Arquivos Netflix - Página 3 De 4 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Space Force: série da Netflix satiriza novo braço militar dos EUA

A partir de um tuíte de Donald Trump, em 2018, que anunciava os planos para a criação de uma Força Espacial, surgiu a inspiração para a mais nova série da Netflix: Space Force. Criada pela dupla Steve Carell e Greg Daniels, do sucesso The Office, a nova aposta do serviço de streaming traz como protagonista o general Mark R. Naird (Carell), um piloto condecorado convocado a liderar uma nova divisão das Forças Armadas: a Space Force. Acompanha com muita liberdade criativa, claro, os primeiros anos da força espacial dos EUA lançada por Trump em 2019. O programa vem dividindo opiniões da crítica especializada, principalmente de alguns que esperavam mais alfinetadas no Trump. Por sinal, os dois primeiros episódios dão a impressão de que a série seguirá por esse caminho como quando satiriza as tomadas de decisões via Twitter do presidente ou quando mostra uma sequência hilária com militares e cientistas decidindo se enviam ou não um chimpanzé, que já está no espaço, para (acreditem!) consertar um satélite sabotado pelos chineses. A China, inclusive, é tratada como verdadeira pedra no sapato dos americanos na missão de retorno à Lua. Já a partir do terceiro episódio as coisas desandam para um misto de comédia romântica com algumas pitadas de drama. Space Force ganha em qualidade com a presença do ator John Malkovich e sua boa química com Steve Carell. Malkovich encarna o Dr. Adrian, braço direito de Naird e conselheiro nas tomadas de decisões. Outro nome conhecido é o da atriz Lisa Kudrow, a Phoebe de Friends. Lisa interpreta a esposa de Naird, Maggie, que aparece na cadeia já no primeiro episódio. Alguns núcleos secundários destoam do principal, como por exemplo, as cenas com a filha do general, Erin (Diana Silvers), que por vezes quebram o ritmo da narrativa. Ainda que os criadores tenham perdido a oportunidade de tornar a série um pouco mais ácida, considerando o pano de fundo promissor de lambanças do governo Trump, no fim, Space Force termina o primeiro ano de forma positiva. As muitas perguntas não respondidas e algumas pontas soltas prometem uma segunda temporada bem movimentada.  

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Documentários da Netflix e da Amazon Prime Video para ver na quarentena

Aos que curtem documentários, trago hoje uma lista com produções do gênero que podem ser encontradas nos catálogos da Netflix e Amazon Prime Video. Filmes vencedores em grandes festivais, como Sundance e o Oscar. Segue a lista.   The Square   Ganhador de três Emmys, o documentário The Square, da Netflix, acompanha bem de perto a revolução Egípcia de 2011. Através dela, milhares de jovens se reuniram na praça Tahrir, centro do Cairo, e, com os atos, conseguiram tirar do poder um ditador e, mais adiante, impulsionar o fim de um regime militar. Em meio a tiros e bombas, presenciamos a dura realidade de pessoas que, lutando por liberdade, enfrentaram de forma desigual o exército muito bem armado. Um dos personagens de destaque é o ator britânico, Khalid Abdalla, um dos líderes da revolução. Abdalla é conhecido por protagonizar o filme Caçador de Pipas. The Square foi indicado ao Oscar de melhor documentário em 2014.   Human Flow: Não Existe Lar se Não Há Para Onde Ir   O documentário mostra a jornada de refugiados em busca de um lugar onde possam reconstruir suas vidas. A maior parte escapando da miséria e da guerra, que avançam por seus países de origem. O diretor e ativista social, Ai Weiwei, acompanhou de perto o drama de famílias em 23 países, entre eles, Grécia, França, Alemanha, Iraque, México, Afeganistão, Turquia e Quênia. Países como o Líbano, que recebe pessoas da Síria e da Palestina. Um terço da população do país é de refugiados. Human Flow está no catálogo da Amazon Prime Video.   A Vida em Mim   O curta sueco A Vida em Mim acompanha a vida de crianças refugiadas na Suécia que sofrem da Síndrome da Resignação. A misteriosa doença faz com que fiquem em estado permanente de sono, como se estivessem em coma. Crianças como Karen, garoto que teve de fugir com os pais e irmãos de seu país de origem, marcado pela violência. Com imagens intercaladas de regiões tomadas pela neve na Suécia, A Vida em Mim exala a dor fria e cortante de famílias marcadas pelo trauma da guerra e pela incerteza do futuro. O curta foi indicado ao Oscar 2020 de Melhor Documentário de Curta-Metragem. Disponível no catálogo da Netflix.   One Child Nation   Em One Child Nation, documentário da Amazon Prime Video, as cineastas Nanfu Wang e Jialing Zhang investigam como funcionava a política do filho único promovida pelo governo chinês a partir do final da década de 70. Nanfu entrevista seus próprios familiares e descobre histórias chocantes, como a de uma prima recém-nascida que foi abandonada em um mercado público (movimentado, importante frisar) e que veio a falecer. Ninguém a acolheu por (acredite) ser menina. No percurso, as diretoras entrevistam "cegonheiros", pessoas que encontravam os bebês nas ruas e os vendiam a orfanatos. Essas instituições direcionavam as crianças para a adoção a famílias estrangeiras. Documentário necessário, que denuncia um período tenso na China promovido por um programa que ceifou a vida de milhões de crianças. One Child Nation conquistou o grande prêmio do júri em Sundance ano passado e foi pré-finalista ao Oscar.

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Crítica| Resgate (Netflix)

Após o sucesso de crítica e público de filmes de ação como Atômica e da franquia John Wick, algo que outrora não era tão frequente em relação ao gênero, novas produções com cenas de ação mais refinadas estão surgindo. A mais recente é Resgate, produção original Netflix, que tem no elenco o astro Chris Hemsworth. Hemsworth interpreta Tyler Rake, um mercenário que é contratado para resgatar Ovi (Rudhraksh Jaiswal), filho de um traficante indiano. O garoto foi sequestrado a mando de Amir Asif (Priyanshu Painyuli), um traficante de drogas de Bangladesh. Durante a missão, Rake descobre que não receberá o dinheiro do resgate. Mas a forte ligação com Ovi fará Rake protegê-lo a todo custo.   Tyler Rake encarna estereótipo parecido ao de famosos personagens brucutus do cinema como John Rambo e Braddock. O passado marcado pelo trauma relacionado à morte do filho dá ao protagonista certa profundidade, coisa que muitos personagens do gênero não costumam apresentar. Resgate tem a mesma pegada de filmes da franquia John Wick: lutas coreografadas e cenas de tirar o fôlego. Numa das melhores sequências, acompanhamos uma perseguição em meio às ruas apertadas de Dhaka, capital de Bangladesh, através de um bem trabalhado longo plano-sequência. Em seguida, com um corte sutil, a câmera acomoda o espectador dentro do veículo em que estão os protagonistas. Resgate foi produzido pela Netflix em parceria com os Irmãos Russo, diretores de grandes sucessos da Marvel, como Capitão América: Guerra Civil, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. A história é baseada na Graphic Novel Ciudad, escrita pelos irmãos cineastas. É o primeiro longa dirigido por Sam Hargrave. Antes de Resgate, Hargrave havia trabalhado como coordenador de dublês em alguns filmes da Marvel.  

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Crítica| Filmando Casablanca (Netflix)

Considerado a antítese do cinema de autor, o diretor húngaro-americano, Michael Curtiz, teve uma vida cercada por polêmicas. Tinha a fama de humilhar seus subordinados nos sets de filmagem e chegou a avaliar o trabalho dos atores como "cinquenta por cento um grande conjunto de truques. A outra metade deveria ser talento e habilidade, mas raramente são." Com ou sem polêmica, Curtiz dirigiu um dos maiores clássicos do cinema mundial: Casablanca, estrelado por Ingrid Bergman e Humphrey Bogart em 1942. E para contar a história dos bastidores desse grande filme, estreou na Netflix a produção original do serviço de streaming, Filmando Casablanca. O título brasileiro revela pouco do que é o filme, ainda que a história tenha como pano de fundo justamente as gravações de Casablanca. Na verdade, a trama se atém aos conflitos de Curtiz com as pessoas que o rodeavam nos sets e com a família, conflitos potencializados pelos relacionamentos extraconjugais do diretor. Problemas também com a irmã que estava na Europa, prestes a ser levada a algum campo de concentração nazista. Junto a tudo isso o desafio de, ao mesmo tempo, filmar e escrever a história com os roteiristas. Quando começou a ser filmado, Casablanca ainda não tinha um final.     Filmando Casablanca, ou melhor, Curtiz (seu título original), tem um belo trabalho de fotografia, assinado por Zoltán Dévényi. Realizado em preto e branco, com algumas cenas recebendo toques de vermelho, o longa imprime uma pegada noir, potencializada pelo charme das atuações, principalmente no trabalho do ator húngaro, Ferenc Lengyel, que encarna Curtiz, um personagem de muitas camadas. A trilha sonora é outro ponto a se destacar, marcada pelos metais do trompetista húngaro, Gábor Subicz. O filme mostra situações inusitadas dos bastidores de Casablanca, como quando contrataram um grupo de anões para a cena final. Como o orçamento para o filme era pequeno, tiveram de fazer um avião de madeira e papel, bem menor que uma aeronave de verdade. Filmando Casablanca ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Cinema de Montreal, Canadá. Boa pedida aos fãs do clássico americano.  

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Crítica | Por Lugares Incríveis (Netflix)

"Apenas um melodrama adolescente comum." A resposta de Theodore Finch (Justice Smith) ao professor Embry (Keegan-Michael Key) após ser questionado quanto ao seu estado, reflete bem o que é o novo filme da Netflix, Por Lugares Incríveis. A história acompanha Violet Markey (Elle Fanning), uma adolescente de 17 anos que sofre com a perda da irmã, morta em um acidente automobilístico. Violet decide pular de uma ponte, mas é impedida por Theodore, um colega da escola. Desde então, uma forte ligação começa a ser construída entre os dois. Este é sim mais um daqueles melodramas adolescentes no melhor (ou pior) estilo A Culpa É das Estrelas ou Um Amor Para Recordar. Ainda que o gênero tenha público, falta a essas histórias coragem para ousar e fugir do lugar comum. Por Lugares Incríveis é baseado no livro homônimo de Jennifer Niven, que também assina o roteiro ao lado de Liz Hannah (The Post: A Guerra Secreta). A trama até que ousa ao, no primeiro momento, dar destaque ao drama de Violet e, no meio do filme, mudar o foco para Theodore. A segurança demonstrada pelo protagonista no início era apenas uma capa que ocultava traumas do passado que o fazem fugir. Desde então, passa a sofrer bullying na escola e a ser chamado de aberração.     É justamente na metade do segundo ato que os personagens se revelam mais complexos, cheios de camadas. Mas o filme perde a força outra vez na conclusão ao optar por um desfecho clichê e preguiçoso. Elle Fanning e Justice Smith têm até carisma, mas falta química ao casal de protagonistas. Parte por culpa do roteiro que não desenvolve bem a relação entre os personagens. Importantedestacar o belo trabalho de fotografia realizado por Rob Givens. Por Lugares Incríveis tem algumas pitadas de road movie: as cenas na estrada, algumas tomadas aéreas, e de lugares exóticos como um grande lago (que terá certa importância para o desfecho da história) são de encher os olhos. As fragilidades do roteiro e das atuações não ofuscam a importância do filme no sentido de propor a discussão de temas atuais e necessários como o bullying e a depressão. Por Lugares Incríveis está atualmente entre os dez filmes mais assistidos na Netflix.    

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Dicas de filmes premiados do catálogo da Prime Video

Na era dos serviços de streaming, encontrar um bom filme em meio a centenas de títulos não é tarefa fácil. A variedade em um catálogo assume, dessa forma, o papel de vilã na hora da escolha. A tarefa fica ainda mais difícil com a quantidade cada vez maior desses serviços. Além da Netflix, a Prime Video, da Amazon, vem ganhando espaço após baixar o valor da mensalidade para R$9,90. Ainda que não tenha uma interface tão organizada quanto a da Netflix, o serviço da Amazon representa boa opção frente ao catálogo da concorrente, que vem priorizando produções originais. Nos últimos dias, a Prime Video disponibilizou em seu catálogo filmes que se destacaram em grandes premiações do cinema mundial, como o Oscar, Cannes e Sundance. Indico aqui algumas dessas produções.   A Maratona de Brittany   Filme de estreia do diretor Paul Downs Colaizzo, que também escreveu o roteiro. Na trama, Brittany, uma jovem sedentária e baladeira descobre que está mal após tentar conseguir com um médico a prescrição de anfetaminas (para uso nada medicinal, é bom frisar). Terá agora de perder, como ela mesma diz em uma das cenas, o peso equivalente ao de um husky siberiano. Sem dinheiro para academia, se juntará a um grupo de corredores que, no fim, a conduzirão à maratona de Nova York. O longa foi bem recebido pela crítica. Ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Sundance deste ano. A atriz e comediante, Jillian Bell, encarna a protagonista. Jillian foi indicada, em 2010, ao Emmy pelo roteiro do programa de comédia Saturday night live.   O Passado   Filme iraniano dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por seu trabalho em A Separação, longa ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Na história, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna de Teerã à França para assinar o divórcio, quatro anos depois de deixar sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e os filhos. Seu retorno é marcado por conflitos entre Lucie (Pauline Burlet), filha de Marie do primeiro casamento, e Samir (Tahar Rahim), novo companheiro de Marie. Lucie guarda consigo um segredo relacionado à antiga esposa de Samir, que está em coma. Além da competente direção de Asghar Farhadi, o que torna esse um grande filme são as atuações. O iraniano Ali Mosaffa consegue transmitir a serenidade necessária que seu personagem pede. A atriz franco-argentina, Bérénice Bejo, mais conhecida por seu papel em O Artista, com sua atuação ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. O Passado foi indicado ao Globo de Ouro e à Palma de Ouro em Cannes.   Filhos do Paraíso   Mais uma produção iraniana. Na história, Ali (Amir Farrokh Hashemian) vive com os pais e a irmã Zahra (Bahare Seddiqi) e um bairro pobre. Após perder os sapatos da irmã, passa a dividir secretamente os seus com ela, com medo de levar bronca dos pais. Até que surge a oportunidade de ganhar um par de sapatos novos se chegar em terceiro lugar em uma corrida da escola. Filhos do Paraíso mostra a dura realidade vivida por essa família humilde segundo o ponto de vista das duas crianças protagonistas. Sem perder o bom humor, o longa retrata o dia a dia dos irmãos que, logo cedo, terão de assumir grandes responsabilidades em casa, além das tarefas da escola. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.   As Maravilhas   Dirigido por Alice Rohrwacher, mesma diretora do belo Lazzaro Felice, da Netflix, o italiano As Maravilhas acompanha a história de Gelsomina, jovem que mora com o pai e as irmãs numa pequena fazenda em uma vila na região da Toscana, onde vivem da produção de mel artesanal. Sua rotina é alterada após a chegada de Martin, um garoto acolhido pela família, ligado a um projeto social para jovens infratores. As Maravilhas trata de amadurecimento, da passagem da infância para a vida adulta. Tem um elenco, em parte, desconhecido, mas muito talentoso. Destaque para a atriz romena Maria Alexandra Lungu, que encarna a protagonista Gelsomina e para a bela Monica Bellucci, que interpreta uma apresentadora de TV. O filme ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes em 2014.

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Netflix: no mês da Consciência Negra, produções que denunciam o racismo

Há fantasmas que insistem em assombrar a humanidade, um deles é o racismo, ainda tão real e presente na sociedade. Fantasma que, infelizmente, não se limitou ao passado manchado pela escravidão, está nas esquinas e estádios de futebol. Como forma de resistência ao preconceito e a discriminação racial, no dia 20 de novembro é comemorado em nosso país o Dia da Consciência Negra, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da luta dos negros escravizados no Brasil. Com frequência, filmes e séries tratam do assunto, denunciando e promovendo necessária reflexão. Em homenagem à data, indico três produções originais Netflix ligadas ao tema.   American Son   O longa American Son é baseado em uma peça homônima que fez grande sucesso na Broadway. Na história, Kendra vai a uma delegacia denunciar o sumiço do filho. Ela é tratada com desdém e preconceito pelo oficial responsável pelo atendimento, que faz perguntas baseadas em estereótipos como “qual apelido o garoto tem nas ruas”, se tem cicatrizes, tatuagens ou até dente de ouro. A questão racial e de gênero é potencializada quando o pai do jovem, Scott, chega ao local. Por ser branco e se apresentar como agente do FBI, é recebido de forma diferenciada. American Son denuncia o preconceito e discriminação, relacionados à questão de raça e gênero, ainda presentes nas relações familiares e nas instituições que deveriam proteger o cidadão. Kerry Washington, conhecida por protagonizar a série de Shonda Rhimes, Scandal, encarna Kendra. Steven Pasquale da série The Good Wife interpreta Scott.   Olhos Que Condenam   Em 1989, cinco adolescentes, quatro negros e um hispânico, foram acusados e, em seguida, condenados injustamente por, segundo os investigadores, estuprar uma jovem branca que corria no Central Park. Na época, Donald Trump, então magnata do setor imobiliário, atiçou a opinião pública com anúncios de página inteira pedindo a pena de morte para os acusados. O caso ficou conhecido como “Os Cinco do Central Park”. A minissérie Olhos Que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, conta essa triste e revoltante história. A produção denuncia não só os maus tratos sofridos pelos adolescentes enquanto estiveram presos, como também o caminho difícil de ressocialização que muitos deles tiveram de trilhar durante a condicional. Fruto de um sistema que impossibilita uma segunda chance aos que passaram por alguma condenação. Ava DuVernay é conhecida por dirigir o longa Selma: Uma Luta Pela Igualdade, que acompanha os bastidores da marcha das cidades de Selma até Montgomery em 1965, liderada por Martin Luther King Jr. pelo direito de voto dos negros nos EUA.   A 13ª Emenda   "Um em cada quatro seres humanos com suas mãos nas grades estão presos na terra da liberdade." Assim começa o documentário A 13ª Emenda, também dirigido por Ava DuVernay. A produção tem como pano de fundo o sistema carcerário americano e se baseia na 13ª alteração feita na constituição dos EUA, que tornou inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Mostra que o texto deixou uma brecha: "exceto como punição por crimes", o que possibilitou a prisão em massa de afro-americanos após o fim da Guerra Civil Amerciana. O documentário fala também sobre o polêmico filme O Nascimento de Uma Nação, de D. W. Griffith e a apologia que fez, na época, às atividades racistas do Ku Klux Klan. A 13ª Emenda foi indicado em 2017 ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o BAFTA, prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão.  

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Crítica| Campo do Medo (Netflix)

As tramas e personagens criados por Stephen King costumam fazer sucesso não apenas na literatura de terror, mas também na tela grande. Algumas dessas adaptações são presença garantida em listas de melhores filmes, como Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre. Recentemente, It: A Coisa tornou-se o filme de terror de maior bilheteria da história do cinema. Pois bem, as adaptações não param de surgir: Campo do Medo, inspirado no conto homônimo escrito por Stephen King e o filho Joe Hill, é uma das novas apostas da Netflix. Na história, os irmãos Becky (Laysla De Oliveira) e Cal (Avery Whitted) são atraídos a um imenso matagal ao lado de uma rodovia, após ouvirem o grito de socorro de um menino. A dupla descobrirá que aquele lugar é muito mais sinistro e perigoso do que imaginam, uma espécie de labirinto verde dominado por uma força sobrenatural.     Campo do Medo é uma produção canadense, dirigida pelo diretor americano Vincenzo Natali, mais conhecido pelo cult de ficção científica, Cubo. Diferente de outras adaptações de Stephen King, a história não convence: previsível e com poucos sustos. O trabalho de edição feito por Michele Conroy é confuso e pouco ajuda (mais atrapalha) o desenrolar da trama. Conroy editou filmes como Pompéia e o terror cult Mama. A fotografia é uma das poucas coisas boas de Campo do Medo. As belas imagens aéreas do matagal são de encher os olhos e os enquadramentos fechados nas cenas dentro da mata potencializam o clima claustrofóbico proposto. Desde que estreou no catálogo da Netflix na sexta (4), Campo do Medo vem acumulando críticas negativas. No Rotten Tomatoes está com apenas 40% de aprovação, enquanto que no IMDb, alcançou, até o momento, a nota 5,6.  

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Netflix: filmes que participaram do Festival de Veneza disponíveis na plataforma

A edição deste ano do Festival de Veneza chegou ao fim no último sábado (7) consagrando o filme Coringa como o grande vencedor. O longa dirigido por Todd Philips, com Joaquin Phoenix elogiadíssimo no papel do Coringa, conquistou o Leão de Ouro, prêmio máximo do festival. J’Accuse, de Roman Polanski, levou o Leão de Prata, Grande Prêmio do Júri. O Brasil também fez bonito: Bárbara Paz ganhou o troféu por Babenco, Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, sobre o cineasta Hector Babenco. Ainda no clima do festival, indico aqui três filmes do catálogo da Netflix que fizeram história em Veneza.   Beasts of no Nation (2015)   A produção original da Netflix traz como pano de fundo uma sangrenta guerra civil que se espalha por um país da África Ocidental. É protagonizada por Agu (Abraham Attah), um garoto que se vê forçado a amadurecer antes do tempo e a lutar na guerra após perder pai e irmão. O longa acompanha a marcha de um grupo de soldados, em sua maioria, crianças, garotos perdidos da Terra do Nunca numa versão carregada de crueldade, maculada pela perda precoce da inocência. Beasts of no Nation faz dura crítica à guerra, denuncia suas consequências insanas e contradições. Destaque para a atuação soberba do ator britânico Idris Elba, no papel do sanguinário comandante do batalhão. O filme gerou grande polêmica na época por ter sido ignorado pela academia e não figurar entre os indicados ao Oscar em 2016. Por outro lado, além de Veneza, recebeu indicações ao Globo de Ouro, BAFTA e ao SAG awards.   Animais Noturnos (2016)   Exibido no Festival de Veneza em 2016, Animais Noturnos é daqueles filmes que prendem o espectador no sofá até a última cena. Na trama, Suzan (Amy Adams), dona de uma galeria de arte, recebe do ex-marido, Edward (Jake Gyllenhaal), o manuscrito do primeiro romance dele. No desenrolar da leitura, Suzan entende a história como um desabafo, um instrumento de vingança usado por Edward em função de sua conturbada relação no passado. Animais Noturnos entrelaça três subtramas: uma que acompanha os conflitos de Suzan com o atual marido, Walker (Armie Hammer) e os traumas do passado, os flashbacks que trazem detalhes da relação com Edward e, por fim, a história escrita por Edward, propriamente dita. Tom Ford, responsável por roteiro e direção, entrega um filme tenso e, ao mesmo tempo, inteligente, com um elenco de primeira e atuações marcantes.   Roma (2018)   Considerado um dos filmes mais intimistas e pessoais de Alfonso Cuarón, Roma provocou grande burburinho ao receber dez indicações ao Oscar 2019, entre elas a de Melhor Filme e de Melhor Filme Estrangeiro. Até então, nenhuma produção original da Netflix havia chegado tão longe. Mas antes do Oscar, Roma passou por outros festivais, entre eles, o de Veneza, onde foi o grande vencedor, conquistando o cobiçado Leão de Ouro. Aos desavisados, o título do filme não tem relação com a famosa cidade italiana, mas diz respeito a um bairro da Cidade do México, o Colônia Roma. Na história, acompanhamos Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe média da capital mexicana na década de 70. O diretor mexicano Alfonso Cuarón tem no currículo grandes sucessos de bilheteria, entre eles, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e Gravidade.

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Crítica| Sequestrando Stella (Netflix)

Após o retorno da série Dark, chega ao catálogo da Netflix mais uma produção alemã, o thriller Sequestrando Stella. Com direção e roteiro de Thomas Sieben, o longa tem uma premissa bem simples: dupla sequestra filha de ricaço em busca de recompensa. Max von der Groeben e Clemens Schick encarnam a dupla de sequestradores, Tom e Vic, respectivamente, e Jella Haase interpreta Stella. Os personagens são mal apresentados, planos, o que atrapalha na identificação do espectador com eles. O foco maior, a princípio, está no planejamento e execução do sequestro. O primeiro ato (geralmente o de apresentação) logo termina e pouco sabemos sobre os personagens.     No segundo ato descobrimos que a ligação entre Tom e Stella vai além da relação sequestrador/sequestrada. A trama segue, a princípio, numa crescente tensão psicológica, que mais adiante vai esvanecendo a cada tentativa frustrada de fuga de Stella. A coisa é tão clichê que, no início, até nos faz desconfiar que em algum momento a história sofrerá uma grande reviravolta. Mas o resultado fica aquém do esperado. Sequestrando Stella é um remake do filme britânico O Desaparecimento de Alice Creed, escrito e dirigido por J Blakeson (A 5ª Onda). Este bem melhor classificado no IMDb, com nota 6,7. A produção alemã alcançou ínfimos 4,9.  

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