadas as obras de requalificação do adro do Convento Franciscano e restaurações da Igreja do Bonfim e das bicas do Rosário, São Pedro e Quatro Cantos. Serviço: Assinatura da ordem de serviço para restauração da Matriz de São Pedro Data: 12 de março de 2020, às 18h Local: Praça do Carmo, Centro Histórico de Olinda/PE

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Flávia Pinheiro tensiona gravidade e tempo em nova performance-exposição

O corpo é o grande objeto de estudos e experimentações da diretora e coreógrafa paulista Flávia Pinheiro. A busca para entender o corpo — seu, do outro, de ninguém —, em toda sua potência e versatilidade, levou a performer a diversas partes do mundo. Para o novo trabalho, lançado no próximo sábado (7), às 16h, na Galeria Massangana (Edf. José Bonifácio. Avenida 17 de agosto, 2187, Casa Forte, Recife), ela entra em contato com outros corpos — inofensivos, mas não inertes. Em ‘Abismos de um corpo que falha’, explora performances onde matéria, peso e dimensões distintas encontram unidade frente à gravidade e ao deixar de servir. Na exposição, objetos encontrados em um ferro-velho na periferia do Recife servem de vestígios da performance e ganham status de esculturas. “Iniciei o trabalho em um ateliê, a partir de texturas. Observava o comportamento do corpo vivo em relação a objetos diversos: macios, duros, esponjosos, porosos etc. Verificando também como o peso incidia diante destas coisas de tamanhos e densidade diferentes”, conta a performer. “Mais tarde, em um ferro-velho na Guabiraba, encontrei bala de canhão, corrente de navio e tudo pesava mais pra tonelada. Comecei a trabalhar com esses materiais a possibilidade, deslocamento, atenta ao desenho e partitura do espaço.” As fotografias, creditadas à Rhayssa Oliveira e Pedro Coelho, e os vídeos, produzidos por Pedro Giongo, retratam as performances executadas in loco em complemento à instalação. “São elementos que assumem a tentativa frustrada de simular aquilo que aconteceu, pois quando passa da tridimensionalidade para o 2D, muito não se capta”, provoca Flávia, que também assina a produção executiva e expografia da mostra, essa última em conjunto com Diogo Todë. Na abertura, às 18h, ela realizará a performance ao som de trilha incidental [quando a música é coadjuvante, um background] para ativar a exposição. Todo o trabalho é resultado das pesquisas realizadas através das Residências Artísticas 2018, projeto de incentivo às artes visuais da Fundação Joaquim Nabuco. ‘Abismos de um corpo que falha’ é parte da investigação de Flávia Pinheiro sobre o corpo em movimento. “Tento entender e hackear o corpo, que é esse mecanismo ou utopia ficção analógica-digital. O abismo é o tempo dessa obsolescência programada das coisas e objetos dentro do antropoceno — que é essa ideia ou essa construção de identidade humana que tem relação com o sistema neoliberal, capitalista, branco do Norte. O abismo é a busca de outras lógicas, a destruição desses padrões canônicos”, reflete. A obra funciona como resolução ou procedimento nas artes visuais de sua performance cênica anterior, ‘Ruínas de um futuro em desaparecimento’. Curto-circuito Simbólico ou literal, a escolha pelo Belo Lyra Sucata, na Guabiraba, busca tornar tangível a reflexão sobre a destruição ou aceleração do fim. A gravidade é o elemento que infringe todas estas coisas: do corpo humano aos objetos. “Criar esse circuito ou fazer um curto-circuito no corpo entre a percepção, a ação e a sensação tem a ver com esse abismo. A relação das variáveis em que, por mais que a gente viva nessa sociedade do controle, da disciplina e da assepsia, o abismo irá sempre existir. O estudo busca acelerar o fim, utilizando os verbos sempre no presente — como cair — em detrimento de um futuro impossível.” A investigação em espaços de acumulação de lixo e coisas em desuso tem sido o caminho feito pela coreógrafa para suas experimentações. "Tenho desenvolvido essa pesquisa há alguns anos, performances, imagens, intervenções urbanas, videoarte. Meu trabalho vem nesses suportes diferentes dentro da linguagem corporal. No começo, trabalhava bastante com dispositivos analógicos, depois passei para uma tentativa utópica de usar os dispositivos digitais e agora estou na tentativa de desaparecer dessa matéria", conclui a pesquisadora. O suporte curatorial é de Moacir dos Anjos e a assistência. A assistência de produção é competência de Pedro Toscano e o crédito de figurino leva o nome de Marc Andrade. Serviço Abismos de um corpo que falha Abertura: 07.02.2020 Horário: 16h Local: Galeria Massangana - Fundação Joaquim Nabuco - Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte Em cartaz até 19 de abri Gratuito Aberto ao público

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Últimos dias de inscrições para o Santa Isabel em Cena

O projeto de formação de público, que oferece visitas guiadas no Teatro Santa Isabel e espetáculos culturais gratuitos ou a preços acessíveis às terças e domingos, recebe inscrições, até sexta-feira (6), de artistas e espetáculos para sua segunda temporada Encerra nesta sexta-feira (6) a convocatória feita pelo Teatro Santa Isabel aos artistas interessados em semear novas gerações de plateias e reconquistar públicos que já foram cativos num dos palcos mais nobres que o Recife tem para oferecer. Para participar da segunda temporada do Projeto Santa Isabel em Cena, que combina espetáculos com visitas educativas e aposta na fidelização dos estratégicos públicos adolescentes e idosos, as inscrições devem ser feitas presencialmente, das 9h às 14h, na Administração do Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N). Além de documentos de identificação dos proponentes e release completo, como fotos e material publicitário de eventuais apresentações anteriores do espetáculo, os candidatos devem entregar também a ficha de inscrição, disponível junto com o regulamento na página da Secretaria de Cultura (http://www2.recife.pe.gov.br/pagina/secretaria-de-cultura), devidamente preenchida. Só serão aceitas inscrições pelos Correios, via Sedex ou Aviso de Recebimento (AR), com data de postagem até o dia 6 de março. A seleção contemplará no máximo 16 projetos de artes cênicas e 8 projetos de música. Participarão da comissão de seleção três integrantes, todos com direito a voto, sendo dois profissionais de notório saber convidados pela Fundação de Cultura e um representante do Teatro de Santa Isabel. O resultado da seleção será anunciado no dia 11 de março. Informações: (81) 33553323 ou 33553324, em horário comercial. Sobre o projeto - O Santa Isabel em Cena estreou em 2019, com o objetivo de formar novos públicos para o teatro. Para a juventude, o projeto destina atividades gratuitas às terças-feiras, que compreendem uma visita guiada e um espetáculo curto, com foco em estudantes e instituições de assistência social. Para pessoas idosas, o projeto acontece em um domingo a cada mês, com um recital camerístico às 17h, ao preço simbólico de R$ 10 (meia entrada R$ 5). Da primeira temporada do projeto, realizada de julho a novembro de 2019, participaram artistas de música, teatro, cultura popular e dança, a exemplo de: Antúlio Madureira, Elyanna Caldas, Geraldo Maia, Edjalma Freitas, Mônica Feijó, Walmir Chagas e Sérgio Galdino, entre outros, sempre prestigiados por numerosas plateias.

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Inscrições abertas para oficina de projetos na área das artes visuais

O curso Táticas Visuais abre inscrições para a oficina de elaboração e gestão de projetos e espaços de artes visuais. A capacitação será ministrada pelas produtoras culturais Clarice Hoffmann e Lia Letícia, profissionais que atuam há décadas no segmento das artes visuais em diversos projetos. A oficina será realizada em módulos de 23 a 28 de março de março e de 6 a 11 de abril, na Galeria Maumau (Rua Nicarágua, 173, Espinheiro – Recife). As inscrições podem ser feitas no período de 02 a 20 de março. Os interessados devem enviar email para taticasvisuais@gmail.com e receberão ficha de inscrição. A atividade formativa é direcionada especialmente para produtores culturais, artistas e estudantes que atuem ou desejem atuar no setor das artes visuais. O objetivo é capacitar e qualificar para a elaboração e gestão de projetos e espaços dedicados às artes visuais, com foco no último edital Funcultura, lançado pelo Governo do Estado de Pernambuco. Com um total de 60 horas/aula, o curso terá dois módulos, com encontros de segunda a sábado, das 8h30 às 13h30. O primeiro módulo, com facilitação de Clarice Hoffmann, será dedicado à elaboração de projetos, com aulas de 23 a 28 de março. O segundo módulo, com facilitação de Lia Letícia, abordará a gestão de espaços independentes, com encontros de 06 a 11 de abril. A oficina conta com 20 vagas e inclui a participação de pessoas surdas que terão acessibilidade a partir de um intérprete de Libras. O projeto Táticas Visuais foi aprovado no Funcultura / Governo de Pernambuco do ano de 2018 na área de formação/capacitação em Artes Visuais. Durante o curso, serão apresentados estudos de caso de projetos realizados em âmbito local e nacional, proporcionando a reflexão e o diálogo crítico sobre as experiências e os processos artísticos e de gestão. Os participantes também farão exercícios práticos para que identifiquem suas potencialidades e elaborem ou aperfeiçoem seus próprios projetos, utilizando estratégias colaborativas e de atuação em rede. Como última atividade do curso, os participantes serão estimulados a produção e realização colaborativa de uma ação artística. FACILITADORAS: Clarice Hoffmann é jornalista e produtora cultural. Elaborou projetos aprovados em editais do Funcultura, do Centro Cultural Correios e do Itaú Cultural. Além de idealizar propostas que ganharam visibilidade nacional, já assinou a coordenação de produção e a produção executiva de diversas iniciativas. Sua experiência mais importante como facilitadora, se deu em Conceição das Crioulas, área quilombola localizada no município de Salgueiro, através de encontros mensais realizados ao longo de um ano. Vale citar também, a sistematização e produção dos estudos de caso para o livro Mobilizar para Transformar, publicado por Oxfam. Lia Letícia é artista visual, arte-educadora, produtora cultural. Atua como coordenadora de diversas atividades e de espaços da área das artes visuais, como as ações artísticas do projeto Criaturas Urbanas, do Cinecão e da Galeria Maumau. Entre os projetos de educação nos quais atuou vale destacar a Escola Engenho e as Tardes de Quintal. Também presta serviço de arte-educação para Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco e SESC. SERVIÇO Oficina Táticas Visuais - Da elaboração a gestão de projetos Módulo I - De 23 a 28 de março (segunda a sábado), das 8h30 às 13h30 Módulo II - De 06 a 11 de abril (segunda a sábado), das 8h30 às 13h30 Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173 – Espinheiro – Recife Inscrições: Até 20 de março, sujeito ao limite de 20 vagas Taxa de inscrição: R$ 100,00 Contato: taticasvisuais@gmail.com

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Peça aborda liberdade e aprisionamento na vida da mulher no mês das mulheres

Março, mês no qual celebramos o Dia Internacional da Mulher, chega com espaço para reflexão, poesia e sensibilidade. O espetáculo "Ainda escrevo para elas", monólogo de Natali Assunção, sob direção de Hilda Torres e Analice Croccia, se apresenta no Teatro Hermilo Borba Filho (Rua Cais do Apolo, 142, Recife Antigo), nas quintas e sextas de março, às 20h, com um olhar delicado sobre o cotidiano feminino, suas liberdades e opressões diárias. É sobre liberdade e aprisionamento. É sobre escuta e também sobre fala. É sobre espelhar-se na outra e dar as mãos. É sobre sentir, expandir, fluir. É sobre voar, abraçar, chorar, queimar e renascer. É sobre sentir. É sobre ser. O espetáculo intercala relatos de 11 mulheres de realidades sócio econômica culturais distintas acerca do tema liberdade e aprisionamento no cotidiano feminino. No decorrer da narrativa, essas 11 vozes se misturam às vivências da própria atriz pesquisadora no processo deste trabalho e ainda a uma personagem ficcional baseada nas páginas do escritor Mia Couto. O resultado é um jogo entre o entrelace dessas vivências que não apenas se refletem, mas também contam ciclicamente um conto da vida de muitas outras mulheres. “Ainda escrevo para elas” integra o projeto “Narrativas de uma memória em chamas”, idealizado por Natali Assunção, que trata sobre liberdade e aprisionamento no cotidiano feminino mergulhando na linguagem documental passando pela literatura, por um ensaio fotográfico, um filme e deságua neste monólogo que fricciona os relatos a um texto ficcional de Mia Couto. 11 mulheres de diferentes realidades sócio-econômico culturais trouxeram suas vivências. A partir daí, Natali Assunção e a fotógrafa Thaís Salomão (@ths.salomao) levaram essas provocações e estímulos à pele por meio do ensaio fotográfico “Espelhos” cuja primeira exposição aconteceu em janeiro de 2019 no Sebo Casa Azul e a segunda, em outubro do mesmo ano, ocupou o Sinspire. Em seguida, Natali, a Assunção, e a montadora Nataly, a Barreto, estruturaram o longa “Narrativas” que traz as 11 mulheres em primeira pessoa. Por fim, sob direção de Analice Croccia e Hilda Torres, realiza-se o monólogo “Ainda escrevo para elas” que engloba essa linha metalinguística entre o documental e o ficcional abrangendo o processo e sua culminância.   Quintas e sextas de março 20h Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, 142 - Recife Antigo) Contato: @memoria_em_chamas

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Fundaj recebe coleção de jornal criado por Delmiro Gouveia

Em 1917, o Sertão alagoano passava por grandes transformações. Ferrovias, estradas, usina hidroelétrica, fábrica têxtil e a introdução de automóveis acentuavam o desenvolvimento da Vila da Pedra - hoje município Delmiro Gouveia. Seu patrono, tinha emigrado de Pernambuco, estabelecendo uma ligação entre os dois estados e sendo o responsável pelas implementações. Empreendedor nato, Gouveia foi além, pensou e financiou o mais importante jornal da região, chamando-o de “Correio da Pedra”. Apesar dos esforços, foi assassinado antes de ver o semanário circular. Foram seus sucessores que publicaram o primeiro exemplar, em 12 de outubro de 1918, mantendo o Correio da Pedra em circulação durante 12 anos. Um século depois, com iniciativa do professor e pesquisador Edvaldo Francisco do Nascimento, o Governo de Alagoas reeditou os exemplares preservados no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL). Concluída em junho de 2018, a reedição foi dividida em coleções e, desde então, está sendo distribuída entre instituições que fomentam a cultura no país. A Fundação Joaquim Nabuco, proprietária de parte do acervo de Delmiro Gouveia, foi uma das escolhidas. A entrega está marcada para o próximo dia 11 de fevereiro, às 16h, na Villa Digital, campus Apipucos da Fundaj, situada no casarão onde o empreendedor também viveu com sua esposa, Anunciada Cândida. “Essa coleção vem enriquecer o nosso acervo de periódicos, estando ao lado de outros jornais raros do nordeste que mantemos conservados. Com a doação, pretendemos dar visibilidade a esse jornal tão importante”, ressalta a coordenadora de Documentação e Pesquisa da Fundaj, Betty Lacerda. Estarão presentes na cerimônia funcionários da Casa, representantes do Governo de Alagoas e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) - empresa ligada à preservação da memória de Gouveia. O evento será aberto ao público. As pautas do Correio da Pedra estavam sempre relacionados com a vida pública. Seca, necessidades sertanejas, estradas férreas, a Cachoeira de Paulo Affonso, dívida externa brasileira, petróleo e cangaço eram assuntos recorrentes, publicados uma vez por semana. “O que chama a atenção é que, embora a ‘Pedra’ seja alagoana, muitas das referências são do Recife. Naquela época, os homens da fábrica se interessavam pelo cotidiano pernambucano, alguns até tinham casa no estado”, conta Edvaldo do Nascimento. Ainda segundo ele, notícias de outros jornais também eram reproduzidas, aumentando ainda mais a diversificidade do semanal. “O Globo, Correio do Acre, Jornal de Alagoas, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco e Jornal de Caruaru eram alguns deles”. O mestrado em Educação do Brasil, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi o ponto de partida para que Edvaldo se debruçasse sobre os exemplares do Correio da Pedra. Em sua pesquisa, precisava entender como foram instituídas escolas no eixo industrial do sertão, para assim estudar o projeto educativo do Industrial Delmiro Gouveia. “Fui atrás de arquivos, com fontes e informações da época. O Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas foi um dos locais que consultei, tendo contato com o Correio da Pedra. Lendo o Jornal, me surpreendi com os editoriais e notícias, como um grande quadro da memória do São Francisco”, acrescenta o pesquisador. A doação das coleções, em reedição, do semanário Correio da Pedra ficará disponível no acervo da Biblioteca Blanche Knopf, pertencente ao Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (Cehibra), campus Apipucos da Fundaj. Existe ainda a pretensão de que o material seja acrescentado à Villa Digital, estando presente nas plataformas onlines: site e aplicativo. Serviço Doação de coleção do jornal Correio da Pedra Villa Digital, Fundação Joaquim Nabuco campus Apipucos Data: 11 de fevereiro de 2020 Horário: 16h Evento aberto ao público (Da Fundaj)

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Grupo cultural Boi D`Loucos se apresenta nesta quarta (5) na Pracinha de Boa Viagem

O ator e artista popular, Carlos Amorim e seu grupo Boi D`Loucos apresenta nesta quarta (5), às 19h, na Pracinha de Boa Viagem, espetáculo teatral com os personagens “Mateus”, “Catirina” e “Capitão” e show com orquestra musical e bailarinos. Na exibição, o grupo mostra através da dança os ritmos pernambucanos, como ciranda, coco, maracatu, frevo e caboclinhos. O espetáculo integra a programação do Projeto Recife + Cultura realizado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer da Prefeitura do Recife em parceria com o Grupo Parvi e incentivo da Lei Rouanet. A produção é assinada pelo Bureau de Cultura e a indicação é livre. Liderado por Carlos Amorim, o grupo tem como objetivo divulgar e apresentar a cultura popular, em especial o folguedo do boi. O Boi D´Loucos tem mais de 20 anos de atuação, apresentando espetáculos com caráter educativo e forte impacto social. O grupo criou um espetáculo inédito "Movimento de Cultura Popular - o sonho não acabou", inspirado no documentário "Movimento de Cultura Popular - um sonho interrompido?", produzido pela Prefeitura do Recife, há 11 anos. A montagem une teatro e dança, com direção de Carlos Amorim e coreografia de Simone Santos. A apresentação é um encontro de música, dança, teatro e festa e integra as ações do Projeto Recife + Cultura. O Projeto existe há dois anos e as atividades acontecem semanalmente às quartas-feiras na Pracinha. As apresentações são feitas por grupos de dança e teatro de rua, reconhecidos como patrimônio histórico cultural. Nessa nova fase, a ideia é ampliar e qualificar as ações tendo em vista o enorme potencial turístico da cidade que é considerada um dos principais destinos de eventos e polo cultural do Estado. Além das apresentações dos grupos em Boa Viagem, o Projeto também contou com 5 ações de formação de plateia para alunos e professores da rede da rede municipal de ensino na perspectiva de disseminar e valorizar as manifestações da cultura pernambucana e garantir o acesso desse público às atividades. Todas as apresentações culturais contam com acessibilidade comunicacional para facilitar e permitir que pessoas com deficiência participem das sessões. Também há assentos prioritários, banheiros acessíveis, interprete de libras e um audiodescritor que faz a apresentação dos grupos com detalhes técnicos onde as pessoas com deficiência visual poderão acessar instrumentos, figurino, entre outros.

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Da onde vem o fascínio das pessoas pelo Homem da Meia-Noite?

Por Yuri Euzébio É impossível ficar alheio à figura do Homem da Meia-Noite. O mais carismático boneco de Olinda possui uma legião de fãs, que veneram o calunga carnavalesco. Mesmo quem não gosta ou frequenta o Carnaval, admite fascínio e respeito pela aura mística da figura do lorde de Bonsucesso. Pouca coisa se conhece sobre as origens do misterioso calunga e isso faz parte do encantamento que exerce em todos. Mas sabe-se que o Homem foi fundado no dia de Iemanjá, 2 de fevereiro, de 1931, à meia-noite. Seis homens negros, dissidentes de outro bloco carnavalesco, o Cariri Olindense, não se sentindo contemplados, resolveram criar um bloco, segundo alguns, por rivalidade, que abriria o Carnaval de Olinda, já que o Cariri até então iniciava o festejo às cinco da manhã do domingo. O Homem da Meia-Noite passou a sair pontualmente à meia-noite do sábado. De acordo com Luiz Adolpho, atual presidente do clube, essa é apenas uma das versões. “Outros dizem que é apenas uma coincidência, porque meia-noite é a hora da mula sem cabeça, do lobisomem, talvez seja o horário mais místico do povo brasileiro”, supõe. “Acho que o que faz as pessoas se envolverem tanto com o Homem da Meia-Noite é a essência da história dele, é o que ele representa, quem cresceu em Olinda sente essa emoção desde pequeno”, assegura. “As crianças nas costas dos pais vendo aquele gigante passar, sentindo um misto de medo e emoção. Aí você cresce e o calunga invade sua casa”, disse o presidente. Como se pode notar, a história do gigante é permeada de mistérios, incertezas e versões diferentes. De acordo com Luiz, o Homem da Meia-Noite invadiu a casa das pessoas de uma forma cultural, mística e religiosa. “Há pessoas que chegam à frente do calunga e rezam, pedindo proteção, fruto dessa história da relação dele com a religiosidade”, garantiu. “Fruto também dessa vivência de quase 90 anos de trajetória, mas é muito difícil explicar o que acontece aqui, porque há também pessoas que acompanham o desfile e não acreditam em nada, então você só falar sobre as coisas é complicado”, pontuou o carnavalesco. O produtor cultural e designer Leo Antunes é um desses devotos apaixonados pelo calunga. Tudo ficou mais forte quando se mudou para o Sítio Histórico de Olinda. “O Homem da Meia-Noite existia no meu imaginário desde criança. Depois, quando eu fui morar no Bonsucesso, na mesma rua do calunga, começou todo um processo”, relembrou. “Fui sentindo como os vizinhos se preparam, existe toda uma expectativa que desemboca na noite do Sábado de Zé Pereira, então a minha paixão começou a se aprofundar”. A partir de sua vivência no bairro do calunga, Leo compreendeu toda a dimensão e densidade que o Homem tem. O boneco ganha essa aura mística a partir de sua relação com o território onde está. É o que acredita o produtor cultural. “Trabalho com cultura, já vi muita coisa acontecendo, mas realmente o Homem da Meia-Noite tem uma característica mais profunda e acho que é, principalmente, pela sua relação com a população dos bairros Bonsucesso, Amparo e Amaro Branco. São gerações e gerações de pessoas que se vinculam a esse símbolo, daí acontece a magia", afirma Leo. “Acho que é essa relação da tradição do Carnaval com a força popular”, opinou o morador de Bonsucesso. Segundo Leo, só quem participa do bloco pode sentir a energia que se dissipa na noite do desfile. Essa relação mística existe até antes do desfile. Ao trocar a sua roupa, todos os anos, o gigante passa por um sigiloso ritual simbólico dentro da sede que nunca foi relatado. “Realmente isso nunca foi mostrado, nem por imprensa, nem televisão, fotografia, nem quem está dentro pode tirar foto. Existe um grande pedido de proteção, de respeito ao que representa o Homem da Meia-Noite”, relatou um enigmático Luiz Adolpho. Segundo o presidente do clube, trata-se de uma cerimônia pessoal movida pela fé, mas sem cunho religioso específico. “Acho que o Homem da Meia-Noite é fruto de uma construção histórica. Tudo foi construído, passo a passo, ano a ano, quando ele invadia as ladeiras da cidade com aquela multidão apaixonada e, claro, o povo apaixonado de Olinda é o grande responsável por tudo isso”, reiterou. Para Luiz, se não houvesse essa multidão de apaixonados pelo Homem, ele seria mais um simples boneco como existem vários outros na cidade. A olindense Isadora Gibson, arquiteta, ilustradora e atriz, acredita que o Homem da Meia-Noite é a autoridade máxima do Carnaval da cidade e esse patamar foi conquistado a partir de uma soma de fatores. “Sou de Olinda, além de acompanhar o bloco desde nova, sempre ouvi muitas das histórias contadas por vizinhos e familiares. Vê-lo é sempre muito emocionante, de arrepiar, algo místico mesmo. Já teve ano em que acompanhei o bloco bem perto do boneco, e quando ele para, ninguém se atreve a dar mais nenhum passo à frente”, garantiu. “Para além do horário diferente, tradicionalismo e idade que o bloco tem, ele carrega a chave da cidade, entregando-a num ritual muito belo ao Cariri. Abre o Carnaval de Olinda em um processo quase religioso, como uma procissão”, comparou. Figuras ilustres da Cidade Eterna também mantêm uma forte relação com o calunga. A pintora Tereza Costa Rêgo após ficar viúva de Diógenes Arruda e ter vindo morar em Pernambuco, se instalou em Olinda e ao conhecer o Homem da Meia-Noite foi amor à primeira vista. Essa passagem está registrado em sua biografia Tereza Costa Rego: Uma mulher em três tempos, escrita pelo jornalista Bruno Albertim e editada pela Cepe. “Esse foi o momento de uma tristeza profunda. Vindo pra Pernambuco, me instalei em Olinda, nessa mesma casa em que vivo hoje. No começo, a casa não tinha janela, não tinha nada. Mas de lá de dentro, ouvi os clarins anunciando a passagem de um bloco. Corri para a calçada e quando abri a janela, ele estava sorrindo na minha frente. Nessa hora pensei: ‘perdi o marido, mas achei um namorado’. Sempre

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5 fotos aéreas de Pernambuco na década de 1930

As imagens de hoje são do Museu Aeroespacial da Força Aérea Brasileira. As 5 fotos são da década de 1930, sendo quatro da capital pernambucana e uma de Petrolina. Os registros do Recife - da praia de do seu centro histórico - e das margens do Rio São Francisco, no Sertão, nos permitem dar um passeio na nossa história! Clique nas fotos para ampliar. Palácio do Governo, em 1934   Praia no Recife, 1934 . Petrolina, com visão do Rio São Francisco, em 1937 . Vista aérea do Recife, em 1934 . Vista aérea do Recife, em 1934 . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais e colunista da Gente & Negócios (rafael@algomais.com)

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