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Moraes Moreira

Adeus a Moraes Moreira, um baiano de Pernambuco

Por Yuri Euzébio Nessa altura do campeonato todo brasileiro vivo deve saber que morreu na última segunda-feira (13/04) um dos gênios da Música Popular Brasileira, Moraes Moreira, e não podia tratar de outro assunto essa semana. O baiano ficou conhecido após formar o conjunto Novos Baianos ao lado de Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e Baby do Brasil (Baby Consuelo na época). Após a estreia em 1970 com “É Ferro na Boneca”, um bom disco de rock, mas a grande obra do grupo seria o segundo disco “Acabou Chorare” de 1972, O trabalho congregava samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião e representou a modernidade, um novo passo na música brasileira. Já é célebre a história da visita de João Gilberto, o pai da bossa-nova, ao apartamento que o conjunto dividia no Rio de Janeiro e como ele mudou a história da banda. Reconhecido como clássico e como um dos melhores, senão o melhor, álbum de música pop brasileira, o cd foi redescoberto nos anos 90 e depois nos anos 2010 e influenciou um sem número de jovens que, assim como eu, se encantaram com aquela mistura genuinamente brasileira. Moraes entrou cedo na minha vida, tenho um tio que é fissurado pelo cantor e passava o dia ouvindo ou cantarolando suas músicas, foi ele que, após me apresentar os Novos Baianos, me introduziu também a bem-sucedida obra solo do artista baiano, isso mesmo, engana-se quem pensa que o cantor ficou marcado apenas pela trajetória com o grupo. Não consigo mensurar quantas vezes ouvi clássicos como “Chão da Praça”, “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”, “Pombo Correio”, “Sempre Cantando” e outras. Recentemente fomos juntos, eu e o meu tio, pra um show dos Novos Baianos aqui e ele estava lá com seu violão a mesma força e potência no palco de sempre. Moraes Moreira conseguia reunir ritmos diferentes e enfeitá-los com uma brasilidade própria e um jeito único e ritmado de tocar o violão. Era um representante legítimo do Nordeste e tinha uma relação singular com o carnaval, foi um dos artistas que melhor representou a folia de momo. Mudou completamente o carnaval baiano ao ser o primeiro cantor de trio elétrico, participando ao lado de Dodô e Osmar no carro que até então só se prestava a música instrumental, já pensou como seria a festa baiana hoje sem a ousadia de Moraes Moreira? Tinha uma relação especial com Pernambuco, sempre guardava espaço para um frevo nos compactos que gravava e foi um dos poucos de fora do Estado a participar do carnaval daqui e não parecer um intruso, absorvia a energia da festa se juntando aos foliões. Foi com muita tristeza que recebi a notícia de seu falecimento, Moraes Moreira partiu cedo e deixou uma legião de fãs famosos e anônimos órfãos de sua ginga e da sua música. Meu tio me ligou aos prantos afirmando que nunca mais vamos ter outro igual a Moraes e tem certa razão no seu pranto. Eu mesmo demorei um pouco pra absorver tudo e consegui escrever aqui uma singela homenagem. Ainda estou digerindo tudo isso. A música pernambucana e brasileira devem muito a ele e eu também, fica aqui o agradecimento e o reconhecimento da sua importância. A saudade é enorme, mas a música ajuda a diminuir.

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Palco em casa homenageia Moraes Moreira

Em sua quarta semana, o Festival Palco em Casa presta homenagens ao cantor e compositor Moraes Moreira, falecido na última segunda-feira (13). O projeto, que reúne nomes do cenário nacional e regional, acontece de quinta-feira (16) a domingo (19) sempre no canal @descubrapernambuco. É idealizado pelo cantor pernambucano André Rio e conta com apoio da Secretaria de Turismo do Estado e da Empetur. O Palco em Casa não tem fins lucrativos e a Empetur auxilia na logística da realização do evento. Para esta edição, o festival será dedicado ao amigo amado e grande artista Moraes Moreira, que se encantou. Todas as atrações farão homenagens a ele, cantando canções da sua rica, vasta e inesquecível trajetória musical. “Moraes é um gênio da canção brasileira e é merecedor de todo o reconhecimento de nós artistas e do seu povo. Vai embora o amigo do peito Moraes e a gente fica de mãos dadas com a saudade deste imenso cantor e compositor que tanto nos deu amor, através de suas composições”, explica André Rio. “Tivemos uma grande perda no cenário musical esta semana e nada mais justo do que homenagear esse grande cantor que foi Moraes Moreira. Os artistas irão cantar e alegrar o público com os sucessos de Moreira. Vamos oferecer ainda uma programação para a criançada e um dia totalmente dedicado ao forró”, comenta o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes. PROGRAMAÇÃO Dando continuidade à grande conexão musical, o festival tem início na quinta-feira (16), com apresentação do pianista de jazz português André Sarbib. Filho do conceituado pianista francês Roger Sarbib, que introduziu as big bands em Portugal nas décadas de 40 e 50 e que trabalhou com ícones da canção francesa, como Edith Piaf e Charles Trenet, André é presença habitual na cena jazzística portuguesa, principalmente nas cidades do Porto e Lisboa. A apresentação tem início às 17h30. Logo após, às 19h, o pernambucano Jura Figueiredo convida George Aragão com Música Popular Brasileira. A partir das 20h30, a banda O Disco faz um “Tributo ao Roupa Nova”. Criada em 2016 com o objetivo de atender ao pedido de uma noiva, os cinco músicos deram continuidade ao projeto de “Tributo ao Roupa Nova” como uma forma de homenagem àbanda. A noite encerra com o forró de Diego Cabral. Já na sexta-feira (17), o festival tem início às 17h30 com o forró tradicional de Petrúcio Amorim, convidando seu filho Pecinho. O conceituado multi-instrumentista e compositor Luciano Magno recebe o cantor brasileiro radicado na Espanha Edimundo Santos, às 19h. A cantora Cristina Amaral irá compartilhar um pouco  da sua história na música, desde o início, em Sertânia, e de referências como Moraes Moreira. A artista traz contos e poesias declamadas pelo irmão, compositor e poeta César Amaral, convidado de Cristina na noite. A programação encerra com o sambão do Patusco. No sábado (18), a festa começa com os pequenos, às 17h30, com A Bandinha. O grupo musical lúdico é voltado para crianças de diversas idades e inspirado no universo circense, nas trupes mambembes de teatro e na tradição popular brasileira. A Bandinha é Liderada pela cantora pernambucana Vanessa Oliveira. Logo após, às 19h, a sambista Carla Rio recebe o ex-Exaltasamba Chrigor, que fez a direção musical do seu primeiro álbum, “De Olho no Samba”. O repertório será voltado para o samba de raiz, com obras de João Nogueira, Cartola, Noel Rosa, Jorge Aragão, Beth Carvalho eAlmir Guineto. Às 20h30, o anfitrião André Rio recebe a cantora Mónica Ferraz (Portugal). O cantor promete uma noite de homenagem ao mestre Moraes Moreira com quem teve a oportunidade de dividir os palcos muitas vezes. Encerrando com mais samba, às 22h, é a vez do pernambucano Cris Galvão. No domingo (19), a programação inicia mais cedo, às 16h, com muito forró. A abertura fica por conta da Banda Fulô de Mandacaru, seguida por Rogério Rangel, às 17h30. Logo após, o projeto recebe Gileno Santana, trompetista, arranjador, docente e compositor luso-brasileiro. A noite encerra com o xote de Geraldinho Lins. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO QUINTA (16) 17h30 - André Sarbib (Portugal) 19h - Jura Figueiredo convida George Aragão 20h30 - Banda O Disco com “Tributo ao Roupa Nova” 22h - Diego Cabral SEXTA (17) 17h30 - Petrúcio Amorim convida Pecinho Amorim 19h - Luciano Magno convida Edimundo Santos ( Espanha) 20h30 - Cristina Amaral convida César Amaral 22h - Patusco SÁBADO (18) 17h30- A Bandinha (SP) 19h - Carla Rio convida Chrigor (SP) 20h30 - André Rio convida Mónica Ferraz (Portugal ) 22h - Cris Galvão DOMINGO (19) 16h - Banda Fulô de Mandacaru 17h30 - Rogério Rangel 19h - Gileno Santana(Portugal) 20h30 - Geraldinho Lins

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