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Intervenções artístico-literárias integram programação da Magia do Natal de Garanhuns

Contações de histórias, recitais e apresentações musicais fazem parte da programação de intervenções artístico-culturais promovidas pela Secretaria Municipal de Educação durante o evento A Magia do Natal de Garanhuns. As ações acontecem a partir de amanhã (20), sempre às 14h30min, nas quartas e sextas-feiras, no Relógio das Flores, um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. A abertura será feita pelo grupo de musicalização dos estudantes da Rede Municipal, comandado pelo professor Filipe Bortnik. As apresentações devem beneficiar estudantes e professores da Rede Municipal de Ensino, além de incentivar o público a consumir arte e cultura. De acordo com uma das coordenadoras da ação, Cristiane Rufino, as intervenções levam os trabalhos escolares para fora das instituições, trazendo o protagonismo dos alunos. “Desde o ano passado, nós recebemos o convite da Secretaria de Turismo para a realização desse projeto e ficamos muito gratos pela oportunidade de expor nossos trabalhos ao público. As bibliotecas também irão se apresentar, levando muita literatura para quem passar pelo local. O convite está aberto a todos os moradores e turistas que visitarem a cidade durante o evento”, comentou. A Magia do Natal abrilhanta Garanhuns até o dia 06 de janeiro, com apresentações artísticas até o dia 31 de dezembro. A programação completa está disponível no site da Prefeitura de Garanhuns (garanhuns.pe.gov.br), nas páginas oficiais da Magia do Natal (Instagram: @amagiadonataldegaranhuns; Facebook: /AMagiadoNatalGaranhuns) e nas páginas da Prefeitura de Garanhuns (Instagram: @prefgaranhuns; Facebook: /PrefeituradeGaranhuns).

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Uma semana dedicada ao teatro

A semana será de cortinas abertas e palcos habitados por muitas histórias, personagens e emoções. Até o próximo dia 24, segue em cartaz, em vários equipamentos da cidade, o 21º Festival Recife do Teatro Nacional, realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Serão oferecidos mais 10 espetáculos até domingo, entre produções nacionais e locais, inéditas e cativas para o público recifense, para celebrar vários gêneros da produção cênica, do humor ao infantil, com ênfase em textos carregados da estética e da temática fincadas no solo rachado e árido do Nordeste. Hoje (18), a programação é formativa. Às 16h, o Teatro Hermilo Borba Filho recebe a homenageada do Festival, a atriz Lúcia Machado, para um debate sobre as artes cênicas no Recife. Com diversos serviços prestados ao teatro recifense, Lúcia tem muito a contar do muito que viu e viveu em cima e embaixo dos palcos. Ela foi integrante e uma das fundadoras, junto com Antônio Cadengue, da Companhia Teatro de Seraphim, pela qual defendeu e imortalizou dezenas de personagens. Também tem atuação marcada na coordenação de cursos de teatro, na gestão pública e na literatura, tendo coordenado e participado de várias publicações, como “A Modernidade do Teatro (Ali e Aqui) – Reflexos Estilhaçados” e “O Teatro de Aristóteles Soares – Volumes 3 e 4 – Dossiê Crítico – Informativo”, entre diversas outras empreitadas cênicas de sucesso, na teoria e na prática. A partir de terça (19), a programação de espetáculos será retomada, com apresentação do Grupo Imbuaça, de Aracaju, que retorna à programação do Festival cheio de história para contar. Nos dias 19 e 20, respectivamente, o Imbuaça apresentará os espetáculos “Mar de Fitas Nau de Ilusão” e “A Peleja de Leandro da Trilha do Cordel”, trazendo para o Teatro Luiz Mendonça a vasta experiência acumulada com os teatros ambiente e de rua. Em Fortaleza, o 21º Festival Recife do Teatro Nacional foi buscar a brisa fresca do espetáculo “Senhor Ventilador”, do Grupo Bagaceira, montagem infantil que trata de coisas e sentimentos que são perecíveis e eternos, não necessariamente nesta ordem. A peça tem indicação livre e será apresentada no Teatro Barreto Júnior, nos dias 23 e 24, às 16h30. Outra companhia nacional que virá ao Festival com texto nordestino é a LaMínima, de São Paulo, que apresentará “Ordinários”, espetáculo escrito pelo pernambucano Newton Moreno. Com direção cênica de Álvaro Assad, terá apresentação única, no Teatro Luiz Mendonça, às 20h do dia 24. Assim como na abertura, quando o grupo carioca Os Ciclomáticos se debruçou sobre a obra e vida de Ariano Suassuna, o Festival encerra celebrando a obra deste que é um dos principais autores do Nordeste e do Brasil. À imagem e semelhança de Ariano e seu universo particularmente nordestino, a programação será encerrada, no dia 24, com o espetáculo “Auto da Compadecida”, com direção cênica de Gabriel Villela para o Grupo Maria Cutia, de Belo Horizonte, numa montagem que une a cultura do cangaço pernambucano ao barroco mineiro, trilhando os passos do Movimento Armorial de Ariano. O espetáculo será apresentado nos dias 23 e 24, no Teatro de Santa Isabel, às 20h. Os grupos e espetáculos recifenses também terão cadeira cativa na programação. Para esta 21ª edição, foram escolhidas para representar a produção cênica local as montagens: “Apenas o Fim do Mundo”, do Magiluth, que será apresentado no Teatro Luiz Mendonça, às 20h do dia 22; “Cartas”, do Coletivo Caverna, no mesmo Hermilo, às 19h do dia 20; “Pá(Ideia)”, solo de Junior Aguiar, dia 21, às 19h, de novo no Hermilo; “A Trilogia do Feminicídio”, do Criativo Soluções, no Barreto Júnior, às 20h do dia 22; e “O Açogueiro”, com Alexandre Guimarães, no Hermilo Borba Filho, às 19h do dia 23. Os ingressos serão vendidos nas bilheterias dos teatros, por R$ 20 (R$ 10 meia entrada). Palestra – Embaixo dos palcos, o 21º Festival Recife do Teatro Nacional também terá atividade. No dia 22, às 15h, a diretora do Instituto Martim Gonçalves, Jussilene Santana, ministrará uma palestra gratuita e aberta ao público, no Salão Nobre do Teatro Santa Isabel, sobre o Centenário de Martim Gonçalves, pernambucano que percebeu, ainda nos idos do século XX, a importância e a urgência de fomentar a criação de um ambiente de aprendizado permanente dedicado aos profissionais das artes cênicas e criou a primeira escola cênica do país, a Escola de Teatro da Bahia (UFBA). Abertura – Tingindo com muitas cores o imaginário cultural nordestino fundado por Ariano Suassuna, o grupo carioca Os Ciclomáticos apresentou, neste sábado (16), o espetáculo “Ariano – O Cavaleiro Sertanejo” para uma seleta e repleta plateia, formada por atores e diretores teatrais da cidade. “O teatro é a casa do artista. Nesse momento do Brasil, é muito urgente que mantenhamos abertas todas as portas que levam à arte”, disse a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, dando a programação por aberta. “Não podemos nos calar”, endossou a homenageada Lúcia Machado, iniciando um emocionado e bem humorado discurso, em que celebrou os tantos companheiros de jornada. “Agradeço aos muitos amigos que o teatro me deu, à minha família e à minha mãe, que me guiou pelo voo dos pássaros.” Confira a programação dos próximos dias: 21º FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL De 16 a 24 de novembro MAR DE FITAS NAU DE ILUSÃO Grupo Imbuaça Produções Artísticas (SE) Dia 19, às 20h Teatro Luiz Mendonça Celebração à cultura popular e à arte que emana das ruas, o espetáculo usa conto, canto e dança para apresentar a trajetória estética e histórica do Grupo até os dias atuais, evocando mestres, dramaturgos, personagens, diretores, brincantes e todo mundo que contribuiu com os quarenta e dois anos de existência do grupo. Roteiro e direção geral: Iradilson Bispo Elenco: Humberto Barreto, Amadeu Pereira, Iradilson Bispo, Lindolfo Amaral, Lidhiane Lima, Manoel Cerqueira, Priscila Capricce, Rosi Moura e Talita Calixto Direção musical: Humberto Barreto Direção de arte: Iradilson Bispo Operação de som: Fábio Eduardo Contrarregragem: Ari Pereira e Rogers Nascimento Coordenação

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Minicursos sobre cinemas do Recife na Livraria Jaqueira

No mês geek da Livraria Jaqueira, a Conexão NERDeste irá promover minicursos com conteúdos exclusivos relacionados a quadrinhos e cinema. Com o tema central sendo super-heróis, as palestras, incluindo conteúdo prático, estão marcadas para o próximo dia 30, na unidade do Paço Alfândega, Recife Antigo. O primeiro, das 14h às 16h, será o minicurso Despertando a Imaginação e Criando Super-heróis, para crianças e adolescentes, dos 6 aos 15 anos, sendo ministrado pelo quadrinista e ilustrador André Santana. O objetivo é estimular a imaginação dos participantes através da criação de um super-herói para histórias em quadrinhos – ensinando as técnicas para criar um personagem completamente do zero. O processo inclui estética, paleta de cores, origem, superpoderes, etnia e personalidade. O aluno que desenvolver o melhor conceito de um personagem – escolhido cuidadosamente por profissionais da área – terá seu herói presente em uma das histórias do quadrinista pernambucano Sandro Marcelo, um dos mais tradicionais do Estado. O personagem irá participar de uma HQ assinada por Sandro, ganhando vida nas páginas do artista – responsável por heróis como Notívago, Imortal, Conversor e outros. Também haverá certificado para todos e brindes para o segundo e o terceiro melhor conceito. O investimento é de apenas R$ 49,90 e 1 Kg de alimento não perecível – que será doado para uma instituição beneficente. O segundo minicurso, marcado para as 17h, será o Cinemas do Recife e os Heróis que Fizeram História, com o bacharel em história e crítico da Conexão NERDeste, Everaldo Lima Jr. Gratuito, o minicurso será uma viagem no tempo, levando os participantes para a história dos principais Cinemas de Rua do Recife. Além disso, um apanhado de heróis que fizeram sucesso nas telonas recifenses – passando não apenas pelos personagens da ficção, mas por figuras que marcaram a trajetória cinematográfica pernambucana. Par participar basta levar 1 Kg de alimento. As vagas para os dois minicursos são limitadas e os interessados podem realizar a inscrição através do Sympla. O conteúdos oferecidos são resultado da parceria entre Conexão NERDeste e Livraria Jaqueira. SERVIÇO Minicurso: Despertando a Imaginação e Criando Super-heróis 30 de novembro, das 14h às 16h Local: auditório da Livraria Jaqueira do Paço Alfândega Público: entre 6 e 15 anos Investimento: de R$ 70,00 por apenas R$ 49,90 + 1 Kg de alimento (que será doado para uma instituição beneficente) Inscrição: clique aqui Minicurso: Cinemas do Recife e Heróis que fizeram História 30 de novembro, das 17h às 19h Local: auditório da Livraria Jaqueira do Paço Alfândega Público: livre Investimento: gratuito (levar 1 Kg de alimento) Inscrição: clique aqui

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VII Jornada de Direitos Humanos vai promover mais de 80 atividades no Recife

Durante 21 dias, a partir da próxima quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, até o dia 10 de dezembro, data comemorativa aos 71 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, quando também é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Prefeitura do Recife promove a VII Jornada de Direitos Humanos, com o tema: Direitos Humanos em Permanente Conquista. A proposta é chamar a atenção do cidadão recifense para as diversas temáticas relacionadas à igualdade racial, aos direitos da criança e do adolescente, das pessoas idosas, das mulheres, das pessoas com deficiência, da população LGBT, entre outros segmentos da sociedade. Serão realizadas mais de 80 ações que acontecerão na cidade que irão levar a cerca de 30 mil pessoas a se sentirem co-responsáveis pela garantia da inclusão, dignidade e o respeito às pessoas, assegurando o pleno exercício da cidadania como estabelece a Lei Orgânica do Município. A abertura da VII Jornada de Direitos Humanos será às 14h da quarta-feira, 20, no Dia da Consciência Negra, com a realização do Projeto Olha Recife Afro, saindo da Praça do Arsenal (em Frente ao Central de Atendimento ao Turista). Ás 15 horas será realizada uma aula pública do Povo Negro, com a professora Draª Flavia Clemente, do Departamento de Serviço Socialda UFPE, no memorial Zumbi dos Palmares, no Pátio da Basílica do Carmo. Um ponto alto da Jornada será a palestra de um dos maiores especialistas no estudo do envelhecimento, o epidemiologista carioca Alexandre Kalache, que estará na cidade no próximo dia 29, para ministrar a palestra “A Revolução da Longevidade e as Cidades”, a partir das 9h, no Hotel Atlante Plaza. A programação segue, ainda no dia 20, com o curso sobre enfrentamento ao racismo, no Centro de Formação Professor Paulo Freyre , na Madalena, para servidores públicos do município, o início do curso de formação técnica para Cuidadores de Pessoas Idosas, no Compaz Ariano Suasuna, no Cordeiro, além de uma oficina sobre primeiros socorros para gestantes e familiares atendidas pelo Programa Mãe Coruja Recife, dentro do Programa da Primeira Infância Geração Afeto. De 20 a 22, no Cinema São Luis haverá a divulgação da Campanha Recife Sem Preconceito e Discriminação da plataforma de denúncia de violência contra a população LGBT. No dia 22, na Escola Alto do Maracanã, em Dois Unidos, uma oficina com o tema Gestante, Internet e Futuro (GIF) vai trazer o tema Direitos Humanos para Crianças e Adolescentes/Estatuto da Criança e Adolescente, para os alunos. Até o dia 10 de dezembro, haverá roda de diálogo sobre o direito da pessoa idosa, uma visitação ao Instituto dos Cegos pelos alunos da Escola Municipal Antônio Brito Alves, um cine debate sobre Diversidade Sexual e Gênero, roda de diálogo sobre racismo estruturado e, um seminário sobre mediação de conflitos comunitária, entre outros eventos. Reflexão - Para articular os temas que integram os direitos humanos, as ações da VII Jornada Municipal de Direitos Humanos enfatizarão todos os grupos e temas prioritários, por meio de ações educativas, que possibilitem uma reflexão crítica, através de palestras, cursos, oficinas e atos públicos bem como na oferta dos serviços de cidadania em mutirão, feira de serviços e divulgação de campanhas. "Na abordagem terá temas como liberdade religiosa, enfrentamento ao racismo, promoção da igualdade racial, mediação de conflitos, desenvolvimento infantil, longevidade, Diversidade e Gênero, Memória Verdade, juventudes, promoção de direitos para pessoas LGBT´s, para pessoas idosas, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes e lideranças comunitárias que visam dar ênfase à difusão dos vários direitos: saúde, educação, assistência social, cultura, esporte, lazer, liberdade, igualdade. Promover a cidadania e defesa dos direitos humanos por meio da prestação de serviços e de atividades formativas/informativas, lúdicas e culturais, nas seis regiões político administrativas de Recife", relata a secretária Executiva de Direitos Humanos, Elizabete Godinho. Organizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), em parceria com outras pastas da Prefeitura do Recife e instituições não governamentais, a VII Jornada de Direitos Humanos irá contemplar localidades periféricas e bairros centrais, organizações, instituições públicas e privadas, levando formação, informação e serviços para públicos distintos e população em geral, em um alcance que já beneficiou cerca de 200 mil pessoas desde 2013. A Jornada de Direitos Humanos - Visando descentralizar as ações e programas de Direitos Humanos, desde 2013 a Prefeitura vem implementando o Programa Direitos Humanos nos Bairros como estratégia de proximidade. Anualmente, o Programa culmina com a realização da Jornada de Direitos Humanos, ação que articula e integra as políticas públicas municipais, promovendo , entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, um conjunto de atividades voltadas para a celebração da data da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos – DUDH, no ano de 1948. Considerando-se a realidade mundial, nacional e local dos Direitos Humanos, a Jornada Municipal de Direitos Humanos, em seu sétimo ano de realização, traz como tema, “Direitos Humanos em Permanente Conquista”, dando visibilidade não só ao percurso histórico dos 71 anos da Declaração, como também chamar a atenção para a permanente vigilância em torno dos direitos conquistados e que, de tempos em tempos também são ameaçados pelas imposições de barreiras na sua implementação, pelo desmonte das condições de sua realização prática.

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Valorização dos quadrinhos no lançamento do selo Cepe HQ

Não é de hoje que Pernambuco abriga uma legião de quadrinistas e fãs de histórias em quadrinhos, o Estado já carrega uma tradição na nona arte e é referência nesse tipo de  literatura. Acompanhando o crescimento da produção local no setor e abrindo espaço para os autores lançarem suas obras, a Companhia Editora de Pernambuco lança novo selo, o Cepe HQ, e torna-se a primeira editora pernambucana especializada em quadrinhos. O lançamento será hoje, na Casa do Derby, às 19h, seguido de um bate-papo entre o editor da companhia, Diogo Guedes, roteiristas e ilustradores de dois álbuns de estreia: O obscuro fichário dos artistas mundanos e Polinização. O encontro será mediado pelo jornalista Paulo Floro, mestre em comunicação e culturas midiáticas, especialista em quadrinhos. “É muito importante essa iniciativa da Cepe, ter os artistas lançando seus trabalhos em Pernambuco com mais estrutura. Até então, os artistas lançavam de forma independente ou por editoras do Rio de Janeiro e São Paulo”, enfatiza Floro. De acordo com o diretor de produção e edição da Cepe, Ricardo Melo, Pernambuco está diante de um verdadeiro polo de produção de quadrinhos. “Este é um campo editorial grande, que tem se intensificado e o catálogo da Cepe, que é muito abrangente em termos de gênero, decidiu investir nesse segmento para atender a uma demanda ampla. Temos dado apoio a muitos projetos em HQ, agora resolvemos bancar e fazer com que essa produção ganhe espaço nacional”, salienta. O selo estreia com dois álbuns: Polinização, uma parceria de pai e filho, Cavani Rosas e Júlio Cavani, a ser lançado no dia 30; e O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos, roteiro de Clarice Hoffmann e Abel Alencar, com ilustrações de Maurício Castro, Greg, Paulo do Amparo e Clara Moreira. Personagens inspirados em homens e mulheres fichados pela Delegacia de Ordem Política e Social (Dops) deram vida a quatro narrativas. O lançamento será no próximo dia 21, às 19h, no Armazém do Campo. Há 15 anos, durante um trabalho de pesquisa para a realização de outro projeto, a produtora cultural Clarice Hoffmann precisou consultar os arquivos do Dops, cujo acesso não era permitido. Ao contar à funcionária do Arquivo Público Jordão Emerenciano que a avó materna, Guta Gamer, judia de origem russa, havia sido fichada por ser artista de teatro, a arquivista mostrou a Clarice prontuários de várias pessoas como sua avó. Após a Lei de Acesso à Informação ter sido sancionada, em 2012, Clarice voltou ao Departamento de Ordem Política e Social, que havia deixado o status de delegacia, e começou a sistematizar as informações sobre a cena de artes e entretenimento do Brasil dos anos 1930 e 1940. De acordo com a produtora, 60% do arquivo era composto por mulheres, 40% de estrangeiros, sendo a maioria em trânsito, nomadismo que incomodava a polícia da Era Vargas. Foram cerca de três anos de trabalho, reunindo elementos para produzir O obscuro fichário, que inscreveu no Funcultura e no Itaú Cultural. Mesmo com o financiamento público e privado, o projeto só tinha fôlego para cerca de 64 páginas em preto e branco. Com o apoio da Cepe, o grupo pôde fazer um projeto mais robusto, colorido e com 116 páginas. Ao ler os prontuários enxergou ali um material perfeito para a produção de uma HQ, com muitos ingredientes para um bom álbum de aventura. O obscuro fichário rendeu quatro histórias, ambientadas nos anos de 1934 a 1958: A perseguição aos vermelhos, Josephine Strike – A mulher sem ossos, Grande Hotel, e Os cossacos e o tabu. Em algumas delas, os roteiristas escolheram transcrever textualmente parte dos documentos. Na história de Josephine esses trechos estão em balões e colagens, um recurso que conduz a narrativa de forma tão verdadeira, embora com personagens fictícios. A publicação é inspirada no projeto de pesquisa O obscuro fichário dos artistas mundanos, realizado entre os anos de 2014 e 2017. Os resultados do projeto de pesquisa, que inspirou a obra, estão no endereço eletrônico obscurofichario.com.br. São indícios da vida de mulheres e homens, brasileiros e estrangeiros, protagonistas de uma movimentação ocorrida no campo da arte e do entretenimento da cidade do Recife, entre as décadas de 1930 e 1950, que lançam luz sobre uma potente história cultural e política do estado e do país. Um mundo habitado por bailarinas acrobatas e sapateadores excêntricos, cantores de rádio e cossacos russos, pugilistas e ilusionistas, artistas teatrais e enciclopédicos. Para a polícia de Vargas todos que estivessem de alguma forma ligados à cena do entretenimento eram considerados artistas e, portanto, fichados com prontuário na Delegacia de Ordem Política e Social. Nesse rolo entravam prostitutas, pugilistas e até espaços suspeitos, por serem lugares onde havia muita rotatividade a exemplo de hoteis, pensões, teatros, cabarés, agremiações carnavalescas, vigiados pela polícia. “O que queremos mostrar é a perseguição de governos autoritários aos artistas. Nossa memória referencia muito a ditadura militar e esquece que teve ditadura civil, a do Governo Vargas. Antes do Golpe de 1964, os prontuários já existiam, muita gente havia sido fichada, muitas famílias”, diz Clarice.

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Caixa Cultural recebe a caravana hip hop - Porto

A CAIXA Cultural Recife recebe, de 20 e 23 de novembro de 2019, o projeto Caravana Hip Hop – Porto, um campeonato de breakdance entre coletivos com vasta programação paralela que incluir shows, palestra, workshops e oficinas. A atividade tem como proposta valorizar os artistas que atuam nos segmentos do hip hop e premiará os melhores grupos com R$ 1.500,00 (1º lugar) e R$ 500 (2º lugar). “Queremos criar um espaço para o fomento da cultura urbana e mostrar os talentos locais, fortalecendo as suas linguagens, além de inspirar novas gerações” explica o idealizador do evento, Charles Nascimento. A competição terá 16 coletivos, com 4 integrantes cada, disputando os prêmios. A comissão julgadora será formada pelos bboys Pivet (SP), Training (AP) e pela bgirl Karyn (AL), que também se revezam em apresentações no palco. Os MC’s Rivas Força Tarefa (DF), Dom Pablo (PE) – acompanhado da banda Viruz – e Weedja (PE), e os DJ’s Alex Freeze (PA) e Spider Luna (PE) também integram o evento. Na quarta-feira (20), as 16 crews serão apresentadas em um show de abertura do evento. As seletivas ocorrem na quinta-feira (21) e na sexta (22), onde os 4 melhores de cada noite se classificam para participar do campeonato no sábado (23). Todas as noites, a programação começa às 19h. Para competir, é necessário ser maior de idade. As inscrições são coletivas (grupos de 4 pessoas), gratuitas e poderão ser feitas pelo site www.caravanahiphop.com, onde está disponível o regulamento da competição. Para assistir à competição, basta retirar o ingresso gratuitamente uma hora antes do evento na bilheteria da CAIXA Cultural Recife. Depois de Recife, a Caravana Hip Hop – Porto ocorre em Goiânia (GO), no dia 30 de novembro (sábado). Diferentemente da etapa pernambucana, cuja premiação será em dinheiro para dois grupos, o evento em Goiânia premiará um vencedor com o acesso para evento na cidade do Porto (Portugal) e passagem de ida e volta. Programação paralela: A Caravana Hip Hop – Porto oferecerá duas oficinas – Breakdance e Desenho Livre e Grafismo – cada uma com duas turmas, sendo uma de 20 a 21 de novembro (quarta e quinta) e outra de 22 a 23 (sexta e sábado). A oficina de Breakdance é voltada para jovens a partir de 12 anos e terá carga horária de 8 h/a. A oficina de Desenho Livre e Grafismo é direcionada para crianças de 6 a 12 anos, acompanhadas de um responsável, com carga horária de 6 h/a. No dia 20 de novembro (quarta-feira), às 17h, o público vai poder participar da palestra Como Abrir Seu Próprio Negócio que será ministrada pela representante do Sebrae Lab, Vilani Batista. A atividade é voltada para jovens, adultos, profissionais liberais, empreendedores e estudantes. “A ideia é orientar os participantes sobre as vantagens e os procedimentos de abertura do próprio negócio” diz a palestrante. Ainda dentro da programação do evento, os participantes também contarão com workshops. As aulas sobre Produção de Currículos Eficientes acontecem também no dia 20 de novembro (quarta-feira), em dois horários, de 14h às 15h e de 15h30 às 16h30, e tem como objetivo auxiliar os jovens no acesso ao primeiro emprego e na reinserção dos adultos no mercado de trabalho. Já o workshop de Criação de Portfólios Artísticos acontece no dia 22 de novembro (sexta-feira), das 17h às 18h e será ministrado por Charles Nascimento, com foco na classe artística. “No circuito das artes existe muita dificuldade de encontrar portfólios aptos à disputa de vagas em projetos, bolsas e editais de cultura. Por isso, apresentaremos maneiras práticas e fáceis de organizar e criar portfólios básicos, usando como exemplo materiais gráficos de profissionais de dança” afirma o facilitador. Toda a programação da Caravana Hip Hop é gratuita, e as inscrições para as atividades podem ser feitas pelo site www.caravanahiphop.com. Serviço: [DANÇA] Caravana Hip Hop – Porto – Campeonato de Breakdance Local: CAIXA Cultural Recife- Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife Data: 20 a 23 de novembro de 2019 (quarta-feira a sábado) Horário: consultar programação no site www.caravanahiphop.com Inscrições: Gratuitas pelo site www.caravanahiphop.com Classificação: Livre Acesso para pessoas com deficiência Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

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O desenho como prática de observação e experimentação

Ao romper com a tradição de que só deveria ser usado como elemento estruturador de outro projeto, os desenhos passaram a se apresentar como obras autônomas. Explorar a versatilidade e as possibilidades do desenho, seja como estudo para outros projetos, seja como criação efetiva, é a proposta da oficina 'Experimentando o Desenho', que será ministrada pelo artista Renato Vale, na Arte Plural Galeria, nos dias 20 e 21 de novembro. Voltada para pessoas com ou sem experiência, a oficina irá desenvolver a prática do desenho por meio da educação do olhar e da experimentação de diferentes materiais, como grafite, caneta e pastel óleo. Conhecido pelo cuidado com os detalhes e acabamento em todas as suas obras, ao longo dos dois dias de oficina, Renato irá compartilhar conceitos e técnicas, de forma teórica e prática. Além de aprender sobre desenho, a oficina é uma oportunidade de conferir a mostra 'A revisão da Pintura'. A exposição, que encerra o calendário da galeria neste ano e segue aberta ao público até 21 de dezembro, reúne um total de 19 obras a óleo. Realizadas especialmente para esta exposição, as peças trazem temáticas e técnicas consagradas dentro da linha de trabalho do artista, que celebrou no ano passado 40 anos de carreira. ARTE PLURAL GALERIA – Comprometida em levar cultura ao público, a Arte Plural Galeria é um espaço múltiplo. Instalada na rua da Moeda, no histórico bairro do Recife Antigo, desde 2005, já realizou mais de 100 exposições e é reconhecida por incentivar o cenário cultural de Pernambuco, e a arte em todas as suas formas, contribuindo para a formação de um polo de produção, discussão, debates e encontros sobre o amplo mundo das artes.

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O Grande Encontro traz Alceu, Elba e Geraldo ao Teatro Guararapes

Um dos espetáculos mais aclamados da música brasileira, O Grande Encontro volta ao Recife para única apresentação, dia 29 de novembro, no Teatro Guararapes. Desde 2016, quando se reencontraram para gravar um CD/DVD comemorativo aos 20 anos do projeto, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença seguem juntos. Após animar o Réveillon da Praia de Copacabana em 2017, percorrer as principais capitais do país e realizar um show antológico no Rock in Rio 2017, o espetáculo continuou a tour em 2018, passando por várias cidades, inclusive o Recife. Sucesso de público e crítica, chegou a Portugal. Em 2019, o fenômeno continua. O Grande Encontro apresenta novidades na edição de 20 anos. Se o show original possuía um formato acústico, com versões que recriavam a mística do cancioneiro com intimismo e delicadeza, o novo espetáculo incorpora uma sonoridade elétrica e percussiva. Esbanja energia sem perder a ternura. No repertório, entre trios, duetos e momentos solos em cena, os clássicos que todo mundo quer ouvir: “Anunciação”, “Banho de Cheiro”, “Dia Branco”, “Tropicana”, “Moça Bonita”, “Caravana”, “Belle de Jour”, “Canção da Despedida”, “Coração Bobo”, “Táxi Lunar”, “Bicho de Sete Cabeças” e tantas mais. Entre as surpresas, duas joias vintage: "Papagaio do Futuro" (apresentada por Alceu, Geraldo e Jackson do Pandeiro no Festival Internacional da Canção de 1972) e "Me Dá um Beijo", parceria de Alceu e Geraldo, do primeiro disco da dupla, recriada com Elba nos vocais. Zé Ramalho marca presença autoral através de “Chão de Giz” e “Frevo Mulher”, na voz de seus companheiros. Geraldo Azevedo celebra: “Vinícius de Moraes dizia que 'a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida'. Há sempre um grande amor entre nós quatro. Elba e eu temos um projeto lindo chamado Um Encontro Inesquecível, que se transformou agora neste novo Grande Encontro. Existe uma relação muito forte que sempre vai nos unir. Somos parceiros da vida toda". Elba diz que “A grandeza estava na simplicidade e na força de cada um individualmente. Quando juntava, era explosão! Aprendemos uns com os outros e mostramos uma fatia poderosa da nossa cultura. O Nordeste é potência máxima em música e nós mostrávamos toda a sua diversidade”. Alceu Valença garante: “Estar no palco com Elba e Geraldinho é como cantar em casa, numa sala de reboco ou de visitas. Geraldo é meu parceiro e compadre, um dos maiores incentivadores da minha música desde sempre. Elba é uma amiga querida, companheira de geração e de arte. Somos da mesma região, o agreste e o sertão de Pernambuco e da Paraíba, e juntos criamos uma identidade orgânica. Nossa força está na maneira fiel e absoluta com que vivenciamos esta identidade”. Alceu, Elba e Geraldo cantam ao lado de Marcos Arcanjo, Paulo Rafael (violões e guitarras), Ney Conceição (baixo), Meninão (sanfona), César Michiles (flauta), Anjo Caldas (percussão) e Cássio Cunha (bateria), com direção de André Brasileiro. SERVIÇO O Grande Encontro Dia 29 de novembro (sexta), às 21h Teatro Guararapes - Centro de Convenções de Pernambuco Informações: (81) 3182.8020 Ingressos: Plateia: R$ 200 e R$ 100 (meia) Balcão: R$ 180 e R$ 90 (meia) * À venda na bilheteria do teatro, lojas Ticketfolia (shoppings Plaza, Recife, Tacaruna, RioMar, Boa Vista) e www.eventim.com.br.

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O que rolou no Coquetel Molotov

Por Yuri Euzébio Em meio à recessão econômica enfrentada pelo país, o Festival No Ar Coquetel Molotov mantém sua relevância apostando forte em nomes da cena local ao mesmo tempo em que trouxe também artistas de força no cenário nacional. Reunindo milhares de pessoas no Caxangá Golf & Country Club, o evento começou de tarde e entrou pela madrugada, numa estrutura de três palcos, com espaço para alimentação e feira de produtos num ambiente que proporcionava certo conforto ao participante. Com uma programação eclética, que foi da ciranda até o bregafunk, passando pelo rap e pelo pop experimental, o festival abraçou os mais diferentes públicos em torno da música. Já no fim da tarde no palco Natura, a pernambucana Clarice Falcão apresentou seu mais novo trabalho “Tem Conserto”, que marca uma guinada eletrônica na carreira da cantora. A nova produção da artista envolve sintetizadores e beats numa nova roupagem que cativou o público, acompanhando tudo do início ao fim. Abrindo o palco principal, um dos shows mais esperados da noite, Mc Tha trazendo as músicas de seu "Rito de Passá", um dos álbuns mais bem avaliados de 2019. Trazendo muita energia no palco, a paulista levou sua mistura dos elementos do funk à temática ancestral levantando o público presente. Ainda no início da noite, o palco Coquetel Molotov recebeu Lia de Itamaracá no show de estreia do seu mais novo álbum, “Ciranda sem fim”. Com uma banda azeitada, o patrimônio vivo de Pernambuco fez a plateia balançar, e logo se formaram várias rodas de ciranda na platéia. Era nítida nos olhos da cirandeira a felicidade em estar naquele palco entoando suas cirandas e alguns boleros que compõem seu cd. Ao final da apresentação, a rainha da ciranda foi aclamada pelo público. No palco Sonic foi possível presenciar a potência e a força de Bione, nome alçado das batalhas de Slam e que vem ganhando espaço na cena musical. Em uma das apresentações marcantes do festival, ninguém conseguiria notar que era a primeira apresentação da jovem cantando em um palco. Com músicas de seu primeiro mixtape “Saí da frente...”, a poetisa demonstrou que tem um grande futuro no meio musical e encheu de orgulho sua mãe que estava na plateia. Luiz Lins foi outro dos jovens pernambucanos que fez bonito, o músico de Nazaré da Mata foi o único a participar das duas etapas do festival (Belo Jardim e Recife). Acompanhado por uma banda, o que trouxe uma nova dinâmica para o seu som, o artista foi mais uma das gratas surpresas do festival. Com um vozeirão indefectível, o jovem desponta como um dos grande nomes da música pernambucana. A cantora Liniker estreou no Molotov com o show do seu prestigiado segundo álbum, "Goela Abaixo". Em uma breve apresentação, a paulista demonstrou toda sua presença de palco e a potência da sua azeitada banda, Os Caramelows. Em um dos shows mais lotados do festival, a banda entoou boa parte de seu segundo CD, além de alguns hits do começo da carreira. Talvez o principal nome do evento, o rapper paulista Black Alien fez jus à expectativa de seu retorno ao Recife depois de cinco anos. A apresentação fez um apanhado da carreira do músico, com música dos seus três álbuns lançados, o celebrado Babylon By Gus – Vol I, o retorno com Babylon By Gus – Vol II até o sucesso do mais recente de Abaixo de Zero: Hello Hell. Gustavo Black Alien não decepcionou os fãs e fez uma das melhores apresentações do festival, com suas rimas ágeis e batidas frenéticas, o músico levou o público abaixo e prometeu voltar em breve. Convém registrar o pleno funcionamento do sistema de bares, é elogiável a organização do evento com a dinâmica da compra de fichas e da retirada funcionando de maneira rápida e sem burocracias. A acessibilidade também foi outro ponto de destaque, a quem portava alguma deficiência locomotiva fez-se o possível dentro do terreno do Caxangá Golf & Country Club. Do ponto de vista comunicacional, foi um show à parte dos intérpretes de libras presentes nos palcos Natura e Coquetel Molotov. Os profissionais traduziam com entusiasmo e graça as letras das músicas e com uma habilidade para acompanhar mesmo músicas com uma cadência mais rápida na velocidade, como as do rapper Black Alien. O encerramento do festival congregou música eletrônica em suas variações rítmicas. A programação envolveu novos e consagrados nomes da cena que vem em franco e exponencial crescimento.

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Azougue Nazaré: Música e Cinema

Por Yuri Euzébio Ontem eu tive a felicidade de assistir à estreia do filme “Azougue Nazaré” no cinema São Luiz. Já tinha visto a produção pernambucana numa sessão especial do Janela de Cinema ano passado e me encantei com a história dos maracatuzeiros de Nazaré da Mata. Logo, quando soube desse evento de lançamento na casa do cinema pernambucano, não perdi tempo e fui conferir de perto mais uma vez que eu não sou besta nem nada. O filme conta a história de alguns moradores da Mata Norte do estado, sua relação com o Maracatu e o fenômeno de crescimento das religiões neopentecostais da cidade. A partir da cultura do Maracatu Rural, que tenta sobreviver em meio a pressão e da perseguição do extremismo religioso e do completo descaso das autoridades acompanhamos o cotidiano daquele povo. O resultado é uma história leve, bem-humorada e uma empolgante mistura de cultura popular, música, dança e fantasia. Com destaque para a trajetória de Catita (Valmir do Côco), a fera de Nazaré, um sujeito cuja vida só ganha importância em meios aos rituais do maracatu, apesar da insistência de sua mulher, Darlene (Joana Gatis), em tirá-lo desse ambiente e convertê-lo a uma religião evangélica. A música é uma espécie de personagem invisível da saga, tanto pelo elenco formado por grandes nomes do cancioneiro popular de Nazaré da Mata, como Mestre Barachinha, o maior mestre de maracatu vivo do Estado de Pernambuco, Mestre Anderson Miguel, nome promissor da nova geração, Mestre Bi e Valmir do Côco, que se revelou um dos grandes atores pernambucanos da nova geração, quanto pela trilha sonora marcante e que rege os grandes momentos do filme, com nomes diversos como Pablo e Morris Albert, com a impagável “The Man From Nazareth”, mas que encontra sua síntese na obra de Siba, com duas músicas presentes na trilha, uma em versão repaginada por Mestre Anderson Miguel, um afilhado do antigo integrante do Mestre Ambrósio e outra instrumental na apoteose do filme. Siba, que por sinal, é um dos grandes expoentes da música feita na Zona da Mata Norte, com seu trabalho com a Fuloresta e em parcerias com Mestre Barachinha ou Mestre Anderson Miguel. Sérgio Veloso de Oliveira, ou Mestre Siba, foi um dos primeiros a destacar a potência da música de Nazaré e a leva-la a outros patamares no Brasil e no Mundo, merecido que ganhe destaque na trilha. Um dia ainda irei falar da minha admiração por esse grande poeta popular. Mas voltando ao filme, a obra é dirigida por Tiago Melo, que também é produtor e roteirista em conjunto com Jerônimo Lemos. Distribuído pela pernambucana (!!!) Inquieta Filmes, numa linda trajetória de força do cinema local, a produção estreou ontem em 17 cidades e 23 cinemas do Brasil. A sessão de estreia aqui no Recife, reuniu diretor, distribuidora, elenco equipe técnica numa linda celebração da força do cinema do Estado e foi seguido por uma festa na Rua da Aurora em frente ao cinema com a presença do Som na Rural do grande Roger de Renoir e com apresentações do Maracatu Cambinda Brasileira e do Coco Canavial, embalados por Mestre Barachinha, Valmir do Côco e João Paulo. Enfim, esse texto todo foi só uma forma de dizer que o cinema de Pernambuco não cansa de surpreender, sendo também instrumento para alçar luz a uma cultura popular do interior do Estado onde a música se faz muito forte e presente. E pra dizer também que se eu fosse tu, não perdia tempo e ia logo ver esse grande filme que é Azougue Nazaré. Vai timbora logo!!

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