Arquivos pesquisa - Página 2 de 11 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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95% dos médicos brasileiros acham país só terá vacina para Covid-19 no fim do ano

A pesquisa “Reflexão Médicos Covid-19: onda Brasil”, realizada pela Ipsos em parceria com a Fine Research, um instituto de pesquisa médica online, identificou como 530 médicos brasileiros de diferentes especialidades estão percebendo a pandemia do novo coronavírus no País. Segundo a opinião de 62% dos profissionais, o tratamento efetivo para Covid-19 pode demorar mais de seis meses até estar disponível. O pessimismo é ainda maior quando falamos de vacinação. A imensa maioria, 95%, acha que tardará mais de um semestre até que o Brasil disponibilize uma vacina eficaz contra a doença. Além disso, três em cada 10 ouvidos (30%) creem que demorará mais de seis meses até haver um teste rápido e em grande escala para o coronavírus. A pesquisa também listou as medidas mais eficazes, de acordo com os entrevistados, para conter a propagação da Covid-19. Com 87%, o cancelamento de eventos públicos ficou em primeiro lugar. A disseminação de campanhas de conscientização para higiene pessoal ganhou o segundo posto, com 85%. Já o desenvolvimento da capacidade de produzir testes em massa para a população foi citado por 83%, chegando à terceira posição. O uso em massa de máscaras/materiais de proteção e o investimento em respiradores e recursos para terapia intensiva (UTI) foram as iniciativas que ficaram em quarto e quinto lugar, com 54% e 53%, respectivamente. Curiosamente, medidas que têm sido utilizadas pelas gestões estaduais brasileiras foram citadas por menos da metade dos médicos participantes do estudo: o fechamento de escolas e empresas foi considerado uma ação eficaz por 49%; já a quarentena obrigatória, por 48%. Apoio governamental Oito em cada 10 profissionais (80%) afirmaram ter recebido guias de diagnóstico e informativos fornecidos pelos órgãos de saúde do governo. Dentre estes, 84% disseram que os protocolos disponibilizados eram claros ou muito claros, 11% opinaram que eram pouco ou nada claros e 5% não souberam responder. Quando perguntados sobre a efetividade das iniciativas promovidas pelo governo para conter a propagação do coronavírus no país, 87% consideraram muito efetivas ou efetivas, contra 13% que opinaram como pouco ou nada efetivas. Além disso, para a grande maioria, 80%, as iniciativas são justas; 6% acham muito restritas e 14% pouco ou nada restritas. Recursos e atendimento médico Os médicos entrevistados também avaliaram os recursos do país para o tratamento dos infectados pelo coronavírus. Para os ouvidos, a disponibilidade de testes para Covid-19 é um recurso que se encontra em colapso e com estrutura inadequada. Já a disponibilidade de EPIs, a disponibilidade de respiradores e a disponibilidade de leitos na UTI foram identificados como recursos de possível colapso e estrutura pouco adequada – ou seja, provavelmente entrarão em colapso em alguns dias ou semanas. A disponibilidade de médicos para diagnóstico, a disponibilidade de médicos para tratamento em casos de internação e a disponibilidade de medicamentos e insumos básicos para tratamento foram categorizados como recursos de possível colapso e estrutura adequada – são aqueles que devem entrar em colapso nos próximos 30 dias. Considerando a média de todos os itens avaliados, 39% dos participantes da pesquisa acreditam que os recursos do Brasil possuem uma estrutura pouca adequada e podem ocasionar colapso em breve. Em segundo lugar, estão os 36% que consideram a estrutura adequada, mas ainda assim passível de colapso. Alto risco de colapso teve 15% e baixo risco de colapso teve 10%. Para 65% dos entrevistados, a comunidade médica está muito envolvida com o objetivo de conter a pandemia de Covid-19. No entanto, os profissionais têm enfrentado uma série de desafios ao atender seus pacientes em hospitais: 64% citaram a falta de EPIs, 25% a falta de descanso, 21% a falta de protocolos claros e 17% citaram outros riscos. A pesquisa online foi realizada entre 31 de março de 2020 e 03 de abril de 2020 com 530 médicos brasileiros que fazem atendimento direto a diferentes tipos de pacientes. Sobre a Ipsos A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 90 mercados. A companhia, que tem globalmente mais de 5.000 clientes e 18.130 colaboradores, entrega dados e análises sobre pessoas, mercados, marcas e sociedades para facilitar a tomada de decisão das empresas e das organizações. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de marketing, comunicação, mídia, customer experience, engajamento de colaboradores e opinião pública. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e medem a opinião pública ao redor do mundo. Para mais informações, acesse: www.ipsos.com/pt-br

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Projeto vai investigar como o novo coronavírus afeta o olfato

Estudos preliminares conduzidos na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos sugerem que a perda de olfato é algo relativamente comum em pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Mas seria esse sintoma tão frequente a ponto de servir como um indicativo precoce da COVID-19? Pessoas que subitamente perderam a capacidade de sentir cheiros deveriam ser orientadas a se manter em isolamento para evitar disseminar a doença? Qual é a extensão e o tempo de duração do dano causado pelo vírus ao sistema olfatório? Um grupo que envolve pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vai tentar responder a essas e outras questões no âmbito do Projeto Temático “Receptores olfatórios: mecanismos de expressão gênica e transdução de sinal”, sob a coordenação da professora Bettina Malnic. Inicialmente focados em estudar o funcionamento dos neurônios olfatórios (células responsáveis pela detecção de cheiros) e das demais células que compõem o epitélio olfatório, os pesquisadores vão dedicar, nos próximos meses, parte de seus esforços para entender a correlação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o desenvolvimento de anosmia – o termo técnico para a perda de olfato. “O objetivo principal do projeto é estudar os genes que codificam os receptores olfatórios [proteínas que se conectam às substâncias odorantes]. Trata-se de um grande grupo de genes expressos apenas no epitélio olfatório. Mas, diante da situação de emergência imposta pela pandemia, decidimos iniciar um estudo remoto com profissionais de saúde que atendem pacientes com manifestações graves da COVID-19 e que, portanto, têm alto risco de contrair o vírus”, conta Malnic. O grupo, que também inclui Alexandre Bruni Cardoso, Deborah Schechtman e Isaias Glezer, está elaborando um questionário para monitorar nos profissionais de saúde do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP tanto a presença de sintomas já bem estabelecidos da doença – como febre, tosse e dificuldade para respirar – como também eventuais mudanças olfativas. Para isso, o grupo conta com a colaboração dos pesquisadores Richard Voegels e Fábio de Rezende Pinna, do Departamento de Otorrinolaringologia e Oftalmologia da FM-USP. “Queremos descobrir se há um padrão na anosmia causada pelo coronavírus que a diferencie da perda de olfato por outras causas, como infecções nas vias respiratórias causadas por resfriados ou gripes comuns ou doenças neurodegenerativas. Pacientes com COVID-19 têm relatado uma perda abrupta na capacidade de sentir cheiro e, muitas vezes, sem outros sintomas relacionados”, diz a pesquisadora. Também está nos planos do grupo conduzir uma análise mais ampla, semelhante à que foi feita no Reino Unido por cientistas do King’s College. Por meio de um aplicativo de celular chamado “COVID Symptom Tracker”, os britânicos disponibilizaram um questionário remoto que já foi preenchido por mais de 1 milhão de pessoas em vários países. Uma primeira análise revelou que a perda de olfato e de paladar foi um sintoma relatado por 59% das pessoas que testaram positivo para COVID-19, e apenas por 18% das que testaram negativo. Caso a correlação entre o SARS-CoV-2 e a perda de olfato se confirme nessa primeira etapa da investigação, o grupo pretende aprofundar as análises para entender de que forma o vírus afeta o funcionamento do epitélio olfatório. “Uma das possibilidades seria analisar amostras de pacientes infectados e observar se a estrutura do epitélio olfatório está alterada nesses indivíduos. A técnica de hibridação in situ [que permite a identificação específica de tipos de mRNA dentro de células individuais em trechos de tecido] poderia ser adotada para verificar se os neurônios olfatórios sobrevivem à infecção ou não”, afirma Malnic. Experimentos com cultura de células e com modelos animais também podem ser conduzidos para entender o mecanismo de atuação do coronavírus no epitélio olfatório. Um dos entraves, porém, é o fato de camundongos e outros mamíferos normalmente usados nesse tipo de estudo não se infectarem pelo SARS-CoV-2. “Existe uma linhagem de camundongo modificada geneticamente para expressar a ACE-2 humana, que é a proteína usada pelo novo coronavírus para infectar as células. Poderíamos investigar se quando infectados com o vírus esses animais apresentam alterações no seu sistema olfatório. ”, diz Malnic. Karina Toledo | Agência FAPESP

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Transfusão de plasma será testada no País contra infecção por Coronavírus

Da Revista da Fapesp O Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deverá iniciar em breve a coleta de plasma sanguíneo de pessoas que se curaram da Covid-19, infecção respiratória causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), e usá-lo em um protocolo de pesquisa envolvendo o tratamento de indivíduos com a doença no Hospital de Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da universidade e também em outros hospitais da região. Se os resultados forem positivos, essa poderá ser uma opção para tratar doentes em estágio moderado da doença. O plasma é a parte líquida do sangue e constitui cerca de 60% de seu conteúdo total — os outros componentes são os glóbulos brancos, as células vermelhas e as plaquetas. Seu uso tem sido considerado uma possível estratégia para fornecer os anticorpos necessários para aqueles que ainda não os têm em níveis capazes de protegê-los da Covid-19. Embora não seja um processo isento de riscos, estima-se que a transfusão de plasma possa levar à diminuição da carga viral no organismo e à melhora dos sintomas, ou à evolução clínica dos pacientes. Na avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a estratégia pode estar rapidamente acessível, à medida que exista um número suficiente de pessoas que se recuperaram da doença e que possam doar o plasma contendo imunoglobulinas que reajam contra o vírus Sars-CoV-2”. O projeto coordenado por médicos e pesquisadores do Hemocentro da Unicamp foi submetido para análise da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) no dia 3 de abril, pouco tempo depois de a agência regulatória de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, ter autorizado o uso da terapia, em caráter experimental, em pessoas infectadas com o vírus em estado grave — aquelas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI), com quadros de insuficiência respiratória, que, por isso, só conseguem respirar com a ajuda de aparelhos. Se aprovada no Conep, a instituição será mais uma universidade pública brasileira a testar essa estratégia no tratamento de pessoas com a Covid-19 no país. No dia 4 de abril, um consórcio envolvendo os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) recebeu autorização da comissão para iniciar os testes com plasma em pessoas infectadas com o novo coronavírus em estado grave. No dia 6 de abril, o Hemocentro de Ribeirão Preto também iniciou o processo de coleta do plasma sanguíneo de pacientes curados da Covid-19 para tratamento de indivíduos em estado crítico da doença no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. A ideia dos médicos e pesquisadores do Hemocentro da Unicamp, no entanto, é diferente. O objetivo é analisar a eficácia da estratégia no tratamento de pessoas com quadro clínico moderado da doença, isto é, que ainda conseguem respirar sem a ajuda de aparelhos. “Vamos montar dois grupos”, explica Marcelo Addas Carvalho, médico do Hemocentro da Unicamp e um dos coordenadores do projeto. “Um deles receberá o plasma sanguíneo com anticorpos específicos para Sars-CoV-2 enquanto o outro, usado como grupo controle, receberá plasma sem anticorpos para o novo coronavírus.” Eles pretendem comparar a evolução do quadro clínico dos indivíduos nos dois grupos e, ao mesmo tempo, tentar conter a deterioração das condições de saúde dessas pessoas, evitando sua internação na UTI dos hospitais. O número limitado de vagas de terapia intensiva é um dos principais gargalos do sistema de saúde ao lidar com a quantidade crescente de pacientes com a Covid-19. Terapia antiga O uso de plasma sanguíneo no tratamento de doenças não é novo. Pelo contrário. Essa estratégia terapêutica já foi empregada várias vezes ao longo da história em surtos de outras infecções respiratórias, inclusive em epidemias recentes causadas por outros vírus da família coronavírus, como as epidemias da Síndrome Aguda Respiratória (Sars), em 2003, e a da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), em 2012. A terapia também foi testada em surtos de sarampo e caxumba — antes da existência de vacinas para essas doenças —, além do surto de Ebola, em 2014, e da pandemia de gripe espanhola, em 1918. No caso da pandemia de Covid-19, estudos publicados nas últimas semanas destacaram o potencial terapêutico da transfusão de plasma sanguíneo em indivíduos infectados pelo Sars-CoV-2 — ainda que esses trabalhos, em sua maioria, envolvam pequenas amostras de pessoas. O mais recente, publicado dia 27 de março no Journal of the American Medical Association (JAMA), envolveu cinco pessoas com idade entre 36 e 65 anos. Todas tinham Covid-19, apresentavam quadro graves de pneumonia, alta carga viral e respiravam com a ajuda de aparelhos. Os pacientes receberam plasma com anticorpos específicos para Sars-CoV-2 de 10 a 22 dias após terem sido internados em um hospital de Shenzhen, na China. Os doadores, de 18 a 60 anos de idade, haviam se recuperado da infecção e aceitaram fazer a doação sanguínea para a pesquisa. Três dos cinco pacientes que receberam o plasma voltaram a respirar sem a ajuda de aparelhos duas semanas após a transfusão e receberam alta após cerca de 50 dias no hospital. Os outros dois estavam em condição estável 37 dias após a transfusão. Como eles também receberam medicamentos antivirais, não se sabe qual terapia teria sido mais determinante para a melhora de seu quadro clínico. Riscos Em Campinas, a estratégia da equipe de médicos e pesquisadores do Hemocentro da Unicamp será a de entrar em contato com pessoas que se curaram da Covid-19 após tratamento no Hospital de Clínicas da universidade e em outros hospitais da região e convidá-las para a doação. “A coleta de plasma será feita em pacientes curados 30 dias após o desaparecimento de todos os sintomas”, explica a médica Carolina Costa-Lima Salmoiraghi, uma das coordenadoras do projeto, que, além de Carvalho, também envolve o médico Bruno Deltreggia Benites. Feita essa primeira triagem, os doadores serão submetidos à aférese, procedimento no qual um equipamento automatizado separa o plasma dos outros componentes do sangue, que retornam novamente para o doador. Segundo Costa-Lima, cada pessoa poderá doar

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Testes para Covid-19 são produzidos em Pernambuco

O Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz-PE) desenvolveu um teste In House para auxiliar no diagnóstico da Covid-19 em Pernambuco. O novo kit já começou a ser utilizado na última segunda-feira (06.04) pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) e será complementar aos envios feitos pelo Ministério da Saúde. O teste é similar ao kit desenvolvido por Bio-Manguinhos, na Fiocruz do Rio de Janeiro. Ele se baseia no mesmo princípio de detecção de um fragmento do genoma do novo coronavírus (Sars-CoV-2), por meio da amplificação exponencial do material genético do vírus nas amostras biológicas coletadas de pacientes em investigação, possibilitando confirmar ou descartar o caso. “Seguimos trabalhando firmes para dotar a rede estadual de saúde de mais exames. O Instituto Aggeu Magalhães, brilhantemente, conseguiu fazer um kit de exame para a covid-19 In House, produzido aqui mesmo em Pernambuco e seguindo os mais altos padrões. Graças a esta parceria, a instituição vai auxiliar ainda mais o Estado nesse tipo de insumo, que, pela demanda mundial, vem sendo cada vez mais difícil de adquirir. Mais uma vez, quero agradecer o empenho e dedicação de todos que fazem a Fiocruz-PE”, afirmou o secretário André Longo. A vice-diretora de pesquisa da Fiocruz-PE, Constância Ayres, explica que foram realizadas avaliações para verificar a eficácia desse teste In House. Para isso, o Lacen-PE disponibilizou amostras positivas e negativas da Covid-19 e a Fiocruz fez a comparação dos resultados produzidos pelos dois testes, validando a eficácia do teste pernambucano. O material já está em uso no Lacen-PE, numa primeira produção com capacidade para 2 mil testagens. É importante destacar que para utilizar o teste produzido no Estado, o Instituto Aggeu Magalhães está comprando os mesmos kits de extração do RNA e purificação do material genético, que são necessários numa etapa anterior ao teste. Esse material tem que ser utilizado em conjunto com o material que está em produção pela Fiocruz PE. (Do Governo de Pernambuco)

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FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus

A FAPESP está lançando duas chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2), e estimular micro e pequenas empresas a desenvolver projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas ao diagnóstico e tratamento dos doentes. “O combate a epidemias e doenças em geral é sempre um processo complexo, que exige ações técnicas, pessoal treinado e decisões políticas fundamentadas na ciência. Os dois editais emergenciais da FAPESP se destinam a financiar o desenvolvimento de boas ideias para o combate à epidemia, tanto no que diz respeito ao conhecimento científico relativo ao agente, seus efeitos no organismo e tratamentos, como em seus aspectos tecnológicos, em especial à criação de produtos e serviços que melhorem a nossa capacidade de reação”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP. Na primeira chamada, a FAPESP disponibilizará R$ 10 milhões suplementares para redirecionar projetos de pesquisa já em andamento – nas modalidades Temático, Jovens Pesquisadores, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) – para a compreensão, redução de risco, gestão e prevenção da COVID-19 e do coronavírus. A expectativa é mobilizar pesquisadores do Estado de São Paulo a trabalhar no desenvolvimento de testes diagnósticos, terapias e procedimentos terapêuticos, no estudo de aspectos críticos da infecção viral, na pesquisa em procedimentos clínicos, na identificação e avaliação das respostas imunes, nas investigações epidemiológicas e na pesquisa sobre a contenção e minimização de comportamentos contraproducentes para a epidemia, entre outros desafios que cercam a COVID-19. Os projetos de pesquisa devem ter duração de 24 meses e o valor máximo de cada proposta será de R$ 200 mil. O prazo para submissão de projetos vai até 22 de junho de 2020. Na segunda chamada, a FAPESP oferece uma linha especial de financiamento, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE-Fase 3), em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), no valor de R$ 20 milhões, para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença, a exemplo de kits diagnósticos, ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, soluções de tecnologias digitais e inteligência artificial para os serviços de saúde ou atendimento aos pacientes. No PIPE-Fase 3, resultado de um acordo entre a FAPESP e a Finep, as empresas devem realizar, em até 24 meses, o desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos. Nesta chamada, cada projeto aprovado contará com até R$ 1,5 milhão. O prazo para submissão de propostas é 6 de abril de 2020, podendo ser republicado por mais 15 dias, caso a demanda das propostas submetidas seja inferior aos recursos disponíveis. “Serão selecionados projetos apresentados por startups e empresas com até 250 empregados, para desenvolvimento de processos e serviços inovadores, de forma que os produtos resultantes possam ser colocados no mercado em uma situação emergencial como esta. Refiro-me ao desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares portáteis, soluções digitais para controle da disseminação do vírus, entre outros”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP. A expectativa é que a comunidade de pesquisa e as empresas de base tecnológica do Estado de São Paulo ofereçam soluções que contribuam para o combate à COVID-19, com a mesma disposição e competência com que enfrentaram outras infecções emergentes, como a dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Chamada de propostas de pesquisa – Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19: Temáticos, Jovens Pesquisadores, CEPIDs e CPEs. Edital de Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologias para Produtos, Serviços e Processos para o Combate à Doença por Corona Virus 2019: PAPPE-PIPE.

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Três em cada dez homens consideram aceitável fazer piadas de cunho sexual no trabalho, mostra pesquisa

Para 28% da população masculina, contar histórias e fazer piadas de natureza sexual no local de trabalho é uma prática aceitável. Os dados são de levantamento realizado para o Dia Internacional das Mulheres pela Ipsos e o Global Institute for Women’s Leadership, do King’s College London, com 27 países. As mulheres que veem esse comportamento com naturalidade representam 16% das entrevistadas globalmente. Entre os ouvidos no Brasil, considerando ambos os gêneros, 20% acham que piadas sexuais são aceitáveis, mesmo no ambiente profissional. Se levarmos em conta apenas a opinião das brasileiras participantes do estudo, são 15%, contra 26% dos homens. Além disso, no mundo todo, 13% dos homens acham que é aceitável mostrar materiais com conteúdo sexual no ambiente de trabalho. Apenas 7% das mulheres ouvidas globalmente compartilham da mesma percepção. Somando os dois gêneros, uma em cada dez pessoas (10%) considera admissível essa atitude. No recorte Brasil, o porcentual total é mais alto, de 14%. A aceitação dos brasileiros é maior que a das brasileiras: 17%, contra 11%. Elogio, interesse ou assédio? O estudo também avaliou o posicionamento das pessoas a respeito de fazer elogios não-relacionados ao desempenho profissional a um colega de trabalho. 67% de todos os participantes da pesquisa acham que é aceitável elogiar um colega do gênero oposto por sua aparência ou vestimenta. A opinião dos brasileiros é quase a mesma: 65% consideram a prática normal. O cenário muda levemente quando questionamos os entrevistados sobre elogiar roupas ou aspecto físico de colegas do mesmo sexo. No mundo, 71% consideram que é aceitável. No Brasil, são 68%. Ao compararmos as opiniões dos homens e das mulheres ouvidos no país, nota-se maior resistência masculina em tecer elogiar a outros homens. 61% dos brasileiros está confortável com esse comportamento, contra 73% das brasileiras. Convidar um colega de trabalho para um encontro romântico é considerado aceitável para mais da metade (52%) dos homens entrevistados globalmente; menos da metade (41%) das mulheres, entretanto, faria o mesmo. No Brasil, a aceitação é de 55% entre os representantes do sexo masculino e de 50% entre as representantes do sexo feminino. Para 15% dos homens entrevistados, insistir no encontro romântico, mesmo após a colega dizer não, é admissível. Somente 9% das mulheres ouvidas concordam com a afirmativa. Já a tolerância brasileira para esse tipo de comportamento é maior. 26% dos homens acham que é uma prática aceitável, contra 18% das mulheres. A pesquisa on-line foi realizada em 27 países no período de 24 de janeiro a 7 fevereiro, com 20.204 entrevistados entre 16 e 74 anos. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 p.p..

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Pesquisa: 40% das mulheres dizem ser alvo de assédio no trabalho

O Dia Internacional das Mulheres é celebrado oficialmente há pouco mais de 40 anos e de lá para cá a luta pela igualdade de direitos, liberdade e participação na vida pública só vem aumentando. Mas será que o cenário anda muito diferente? Alguns dados colhidos por meio de pesquisa da rede de opinião e debate Quinto, mostram que o assédio no trabalho atinge 40% do público feminino. As pessoas que se declararam de outro gênero ficam logo atrás, com 23%; e apenas 15% do público masculino assumiu que sofreu algum tipo de assédio no ambiente profissional. Ainda com relação ao tema, na pergunta “Mulheres correm o risco de sofrer mais assédio em grandes eventos?” os resultados foram alarmantes: 93%, dos mais de 12 mil votos, afirmaram que mulheres estão mais vulneráveis ao assédio em ambientes de aglomeração. Das opiniões femininas, 98% foram positivas. Para evitar este tipo de crime algumas cidades do país adotaram áreas reservadas para mulheres no transporte público, como é o caso no metrô de São Paulo. A plataforma também questionou se o transporte público deveria ter áreas exclusivas para o público feminino e 54% dos usuários que responderam acreditam que esta medida está correta, sendo a opinião feminina, como esperado, a mais expressiva, com 81% dos votos afirmativos. Outro tema de destaque no app quando o assunto é participação da mulher é a política. Uma das perguntas feitas foi: “A mulher é representada na política?”. A questão teve 7.985 votos de usuários de todo o país, sendo que 63% disseram que não. O maior índice de negação foi registrado na região nordeste do país, apesar da região sudeste ser mais expressiva, com 53% dos votos. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança, entre 2016 e 2018, 3,2 mil mulheres foram mortas vítimas de feminicídio. O Quinto lançou a seguinte pergunta em sua plataforma: “A busca das mulheres pela igualdade de direitos faz aumentar os casos de violência?”. E para 53% do público feminino a realidade é que as agressões dos mais variados tipos ocorrem quando elas tentam se igualar aos homens. Dos mais de 50 mil usuários cadastrados na plataforma Quinto em todo o país, 51,4% são mulheres que opinam sobre variados assuntos e debatem em busca de novos caminhos, sempre participativas e buscando o direito à igualdade e respeito.

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Quase 30% dos adolescentes de São Paulo afirmam ter sofrido bullying, indica estudo

André Julião  – Em um levantamento feito com estudantes de 119 escolas públicas e particulares do município de São Paulo, 29% dos entrevistados, de ambos os sexos, disseram ter sido vítima de bullying no ano anterior. O índice dos que afirmaram ter sofrido outros tipos de violência que não se enquadram na definição de bullying foi de 23%. A pesquisa, conduzida por um grupo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), ouviu 2.702 alunos do 9º ano do ensino fundamental, com idades próximas a 14 anos. “O que diferencia o bullying de outros tipos de violência é o caráter repetitivo e persistente. Além disso, ocorre entre pares e se sustenta em um diferencial de poder. O elo mais fraco, seja em função de sua posição social, de suas características físicas ou de algum traço de personalidade, é tomado como vítima”, explicou Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP e uma das coordenadoras do estudo apoiado pela FAPESP. Os dados indicam que o bullying psicológico ou verbal (“ofensas, sarros e risos”) foi mais frequente (17,5%) do que aquele que envolve agressão física (3,7%). Do total de adolescentes, 6% disseram ter sofrido bullying de conotação sexual. O “roubo com violência” foi a mais prevalente (15,3%) entre todas as outras formas de violência mencionadas, enquanto a “violência sexual” (1,7%) foi a menos frequente. Além disso, 15% dos jovens admitiram ter praticado bullying com colegas (19% se considerados apenas os meninos), enquanto 19% disseram ter cometido atos de violência (23% se considerados apenas os meninos e 21% entre estudantes de escolas particulares). Agressão física (cortes, chutes, machucados etc.) foi a forma mais frequente (12,7%) de violência praticada. Apenas 1% relatou ter cometido violência sexual. O índice dos jovens que declararam ter sido tanto vítima quanto praticante de bullying ficou em torno de 10% e, no caso de outros tipos de violência, foi de 7%. “Fizemos um diagnóstico da prevalência do envolvimento de adolescentes com situações de violência e bullying a fim de estudar fatores de risco e fatores de proteção associados. A ideia é obter subsídios para o desenvolvimento de programas de prevenção centrados principalmente nas escolas”, explicou Peres à Agência FAPESP. O trabalho foi conduzido no âmbito do Projeto São Paulo para o desenvolvimento social de crianças e adolescentes (SP-PROSO), também coordenado por Manuel Eisner, do Violence Research Centre da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Além da FAPESP, financiaram o projeto a Academia Britânica e o Fundo Newton. Levantamentos semelhantes já haviam sido feitos em cidades como Montevidéu, no Uruguai, e Zurique, na Suíça. Fatores de risco e proteção A análise dos resultados de São Paulo indica que o consumo de álcool pelos adolescentes, o perfil da relação parental e do grupo de amigos são os fatores mais relacionados à ocorrência de bullying e violência no grupo estudado. De acordo com os pesquisadores, as chamadas “práticas parentais negativas”, como disciplina por meio de violência e brigas recorrentes entre os pais, representam fatores de risco para o envolvimento dos adolescentes com bullying e violência – tanto como vítimas como também praticantes. Maior prevalência de bullying e violência (como vítima e praticante) foi observada entre adolescentes que fazem parte de grupos cujos membros cometem atos transgressores (que vão desde colar na prova e cabular aula até pichação, venda de drogas, roubo e furto de veículos), consomem mídia violenta e de conteúdo adulto, realizam atividades de lazer noturnas e transgressoras. Por outro lado, o envolvimento positivo dos pais na vida dos jovens foi associado a níveis mais baixos de bullying e violência, assim como o apoio social dos amigos e um ambiente escolar ordenado e não violento. Quando se avalia o total de entrevistados, o índice dos que afirmam ter consumido, no ano anterior, alguma droga depressora do sistema nervoso central, como álcool, é de 59%. Já entre aqueles que cometeram ou sofreram bullying o índice chega a 70,5%. Para surpresa dos pesquisadores, na amostragem geral, o consumo maior foi relatado entre as meninas (65% contra 54% entre os meninos). Dentre as que sofreram bullying, 73,6% relataram ter feito uso de álcool no ano anterior. “Embora alguns estudos apontem nessa direção, a maioria diz que são os meninos que mais consomem álcool. De fato, algo singular está acontecendo e ainda não temos como explicar”, disse Peres. Os resultados da pesquisa já foram apresentados em dois workshops aos diretores das escolas participantes, gestores do ensino municipal e estadual e outros profissionais de ensino e saúde. Um terceiro evento será realizado ainda no primeiro semestre de 2020 com o intuito de conhecer práticas de sucesso já implementadas e avaliadas em outros países, que possam ser adaptadas para a realidade das escolas de São Paulo. “O objetivo agora é tentar implementar programas que já se mostraram eficazes em outros contextos, com foco no clima e no ambiente escolar. Intervenções direcionadas às relações e práticas parentais também são promissoras. Temos um diagnóstico aprofundado. Agora, podemos adaptar práticas que já funcionaram lá fora à nossa realidade”, disse Peres à Agência FAPESP. Em 2018, o Brasil tornou-se signatário da Parceria Global pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes e se comprometeu a desenvolver um plano para a resolução do problema no país. Recentemente, a cidade de São Paulo se tornou a primeira do mundo a assinar a parceria. Com isso, espera-se um apoio ainda maior para implantar medidas que possam reduzir a ocorrência de bullying e violência entre os adolescentes. O SP-PROSO seguiu a metodologia Inspire, conjunto de recomendações elaboradas por um grupo de organismos internacionais como a Parceria Global pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Banco Mundial, entre outros. O relatório completo pode ser acessado em: https://sites.usp.br/sp-proso/wp-content/uploads/sites/526/2019/06/relatorio_sp_proso_26_05_2019.pdf. Por Agência FAPESP

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Para brasileiros, saúde pública e combate ao desemprego devem ser prioridades do país

45% dos entrevistados têm percepção de que economia está retomando o crescimento e 42% acreditam que ofertas de emprego devem aumentar. Com a reforma da Previdência aprovada, 64% já pensam em alternativas para complementar aposentadoria Um levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que a melhora da saúde pública (39%) e o combate ao desemprego (39%) foram apontados pelos consumidores brasileiros como os principais problemas a serem enfrentados este ano para a retomada do crescimento econômico. O ranking de temas que merecem a atenção em 2020 é seguido por investimentos em educação (38%), combate à corrupção (25%), combate à violência (20%) e controle da inflação (18%), além da diminuição de impostos (18%). As áreas que mais devem registrar avanços neste ano, segundo a percepção dos entrevistados, são a criação de vagas de emprego (42% acreditam que irá aumentar), o combate à inflação (35% acreditam que ela irá reduzir) e a diminuição da inadimplência (32% acreditam que irá reduzir). Por outro lado, os consumidores avaliam que algumas áreas não devem evoluir, como a melhora da renda e salário, que para 43% seguirão estagnados, e os investimentos em saúde, que para 42% não irão se alterar. Embora a retomada do ambiente econômico ainda aconteça em ritmo gradual, os brasileiros estão, em algum grau, otimistas com o cenário para 2020. De acordo com a pesquisam, 45% dos entrevistados têm a percepção de que a economia vem se recuperando, embora 37% avaliam que essa retomada acontece de forma lenta e apenas 8% de maneira acelerada. Já 31% não percebem sinais de crescimento e 17% acham que a situação está piorando. Outros 7% não sabem avaliar. Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o que se espera é que os setores de comércio e serviços voltem a empregar, fazendo o dinheiro circular novamente. “Alguns avanços foram percebidos durante o primeiro ano da gestão do novo governo, como a reforma da previdência, mas há muitos desafios a serem enfrentados, principalmente diante do alto índice de desemprego no país”, afirma. 66% dos entrevistados consideram reforma tributária necessária; 32% estão otimistas com impactos da reforma da previdência na economia Na avaliação dos entrevistados, a aprovação das reformas estruturais deve melhorar o ambiente econômico do país. Para 66% dos brasileiros, a reforma tributária, que prevê a reestruturação do sistema de cobrança dos impostos no Brasil, é necessária. Também é considerada necessária a reforma administrativa (58%), que contempla a revisão de salários do funcionalismo público e o fim da estabilidade. Outra medida considerada importante pelos entrevistados é a chamada ‘PEC Emergencial” (57%), que propõe a criação mecanismos de redução dos gastos públicos quando saírem do controle. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a maioria dos brasileiros sente que a arrecadação de impostos não se reflete de maneira justa em benefícios sociais, assim como os próprios empresários. “A carga tributária avançou muito nas últimas décadas e a sensação é de que não há retorno em serviços públicos de qualidade. Não bastasse o peso da carga, as empresas enfrentam uma burocracia enorme para ficar em dia com o fisco, o que afugenta investimentos e prejudica a competitividade na indústria, nos serviços e nos demais setores produtivos”, pondera Marcela. Dentre os entrevistados que defendem a reforma tributária, 38% justificam que sua aprovação poderá reduzir a burocracia no pagamento de impostos e melhorar a questão fiscal no país (36%). Outros 36% acreditam que a reforma vai estimular o consumo e o dinheiro circulante na economia, enquanto 32% acham que deve reduzir a sonegação de impostos. De forma geral, a maioria das pessoas ouvidas acredita que as novas reformas propostas pelo governo têm chances de serem aprovadas, principalmente a abertura ao comércio internacional (60%) e as privatizações e concessões (59%). O levantamento ainda revela que sete em cada dez (68%) entrevistados avaliam que a recente reforma da previdência foi necessária. Com a sua aprovação, 32% mostram-se mais otimistas em relação à retomada do crescimento econômico, enquanto 31% estão indiferentes por não achar que a reforma traga grandes mudanças e 26% disseram estar pessimistas. E com a reforma da Previdência aprovada, muitos brasileiros já repensaram o seu futuro. A maioria (64%) dos entrevistados disse que pretende adotar alguma medida para garantir ou complementar a aposentadoria oficial, sendo que 37% planejam continuar trabalhando e 34% querem guardar dinheiro, seja por meio de uma previdência privada ou por outros tipos de investimento. Já 18% não pretendem adotar algum tipo de alternativa. Metodologia Foram entrevistadas 600 pessoas de ambos os sexos e acima de 18 anos, de todas as classes sociais, em todas as regiões brasileiras. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

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Descoberta molécula com potencial para tratar o câncer de ovário

Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Uma molécula com potencial para combater o câncer de ovário e bloquear o processo de metástase das células tumorais foi descrita por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos na revista Cancer Research. Conhecida como miR-450a, a pequena molécula de RNA geralmente é pouco expressa em tumores. Porém, testes in vitro e em camundongos mostraram que, quando superexpressa, pode ter efeitos positivos no tratamento da doença ao silenciar a expressão de genes envolvidos na migração celular e no metabolismo energético do tumor. O estudo foi realizado no Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. Contou com a colaboração de Markus Hafner, professor do Laboratory of Muscle Stem Cells and Gene Regulation, do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos. “Trata-se de uma molécula promissora. Podemos desenvolver, no futuro, com uso de nanotecnologia, estratégias terapêuticas contra o câncer de ovário”, disse Wilson Araújo da Silva Junior, pesquisador do CTC e coordenador do estudo. Por ser inicialmente assintomático, o câncer de ovário tende a ser detectado já em estágio avançado. Atualmente, a principal arma no tratamento é a cirurgia. “A miR-450a, associada ou não à quimioterapia, pode contribuir como terapia neoadjuvante [tratamento pré-cirúrgico], aumentando taxas de resposta pré-operatórias. Já em casos mais avançados, é possível que diminua o risco de progressão ou de morte pela doença, com efeitos colaterais possivelmente menores que os da quimioterapia. Outro ponto interessante da molécula é a capacidade de bloquear o processo de metástase”, disse Silva Junior à Agência FAPESP. Corte de energia Os chamados microRNAs, como o miR450a, são pequenas moléculas de RNA que não codificam proteína, mas desempenham função regulatória no genoma e, por consequência, em diversos processos intracelulares. A estratégia de atuação dessas moléculas consiste em se ligar ao RNA mensageiro expresso por um gene, impedindo sua tradução em proteína. Os testes in vitro e in vivo realizados no Centro de Terapia Celular, como parte do doutorado de Bruna Muys, bolsista da FAPESP, mostraram que, quando superexpresso, o miR-450a não só reduziu o tumor como também bloqueou o processo de metástase. No entanto, era preciso ainda identificar quais genes de proliferação e invasão celular estavam sendo inibidos pela molécula. Nessa etapa, os pesquisadores trabalharam em colaboração com o grupo do NIH. O estudo teve apoio da FAPESP por meio de uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE). “Depois de toda a fase de caracterização, precisávamos descobrir quais genes de migração celular e invasão o miR-450a estava regulando. Com a tecnologia que o laboratório do NIH dispõe para a procura de alvos de RNA não codificadores descobrimos que esse microRNA atua também na redução de energia da célula, levando-a à morte”, disse Silva Junior. Os pesquisadores identificaram que o miR-450a bloqueia genes relacionados à proteína vimentina, que integra a via de invasão celular. Atua também na desregulação dos genes da via de transição epitélio-mesenquimal – essenciais para o processo de migração, invasão e resistência à apoptose celular (morte celular programada) –, inibindo, assim, a ocorrência de metástase. No que se refere ao crescimento tumoral, a molécula atua em um gene mitocondrial (MT-ND2) e em outros três do genoma nuclear (ACO2, ATP5B e TIMMDC1) envolvidos em uma das etapas da respiração celular e na produção de energia (fosforilação oxidativa). Ainda como consequência das alterações no metabolismo energético, foi observada diminuição da taxa de glutaminólise e aumento de glicólise. De acordo com os pesquisadores, esse desequilíbrio energético pode resultar na produção ineficiente de lipídios, aminoácidos, ácidos nucleicos pelas células tumorais e, com isso, inibir as vias de sinalização associadas à migração e invasão das células tumorais. Informação que vem da placenta A descoberta da molécula e de seu mecanismo de atuação surgiu como resultado do projeto de mestrado de Muys, também apoiado pela FAPESP e vinculado ao Centro de Terapia Celular. O estudo, publicado na PLOS ONE em 2016, mostrou que ocorre expressão elevada do miR-450a na placenta e baixa expressão em tumores, entre eles os de ovário. A conclusão do grupo foi que, na placenta, essas moléculas estariam regulando mecanismos análogos ao do desenvolvimento do tumor. Embora a formação da placenta e dos tumores sejam processos completamente diversos, existe, até certo ponto, muita semelhança na programação genética de ambos. “A placenta cresce, invade o útero, prolifera e passa por uma vascularização – processo conhecido como angiogênese. É tudo o que o tumor precisa. Porém, diferentemente dos tumores, na placenta esses programas genéticos estão ativos de forma controlada”, disse Silva Junior. O grupo teve então a ideia de buscar novos alvos terapêuticos estudando genes altamente expressos na placenta, mas que não estão ativos em tumores. “Essa correlação significa que moléculas como a miR-450a deixam de regular processos biológicos importantes para o desenvolvimento do tumor. Pelos nossos achados, se um gene aparece com essas características, é sinal que ele pode ser um bom alvo terapêutico”, disse. O artigo miR-450a acts as a tumor suppressor in ovarian cancer by regulating energy metabolismo (doi: 10.1158/0008-5472.CAN-19-0490), de Bruna Rodrigues Muys, Josane F. Sousa, Jessica Rodrigues Plaça, Luíza Ferreira de Araújo, Aishe A. Sarshad, Dimitrios G. Anastasakis, Xiantao Wang, Xiao Ling Li, Greice Andreotti de Molfetta, Anelisa Ramão, Ashish Lal, Daniel Onofre Vidal, Markus Hafner e Wilson A. Silva, pode ser lido em https://cancerres.aacrjournals.org/content/79/13/3294.figures-only.

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