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Hope inicia novo tratamento para olho seco

O Hopital de Olhos de Pernambuco é um dos primeiros a contar com equipamentos que oferecem soluções rápidas e eficazes para a síndrome do olho seco: o LipiFlow System e o LipScan. "O LipScan consegue gerar imagens dessas glândulas com o máximo de resolução possível, favorecendo um diagnóstico e tratamento mais assertivo e efetivo. Já o LipiFlow se configura como um dos melhores tratamentos para as glândulas de meibômio, demonstrando melhorar a função delas e consequentemente os sintomas do olho seco", explica o médico oftalmologista do Hope, Bernardo Cavalcanti. A disfunção da glândula de meibômio é considerada hoje a principal causa da síndrome do olho seco, afetando mais de 340 milhões de pessoas em todo mundo. No Brasil, a disfunção atinge cerca 12% da população, ou seja, cerca de 25 milhões de brasileiros, numa proporção de três mulheres para cada homem (na mulher a oscilação ou queda do estrogênio aumenta a predisposição para olho seco). "O olho seco afeta uma parcela muito significativa da população mundial, e alterações na glândula de meibômio está entre as principais causas. Com esses equipamentos, teremos as ferramentas necessárias para otimizar a saúde da superfície ocular de milhares de pessoas", afirma Cavalcanti. A síndrome do olho seco é uma doença crônica e progressiva, e mesmo quando está sob controle, os pacientes ainda precisam visitar o médico para terapias de manutenção e monitoramento para detectar a progressão o mais rápido possível. O tratamento LipiFlow leva aproximadamente 12 minutos por olho e já é possível perceber melhora dos sintomas em duas a quatro semanas. Normalmente os efeitos benéficos do procedimento duram uma média 12 meses. "O sistema de pulsação LipiFlow é um tratamento automatizado que tem como princípio a aplicação de calor e pressão sobre a área aplicada. Ele abre e limpa as glândulas de meibômio, restaurando assim a secreção", explica o médico  oftalmologista. "O dispositivo se encaixa no olho e também sobre as pálpebras e aplica calor para amolecer a secreção de meibômio endurecida. Ao mesmo tempo, ele aplica pressão pulsada nas pálpebras para que possa abrir e desobstruir as glândulas entupidas, restaurando o equilíbrio correto de óleos, possibilitando que a glândula consiga produzir a camada lipídica da lágrima", finaliza. Causas do olho seco - a Síndrome do olho seco apresenta várias causas. As principais são a Síndrome de Sjörgren (doença autoimune que ataca as glândulas lacrimais e salivares, ressecando as mucosas); deficiência lacrimal por envelhecimento, fatores hormonais ou doenças crônica; obstrução do duto lacrimal após determinados tipos de conjuntivite; perda de sensibilidade da córnea; bloqueio da glândula lacrimal ou inflamação da glândula de meibômio. Além dos fatores ambientais, como o uso prolongado do computador, tablets ou celulares, fumaça, poluição, lugares fechados, além do excesso de exposição ao ar condicionado ou do uso de lentes de contato, principalmente as gelatinosas, que absorvem mais lágrimas que as rígidas. Sintomas - vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira e maior sensibilidade a luz. Se a síndrome não for tratada logo no início, a falta de lubrificação na superfície ocular pode causar cicatriz na córnea, ceratite e agravamento de outras doenças, além de facilitar o aparecimento de conjuntivite e alergias.

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Cuidados com as lentes de contato no verão

Quem tem hábito de usar lentes de contato está sujeito a desenvolver quadros inflamatórios, infecciosos e alérgicos. Por isso, a atenção com o uso, manuseio e higiene das lentes é essencial. Especialmente, nesse período do ano, o paciente deve ficar mais atento para evitar danos oculares. Na praia, por exemplo, deve-se evitar o contato com a areia e ter cuidado com o excesso de vento. Não se deve entrar no mar usando lentes de contato, o que vale também para piscinas, rios, lagos ou similares. “Deve-se evitar nadar ou tomar banhos de imersão com as lentes de contato. Além do risco de perder as lentes, a maior preocupação é o perigo de contaminação da lente pela água e a possibilidade de isso causar complicações oculares”, explica a oftalmologista Ceres Kreimer, especialista em lentes de contato do Instituto de Olhos do Recife (IOR). Segundo a médica, o contato das lentes com a água pode causar sérios problemas aos olhos. “Podem ocorrer infecções oculares gravíssimas, como úlceras provocadas pela contaminação com bactérias ou parasitas”, alerta. A higiene também é fundamental, especialmente a do estojo, onde as lentes são guardadas, e o local onde elas são manuseadas. “É indispensável lavar as mãos antes e depois do manuseio das lentes, utilizar solução de limpeza indicada para cada tipo de lente, fazer a limpeza das lentes antes de colocá-las e após retirá-las dos olhos, trocar a solução do estojo a cada uso e seguir o tempo de uso e descarte recomendado pelo oftalmologista”, reforça a doutora Ceres. Lavar o estojo semanalmente é outra recomendação, além de trocá-lo por um novo a cada três a quatro meses. “O paciente nunca deve lavar nem guardar as lentes com água ou soro fisiológico, evitando assim a contaminação delas”, orienta a oftalmologista. NOITE – Outra indicação é evitar dormir com as lentes de contato e utilizar sempre colírios lubrificantes, principalmente nessa época do ano. “Embora existam lentes com as quais se pode até dormir, o ideal é não as usar durante o sono. Mesmo se a marca for liberada para tal, não aconselhamos, porque esse hábito aumenta o risco de complicações oculares”, diz a doutora Ceres Deve-se ainda seguir o horário de uso permitido para cada tipo de lente. “O paciente precisa respeitar o esquema de uso recomendado pelo seu oftalmologista, fazendo a troca ou reposição no prazo certo. O médico vai se basear nos parâmetros recomendados pelo fabricante da lente, estabelecer e ajustar esses prazos de acordo com as particularidades e necessidades de cada paciente”, esclarece a oftalmologista.

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Exercícios aeróbicos podem ajudar no tratamento de pacientes com glaucoma

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem até 1 milhão de pessoas portadoras do glaucoma, que é a segunda maior causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata. O glaucoma se caracteriza pela elevação da pressão intraocular associada à condição de neuropatia óptica. A doença é degenerativa, e o paciente diagnosticado perde progressivamente (se não tratada) a camada das células ganglionares, responsáveis por captar a luz, que a transforma em imagem. O que muita gente não sabe é que o sedentarismo pode agravar a doença. Isso porque foi observado, em um grupo de mais de 11 mil pessoas a partir de 40 anos, a incidência de glaucoma era significativamente menor entre os mais ativos. Os cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão que, a cada dez minutos a mais de exercícios entre moderados e intensos durante a semana, o perigo de sofrer com esse problema diminuía 25%. Segundo o médico oftalmologista do HOPE Michel Bittencourt, os exercícios aeróbicos podem ajudar no tratamento do paciente já diagnosticado com glaucoma. “Por ser uma doença com base neurológica vascular, o componente vascular faz com que exercícios, como o aeróbico, aumentem o fluxo sanguíneo na região papilar e isso traga benefícios para a não progressão do glaucoma”, afirmou. Quanto ao levantamento de peso, segundo Michel Bittencourt, estudos comprovam que há aumento da pressão intraocular na prática. “As pessoas que carregam muito peso na academia podem fazer uma Manobra de Valsalva, que é prender o ar ao fazer esforço. Essa movimentação pode aumentar a pressão intraocular. Instrumentos de sopro também não são adequados para esses pacientes, além de mergulhar e nadar com óculos de natação muito apertados”, argumentou. O tipo de exercício ideal para o paciente glaucomatoso é o mesmo que o hipertenso pode e deve fazer. Causas do glaucoma O médico oftalmologista Michel Bittencourt explica que o glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular. As causas podem aparecer em pacientes que tiveram traumas cirúrgicos e mecânicos; tenham pai, mãe ou irmãos com a doença (genético); uso de corticoides; idade avançada; pressão arterial elevada e diabetes.

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Níveis elevados de colesterol são associados a maior risco de glaucoma

Um dos principais causadores de cegueira irreversível no País, o glaucoma consiste na morte progressiva das células ganglionares da retina. O desenvolvimento da doença se deve, principalmente, à elevação da pressão intraocular por acúmulo do humor aquoso, líquido que tem função de nutrição no olho – assim, podendo levar dano ao nervo óptico. Cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil têm glaucoma, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo estudo publicado na Ophthalmology, em 2 de maio de 2019, com 136.782 participantes, níveis mais elevados de colesterol no sangue foram associados com maior risco de Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA). “Nesse estudo, evidenciou-se que o uso de estatinas por cinco ou mais anos, quando comparado com nunca usar, foi associado com um risco menor de GPAA em pacientes com nível de colesterol alto. É interessante salientar que um dos pesquisadores acredita que esse estudo tinha limitações, por isso estudos adicionais são necessários para confirmar os resultados, especialmente devido ao uso generalizado de estatinas em idosos com risco particular de desenvolver GPAA”, afirma o médico do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE) Rodrigo Coêlho. A perda visual começa geralmente pela periferia, por isso não apresenta sintomas nos quadros iniciais. Muitos portadores de glaucoma acabam nem sabendo que têm a doença. Segundo Rodrigo Coêlho, alguns erros são cometidos por pacientes. “O primeiro é não aderir ao tratamento por não fazer consultas regularmente com o oftalmologista. Alguns pacientes já diagnosticados não usam colírios ou pingam fora do olho”, explica. É importante destacar que não é indicado tocar no dosador do colírio para não contaminar o medicamento. Outro erro frequente é trocar o frasco do colírio por medicação para uso oral em gotas, além de deixar de usá-lo no dia da consulta ou dos exames. Ainda de acordo com o oftalmologista, é importante atentar para o uso correto de colírios. Lavar as mãos antes de aplicar, colocar o medicamento sem tocar no bico dosador para evitar a contaminação, pressionar com um dedo o canto interno do olho para reduzir absorção sistêmica e efeitos colaterais, fechar os olhos por alguns minutos e esperar pelo menos 5 minutos para instilar outro colírio. O tratamento do glaucoma pode ser feito, além do uso de colírios, com aplicação de laser e cirurgias, a depender de cada caso.

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Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância

André Julião – Um aparelho portátil ligado a um smartphone faz imagens precisas da retina, permitindo detectar retinopatias a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais. Criado pela Phelcom Technologies, o Eyer tem ainda a vantagem de possibilitar o diagnóstico por telemedicina, a quilômetros de um médico oftalmologista. A empresa recebeu apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP pela primeira vez em 2016, para desenvolvimento e validação de um protótipo. Recentemente, teve aprovado projeto de comercialização e fabricação do produto no âmbito do Programa PIPE/PAPPE, resultado de parceria da FAPESP com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (leia mais em: agencia.fapesp.br/30590). Além disso, a Phelcom é incubada na Eretz.bio, do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos investidores. Em março, começou a operar sua fábrica em São Carlos, depois de conseguir as certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, são produzidas 30 unidades do Eyer por mês, número que deve chegar a 100 até o fim do ano. O dispositivo já sai da fábrica acoplado a um smartphone de última geração e custa cerca de US$ 5 mil. O aparelho convencional mais usado hoje precisa ser ligado a um computador e custa em média R$ 120 mil. Na frente da câmera do celular, fica um conjunto óptico projetado para iluminação e imageamento da retina. Quando as imagens são produzidas, o aplicativo que opera o aparelho as envia pela internet para um sistema web – chamado Eyer Cloud – que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes. Caso não haja acesso a wi-fi ou rede 3G ou 4G no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão com a internet. “Houve um esforço grande na área de óptica. Um dos desafios foi fazer uma versão portátil de um equipamento que normalmente é bem grande. Outro foi habilitar a operação não midriática, permitindo capturar exames de retina de qualidade sem a necessidade de dilatação da pupila do paciente”, disse José Augusto Stuchi, CEO da empresa à Agência FAPESP. Não por acaso, o nome da empresa é um acrônimo em inglês das três áreas: física, eletrônica e computação (physics, electronics e computing). Os outros sócios fundadores da Phelcom são Flávio Pascoal Vieira, diretor operacional (COO, na sigla em inglês), e Diego Lencione, diretor técnico (CTO). Os três se conheceram no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Opto Eletrônica, em 2008, e se aproximaram durante o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. O Eyer Cloud é uma inovação da equipe que vem se destacando por armazenar todas as informações adquiridas nos exames e organizar em um banco de dados. Os equipamentos atuais são, na maior parte, off-line, operando junto a um computador que salva as informações em um disco rígido. O usuário do Eyer, por sua vez, deve criar uma conta, como a de e-mail ou de rede social, na qual são salvas automaticamente as imagens adquiridas pelo dispositivo. “Tivemos de garantir a segurança dessas informações e um meio de subi-las rapidamente para a nuvem, para que se pudesse fazer a imagem em um lugar e ela já aparecer on-line”, explicou Stuchi. Esse último fator é essencial para realizar a chamada telemedicina. O Eyer permite que um técnico treinado ou um médico generalista possa fazer as imagens, enquanto um oftalmologista especializado em retina as analisa e emite um laudo de outro lugar. A empresa atualmente realiza parcerias com médicos oftalmologistas para a emissão de laudos da retina. Enviadas as imagens, o médico parceiro emite o parecer no próprio sistema. O pagamento se dá por meio de planos mensais. A depender da quantidade de laudos emitidos, cada um custará entre US$ 5 e US$ 10. Inteligência artificial Além de representarem um novo serviço, os laudos emitidos alimentam um banco de dados que pode ser usado para “ensinar” o computador a identificar padrões associados às principais doenças que afetam a retina, principalmente a retinopatia diabética. Atualmente, a empresa tem mais de 10 mil retinas fotografadas e projeta ter, em pouco tempo, o maior banco de dados do gênero do mundo. Só para o próximo ano, os sócios projetam ter 50 mil pacientes examinados. No ano passado, a Food and Drug Administration, agência que regula a venda de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou pela primeira vez um algoritmo para diagnóstico de uma doença. A empresa IDx conseguiu autorização para usar um algoritmo que detecta justamente a retinopatia diabética, maior causa de diminuição da visão e de cegueira entre adultos norte-americanos. No Brasil, estima-se que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos tenha diabetes e, destes, metade tenha retinopatia diabética. “O uso da inteligência artificial para diagnóstico ou para auxiliá-lo é uma tendência no mundo todo. Os computadores processam os dados, enquanto o médico atua na tomada de decisão”, disse Stuchi. O empreendedor afirmou que o sistema da empresa tem atualmente precisão próxima de 80% para detectar retinopatia diabética, sem a necessidade de intervenção humana. Com o aumento de sua base de dados, em breve essa taxa deverá chegar a 95% de precisão, quando a aplicação poderá começar a ser comercializada. O algoritmo norte-americano tem atualmente até 89,5% de chances de dar um diagnóstico correto. “Com o apoio do PIPE, conseguimos contratar um time e manter o foco no projeto, deixando nossos empregos”, disse Stuchi. Com projeções de colocar 150 Eyers no mercado brasileiro nos próximos 12 meses e obter R$ 3 milhões em lucros, a ideia dos sócios agora é expandir as vendas para outros países da América Latina e depois para os Estados Unidos e a Europa. Dispositivo vestível A Phelcom Technologies também tem o apoio do PIPE para desenvolver outro produto inovador. Trata-se de um par de óculos que, quando colocado pelo paciente, faz o exame da retina e também mede a refração, principal exame oftalmológico realizado hoje. O exame de refração define

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Retinopatia diabética: conheça a doença que atinge 150 mil brasileiros por ano

A diabetes se caracteriza pela alta taxa de glicose no sangue (hiperglicemia), gerando alterações cardiovasculares em várias partes do corpo. O que pouca gente sabe, no entanto, é que a doença pode afetar um dos principais sentidos do ser humano: a visão. Isso porque a retina – aquele tecido da parte traseira do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro – é uma área bastante vulnerável, já que é constituída por vasos sanguíneos muito finos. Essa complicação da diabetes se chama “retinopatia diabética”, que atinge 150 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que pessoas que sofrem de diabetes têm um risco 25 vezes maior de perda da visão. Além disso, cerca de 40% dos diabéticos sofrem algum estágio da retinopatia diabética, embora metade deles não esteja ciente disso. "As primeiras alterações são silenciosas e o paciente não apresenta queixas. Muitos só procuram o oftalmologista quando percebem uma baixa na visão e, às vezes, as alterações são irreversíveis. Se não for tratado, pode levar à cegueira”, alerta a médica Manoela Gondim, do Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Seope). A retinopatia diabética está relacionada ao tempo da diabetes e ao descontrole da glicemia, causando a hiperglicemia. Neste estágio, há várias alterações no organismo que acabam gerando disfunção nos vasos da retina, que ficam danificados e liberam sangue na cavidade vítrea. Com o avanço da doença, a visão escurece e há o risco de edema macular – acumulação de líquido na mácula, zona mais importante da retina. O distúrbio é classificado de duas formas: retinopatia diabética não proliferativa (estágio menos avançado, com vasos sanguíneos obstruídos) e proliferativa (estágio mais avançado, com risco de rompimento dos vasos e cegueira). Alguns cuidados com alimentação e a realização frequente de exames de mapeamento da retina são recomendações importantes para que a doença não evolua. Hoje, com o avanço da tecnologia, há formas eficazes de tratamento. “Fotocoagulação a laser, injeções intraoculares e cirurgias vitreorretinianas são opções disponíveis. Contudo, a prevenção da retinopatia e o controle glicêmico são primordiais para reduzirmos os casos de cegueira pela diabete”, comenta Manoela Gondim.

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Sintomas de visão podem ser doença neurológica

A enxaqueca é uma das principais queixas nos consultórios oftalmológicos, mas se ela for causada por problemas relacionados à visão é indispensável procurar um neuroftalmologista. Essa subespecialidade da oftalmologia cuida de problemas no nervo óptico e nas vias ópticas, isto é, regiões do cérebro responsáveis pela visão. Além da dor de cabeça, dor ocular e retro ocular, outros sintomas podem indicar a presença de alterações neurológicas, dentre eles: baixa visão, diminuição dos campos visuais, alteração do tamanho da pupila, visão dupla, estrabismo, queda da pálpebra, sensação de blackout, fotofobia, balanço no olhar (nistagmo) ou, ainda, alteração na visão das cores. “Por isso, é indispensável que o paciente fique atento a esses sintomas, pois eles podem revelar outras doenças neurológicas”, explica a neuroftalmologista Marisa Kattah, do Instituto de Olhos do Recife. Segundo a médica, algumas doenças neurológicas podem incidir diretamente na visão e, por conta disso, o paciente também deve ser acompanhado por um neuroftalmologista. Tumores cerebrais benignos, por exemplo, podem comprimir as áreas nobres relacionadas ao sistema visual. “Aneurismas, adenomas de hipófise, suspeita de hipertensão intracraniana, infecções virais, bacterianas e parasitárias, e doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, podem afetar o nervo óptico e outras áreas do sistema visual”, revela. Já acidentes vasculares cerebrais e tromboses podem causar perda súbita da visão e a miastenia grave (comprometimento da comunicação entre os nervos e os músculos) pode provocar visão dupla e queda das pálpebras. “Além disso, alterações nos campos visuais e na pupila, gerando dificuldade para enxergar de perto e fotofobia, podem ser originadas por doenças do sistema nervoso periférico ou autônomo, como Parkinson ou Alzheimer”, complementa a médica. CRIANÇAS – Quem tem filhos, especialmente bebês, deve ficar atento a certos comportamentos que podem ser indicativos de doenças neurológicas. “Se perceber, por exemplo, que a criança não fixa o olhar ao amamentar ou ao olhar para mãe, se apresenta estrabismo ou queda da pálpebra, se tem diferenças no tamanho da pupila e na cor da íris, se não acompanha objetos e não reage à luz, ou mesmo se sofre de convulsões, deve procurar imediatamente um neuroftalmologista”, indica a doutora Marisa Kattah. Antes mesmo de completar o primeiro mês de vida, é indispensável que o bebê faça exames de prevenção e de investigação, dentre os quais o exame oftalmológico completo, teste do olhinho e neuroftalmológico. “Esses testes incluem movimentação ocular, reflexos fotomotores da pupila e de convergência e mapeamento da retina, que ajudam a detectar qualquer anomalia”, explica. A neuroftalmologista, que atende no IOR, também chama a atenção para o fato de que, seja adulto ou criança, testes de prevenção e a indicação de exames eletrofisiológicos são indispensáveis para a eficácia do diagnóstico precoce e tratamento. “Os neurologistas, pediatras e, principalmente, os oftalmologistas devem encaminhar seus pacientes ao neuroftalmologista, em qualquer suspeita de alteração visual, para que ele possa ajudar a diagnosticar o quanto antes a patologia e saber lidar com ela”. Outro alerta feito pela médica é que todo paciente, após os 15 ou 20 anos de idade, deveria realizar um exame de campo visual, como parâmetro, e não somente após a suspeita de algo importante. “Isso preveniria muitas patologias neurológicas que porventura irão produzir alterações visuais”, complementa.

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