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Descoberta variação genética que dificulta emagrecimento em adolescentes obesos

*Por Fernanda Ziegler/Agência FAPESP Uma alteração em um gene que dificulta o processo de emagrecimento foi identificada em pesquisa feita na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa, feita com 76 adolescentes obesos entre 15 e 19 anos, mostrou que um polimorfismo no gene receptor da leptina – sinalizador da saciedade – altera de uma só vez a regulação neuroendócrina e o balanço energético. Durante um ano, adolescentes pesando entre 101 e 120 quilos participaram de um programa de emagrecimento que incluiu atividade física e acompanhamento clínico, psicológico e nutricional por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e fisioterapeutas. No entanto, enquanto metade dos adolescentes perdeu em média 10% do peso inicial, a outra perdeu 6%. “Essa diferença nos intrigou. Não é que uma parte não obtivesse resultado – eles reduziram gordura visceral, corporal e tiveram melhoras nos exames bioquímicos –, mas não era possível que fosse apenas uma questão de maior ou menor empenho. Por isso, resolvemos estudar a parte genética”, disse Flávia Corgosinho, autora principal do estudo publicado na revista Neuropeptides. O artigo é resultado do doutorado de Corgosinho, com bolsa da Capes, e do projeto de pesquisa de sua orientadora, a professora Ana Raimunda Dâmaso, da Unifesp, com apoio da FAPESP. Com a investigação genética, os pesquisadores descobriram que os voluntários que respondiam de maneira inferior ao programa apresentavam uma determinada alteração no gene receptor da leptina (LEPR rs2767485). O estudo analisou os efeitos de um polimorfismo dentro de um único gene entre os mais de 500 genes relacionados à obesidade. Corgosinho conta que a variação genética estudada é do tipo recessiva e que metade dos voluntários apresentava pelo menos um dos alelos com a alteração, uma mostra significativa dos adolescentes obesos da cidade de São Paulo. “Como não tínhamos grupo controle no estudo, não podemos extrapolar esse dado para a população em geral”, disse Corgosinho à Agência FAPESP. O estudo em adolescentes se mostra importante, sobretudo se for levado em conta que a dificuldade de emagrecimento aumenta com os anos de vida. “Na infância e na adolescência ocorre a aceleração do metabolismo devido à fase de crescimento. É uma ótima oportunidade de favorecer o emagrecimento e modificar hábitos não saudáveis. Fora isso, a chance de um adolescente obeso se tornar um adulto obeso é estimada em 80%”, disse Dâmaso. Mais fome O grupo de pesquisadores descobriu também que voluntários com a variação genética que dificultava o emagrecimento apresentavam níveis de neuropeptídeos da fome – neurotransmissores que regulam a saciedade – elevados, quando comparados ao outro grupo sem a variação genética. “Moléculas sinalizadoras da fome, conhecidas como NPY, AgRP e o Hormônio Concentrador de Melanina (MCH), estavam mais elevadas naqueles que tinham alteração genética. Isso significa que teoricamente eles deveriam sentir mais fome”, disse Corgosinho. O acompanhamento dos adolescentes mostrou que, com a terapia de emagrecimento, eles conseguiram reduzir o índice desses neuropeptídeos para valores similares àqueles que não tinham variação genética. Com os exames de sangue provou-se que existe uma tendência de regularização desses sinalizadores de fome, porém, um deles (AgRP) continuou a subir. “Com isso, percebe-se que o grupo já começa a terapia com os sinalizadores da fome elevados. Há até uma melhora durante o programa, mas ainda existe dificuldade em regular esses neuropeptídios que ativam a fome. Não por acaso, o processo de emagrecimento deles fica mais complicado”, disse Corgosinho. Nível excessivo de leptina A leptina é um hormônio produzido e secretado principalmente pelo tecido adiposo que entre outras funções participa do controle neuroendócrino do balanço energético. Embora sua produção esteja diretamente relacionada à massa adiposa, é no hipotálamo (cérebro) que ela estimula neurônios e neuropeptídeos relacionados com a saciedade. Estudo anteriores já haviam demonstrado que na obesidade em adolescentes, apesar de a leptina estar em altas concentrações (hiperleptinemia), ela tem efeito reduzido ou ineficaz, não há boa inibição da fome e concomitante aumento do gasto energético. Corgosinho conta que existem alguns mecanismos propostos para que isso ocorra. “Um deles é que esse excesso de leptina poderia danificar o receptor. Outra hipótese é que o excesso de leptina superativaria o feedback negativo. O fato é que ainda não está bem estabelecido o que provoca essa resposta”, disse. Embora teoricamente quanto mais leptina, mais saciedade e aumento na oxidação de gorduras, no obeso ocorre o contrário: ele produz leptina em demasia e esse excesso acaba gerando uma ineficiência no receptor. Isso pode levar a um quadro de resistência à ação desse hormônio (dificuldades de passar pela barreira hematoencefálica, impedindo sua ação). “No estudo, percebemos que ambos os grupos de adolescentes obesos apresentavam hiperleptinemia, o que era esperado, porém apenas o grupo sem o polimorfismo conseguiu reduzir a leptina para valores normais depois do processo de emagrecimento”, disse Dâmaso à Agência FAPESP. Com o emagrecimento, o esperado era reduzir a leptina para níveis normais e voltar a ter uma regulação do sistema neuroendócrino, mediado por esse hormônio, favorecendo tanto o aumento da saciedade quanto do gasto energético. “Com esse mecanismo ativo, a chance de voltar a engordar ou ter aquele efeito ioiô são menores. Há um controle maior sobre o apetite”, disse Dâmaso. As pesquisadoras afirmam que o estudo também rendeu outros achados relacionados ao metabolismo lipídico e ao processo inflamatório – insulina, resistência insulínica e colesterol – que estão em vias de publicação. “Pretendemos buscar estratégias para otimizar esse processo de emagrecimento. Identificamos a dificuldade e agora precisamos propor soluções. Talvez essa população precise de um alimento funcional para ter os mesmos benefícios, ou uma intensidade de exercício físico diferente da utilizada no programa para alcançar os mesmos resultados”, disse Corgosinho. O artigo LEPR polymorphism may affect energy balance during weight loss among Brazilians obese adolescents (doi: 10.1016/j.npep.2017.07.007), de Flávia Campos Corgosinho, Sandro Soares Almeida, Lian Tock, João Bosco Pesquero, Ronaldo Carvalho Araújo, Ana Paula Grotti Clemente, Bárbara Dal'Molin Netto, Raquel Munhoz da Silveira Campos, Deborah Cristina Landi Masquio, Joana Pereira de Carvalho Ferreira, Priscila de Lima Sanches, Aline de Piano Ganen, Marcelo Macedo Rogero, Lila Missae Oyama, SergioTufik, Marco Túlio de Mello, Ana

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Pesquisadores da Johns Hopkins University visitam a UFPE em agosto

Via Ascom UFPE Um professor e seis estudantes do Center of Bioengineering Innovation and Design (CBID) – Departament of Biomedical Engineering at Johns Hopkins University (JHU), dos Estados Unidos, visitam a UFPE, no período de 6 a 24 de agosto. Os objetivos são a promoção de conhecimento e a compreensão sobre as doenças infecciosas e o controle de infecções em hospitais (públicos e privados) e comunidades no Brasil, podendo servir de base para possíveis desenhos de inovações tecnológicas. O grupo é liderado pelo professor Soumyadipta Acharya. A equipe participará de diversas atividades, incluindo visitas observacionais em instituições de saúde e ensino na UFPE (Campi Recife e Vitória) e no Polo Médico-Educacional de Pernambuco. A coordenadora das ações na UFPE é a professora Sylvia Lemos Hinrichsen, do Departamento de Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde (CCS), que é responsável pela disciplina de Biossegurança e Controle de Infecções Risco Sanitário Hospitalar. O foco da visita dos pesquisadores da JHU, em parceria com os pesquisadores multiprofissionais da UFPE, será identificar ideias relacionadas a problemas da biossegurança, controle de infecções e risco sanitário hospitalar por meio de projetos que possam incorporar ferramentas de inteligência artificial, biossensores de odores relacionados à identificação de microrganismos (bactérias), assim como algoritmos de apoio à decisão diagnóstica. Nesta primeira etapa, serão identificadas comunidades em áreas urbana (Recife), rural (Vitória de Santo Antão – PE) e quilombola (PE). Numa segunda fase, essas áreas serão estudadas quanto ao uso de antimicrobianos (antibióticos). Nas visitas às áreas rurais, além do consumo de antimicrobianos pela comunidade, também será observado o uso deles na cadeia alimentar animal. Desta forma, o controle de infecções e o uso de antimicrobianos serão estudados em todo o seu processo: serviços de saúde/hospital, comunidades e cadeia alimentar animal, contribuindo, assim, para o entendimento da multirresistência dos microrganismos aos antimicrobianos disponíveis. Desde janeiro de 2016, o Departamento de Medicina Tropical da UFPE mantém, em parceria com o CBID/JHU, o projeto de pesquisa “Estudo de Viabilidade e Usuabilidade Preliminar para VectorWeb: um sistema de baixo custo para vigilância automatizada de mosquitos”. A coordenação é da professora Sylvia Lemos Hinrichsen (UFPE) e do professor Soumyadipta Acharya (JHU). Essa colaboração tem contribuído para a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão da UFPE, no âmbito do estado de Pernambuco, além dos estados da Paraíba e do Ceará, que também participam das atividades práticas de pesquisas para a construção de um protótipo automatizado para a vigilância epidemiológica de vetores. Isso poderá ser replicado em áreas de alta densidade de doenças transmitidas por mosquitos, em particular, África, Ásia e China, onde a JHU já atua com pesquisas inovadoras.   Mais informações Professora Sylvia Lemos Hinrichsen sylviahinrichsen@hotmail.com

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Ansiedade está presente em 50% das mulheres com endometriose, segundo pesquisa brasileira

De acordo com recente pesquisa feita pelo ginecologista Dr. Edvaldo Cavalcante, em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (GAPENDI), 50% das mais de 3 mil mulheres que responderam ao estudo foram diagnosticadas com o transtorno da ansiedade generalizada. Outras 34% receberam o diagnóstico de depressão e 50% de estresse. A pesquisa corroborou dados de vários estudos internacionais feitos ao longo dos anos, que mostraram que a endometriose pode levar ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, por exemplo. Segundo Dr. Edvaldo, a cronicidade da endometriose é o principal fator de risco para os transtornos mentais, juntamente com a dor pélvica crônica e a infertilidade. “Uma doença crônica, como a endometriose requer diversos cuidados com a saúde e causa preocupações que podem elevar o nível do estresse. A tensão já começa na busca pelo diagnóstico, que pode levar em média oito anos aqui no Brasil, de acordo com nossa pesquisa, sendo a média mundial sete anos. Passar por vários médicos pode ser desgastante, principalmente quando as queixas são desvalorizadas e há dificuldade em confirmar as suspeitas”, diz o médico. Impacto do diagnóstico Um momento que é de grande importância é o do diagnóstico, pois pode aumentar o estresse e a ansiedade. “Ao receber a notícia, a mulher se dá conta que tem uma doença incurável, que pode afetar diversos aspectos da sua vida, como o trabalho, os estudos, a vida social, o relacionamento e, para algumas, o sonho de ser mãe, por exemplo”, comenta a coordenadora do Gapendi, Marília Gabriela. “A notícia deve ser dada com muito zelo por parte do médico e é interessante que a mulher seja aconselhada a procurar ajuda psicoterápica para lidar com o impacto inicial do diagnóstico”, comenta Dr. Edvaldo. Entretanto, isso não é uma realidade no Brasil. A pesquisa mostrou que apenas 24% das entrevistadas foram orientadas a procurar um psicólogo/terapia e só 13% seguiram a recomendação. Lidando positivamente com a endometriose Os estudos também mostram que não são todas as mulheres com endometriose que irão desenvolver transtornos psiquiátricos por conta da doença. Existem fatores protetores e fatores de risco envolvidos na ansiedade e na depressão. "Há mulheres com histórico familiar destas doenças ou que já tinham o diagnóstico anteriormente ao da endometriose. Mulheres com histórico prévio de baixa autoestima e problemas com a imagem corporal também podem ter um risco maior quando o assunto é ansiedade”, comenta Dr. Edvaldo. Por outro lado, mulheres sem histórico familiar ou pessoal de ansiedade ou de depressão e que têm uma boa autoestima, assim como aquelas com relacionamentos afetivos estáveis podem estar mais protegidas, segundo os estudos. As pesquisas sugerem que, nestes casos, há maior facilidade em ressignificar o diagnóstico e reorganizar a vida para conviver com a doença. Dor é o principal fator de risco De todos os achados sobre o impacto da endometriose na saúde mental, o mais importante, segundo os estudos, é a gravidade da dor pélvica crônica. “Segundo a nossa pesquisa, 91% das brasileiras com endometriose sentem dor em algum momento, sendo que 34% delas sofrem durante 15 dias no mês, entre a ovulação e a menstruação. Certamente, conviver com a dor de forma crônica é o aspecto mais difícil de lidar na endometriose”, comenta Marília. Estratégias e recursos Veja agora algumas dicas que podem prevenir quadros de ansiedade e depressão, assim como podem ajudar a gerenciar o estresse e a lidar melhor com a endometriose: Procure ajuda: O aconselhamento de um terapeuta/psicólogo é fundamental no momento do diagnóstico e depois também. Cuide da alimentação: Há estudos que mostram que a alimentação ajuda muito no tratamento e no controle da dor. Procure um nutricionista para ajudar neste quesito. Pratique atividade física: Além de ajudar a controlar o peso, que pode aumentar por conta do tratamento da endometriose, a atividade física libera substâncias que levam ao prazer e ao bem-estar, diminuem o estresse e ajudam a controlar a ansiedade. Controle a dor: Converse com seu médico. O principal objetivo do tratamento é controlar a dor e isso é possível, seja por meio de cirurgia ou de medicamentos. Gerencie o estresse: encontre uma atividade que você goste de fazer, tenha momentos de lazer, pratique meditação ou qualquer hobby que ajude você a controlar a ansiedade o estresse. Compartilhe sua história: Compartilhar sentimentos, angústias, história pessoal ou dúvidas com outras mulheres que têm endometriose pode ser muito bom. Além do Gapendi, há vários outros grupos espalhados pelo Brasil.

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Aplicação de IA no combate ao Aedes aegypti é tema de pesquisa no CIn

A partir da necessidade de melhorar o planejamento de ações preventivas contra doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, um grupo de pesquisadores do Centro de Informática (CIn) da UFPE passou a desenvolver soluções utilizando Inteligência Artificial (IA). O projeto surgiu em 2017 através da iniciativa do professor Leandro Almeida (CIn) e conta atualmente com a colaboração da pesquisadora Rosângela Barbosa, do Departamento de Entomologia da Fiocruz, do professor Meuse Oliveira (IFPE), além dos alunos de graduação e mestrado do Centro. A pesquisa é focada no desenvolvimento de métodos automáticos de contagem de ovos depositados pelo mosquito e tem como objetivo melhorar a verificação das epidemias através da expansão do uso de armadilhas. Segundo Leandro Almeida, coordenador do projeto de pesquisa, “a pesquisa é importante para resolver o gargalo da contagem manual de ovos de mosquito, que impossibilita a expansão desse uso de armadilhas” por ser um método cansativo, demorado e tendencioso. Assim, para realizar o levantamento de dados a respeito da proliferação do Aedes aegypti, têm se utilizado armadilhas para a captura de ovos do mosquito, que são depositados em cartões (palhetas). A diferença é que, ao invés de utilizar a contagem manual, o projeto de pesquisa busca soluções voltadas para a automação dessa contagem. As soluções compreendem uma parte (hardware) para a aquisição de imagens e outra parte de software com Inteligência Artificial que reconhece e conta automaticamente os ovos do mosquito nessas imagens. A automação possibilita expandir o uso de armadilhas, além de melhorar a qualidade das contagens e agilizar o levantamento de densidade de mosquitos. RESULTADOS - Até então, foram realizadas contagens automáticas em cartões contendo os ovos de mosquitos através de técnicas de processamento de imagens com boa taxa de precisão e baixo custo associado. As pesquisas avançam para testes com cartões contendo maiores quantidades de ovos e também maior diversidade de cartões, além de soluções que utilizam Inteligência Artificial de ponta como Redes Neurais Profundas para uma maior precisão no reconhecimento e contagem dos ovos. Considerando a necessidade de aprimorar o planejamento das ações preventivas que envolvem o combate às diversas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, tais como febre amarela, dengue, zika, dentre outras, o professor Leandro Almeida avalia a importância de sua pesquisa. “A prevenção tem um custo muito menor que ações tardias e a coleta de informações precisas e rápidas são fundamentais para a construção de políticas públicas eficazes”, comenta. Para Marília Saraiva, aluna de pós-graduação do CIn e integrante do grupo de pesquisa, além da contribuição em termos de saúde pública, o projeto é também uma oportunidade para “pôr em prática muitas das coisas que aprendi durante minha graduação e aplicá-las para solucionar um problema real”.

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63% dos brasileiros são a favor dos direitos humanos, revela pesquisa da Ipsos

Seis em cada dez brasileiros (63%) são a favor dos direitos humanos. Entre os entrevistados com idade entre 25 e 34 anos, o índice chegou 70%. Por outro lado, 21% são contra os direitos humanos. As informações são da pesquisa Pulso Brasil, da Ipsos, realizada entre 1º e 15 de abril. Ao mesmo tempo em que se dizem favoráveis aos direitos humanos, muitos brasileiros demonstram desconhecimento ao que de fato esse direito significa. Para 66% dos entrevistados, os direitos humanos defendem mais os bandidos que as vítimas. Essa percepção é ainda maior na região Norte (79%) e entre os que possuem nível superior (76%). “Há no Brasil uma distorção histórica sobre o conceito de Direitos Humanos, algo que seria corrigido se houvesse mais espaço para o debate sobre o tema”, avalia Danilo Crsosimo, diretor da Ipsos Public Affairs. O levantamento aponta que na faixa etária de 66 anos ou mais 48% são a favor dos direitos humanos, o menor percentual entre todas as idades. Entre as regiões, o Sudeste registrou o índice mais alto (67%) e o Centro-Oeste o mais baixo (47%). Percepção de justiça Quando questionados sobre quem mais se beneficia com os direitos humanos, 56% responderam que são os bandidos. Entre os que menos se beneficiam, os mais pobres foram os mais lembrados (29%). A pesquisa também mostra que 43% dos brasileiros têm receio de falar sobre direitos humanos com outras pessoas e serem vistas com alguém que defende bandidos. Mais da metade dos entrevistados (54%) concordam com a frase “os direitos humanos não defendem pessoas como eu”. Direitos humanos e política Mais da metade dos brasileiros (54%) acredita que os direitos humanos fortalecem a democracia no Brasil. Outros 30% disseram que eles enfraquecem a democracia. Dois em cada três (66%) acreditam que o governo não garante integralmente os direitos humanos da população. “A discussão sobre Direitos Humanos é uma pauta crescente no mundo e não seria diferente no Brasil. Há uma demanda muito significativa da população que deseja entender melhor o significado e a atuação dos direitos humanos no país. Esse debate é extenso, mas no longo prazo ajudará a fortalecer a democracia”, avalia Cersosimo. Sete em cada dez brasileiros (69%) querem entender melhor o significado dos direitos humanos. E 73% querem entender melhor a atuação dos direitos humanos no Brasil. No total, 1.200 pessoas foram entrevistas nas cinco regiões do país. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino da UFPE recebe carta patente da molécula GQ-16

O Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit-SG) da UFPE recebeu recentemente, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a carta patente da molécula GQ-16, com vigência até 2028. O composto mostrou-se eficaz para o tratamento da diabetes, e estudos em andamento no Brasil e no exterior evidenciam sua importância para o tratamento de outras doenças de alta incidência. Este produto está sendo comercializado mundialmente por 20 empresas nos Estados Unidos, Europa, China e Japão para fins de pesquisa. No mês de junho, o Nupit-SG/UFPE receberá a visita de executivos da Coreia do Sul. Na ocasião, será discutida a inserção do GQ-16 em novos mercados. O grupo da UFPE também possui outras cooperações com empresas e centros de pesquisa sul-coreanos. O núcleo tem como eixo principal a busca de moléculas bioativas, tanto de fontes naturais quanto de produtos sintéticos, para o tratamento de doenças autoimunes e câncer. No âmbito da pesquisa translacional o grupo dialoga com as pesquisas clínica e pré-clinica e as pesquisas-ação de cunho social. Os professores líderes do núcleo são: Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo (Departamento de Bioquímica) e Ivan da Rocha Pitta (Departamento de Antibióticos).

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Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia conclui que exposição solar leve não impacta na produção de vitamina D

Um estudo inédito promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, durante o II Simpósio Nacional de Cabelos e Unhas, em agosto de 2017, no Rio de Janeiro, identificou que a utilização do fotoprotetor e exposição leve ao sol não afeta a capacidade de síntese cutânea de vitamina D. Coordenado pelos dermatologistas Flávio Luz (secretário-geral), Clívia Carneiro, Hélio Miot (1o secretário) e Sandra Durães, o estudo contou com o apoio da equipe do laboratório de análises clínicas da Universidade Federal Fluminense (UFF) e envolveu 95 voluntários, entre dermatologistas, alunos e participantes espontâneos. Os participantes foram divididos em três grupos: confinados da exposição solar por 24h, expostos a doses baixas de sol (10-15 min que não chegam deixar a pele avermelhada) com e sem fotoprotetor tópico (FPS 30). Os seus níveis de vitamina D no sangue foram medidos na manhã antes da exposição solar e também na manhã seguinte, permitindo o cálculo da variação desses níveis, no intervalo de 24h. A pesquisa revelou que a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi maior para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado, mostrando que ocorreu síntese efetiva de vitamina D após breve exposição ao sol, mesmo com filtro solar. “A diferença da variação dos níveis plasmáticos de vitamina D entre o grupo exposto com filtro solar e o grupo exposto sem o filtro não atingiu diferença significativa, indicando que não houve diferença substancial entre a exposição solar leve com e sem filtro solar”, explica Hélio Miot. O médico salienta que a síntese de vitamina D depende de doses muito baixas de UVB em pequenas áreas do corpo. A radiação atinge a pele através do vestuário leve e couro cabeludo, áreas que não são completamente cobertas pelo filtro solar. Entre outras informações decorrentes do estudo realizado pela SBD estão: - O uso regular de filtro solar nas áreas diretamente expostas ao sol para prevenção ao câncer da pele, queimaduras e fotoenvelhecimento tem sido criticado por alguns profissionais como importante causa da hipovitaminose D na população devido à redução de sua síntese cutânea, culpando o dermatologista e sua recomendação do uso de filtro solar. Até o momento, nenhum estudo havia sido conduzido para avaliar e subsidiar recomendações de uso de filtro solar, especialmente, em populações de risco para hipovitaminose D. - A vitamina D é um importante hormônio produzido a partir da ingesta nutricional, e, principalmente (90%) pela pele, a partir da exposição leve à radiação UVB. Desempenha importantes funções no organismo, principalmente no metabolismo ósseo, imunidade e resistência à insulina. Diversas condições clínicas e de hábitos interferem nos níveis de vitamina D, como dietas restritivas, cirurgia bariátrica, obesidade, hepatopatia, nefropatia, idosos, acamados, indivíduos que não se expõem diretamente ao sol, sedentarismo, diabetes mellitus, entre outras. - Significativa fração da população mundial apresenta níveis plasmáticos de vitamina D insuficientes e até deficientes. Isso tem originado políticas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, laticínios, sucos industrializados), ou mesmo suplementação oral em populações de risco (por exemplo, idosos). - Os resultados do experimento subsidiam a manutenção da indicação da fotoproteção regular frente à exposição moderada ao sol e confirmam que a exposição solar mais segura para a pele deva ocorrer fora dos horários de pico do UVB (10h-16h), sob vestuário adequado, sem risco de vermelhidão (o que degrada a vitamina D da pele) e sem compromisso da síntese de vitamina D. - A atual epidemia de hipovitaminose D deve decorrer da ingesta insuficiente e, principalmente, dos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano. Isso não depende do uso de filtro solar. Ademais, há elementos ligados ao indivíduo, como a espessura da pele exposta (reduzida em idosos), má-absorção do intestino (como ocorre em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica), medicamentos de uso regular, obesidade, sedentarismo, e variações nos receptores de vitamina D nos tecidos, que interferem com a síntese e disponibilidade de vitamina D.

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Pesquisa mostra que 30% das startups não conseguem se manter no mercado

O sucesso global de empresas de tecnologia como Apple, Google e Facebook ajudou a disseminar a tese de que boas ideias podem se transformar em grandes negócios. Contudo, o caminho não é simples, e parte das empresas iniciantes não consegue se manter no mercado. É o que mostra pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Cerca de 30% das startups analisadas fecharam as portas no último período. O levantamento foi realizado com empresas participantes do programa Inovativa Brasil, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que promove ações de assistência e capacitação. Foram ouvidas 1.044 companhias, principalmente de Tecnologia da Informação e da Comunicação (31%), Desenvolvimento de Software (21%) e Serviços (18%). As empresas entrevistadas apontaram como principal motivo para o fechamento a dificuldade de acesso a capital (40%), obstáculos para entrar no mercado (16%) e divergências entre os sócios (12%). Busca de recursos Ivan Cruz Júnior, co-fundador da startup Mereo, que oferece soluções de controle de desempenho de trabalhadores, aponta uma dificuldade das empresas de obter investimentos. “Existem fundos no Brasil, mas chegar a eles não é fácil, e muitas vezes eles querem algo mais concreto, com resultado, já para investir. E, com isso, acabam sendo poucas empresas que ganham o recurso”, afirma. Para Cruz, diferentemente de outros locais onde a cultura de investimento é forte, como nos Estados Unidos, no Brasil, há uma preferência pela aplicação de recursos no mercado financeiro, pois este remunera mais e acaba sendo mais vantajoso do que investir no setor produtivo, em especial em startups. A Prêmio Ideia é um exemplo de luta para se manter no mercado. A empresa mineira desenvolve soluções tecnológicas voltadas para a promoção de inovações em instituições privadas e públicas. No início de sua trajetória, foi apoiada por um dos programas do governo, o Startup Brasil. Também conseguiu recursos de um investidor-anjo, nome dado quando a pessoa coloca capital próprio no negócio. Agora, porém, a Prêmio Ideia luta para continuar atuando. Segundo Everton Almeida, um dos sócios, além do desafio de captar clientes e projetos, a conquista de investimentos demanda grande esforço. “Nós já participamos de alguns eventos com investidores, porém nunca tivemos sucesso com relação a isso. Temos pouco tempo para apresentação do produto, o que dificulta colocar a ideia”, relata. Empresas aceleradas Como forma de dar apoio à manutenção dessas empresas, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços lançou o programa Inovativa Brasil, que promove um conjunto de ações de assistência às startups, também conhecidas no jargão técnico como “aceleração”. De acordo com a pasta, a iniciativa oferece assistência a empresas iniciantes para que possam estruturar negócios, captar investimentos e construir sua inserção no mercado. Até o momento, 646 companhias foram beneficiadas pelo Inovativa. “A ideia é realmente de apoiá-las na negociação com grandes empresas, investidores e no acesso a recursos públicos”, disse o diretor de Inovação do ministério, Igor Nazareth. A pesquisa identificou desempenho melhor em companhias “aceleradas”. Entre estas, o percentual das que encerraram as atividades fica em 15%, metade da média geral. O acesso a investimentos, entretanto, permanece um desafio importante. Apenas 22% das startups beneficiadas pelo programa receberam aportes privados. Neste universo, a forma de investimento mais comum é aquela realizada pelo que é chamado de “anjo” (73%), seguida por aceleradoras (29%) e por fundos de investimento de venture capital (14%). Das participantes do levantamento, 24% informaram ter recebido algum tipo de recurso público de fomento. As principais origens são linhas de fundações estaduais (13%), editais de inovação para a indústria (7%) e do Sebrae (6%). Apoio governamental Segundo o diretor de Inovação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, existem outras políticas públicas de apoio a startups no país. Um exemplo é o programa Startup Brasil, promovido pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, calcado em parceria com aceleradoras para apoiar companhias selecionadas anualmente. Outra iniciativa foi a criação de um fundo de coinvestimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com investidores anjos para ampliar os recursos para investimento. Neste sentido, a Lei de Informática foi alterada para permitir que os aportes de contrapartida das empresas possam ser revertidos para startups. (Agência Brasil)

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Pesquisa revela que 48% dos brasileiros não tem o hábito de ler os rótulos dos alimentos

Aproximadamente 48% dos brasileiros não tem o hábito de ler as informações do rótulo dos alimentos - como ingredientes e tabela nutricional - e cerca de 52% dos que leem esses dados, 35% entendem apenas "mais ou menos" as informações, outros 14% dizem que entendem corretamente e 3% não entendem nada. A pesquisa promovida pelo *Datafolha contou com a participação de cerca de 2.573 pessoas em 160 cidades brasileiras. Ler o rótulo dos alimentos é uma atividade a ser incorporada por todos, não é algo que se restringe para aqueles que buscam emagrecer, apresentam alguma intolerância ou restrição alimentar. Compreender o rótulo dos alimentos faz parte da Educação Nutricional da população, que se caracteriza como base do conhecimento para a prática de uma dieta saudável e equilibrada. "O consumidor pode e deve ter conhecimento para ter suas próprias escolhas alimentares", destaca Ana Paula Del'Arco, nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos). "A partir da Educação Nutricional a pessoa adquiri autonomia para poder escolher os alimentos que irão compor sua dieta, baseado em conhecimento e considerando sua cultura e seus hábitos, adotando hábitos alimentares saudáveis que irão contribuir para a melhora da qualidade de vida", complementa a nutricionista. De olho no rótulo As informações técnicas de um produto estão presentes na embalagem e são apresentadas por meio das informações nutricionais e da lista de ingredientes e são regidas por regras determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que devem ser rigorosamente cumpridas pelas empresas responsáveis pela fabricação do produto. Destacamos as informações nutricionais obrigatórias no rótulo dos alimentos, que devem ser compreendidas pela população para que sejam úteis no momento das escolhas alimentares dos indivíduos: A primeira informação que é apresentada na tabela nutricional é a porção. Este item indica a quantidade recomendada que deve ser consumida daquele alimento. As informações nutricionais descritas são baseadas nesta quantidade, que está expressa em gramas (g) ou mililitros (ml) e também em medida caseira para facilitar o entendimento, como por exemplo, 1 colher de sopa, meia xícara de chá, etc. Em seguida, as colunas se dividem em quantidade por porção e % VD (percentual de valores diários). Aqui são apresentadas as quantidades de calorias (valor energético) e dos nutrientes, que estão expressos em quantidades (calorias [kcal] ou kilojoules [kJ], gramas [g] ou miligramas [mg]) e também em percentual de valores diários (%VD). Os percentuais de cada nutriente foram calculados dentro de uma dieta padrão de 2000 calorias, usada como referência para os valores diários. "As necessidades diárias variam de acordo com cada indivíduo, de acordo com alguns parâmetros como idade, prática de atividade física, sexo, ou seja, deve ser considerada individualmente", reforça Ana Paula. A apresentação dos nutrientes na tabela nutricional respeita a seguinte ordem: carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, além do valor energético, ou podem ser apresentadas em modelo linear, sem estar necessariamente em formato de tabela.

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Pesquisa revela que Brasil tem 12,7 milhões de desempregados

A taxa de desemprego ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, o que representa 12,7 milhões de pessoas desocupadas. O índice é estável na comparação com o trimestre anterior, de agosto a outubro de 2017. Os dados estão sendo detalhados hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Pnad Contínua. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, entre novembro de 2016 e janeiro de 2017, a taxa apresentou queda de 0,4 ponto percentual. A população desempregada ficou em 12,7 milhões de pessoas e o nível de ocupação no país é de 54,2%, num total de 91,7 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve aumento de 2,1% no nível de ocupação, com 1,8 milhão a mais de pessoas. Também na comparação com o trimestre móvel de novembro de 2016 a janeiro de 2017, o IBGE mostra que houve queda de 1,7% no número de trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 562 mil pessoas. Os empregados sem carteira assinada subiram no período 5,6%, abrangendo 581 mil pessoas. (Agência Brasil)

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