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Obesidade infantil aumenta nas férias

As crianças estão em maior risco de ganhar peso durante as férias de verão, do que durante o ano letivo, de acordo com um novo estudo publicado no Obesity Journal. Os pesquisadores estudaram mais de 18 mil crianças, em creches, com cerca de dois anos, e descobriram que a obesidade aumentou apenas durante as duas férias de verão e não durante o ano escolar. Os resultados do estudo foram apresentados durante o simpósio Obesity Week, conferência anual da Sociedade de Obesidade, realizado no final de 2016. "Os educadores há muito tempo se preocupam se as férias de verão levam à perda do hábito de estudo. Agora, sabemos que o recesso também é um tempo de ganho de peso excessivo para os alunos mais jovens. Os resultados do estudo levantam questões para pais e gestores de políticas públicas sobre como ajudar as crianças a adotar comportamentos saudáveis durante as longas férias de verão para impedir o ganho de peso. Os resultados também sugerem que não podemos reverter a epidemia de obesidade se nos concentrarmos apenas no que as crianças estão fazendo e comendo enquanto estão na escola", afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349). Entre o início do jardim de infância e o final da 2ª série, a obesidade aumentou de 8,9% para 11,5% entre as crianças, e o excesso de peso (sobrepeso) aumentou de 23,3% para 28,7%. Nenhum aumento de peso ocorreu durante o ano escolar; tudo isso aconteceu durante as férias de verão. Os pesquisadores defendem que agora que existem dados sólidos apontando que as férias de verão são um período propício para o ganho de peso potencial em crianças pequenas, o próximo passo é trabalhar junto com as escolas para moldar os comportamentos fora do horário letivo. "Os pais podem tomar algumas medidas simples para ajudar os filhos a aderirem a um horário de sono adequado, durante todo o ano, e podem reduzir o tempo de tela", destaca o médico. Mas os pais não podem resolver o problema sozinhos. Os autores do estudo sugerem que, para reduzir o aumento da obesidade infantil e do sobrepeso, os programas escolares devem tentar moldar os comportamentos extra-escolares, bem como melhorar a qualidade das refeições escolares e da prática de atividade física durante o ano letivo. Sugerem também testar intervenções adicionais para ver o que funciona melhor, mas que podem incluir: limitações ao marketing de alimentos dirigidos às crianças e educação nutricional para os pais. "Esperamos que essas descobertas unam os esforços dos pais, educadores, defensores da saúde pública e funcionários para garantir que o verão não coloque por água abaixo os esforços feitos durante o ano letivo para não apenas ensinar as crianças a comerem bem, mas para mantê-las saudáveis", diz o pediatra, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Financiado pela Fundação Russell Sage, o estudo utilizou dados nacionais representativos para medir objetivamente a altura e o peso ao longo de um período de três anos. Os pesquisadores usaram o Early Childhood Longitudinal Study para seguir uma amostra aleatória nacional e complexa de 18.170 crianças do jardim de infância em 2010, até a segunda série em 2013. O peso e a altura foram medidos nas escolas em cada outono e primavera e os autores estimaram o aumento do IMC, a prevalência de sobrepeso e a prevalência de obesidade durante cada verão e ano escolar. O objetivo do estudo foi avaliar a importância dos fatores de risco para ganho de peso dentro e fora do ambiente escolar.

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Obesidade infantil causada por diabetes gestacional

Nova pesquisa publicada no Diabetologia (revista da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes [EASD]) mostra um aumento do risco de obesidade na infância na idade de 9-11 anos quando a mãe teve diabetes gestacional durante a gravidez. “A obesidade infantil aumentou dramaticamente, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos países em desenvolvimento. Os fatores ambientais pré-natais, perinatais e pós-natais têm impacto direto sobre a obesidade infantil. Alguns estudos descobriram que a exposição intrauterina ao diabetes mellitus gestacional (DMG) coloca os descendentes em risco aumentado de resultados adversos de longo prazo, incluindo a obesidade”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349). Esta nova análise é baseada no The International Study of Childhood Obesity, Lifestyle and the Environment (ISCOLE), um estudo transversal multinacional realizado em centros urbanos e suburbanos em 12 países. O estudo incluía dados de 7.372 crianças, após a exclusão de crianças com dados incompletos, restaram 4.740 crianças. O diabetes gestacional foi diagnosticado de acordo com os critérios do American Diabetes Association (ADA) ou da OMS. “O risco aumentado para as crianças de mães com diabetes gestacional em comparação com mães que não tinham diabetes gestacional foi de 53% para obesidade, 73% para obesidade central (excesso de gordura se concentra na barriga e no tronco), 42% para gordura corporal elevada. Os autores afirmam que: "os mecanismos pelos quais a exposição ao diabetes no útero aumentam o risco de obesidade dos descendentes não são completamente compreendidos. A exposição ao diabetes materno está associada com excesso de crescimento fetal intrauterino, possivelmente, devido a um aumento da massa e da gordura fetal e das alterações nos níveis hormonais fetais”.

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Criança gordinha pode virar adulto obeso

A epidemia da obesidade atingiu também a infância. Virou rotina nos consultórios pediátricos crianças com doenças causadas pelo aumento de peso e que até então só acometiam adultos, como diabetes tipo 2, hipertensão, gordura no fígado. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, realizada pelo IBGE, demonstra a diminuição nos níveis de desnutrição e aumento do número de crianças e adolescentes com excesso de peso nos últimos 35 anos no Brasil. Na região Nordeste, a pesquisa revelou que 28,15% de brasileiros entre 5 e 9 anos e 16,6% entre 10 e 19 anos estão obesos ou com sobrepeso. O que é um perigo porque são altas as chances dessa garotada “brigar com a balança” também na fase adulta. Vários estudos mostram que uma criança gordinha tem risco maior de permanecer com problemas de obesidade quando adulta. “É como se o seu corpo passasse a ser programado para produzir células de gordura em grande quantidade e, mesmo que entre na fase de crescimento, terá dificuldade para emagrecer”, explica Taciana Schuler, endocrinologista pediátrica. O problema começa ainda quando se é um feto na barriga da mãe. Uma gestante obesa, que come em demasia tem grandes chances de ter bebês acima do peso, que terão essa programação metabólica desencadeadora da obesidade. Assim como ocorre com gente grande, o estilo de vida é o principal vilão da criançada. Afinal, décadas atrás, os pequenos brincavam na rua, não comiam muito produtos processados, nem ficavam horas diante das telas da tv, de computador ou celular. As mães não trabalhavam fora de casa e tinham tempo para fazer as refeições. Os tempos mudaram e o gosto das crianças por alimentos também. Na verdade, nosso paladar é formado até os 2 anos de idade. Portanto, se a garotada não está acostumada a comer frutas, legumes e verduras desde pequena dificilmente vai achar esses alimentos gostosos quando crescer. As escolas têm sua parcela de responsabilidade. “Nas cantinas dos colégios particulares não há muita preocupação com alimentação de qualidade, alguns chegam até ter uma lanchonete de fast food”, espanta-se Taciana. “Nas escolas públicas o problema é que a merenda é como se fosse um almoço. Essa ideia surgiu quando havia muitos estudantes desnutridos, mas hoje a situação mudou”, alerta a médica. “Por isso, os alunos que já almoçaram em casa vão para a escola e almoçam novamente com muito carboidrato, pouca vitamina e proteína”, critica a endocrinologista, que defende a criação de políticas públicas para orientar os colégios. Instituições de ensino também pecam por não darem o devido valor à educação física. “Muitas vezes é apenas uma aula por semana e muitas dão uma parte teórica e muito pouco prática. Os estudantes ficam sedentários, não se estimula a consciência da necessidade de se exercitar”, adverte Taciana. Diferenças Tratar a obesidade na infância tem suas particularidades. Como estão em crescimento, as crianças não podem ser submetidas a dietas rígidas. Elas também possuem um metabolismo mais acelerado que ajudam no processo de emagrecimento. Até o momento não há medicações de uso pediátrico para a obesidade, porque é difícil testar o efeito dos remédios nas crianças. A cirurgia bariátrica é realizada somente a partir de 16 anos. Por isso dieta e exercícios físicos são o arsenal terapêutico utilizado. E para que dê resultado é imprescindível a colaboração dos pais. “Muitos deles também têm alimentação pouco saudável e acabam transferindo o exemplo para os filhos. É importante que passem a se alimentar bem para que as crianças os imitem”, recomenda a endocrinologista. Os adolescentes são um caso à parte. Como estão em fase de afirmação e de se distinguirem da imagem dos pais podem colocar obstáculos para fazer dieta. “Nesse caso, a alternativa é apelar para a vaidade para conseguir convencê-los”, aconselha Taciana. Eduarda Araújo, de 12 anos, é uma das pacientes da médica que já sente os efeitos do tratamento na sua vaidade. “Ela é muito moça e de repente ficou com 26 quilos a mais do ideal para seu peso e altura. Não encontrava roupas bonitas para se vestir”, conta a mãe, Socorro. Com dieta e atividade física, Eduarda já perdeu sete quilos em sete meses. “Antes ela só usava short e camiseta, agora já comprou saia, está toda feliz, se arruma”, comemora Socorro. Para conquistar essa felicidade, mãe e filha tiveram que fazer algumas mudanças. “Eu gostava de doces e ela também. Deixei de comprar biscoito, leite condensado”, conta Socorro. O fast food foi substituído por sanduíche de pão integral com queijo e suco, o lanche da escola ela leva de casa, e passou a ter o hábito de tomar o café da manhã. “No início foi difícil porque eu não estava acostumada a comer esses alimentos, mas depois de uma semana não estranhei mais”, revela Eduarda, que também passou a malhar. “Eu já fazia natação, agora faço também sapateado duas vezes por semana. É muito legal”, comemora.

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