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João Campos defende planejamento metropolitano e inovação como chaves para o futuro

Em palestra no projeto Pernambuco em Perspectiva, o prefeito do Recife destacou a importância do capital humano, da integração entre municípios e da resiliência urbana para o desenvolvimento sustentável do Estado. *Por Rafael Dantas A Região Metropolitana do Recife representa apenas 3,3% do território pernambucano, mas concentra 56,14% do PIB e aproximadamente 58,65% da população de Pernambuco, segundo o IBGE. Apesar do avanço econômico em outras áreas, a capital e os municípios do seu entorno ainda exercem forte influência sobre o ritmo de desenvolvimento do Estado. Diante desse cenário, o projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, promovido pela Revista Algomais em parceria com a Rede Gestão, recebeu o prefeito da capital, João Campos, para discutir O Papel Estratégico do Recife e da RMR para o Futuro de Pernambuco. Em sua palestra, o gestor destacou cinco eixos principais: capital humano, governança metropolitana, planejamento de longo prazo, inovação e resiliência urbana. Com um território reduzido, mas abrigando as principais universidades e centros de pesquisa do Estado, o capital humano é o ativo mais valioso do Recife na avaliação de João Campos. O prefeito ressaltou que a cidade tem um papel histórico como centro formador de conhecimento em Pernambuco, trouxe exemplos concretos de como tem se destacado na economia criativa e defendeu que a educação deve ser uma agenda estruturante do município e dos seus vizinhos na metrópole. “Se a gente não compreender essa história que nos trouxe até aqui, dificilmente vamos conseguir gerar os ciclos seguintes de desenvolvimento. Um grande ativo do Recife é a capacidade de formar. Só temos esse ativo porque a gente investe em capital humano, investe nas pessoas e a gente precisa continuar a fazer isso. Essa tem que ser a principal agenda estruturada de longo prazo da nossa cidade e das cidades metropolitanas”, defendeu o prefeito. Dos esforços atuais, Campos exemplificou o crescimento da estrutura de creches e escolas de tempo integral do Recife, que praticamente dobrou em três anos e meio, com a ampliação de 6,5 mil vagas. A meta apontada pelo gestor foi de incluir mais sete mil crianças até o final de 2026 nessa frente. Os investimentos do Embarque Digital,  programa realizado em parceria com o Porto Digital, que oferece bolsas a estudantes em situação de vulnerabilidade para formação em tecnologia e fortalecimento do setor na cidade, seguem na mesma direção. GOVERNANÇA METROPOLITANA E PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO Ao contrário de outras regiões metropolitanas do País, onde a capital concentra a maior parte dos habitantes e do território, o Recife representa cerca de 40% da RMR e ocupa uma área reduzida. Essa configuração exige instituições fortes para articular os municípios em temas como mobilidade, gestão ambiental e serviços de saúde, mas atualmente essa coordenação ainda é um ponto frágil no contexto estadual. “É fato que falta uma estrutura robusta que viabilize a gestão metropolitana, capaz de planejar e, principalmente, de executar”, apontou o prefeito. “Para funcionar, a instituição precisa ter força: poder decidir, autorizar, negar. Tem que ter capacidade de juntar o planejamento com a operação. O modelo que não pode ser é não ter modelo. Assim não funciona.” A região teve no passado uma grande força da Fidem (Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife) e mesmo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), que vive um momento de renascimento. Especificamente na mobilidade, o Consórcio Grande Recife viveu dias de maior protagonismo décadas passadas. Mas a desvalorização do planejamento, o sucateamento do serviço público e o esvaziamento de instituições desse perfil desmontou ao longo das décadas a capacidade de planejamento e execução, como foi tratado nas primeiras reuniões do projeto Pernambuco em Perspectiva. Além de soluções insatisfatórias de mobilidade urbana para o morador da metrópole, um problema dessa falta de gestão exemplificada pelo prefeito é a sobrecarga no sistema de saúde pública da capital. Campos afirmou que muitos moradores de outras cidades acessam os serviços oferecidos pelas unidades de saúde da capital que não estão disponíveis ou são insuficientes nos seus municípios de origem. “Em qualquer serviço de saúde de porta aberta no Recife, a gente tem uma presença muito grande de pessoas de outras cidades e não há nenhuma remuneração ou contrapartida orçamentária vinculada a esses atendimentos. Pelos princípios do SUS não vamos deixar de atender ninguém. Mas isso está tirando a vaga de alguém que paga por aquilo e que precisa desse serviço no Recife. Então, desde coisas pontuais como essa até os grandes problemas de mobilidade, de desafios de fronteira, de planejamento estruturado de longo prazo, tudo isso fica ausente se não tiver uma grande estrutura de planejamento e de funcionamento da rotina metropolitana”, afirmou Campos.  INOVAÇÃO NA GESTÃO Duas forças do Recife que devem se irradiar para a RMR e para o Estado são os investimentos em inovação e transformação digital na gestão pública. João Campos lembrou que a cidade foi a primeira capital a regulamentar o Marco Legal das Startups e a contratar soluções via inovação aberta. Essas iniciativas permitiram que a prefeitura atue como um ecossistema de desenvolvimento tecnológico. Esse modelo não só proporciona soluções eficientes para problemas locais – como o combate ao absenteísmo na saúde – como também cria produtos exportáveis que geram receita e reconhecimento para a cidade. O prefeito disse que uma das soluções que foi contratada nas chamadas de inovação e o financiamento público municipal, passou a ser aplicada também no Amazonas, no Rio de Janeiro, em São Paulo, entre outros destinos. Em cada lugar onde ela é aplicada, a Prefeitura da capital pernambucana é remunerada.  “O Recife recebe royalties por isso porque nós somos donos dessas soluções. Isso porque fizemos uma contratação por inovação. Então, isso tem um impacto tremendo no longo prazo. A gente hoje tem um faturamento importante da Empresa de Tecnologia do Recife, que já consegue ter superávit em algumas áreas, porque estamos desenvolvendo, comprando, investindo e vendendo solução de tecnologia Brasil a fora”. O prefeito defende que esse ecossistema de inovação deve se expandir para toda a Região Metropolitana do Recife, garantindo

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Reforma Tributária e crise fiscal: o que está em jogo para o futuro de Pernambuco?

Edição de maio do projeto Pernambuco em Perspectiva recebe o auditor fiscal Décio Padilha para debater alternativas ao modelo de desenvolvimento do Estado No próximo dia 19 de maio, o projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo promove mais um encontro para discutir os rumos do Estado diante dos grandes desafios nacionais. Desta vez, o tema será “As alternativas para o futuro diante da Reforma Tributária e da crise fiscal estrutural”. O convidado da edição é o auditor fiscal e ex-secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, um dos principais especialistas no tema no país. O Brasil vive um momento de profunda transformação em seu sistema tributário, com impactos diretos nas finanças públicas e nos modelos de arrecadação estaduais. Em paralelo, a crise fiscal estrutural exige novos caminhos para garantir sustentabilidade e crescimento. O debate proposto pela Revista Algomais e pela Rede Gestão busca justamente refletir sobre como Pernambuco pode se reposicionar estrategicamente nesse novo cenário. A palestra acontecerá no auditório do Empresarial RioMar 05, no Recife, com recepção às 18h30 e início previsto para as 19h. O encontro é uma oportunidade de conexão entre lideranças políticas, empresariais e acadêmicas que pensam o futuro de longo prazo do Estado. O evento é gratuito, mas com vagas limitadas. A organização recomenda o agendamento prévio para garantir participação: pernambuco.algomais.com Serviço📌 Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo📅 Data: 19 de maio (segunda-feira)🕡 Recepção: 18h30 | 🕖 Palestra: 19h📍 Local: Auditório do novo Empresarial RioMar 05, Recife🎟 Entrada gratuita (vagas limitadas)📞 Informações e inscrições: (81) 3134.1740

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Do paper para o PIB: ciência, tecnologia e inovação no novo ciclo de desenvolvimento de Pernambuco

Marcelo Carneiro Leão defende a articulação entre ciência, tecnologia e inovação como motor de crescimento econômico e social de Pernambuco *Por Rafael Dantas Do paper ao PIB. Das pesquisas acadêmicas e do desenvolvimento científico para a vida real e para o desenvolvimento econômico e social. Esse foi o desafio projetado pelo presidente do Cetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), Marcelo Carneiro Leão, na edição de abril do projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, que é realizado pela Revista Algomais e pela Rede Gestão, com patrocínio do Banco do Nordeste e do Governo Federal. O encontro destacou a necessidade de se investir estrategicamente em tecnologia e inovação no novo ciclo de desenvolvimento do Estado. Após uma abrupta queda de investimentos em pesquisa e desenvolvimento a partir de 2014, o País vive uma recuperação dos aportes nesse setor desde 2023. Mesmo assim, o pesquisador apontou que o Brasil ainda não está nem perto dos líderes mundiais em inovação, como a Coreia do Sul e Israel.  Para Pernambuco, que enfrenta ainda graves desafios socioeconômicos e tem uma ampla faixa do seu território no semiárido, a aposta na educação e no desenvolvimento tecnológico se torna uma peça-chave. "Não existe nenhum país na história da humanidade que tenha se desenvolvido sem investir pesado em educação, ciência e tecnologia. Ou a gente aposta de verdade em ciência e tecnologia, ou vamos continuar andando em círculos”, destacou Marcelo Carneiro Leão. "Não existe nenhum país na história da humanidade que tenha se desenvolvido sem investir pesado em educação, ciência e tecnologia. Ou a gente aposta de verdade em ciência e tecnologia, ou vamos continuar andando em círculos” - Marcelo Carneiro Leão O diretor do Cetene, que é ex-reitor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), destacou que a participação dos recursos públicos é fundamental para a inovação. Isso não é uma realidade brasileira mas global. Mesmo em países com forte desenvolvimento empresarial e tecnológico, como os Estados Unidos e a Coreia do Sul, a presença do estado no financiamento da inovação é uma peça-chave. Esse ecossistema é formado principalmente por universidades, agências de fomento, deep techs (empresas que objetivam fornecer soluções tecnológicas baseadas em conhecimentos científicos), centros de tecnologia, como o Cetene, e também por estruturas privadas de diversas naturezas. Embora muitos recursos aportados nesse ciclo sejam federais, no Estado foi criado o programa Inova PE, que prevê aportar até R$ 1,04 bilhão nos próximos anos em formação de novos talentos, P&D (pesquisa e desenvolvimento), melhorias das infraestruturas de inovação, entre outros. Uma região estratégica em Pernambuco tem-se destacado como um polo dinâmico de inovação, que Marcelo tem chamado de “Várzea Fértile”. Em um raio de poucos quilômetros, concentram-se importantes instituições e centros de pesquisa e desenvolvimento, como a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), UFRPE, o Cetene, o Parqtel (Parque Tecnológico de Eletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco), o ParqueTec e o Instituto de Tecnologia de Pernambuco, formando um ecossistema fértil para a ciência, a tecnologia e o empreendedorismo. “A gente precisa criar nessa região um parque tecnológico, um parque de desenvolvimento, um pouco diferente do Porto Digital, que tem uma pegada mais na tecnologia da informação, olhando o que é que se pode contribuir nas cadeias produtivas do Estado de Pernambuco”, destacou Carneiro Leão. No Cetene, por exemplo, ele apresentou a biofábrica para a pesquisa e produção de lúpulos, um insumo estratégico para o setor de bebidas, que tem uma atuação forte no Estado. A instituição possui também trabalhos aplicados no desenvolvimento de soluções relacionadas à cana-de-açúcar, outro protagonista da economia pernambucana. REDESENHO DAS UNIVERSIDADES Além de promover uma sinergia dessas instituições, Marcelo Carneiro Leão tem repetido três questões em seus pronunciamentos que são referentes às universidades. A primeira é a necessidade dessas instituições levarem suas metas da produção de artigos científicos e de registros de patentes para o desenvolvimento de soluções que gerem efeitos reais na sociedade. Esse é o pensamento que ele resume na expressão “do paper ao PIB”.  “Fazer uma pesquisa, publicar um artigo em um periódico foi o mote das universidades por um longo tempo. O que se avançou nos últimos anos foi o registro de patentes. E se achava que isso era inovação. Isso não é inovação, isso é invenção. A inovação só vai acontecer se isso chegar na ponta. É a transformação de invenção em inovação. Esse é o processo que a gente precisa construir”, afirmou Marcelo Carneiro Leão. A outra mudança é no formato dos cursos acadêmicos. Diante das transformações sociais e tecnológicas, essas formações longas se tornaram menos atrativas para a população mais jovem. O terceiro destaque apontado pelo docente é a necessidade de incentivo ao empreendedorismo junto aos universitários. De forma objetiva, ele apresentou iniciativas implementadas durante sua gestão na UFRPE como exemplos práticos de fomento à inovação. Uma delas foi a criação do Programa de Formação em Empreendedorismo Científico que, mesmo com orçamento reduzido, contribuiu para o surgimento de startups capazes de captar recursos e desenvolver novos negócios em curto prazo. Outra iniciativa de destaque foi a fundação do IPÊ (Instituto de Inovação, Pesquisa e Empreendedorismo), concebido para estimular parcerias nacionais e internacionais, promover a transferência de conhecimento científico e tecnológico, fortalecer a cultura de inovação e empreendedorismo e viabilizar a captação de recursos para projetos acadêmicos. PROPOSTAS PARA PERNAMBUCO Ao abordar a concepção de um novo ciclo de desenvolvimento para Pernambuco, Marcelo Carneiro Leão apresentou propostas que reforçam o papel da ciência, tecnologia e inovação como eixos estratégicos para impulsionar a competitividade, a geração de conhecimento e a sustentabilidade do Estado. Ele defende que uma das prioridades é promover o fortalecimento dos núcleos de inovação tecnológica já presentes em Pernambuco.  O diretor do Cetene também defende a melhoria da proteção das patentes geradas no Estado. Disse ainda ser necessário promover a transferência de tecnologia para empresas, mas garantindo o retorno financeiro para as instituições que produzem conhecimento.  “Isso já existe aqui em Pernambuco, mas a gente precisa fortalecer esses núcleos, proteger as patentes de produção intelectual do que é realizado aqui

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Pernambuco em Perspectiva

O projeto Pernambuco em Perspectiva, da TGI e Rede Gestão em parceria com a Revista Algomais, está debatendo mensalmente o futuro do Estado. Diante do esgotamento do último esforço de planejamento do desenvolvimento de Pernambuco, ainda na década de 50, com os estudos do padre Joseph Lebret, existe a urgência de retomar as discussões sobre os rumos do Estado para as próximas décadas, em um mundo que atravessa por aceleradas transformações. Confira abaixo as reportagens e conteúdos produzidos pelo Pernambuco em Perspectiva: Para onde vamos? A falta que faz o planejamento Pernambuco: Em busca de uma perspectiva de futuro É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido Transição energética no mundo, oportunidades locais para Pernambuco Caminhos para um salto na educação de Pernambuco Caminhos para o desenvolvimento da indústria em Pernambuco Quais as oportunidades para Pernambuco no cenário do Nordeste? Não adianta apenas preservar o meio ambiente, é preciso regenerar a economia Onde estão as travas da inovação em Pernambuco? Desafios da aprendizagem: educação enfrenta muitos problemas para melhorar a qualidade VÍDEOS

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