Arquivos Olinda - Página 8 De 8 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Olinda

Análise do segundo turno em PE

Geraldo Julio (PSB), Professor Lupércio (SD), Anderson Ferreira (PR) e Raquel Lyra (PSDB) foram os vencedores no segundo turno. Gestores dos maiores municípios do Estado, o resultado das urnas que os consagrou como prefeitos traz algumas indicações importantes para o futuro político do Estado. A ausência do PT nos grandes colégios eleitorais de Pernambuco é uma tendência que se viu consolidar em todo o País. A derrota do deputado federal João Paulo tem um aspecto simbólico. Foi a maior diferença entre dois candidatos no segundo turno (61,3% x 38,7%), mesmo o socialista enfrentando o nome mais popular do Partido dos Trabalhadores na cidade. Como no cenário nacional, a tendência do PT é de entrar como coadjuvante nas composições de forças de esquerda para as próximas eleições e investir seus grandes quadros para voltar a ser significativo nas campanhas proporcionais. Ao PSB, a vitória de Geraldo Julio não pode ser creditada a uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos (como foi marcada a eleição de Paulo Câmara, por exemplo). Mesmo com propostas não realizadas (justificadas pelo candidato pela crise econômica que afetou os recursos públicos) e com erros eleitorais (como o posicionamento duro contra o Uber), a campanha de Geraldo aglutinou muitas forças políticas na cidade e teve um guia eleitoral bastante competente. Uma outra tendência nacional foi a maior diversificação de partidos nos grandes colégios eleitorais. Se o Rio de Janeiro escolheu o PRB e Curitiba o PMN, em Pernambuco a surpresa veio pelas mãos do Solidariedade. Aquela história de estar no lugar certo e na hora certa aconteceu com o Professor Lupércio. Além de uma campanha pra lá de bem humorada no segundo turno (ainda que nada propositiva) que atropelou Antônio Campos. O apelo pelos populares e ao apelidar Tonca como "candidato de Casa Forte", o professor trouxe à memória do olindense a rejeição de ter um prefeito de outra cidade, como o atual Renildo Calheiros. Sem Olinda, o PCdoB também se afunda junto ao PT e continua coadjuvante no pleito municipal. Seu desempenho na gestão é uma incógnita, visto que nunca ocupou cargo executivo e não tem um vereador na Câmara de Olinda. Caruaru foi a única cidade que elegeu uma mulher no segundo turno. Exceção a parte, a escolha de Raquel Lyra engorda o poder do PSDB, que passará a governar 24% da população brasileira a partir do próximo ano. Os tucanos alcançaram vitória em 28 das 92 cidades do país com mais de 200 mil eleitores. O ministro Bruno Araújo, presente na comemoração no Agreste, pode ser um voo alternativo do partido em Pernambuco, caso o PSB não marche nacionalmente com o candidato do PSDB em 2018. (Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais - rdantas@smftgi.com.br)

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Xô, cabileira

Houve um tempo - sombrio tempo, saliente-se - em que as paredes de Pernambuco eram tomadas pela mensagem Xô, cabilera, parida como que a fórceps, em português capenga e de gosto deplorável. Era endereçada ao candidato Marcos Freire, que, segundo indicavam as pesquisas, era o virtual vencedor da eleição que se avizinhava, para governador de Pernambuco. Era preciso derrotar o esquerdista Marcos Freire, pois, não importando os meios. Na guerra, tudo é válido, certamente avaliavam, para afastar qualquer resquício de consciência. A cada dia mais a luta se acirrava, como se fossem batalhas campais travadas no campo aberto da opinião. A indignidade, por seu turno, atingia o ponto de superlativa baixeza, ao se forjar o que buscava ser o flagrante de um encontro clandestino da esposa do candidato, dona Maria Carolina Vasconcelos Freire, com o então deputado federal Fernando Lyra, destacado membro do estado-maior da campanha do amigo Marcos Freire. Da farsa resultara uma ultrajante montagem fotográfica do casal desnudo, em um motel brasiliense. A vilania foi tanta que, mesmo integrantes da campanha do adversário, censuraram veementemente aquela calhordice. O próprio candidato, Roberto Magalhães, um homem digno, extremamente irritado com aquele procedimento ameaçou retirar seu nome do pleito, caso a prática criminosa, atribuída ao Serviço Nacional de Informações SNI, não fosse abandonada. Eram inaceitáveis as ofensas à honra do seu principal adversário, que, como ele, também era professor da Faculdade de Direito do Recife. Mas por que tanta vilania? - há que se perguntar. A resposta é simples: Marcos Freire era um líder nato e, na época, o poder estabelecido não acreditava dispor àquela altura de um nome capaz de arrostá-lo. Tinha. Tanto que, com a colaboração do voto vinculado, o eleito foi Roberto Magalhães. O tal voto vinculado só era válido se dado a um mesmo partido ou coligação, de vereador a presidente da República, passando por prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador e governador.O resultado foi que Roberto Magalhães, ainda que anteriormente em desvantagem, elegeu-se governador com 909.962 votos, contra 814.447 de Marcos Freire. Mas quem foi Marcos Freire? Em linhas gerais, foi advogado, professor e importante político brasileiro, tendo como tal exercido os mandatos de deputado federal e senador por Pernambuco. Mas não foi só isso. Ele foi mais, muito mais. Qualificado intelectualmente, bem-apanhado pessoalmente e comunicador eficiente, não lhe foi difícil estabelecer uma parceria de sucesso com a vida. Tal sucesso, contudo, não veio embalado em um pacote de presente. Em 1950, Marcos Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife, e ali, cinco anos depois, bacharelou-se. Naqueles cinco anos começou a ser moldado não só o advogado mas, também, o político brilhante, já que ele participava ativamente da política estudantil. Sua vida pública, aliás, teve início naquele tempo, como oficial de gabinete do então prefeito Pelópidas Silveira. Dali em diante, foi uma vida de conquistas. Foi Secretário de Assuntos Jurídicos e, depois, de Abastecimento e Concessões da Prefeitura do Recife, cargo que ocupou até o movimento militar de 31 de março de 1964. Como era filiado ao Partido Socialista Brasileiro, o PSB, e naquela quadra da vida brasileira isso não era exatamente uma credencial, perdeu seu lugar. Elegeu-se prefeito de Olinda pelo MDB, quando obteve mais do que a soma dos votos dos outros dois candidatos por sublegendas do partido do governo, no entanto, fruto de uma atitude coberta de brio, renunciou ao cargo, pouco antes da posse, em repúdio à cassação do mandato do vice-prefeito eleito, Renê Barbosa. Era o funesto AI-5 mostrando a que viera. Entristecido com aqueles tempos, resolveu voltar-se para o magistério universitário, tornando-se professor na Faculdade de Ciências Econômicas. Ademais foi professor titular da cátedra de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, onde se graduara e ensinou também na Escola Superior de Relações Públicas de Recife. Em 1970, porém, não resistindo à vocação, elegeu-se deputado federal por Pernambuco, quando teve a maior votação do Estado. Orador com dotes excepcionais, logo ele chamou a atenção da imprensa para a contundência dos seus discursos não só sobre assuntos institucionais, mas igualmente em defesa das parcelas da sociedade que não podiam expressar livremente suas opiniões, como os artistas, dramaturgos, escritores e jornalistas. A campanha de Marcos Freire ao Senado, por seu turno, em 1974, foi a mais marcante ocorrida em Pernambuco durante o ciclo militar. Com sua oratória fácil, seu magnetismo e o seu poder de persuasão, ele conquistou eleitores em todo o Estado, com o slogan “Sem ódio e sem medo”. Conquistou 605.953 votos, contra 478.369 votos do adversário, o candidato apoiado pelo governador Francisco de Moura Cavalcanti e os ex-governadores Etelvino Lins, Cordeiro de Farias, Cid Sampaio, Paulo Guerra e Nilo Coelho. Vencera uma fortíssima estrutura de conquista de votos. Adicionalmente, além de jovem, carismático e simpático, o concorrente fora um político de 76 anos, chamado João Cleofas de Oliveira. Além de viver no Rio de Janeiro, Cleofas de Oliveira já havia perdido três eleições para o governo de Pernambuco, primeiro para Agamenon Magalhães, depois para Cordeiro de Farias e em seguida para Miguel Arraes, o que lhe valera o incômodo apelido de João Três Quedas. Lado a lado com a personalidade afável, porém, caminhava um homem movido pelo inconformismo, levando-o a formar, quando deputado, o grupo dos autênticos do MDB, uma ala mais à esquerda do partido. Lutou, e saiu vencedor, pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte, pela anistia para os cassados e banidos pelo regime militar, pela eleição direta em todos os níveis, pela reforma agrária e pelo fim da censura aos órgãos de imprensa. Um dia, no entanto, e sempre chega um dia, Marcos Freire e a política se divorciaram. Ele se tornou presidente da Caixa Econômica Federal, e depois ministro da Reforma Agrária, no Governo José Sarney. Exerceu o. cargo por pouco tempo, de 4 de junho a 8 de setembro de 1987. Eram muitos os planos para fazer a tão sonhada reforma agrária - afinal era assunto do ministério de que ele era o titular - mas a indesejável das

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Del Rey e Sebastião e os Maias em Olinda

  Os 50 anos da Jovem Guarda serão comemorados na festa "Encontro de Brotos", com a apresentação da representante contemporânea do movimento, a banda Del Rey. O show acontecerá no dia 9 deste mês (sábado), no Clube Atlântico de Olinda, a partir das 22h. A noite ainda conta com a participação da banda Sebastião e os Maias. Os ingressos estão disponíveis antecipados no valor promocional de R$ 30. A notória parceria entre Roberto e Erasmo Carlos, que dividiu a história da música brasileira nos anos 60, é reinventada pela banda Del Rey, que foi concebida da fusão de dois dos maiores nomes da música pernambucana: a banda Mombojó e o cantor China. No show, além das consagradas canções da dupla, os integrantes expandem o repertório e exploram novidades em versões para músicas como "Pobre menina", "O Caderninho", "Devolva­-me", "Eu não presto, mas eu te amo", entre outras. A banda é formado por China (voz), Chiquinho Moreira (teclado), Felipe S .(guitarra e baixo), Marcelo Machado (guitarra e baixo) e Vicente Machado (bateria). OS MAIAS - Formada há quatro anos a partir da reunião de músicos pernambucanos que tem como identificação e formação musical a obra de Tim Maia, a Sebastião e os Maias concentra seu repertório não apenas nas músicas que permeiam o imaginário pop, mas também nas canções mais desconhecidas do cantor. O grupo é liderado pelo cantor e ator Rafael Cavalcanti, que atualmente faz parte do musical "Ópera do Malandro", dirigido por João Falcão. Além de Rafael, também fazem parte da banda: Chico Rocha (guitarra), Thiago Menezes "Chunito"(guitarra), Rafael Gadelha (baixo), Cássio Sales (bateria) e Bruno Melo (percussão). Nos shows, um potente naipe de metais e teclado transformam as apresentações, envolvendo a plateia numa atmosfera única. SERVIÇO: Encontro de Brotos apresenta Del Rey (abertura: Sebastião e os Maias) Quando: 9 de abril | às 22h Onde: Clube Atlântico de Olinda (avenida Sigismundo Gonçalves) Quanto: R$ 30 (primeiro lote - http://www.eventick.com.br/encontro-de-brotos-del-rey-e-s)

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