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Yane Marques: “A gente precisa fazer com que as empresas acreditem no atleta como uma vitrine.”

Desde que se mudou de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, para o Recife, a vida de Yane Marques vinculou-se definitivamente ao esporte. Aos 12 dedicou-se à natação e, anos depois, foi convidada a praticar o pentatlo moderno, uma novidade que abrangia cinco modalidades diferentes: hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida. A partir daí, foi uma carreira vitoriosa com destaque para a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres. Carismática, foi escolhida, por votação popular para ser a porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura da Olimpíada realizada no Brasil em 2016. Mesmo longe dos pódios, Yane continua ligada ao mundo esportivo. Em 2017, aceitou o convite para assumir a Secretaria Executiva de Esportes do Recife e, no mês passado, foi eleita presidente da Comissão dos Atletas do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Nesta entrevista a Cláudia Santos, Yane fala da sua trajetória, dos seus planos nessa nova função e aborda a liberdade dos atletas expressarem seus posicionamentos políticos. Um tema que vem sendo muito debatido desde que a atleta do vôlei de praia Carol Solberg foi indiciada e absolvida, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por dizer “Fora, Bolsonaro!”, após uma partida. Como foi sua trajetória de sair de Afogados da Ingazeira e tornar-se campeã de pentatlo moderno? Eu nasci em Afogados e, quando fiz 11 anos, vim morar no Recife. Na escola jogava vôlei, entrei numa escolinha de natação, nadei dos meus 12 aos 19 anos, quando fui convidada para viver uma experiência no pentatlo, uma modalidade que estava recém-chegada no Brasil. A Federação Pernambucana de Pentatlo estava sendo fundada nesse ano, 2003. Aí eu fiz um biatlo, uma prova de natação e corrida, e fui selecionada para viver a experiência nessa modalidade tão diferente e nova para todo mundo. E, quando menos espero, estou imersa, treinando, treinando, treinando e conseguindo melhorar meus índices, conquistando umas coisas bem interessantes e evoluindo tecnicamente. E aí, naturalmente, fui conquistando esse espaço. Você foi eleita para a presidência da Comissão dos Atletas do COB. Quais os planos de sua gestão? Fui eleita agora para a Comissão de Atletas como presidente e tenho a intenção de ser essa interlocução, esse ponto focal entre os atletas e as instituições esportivas, as confederações e o Comitê Olímpico do Brasil. Mas numa perspectiva de aproximação mesmo, de fazer um trabalho de atendimento de demandas, de pleitos, de cobranças também – por que não, né? – de que se cumpram e que se melhorem os estatutos das confederações, para que tudo seja feito sempre com o propósito de fomentar a modalidade, de melhorar as condições de treino dos atletas, para a gente ter sempre, de uma forma justa, melhor representatividade nas competições em todas as modalidades. Está sendo um trabalho muito intenso, muito gratificante e sou muito agradecida pela escolha. Como os atletas têm se preparado para as olimpíadas nestes tempos de pandemia e qual é a expectativa de realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio? A preparação dos atletas para a Olimpíada é muito particular. Cada modalidade tem uma característica, tem especificidade, tem uma abertura de treinamento em outros países, outras conseguem treinar bem no Brasil, com toda a estrutura que o COB oferece e suas confederações. Então, de uma forma geral, o que eu posso dizer é que os atletas estão buscando as melhores condições de treinamento, estão preocupados com isso e fazendo esforço para diminuir os danos causados por essa pandemia. Sobre a expectativa para os jogos, na verdade, a torcida é para que realmente aconteçam porque o não acontecimento dos jogos é muito, muito triste para a comunidade esportiva, para os atletas que estão tentando se classificar, para os que já estão classificados, para toda a cadeia que compõe esse segmento. Ao mesmo tempo, a gente que vive o esporte aprende a cumprir regras e entende os impedimentos. Então, se não acontecer, será por um bem maior, para que se poupem vidas e isso, na verdade, é muito mais importante do que tudo. Mas a torcida é grande para que aconteça, principalmente porque, se acontecer, é porque a gente vai estar numa situação estável e mais controlada dessa doença infeliz que está acabando com a vida de tanta gente, de tantas família. Quais os problemas de financiamento ao esporte enfrentados pelos atletas brasileiros e quais seriam as soluções para proporcionar uma melhor estrutura para eles? O que eu posso dizer é que hoje, no Brasil, a gente tem um cenário muito diferente, muito mais feliz, no que se refere a essa questão de aporte financeiro para atleta, do que na época em que eu comecei. Aqui no Recife, por exemplo, a gente tem o Bolsa Atleta Municipal, o Bolsa Atleta Estadual, tem bolsa que contempla treinador, tem também Bolsa Atleta do Governo Federal, da Secretaria Especial do Esporte, tem o Time Brasil do Comitê Olímpico do Brasil, no qual os atletas que se encaixam nos critérios técnicos têm toda a parte de ciência aplicada ao esporte, além de apoio com passagens, hospedagens, articulação com comitês olímpicos internacionais, para fazer treinamento centralizado fora do Brasil. Então, nesse sentido, acho que a gente não está mal, não. Eu fui beneficiada por toda essa cadeia de apoio. Óbvio que a gente precisa pensar na renovação, na base, na iniciação e, talvez, a energia pudesse ser mais direcionada nesse sentido. E acho que está acontecendo aos poucos. Mas o Brasil tem um potencial gigante, tem um material humano absurdo de bom e que precisa ser encontrado, revelado, oportunizado. Há sempre espaço para melhora e eu não tenho dúvida de que a gente precisa incrementar e fazer com que os entes privados acreditem no atleta como uma vitrine. O atleta traz uma história, uma imagem muito positiva, de ser aguerrido, de ser forte, resiliente, resistente, responsável, e tudo isso são atributos que pesam positivamente para a imagem de qualquer empresa. Nesse sentido, acho que a gente precisa, de verdade, intensificar um pouco, fazer com que as

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Brasil ganha 5 medalhas na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica

A equipe brasileira conquistou uma medalha de prata e duas de bronze, além de duas menções honrosas e um prêmio especial na 11ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica. O evento, que se encerrou na semana passada, foi realizado em Phuket, na Tailândia. A olimpíada contou com 219 participantes de 44 países. Foi o melhor desempenho brasileiro no evento desde 2013. Na edição anterior, realizada no ano passado na Índia, o Brasil obteve três medalhas de bronze e três menções honrosas. A medalha de prata foi conquistada pelo paulista João Vitor Guerreiro Dias e as de bronze pelos cearenses Nathan Luiz Bezerra e Vinícius Azevedo dos Santos. Receberam menção honrosa o cearense Pedro Pompeu Carneiro e o paraense Bruno Gorresen Mello.Bruno recebeu ainda o prêmio especial por ter ficado em terceiro lugar na prova em equipe. Cada time era formado por sete estudantes de países diferentes. Os representantes brasileiros na Tailândia foram definidos a partir de um processo seletivo envolvendo os melhores participantes entre os 100 mil inscritos no nível 4 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A delegação foi liderada pelos professores Eugênio Reis Neto, do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro; Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos; e Thiago Paulin Caraviello, do Colégio Etapa de São Paulo. (Agência Brasil)

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Equipe da rede municipal do Recife fica entre as oito melhores do mundo em olimpíada de Robótica

Alunos da rede municipal de ensino do Recife somam mais uma grande conquista internacional. Disputando com 37 equipes de outros 30 países no nível 2, que engloba estudantes de até 18 anos, a equipe de robótica se consagrou a melhor das Américas e ficou entre as oito melhores do mundo na RoboCup, campeonato mundial de robótica realizado na cidade de Nagoya, no Japão. Os estudantes recifenses ficaram à frente de países como Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Austrália, Itália, Canadá e Rússia. A equipe Robotec GB foi a única representante brasileira a disputar a RoboCup 2017 na modalidade Resgate, com robôs feitos com blocos de encaixe da Lego. O desafio foi montar os robôs em forma de carro e programá-los no computador para que realizassem uma trajetória repleta de obstáculos, em que precisam resgatar os objetos determinados, no menor tempo possível. Entre os países americanos, a equipe obteve a melhor colocação, ficando à frente de países como Estados Unidos e Canadá. Com a conquista, o time otimiza o resultado do último ano, quando obtiveram a oitava posição, mas disputando contra equipes cuja idade era limitada a até 14 anos. O time é formado por Paulo Poan (13), Isaías Silva Filho (14), Maria Eduarda Oliveira (13), Ryan Vinícius Morais (16), Tiago Roberto dos Santos (14), Estêvão Pereira (16), Miguel Santos (14) e Silvestre Lima (16). Eles contaram com a ajuda dos coordenadores do Programa Robótica na Escola, Cid José Espíndola e Suely Bezerra, do monitor Victor Hugo Sabino e da professora Maria Mércia Botelho, da Utec Gregório Bezerra. Essa equipe foi campeã na Olimpiada Brasileira de Robótica (OBR) em 2016, e parte dela repetiu neste ano, no Japão, o mesmo feito do ano passado, na RoboCup disputada na Alemanha. Além disso, justamente com o time da Austrália, a equipe brasileira também garantiu o oitavo lugar na modalidade Superteam, que acontece após o término de todas as etapas regulares da RoboCup. Nesta categoria, duas delegações são agrupadas através de sorteio e se juntam para criar uma programação, onde dois robôs devem realizar um resgate o mais rápido possível. Ambos entram na arena simultaneamente, o primeiro realiza um mapeamento da área, e o segundo, após receber a comunicação, realiza o resgate. ROBÓTICA - Mais de 74 mil alunos da rede municipal de ensino do Recife têm acesso à tecnologia através do Programa Robótica na Escola desde 2014. O programa já teve seus primeiros resultados práticos: os estudantes da rede municipal de ensino do Recife foram campeões brasileiros de robótica em 2015, campeões estaduais em 2014 e 2016, além de oitavos colocados na olimpíada mundial de robótica, em 2016. Até agora, a Secretaria de Educação investiu R$ 32 milhões no programa, que atende desde as crianças do grupo 3 da Educação Infantil até os jovens do 9º ano do Ensino Fundamental, além das turmas do Projovem Urbano Recife. Foram realizadas formações com 4.554 professores, coordenadores e dirigentes, além de oficinas, treinamento e campeonatos com os estudantes. Em sala de aula, os alunos têm mais contato com os robôs feitos com blocos de encaixe da Lego Education, que são os mais utilizados nas competições. (PCR)

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