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A importância de priorizar as suas atividades

*Por Tiago Siqueira Você é daquelas pessoas que tem dificuldades em dizer não? Daquelas que acabam assumindo todas as atividades que são demandadas para você fazer, e isso acaba impactando na gestão do seu tempo (gerando, muitas vezes, uma bola de neve, até mesmo, difícil de dar conta)? Se a resposta foi sim, é muito possível que você tenha também alguma dificuldade de priorizar as atividades que, de fato, são importantes. E essa dificuldade em dizer "não" pode acabar fazendo você preencher o seu tempo com várias outras atividades, tirando o foco do que é realmente essencial. Mas deixa eu te dizer uma coisa: a prática da priorização é um hábito que pode ser adquirido e desenvolvido. É uma habilidade que pode ser treinada, até porque ninguém nasce sabendo priorizar (a gente vai aprendendo a lidar com isso ao longo do tempo, a partir das nossas próprias experiências de vida). E, na prática, nós aprendemos a priorizar, na medida em que começamos a enxergar determinada atividade (ou objetivo) como importante para nós mesmos. E, mais do que isso, quando estamos dispostos a fazer acontecer, independente do esforço que teremos. Isso de algum modo passará a fazer algum sentido para a nossa vida, e é assim que começamos a compreender a importância de priorizar. Agora, como no dia a dia de todos nós, somos cada vez mais demandados para realizar mais atividades, em um tempo cada vez menor, e sendo cobrado por realizar com mais qualidade, a tendência é que, se não conseguirmos manter o foco no que realmente seja prioritário, vamos começar a nos dispersar cada vez mais no nosso dia a dia. O que é certo é que se dividirmos a nossa atenção em múltiplas tarefas, isso poderá reduzir a qualidade e a eficiência do nosso trabalho. Agora, pensa aí: quantas vezes você já se pegou tendo que fazer duas, três ou até mesmo quatro atividades ao mesmo tempo? E que, na prática, acaba não conseguindo dar conta nem de uma só (pelo menos com a qualidade e a eficiência que precisa ter), somente por conta da “apreensão psicológica” que dá, com a preocupação de ter esse volume todo de atividades que tem para fazer (e sem encontrar tempo suficiente para dar conta de tudo)? Pois é… priorizar vai direcionar os nossos esforços para o que realmente importa e é importante para nós mesmos. Steve Jobs tem uma fala muito legal sobre essa questão. Ele diz que “foco é dizer não a uma série de outras boas ideias”, ou seja, “focar” vai significar dizer não a várias coisas que talvez até sejam do seu interesse, mas se você realizar tudo o que gostaria, é muito possível que, no final, você acabe não realizando nada; ou fazendo tudo pela metade, sem conseguir finalizar; ou, até mesmo, conseguindo realizar, mas sem a qualidade esperada (ou exigida!). Então, na prática, o que precisamos fazer é identificar claramente o que nós consideramos importante ou essencial, seja no campo profissional, seja também no campo pessoal. E, identificando isso, teremos que começar a refletir sobre “dizer não ao que não é essencial”, para poder focar no que deveremos de fato priorizar. Só em fazer isso, já ganharemos em ter clareza do que deveremos priorizar e da necessidade de não desperdiçarmos o nosso precioso tempo com outras coisas que eventualmente possam nos dispersar. E, aí necessariamente, precisaremos passar pela experiência (e aprendizado!) de começar a ter que dizer não, caso contrário, vamos aumentar as chances de desperdício de tempo (e, muitas vezes, de um tempo valioso!). Então, diante de tudo isso, sabendo o quanto é essencial o hábito da priorização, minha sugestão é que você comece a praticar o quanto antes. Priorize começar a priorizar e colocar em prática o que você deseja para a sua vida! *Tiago Siqueira é consultor empresarial e sócio da TGI

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Rec'n'Play: Visão de futuro para a Ilha de Antônio Vaz

O arquiteto e consultor Francisco Cunha conduz neste sábado (5/10) uma palestra e caminhada sobre o futuro da Ilha de Antônio Vaz, no Rec'n'Play. O evento começa às 9h na CDL Recife e, depois, a caminhada seguirá pela Conde da Boa Vista, Av. Guararapes, Rua Marquês de Olinda, Rua da Moeda, Rua do Bom Jesus e Praça do Arsenal. A Ilha de Antônio Vaz compreende Santo Antônio, São José, Cabanga e Joana Bezerra. Essa região já foi alvo de várias reportagens da Algomais e recentemente foi o foco do evento RxH 2019 – Uma visão de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21 na Ilha de Antônio Vaz. . Serviço: Data e horário: 05/10, às 9h Local: CDL Recife - Rua do Riachuelo, 105, Boa Vista (Edifício Círculo Católico, sobreloja)   LEIA MAIS SOBRE A ILHA DE ANTÔNIO VAZ  

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Audiência Pública discute Diagnóstico Propositivo para revisão do Plano Diretor do Recife

Em mais uma etapa que garante a participação social no processo de revisão do Plano Diretor do Recife, a Secretaria de Planejamento Urbano (Seplan) realiza na terça-feira da próxima semana (18.09) audiência pública sobre o Diagnóstico Propositivo do Plano. O diagnóstico é fruto dos estudos técnicos somado às leituras comunitárias, tanto presenciais quanto virtuais. Para participar desta etapa os interessados devem fazer inscrição no link disponível no site www.planodiretordorecife.com.br. A audiência será realizada na Escola de Formação de Educadores do Recife Professor Paulo Freire, na Madalena, das 8h30 às 13h. A audiência pública da próxima semana faz parte do calendário de atualização da principal lei urbanística da cidade, que conta com outras etapas de colaboração da sociedade em todo o processo. Até o final deste ano, além da audiência, estão previstos para a revisão do Plano Diretor: Oficinas Devolutivas nas seis Regiões Político-administrativas da Cidade (RPA), quatro Oficinas por Segmentos e a realização de uma Conferência Municipal. O Diagnóstico Propositivo resulta das análises e sistematização de planos e projetos já desenvolvidos pela Prefeitura do Recife, a exemplo do Mapeamento de Áreas Críticas, o Sistema Municipal de Unidades Protegidas, Plano Municipal de Saneamento, Política de Sustentabilidade e Enfretamento às Mudanças Climáticas, Classificação da Zona Especial de Preservação Histórico-Cultural da Boa Vista (ZEPH 08). Outros em desenvolvimento também foram importantes na construção do documento, como é o caso do Plano de Mobilidade Urbana, o Plano Local de Habitação de Interesse Social, Projeto Parque Capibaribe, Plano Centro Cidadão, por exemplo. Somado a esse trabalho, também faz parte do Diagnóstico Propositivo, que será apresentado na audiência, a contribuição dada pelos participantes das Oficinas Colaborativas realizadas nas seis Regiões Político-Administrativas (RPA) da Cidade e as contribuições dadas no ambiente virtual www.planodiretordorecife.com.br. Os planos e projetos citados, bem como o próprio Diagnóstico Propositivo, estão disponíveis para consulta neste site. O Plano Diretor é o documento responsável por traçar o ordenamento para o território indicando as diretrizes e os instrumentos urbanísticos necessários para o desenvolvimento do município de maneira planejada e equilibrada. Por indicação legal, a cada dez anos esse documento precisa ser mais uma vez revisado e a contribuição social é fundamental para o processo. As cidades se transformam constantemente e o planejamento estratégico participativo permite a adequação das diretrizes urbanísticas, que são capazes de organizar e direcionar o seu crescimento. O processo de revisão do Plano Diretor faz parte de um conjunto maior de trabalho denominado Plano de Ordenamento Territorial, sob a coordenação técnica do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), órgão de planejamento urbano ligado à Seplan. Plano de Ordenamento Territorial – O Plano contempla as revisões do Plano Diretor do Recife (2008), da Lei de Parcelamento (1997) e da Lei de Uso e Ocupação do Solo (1996). Além deles, faz parte do trabalho a regulamentação da Outorga Onerosa do Direito de Construir, da Transferência do Direito de Construir e o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórias e Imposto Predial Territorial Progressivo (IPTU Progressivo). Esse processo completo inclui no mínimo a realização de 10 ciclos participativos a serem executados até agosto do próximo ano. As Leis de Parcelamento e de Uso e Ocupação do Solo são instrumentos que orientam, em conjunto com o Plano Diretor, a forma e a intensidade da ocupação do solo na cidade pelas edificações. Estabelecem também limites, visando a conservação do meio ambiente e patrimônio histórico e cultural existente na cidade. No mesmo sentido, os instrumentos urbanísticos, regulamentados no Plano Diretor, atuam de maneira específica na solução de problemas que atingem parcelas do território do município. A sua aplicação coordenada possibilita a conservação do patrimônio cultural e ambiental, assim como a captação de recursos para investimentos públicos voltados para a produção de moradias, urbanização de favelas, implantação de infraestrutura e equipamentos urbanos e melhorias no sistema viário e transporte público. Serviço Audiência Pública – Apresentação do Diagnóstico Propositivo para a revisão do Plano Diretor do Recife Quando: Terça-feira (18 de setembro), das 8h30 às 13h. Onde: Escola de Formação de Educadores do Recife Professor Paulo Freire – Rua Real da Torre, nº299, Madalena (próximo ao Túnel da Abolição)

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Quatro em cada dez consumidores planejam gastar menos neste carnaval

O carnaval deve mobilizar mais de 72 milhões de consumidores em todas as capitais do país, de acordo com levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Segundo a pesquisa, 48% dos brasileiros devem fazer alguma compra ou contratação de serviços para aproveitar os dias do feriado. Aqueles que não devem consumir produtos relacionados ao carnaval correspondem a 27% dos entrevistados e 25% estavam indecisos. Os dados indicam que, apesar da inflação baixa, a sensação é a de que o carnaval está mais caro. A maioria dos entrevistados (51%) acredita que os preços dos produtos e serviços ligados à festa estão mais caros neste ano do que no mesmo período de 2017, segundo a pesquisa. Outros 30% consideram que os produtos e serviços estão na mesma faixa de preço e 15% pensam estar mais baratos. Dos entrevistados, 32% devem viajar a lazer no período, 27% pretendem viajar para a casa de parentes e amigos e 20% devem participar de eventos na própria cidade onde moram. Aqueles que vão descansar em retiros espirituis somam 4%. Os locais de hospedagem mais comuns são casa de familiares e amigos (46%), hotéis e pousadas (23%) e apartamentos, sítios ou casas alugadas (14%). Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o carnaval representa um grande potencial de consumo para os empresários brasileiros. “Mais do que uma grande festa, o carnaval é um grande negócio, que impulsiona muitos setores da economia. Se, por um lado, o país inteiro está prestes a mergulhar em um longo feriado coletivo, por outro, a indústria do turismo e empresas de comércio e serviços comemoram o enorme alcance da data e se preparam para atender a uma demanda de consumo diversificada”, disse. Considerando os brasileiros que devem gastar dinheiro no carnaval deste ano, 49% planejam participar de blocos de rua para comemorar o feriado. Outras atividades comuns são as festas em clube ou boates (26%), ensaios de escola de samba (24%), shows em trios elétricos (23%) e desfiles em escolas de samba (20%). Já o gasto médio por consumidor será de R$ 847, cifra que sobe para R$ 969,10 entre os homens e para R$ 1.185,42 entre as pessoas das classes A e B. A maior parte dos consumidores deve reduzir os gastos com o carnaval ou mantê-los parecidos com os do ano passado: quatro em cada dez (40%) entrevistados planejam gastar menos, 32% vão desembolsar a mesma quantia que em 2017 e 21% pretendem aumentar os gastos. O consumo de cerveja e idas a bares e restaurantes serão os responsáveis pelos principais gastos, apontou a pesquisa. Os supermercados são os locais que devem concentrar as compras ligadas ao carnaval: 66% dos consumidores devem frequentar algum desses estabelecimentos. Em segundo lugar, aparecem os shopping centers (30%), depois as lojas de rua (30%) e as lojas de departamento (27%). Planejamento O levantamento demonstra que os gastos de carnaval sem planejamento podem comprometer as finanças. A maioria (80%) dos foliões disse ter um planejamento para os gastos que farão no feriado, enquanto 20% das pessoas entrevistadas respoderam que vão aproveitar a data sem ter estipulado um teto de gastos ou juntado dinheiro para isso. Quarenta por cento dos consumidores que terão gastos no Carnaval deste ano admitiram ter o costume de extrapolar o orçamento quando festejam a data, sobretudo com comidas e bebidas (24%), festas (14%) e viagens (12%). Dados do levantamento apontam que 21% dos brasileiros que tiveram gastos no período do carnaval de 2017 ficaram com o nome sujo devido a pagamentos pendentes. Considerando aqueles que manifestaram a intenção de gastar no feriado deste ano, 31% estão com o CPF em cadastros de inadimplentes. (Agência Brasil)

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Uma governança para a ilha de Antônio Vaz

Diversas instituições que vivem e pesquisam os bairros centrais do Recife propõem que seja instituída uma governança e uma gestão territorial para a chamada Ilha de Antônio Vaz, que abrange bairros de Santo Antônio, São José, Cabanga e Joana Bezerra. Também indicam a criação de um plano urbanístico para essa área. Organizações como a Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), o Observatório do Recife, e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, que já tinham seus estudos e propostas de intervenção nesse território, trabalham em conjunto para atacar os problemas agudos do presente – que são mais ligados ao controle urbano – e para orientar o desenvolvimento da localidade, que, além de ser central, é estratégica do ponto de vista histórico. A Ilha de Antônio Vaz é o espaço onde convivem de forma não planejada patrimônios arquitetônicos de grande destaque da nossa história, comércio de rua, as habitações de baixíssima renda, grandes galpões, duas estações de metrô, faculdades, entre diversos outros usos, além de muitos prédios ociosos. De acordo com Paulo Monteiro, coordenador do Centro de Apoio ao Lojista do CDL Recife, no final de 2015 aconteceu o primeiro seminário Viver Recife com o intuito de discutir o desenvolvimento e a revitalização dessa região. “Nosso objetivo é debater os problemas e buscar alternativas para termos o Centro que precisamos, com a proposta de levar posteriormente essa experiência para outras áreas da cidade”, afirma. Depois do primeiro encontro, outros cinco workshops ocorreram, quando foram apresentados projetos de diversas organizações para a revitalização desses bairros históricos. Para embasar esse trabalho foi realizada também a pesquisa Cenário Atual do Centro do Recife. O estudo foi elaborado pelo Instituto Maurício de Nassau. Após todo esse trajeto de estudos e eventos, Monteiro afirma que as instituições chegaram a um produto final que foi apresentado ao prefeito do Recife, Geraldo Julio. “Defendemos que seja criada uma governança, com um conselho consultivo, uma gestão territorial, e que seja desenvolvido um planejamento urbanístico”. Ele lembra que foram tratadas também alternativas de captação de recursos para as intervenções na região. Em duas oportunidades, em reuniões promovidas na Amcham e no CDL, o prefeito se mostrou favorável à proposta. “Ele comprou essa ideia de se ter uma governança e um gestor para vivenciar 24 horas por dia a dinâmica do local”, diz o coordenador da CDL. O próximo passo será a organização de um evento de maior porte, onde serão apresentados todos os projetos já construídos. “Nossa ideia é que seja um fórum para alinhar e unificar diretrizes urbanísticas para que o planejamento seja feito de forma integrada e não como uma colcha de retalhos. A partir daí, apresentar uma sugestão com propostas finais ao poder público. Além da prefeitura, pretendemos apresentar também ao Ministério das Cidades”, explica Monteiro. ENCAMINHAMENTOS O secretário de Desenvolvimento Urbano do Recife, Antônio Alexandre, sinaliza que existem duas agendas nas discussões traçadas até hoje. A primeira é de curto prazo, para atacar problemas do cotidiano de quem trabalha, mora ou transita por esses bairros, como limpeza, iluminação e segurança. “Os lojistas sentem a necessidade de uma interlocução única, um canal com a responsabilidade de dar retornos de forma integrada. O prefeito acha justa a reivindicação e ficou de responder qual será o canal de interlocução”. Quanto à instalação de uma governança exclusiva para a área, Antônio Alexandre afirma tratar-se de uma medida a ser implantada no médio a longo prazo. “É preciso definir o modelo mais adequado para exercer a gestão dos territórios. Já temos a experiência de um escritório no Bairro do Recife, que articula ações ligadas ao turismo, esportes e lazer, entre outras áreas. É possível ter um escritório semelhante também na Ilha de Antônio Vaz”. O secretário, no entanto, sinaliza uma posição contrária a uma experiência de descentralização administrativa, a exemplo das subprefeituras. Entre as agendas discutidas para o bairro, ele indica medidas que considera prioridade. “É necessário o estímulo ao desenvolvimento das novas atividades econômicas que estão chegando a esses bairros e um maior cuidado com a qualidade dos espaços públicos, como praças e áreas de permanência. Também é prioritária a mobilidade, para garantir a circulação das pessoas, e o incentivo à habitação no Centro, onde existe a demanda por moradia e um estoque construído ocioso ainda grande”, aponta Alexandre. No estudo realizado pelas organizações que estão participando do movimento em prol de uma governança da região, foram identificados como vocações para a ilha a consolidação de um polo educacional e uma maior dinamização do Porto Digital. Foram mapeadas grandes oportunidades de desenvolvimento nas frentes d’água (áreas defronte dos rios) e a necessidade de investimentos em infraestrutura nas Zonas Especiais de Interesse Social. Um dos projetos de maior porte apresentados para a região é a transformação da Avenida Dantas Barreto em um boulevard, que projeta a abertura da avenida até o Cais José Estelita. Participam do movimento as seguintes organizações: Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), UFPE, Observatório do Recife, Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PE), Faculdade Joaquim Nabuco, Sindilojas Recife, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Prefeitura do Recife, CDL-Recife, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, Instituto Pelópidas da Silveira, Parque do Capibaripe, Unicap, Inciti e INTG. (Por Rafael Dantas/Algomais)

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O Recife Que Precisamos discute projetos para o Capibaribe

Mais que um cartão-postal, o Capibaribe é um verdadeiro ícone do Recife. Revitalizar o velho “cão sem plumas” - como o chamava o poeta João Cabral – para que seja tão importante para o recifense quanto o Tâmisa o é para o londrino é uma das propostas do movimento O Recife que Precisamos. Criado pelo Observatório do Recife há quatro anos, o movimento tem como um dos objetivos pautar as discussões das eleições municipais para que os candidatos se apropriem de temas essenciais para a melhoria da qualidade de vida na cidade. É o caso da recuperação do rio. “Entre as reivindicações estão a implantação do saneamento básico para evitar que o Capibaribe e seus canais recebam e distribuam lixo pela capital pernambucana”, informa Fernando Braga, sócio da TGI e integrante do movimento. A proposta - juntamente com sugestões de outros quatro temas – foi levada para os candidatos a prefeito em 2012. Todas essas proposições foram construídas de forma coletiva a partir da escuta da sociedade. A Revista Algomais participou desse processo, publicando matérias sobre o movimento e mobilizando o recifense pelas redes sociais. Eleito, Geraldo Julio decidiu encampar o tema. A prefeitura estabeleceu um convênio com o Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades (uma rede de pesquisadores da UFPE) para o desenvolvimento do projeto Parque Capibaribe, que é gerido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Mais do que revitalizar o rio, o projeto prevê a transformação da cidade a partir do seu principal curso d'água. A ideia é humanizar as suas margens, integrando-as com espaços verdes, envolvendo 42 bairros margeados pelo rio. Essas áreas serão articuladas com diferentes meios de transporte: bicicletas, veículos motorizados, pedestres, barcos, etc. As transformações serão realizadas a partir de soluções simples e visam mudar a forma como o recifense se relaciona com o espaço público. E como o rio serpenteia o Recife inteiro, o projeto visa transformar a capital pernambucana numa cidade parque até o ano de 2037, quando completa 500 anos. O QUE FOI FEITO Para debater o que já foi executado do projeto e o que falta avançar na execução foi realizada uma reunião entre os integrantes do Observatório do Recife e Circe Monteiro, membro do Inciti, que está à frente do Parque Capibaribe. A sala da TGI, onde aconteceu o encontro, ficou lotada, demonstrando o interesse que o rio desperta na população. Circe disse que a ideia da cidade parque ainda está se consolidando. Embora o projeto tenha três anos, explica a professora, ele é de grande complexidade, além de ser elaborado com a participação da sociedade. “Queremos ativar os espaços antes de projetá-los”, justifica. Estratégia que foi empregada na primeira etapa a ser feita do Parque Capibaribe: o Jardim do Baobá. Localizada por trás da Estação Ponte D'Uchoa, a área foi palco de um evento que levou as pessoas a conhecerem a centenária árvore do local situada às margens do rio. “Veio muita gente, o que mostra a carência de espaços públicos”, constata Circe. O Jardim do Baobá é o marco zero do Parque Capibaribe e está sendo construído através de uma mitigação ambiental do Real Hospital Português. Será uma área de lazer, com brinquedos, mesas e bancos. Ainda nas Graças, moradores locais conseguiram reverter a construção de um corredor expresso de quatro faixas, entre as pontes do Capunga e da Torre para uma via com aspecto de parque. Ela terá integração com o rio, ciclovia, mirante e passarela de pedestres – propostas inspiradas no Projeto Parque Capibaribe. A Via-Parque terá financiamento da Caixa Econômica e está em fase de licitação. NOVAS PROPOSTAS Durante o debate, os participantes sugeriram novas propostas ao projeto. Uma delas refere-se à necessidade de implantar condições para que as áreas do rio, onde residem moradores com menor poder aquisitivo, não sejam alvo da especulação imobiliária, que serão valorizadas após as intervenções do projeto. O Parque dos Manguezais é outra área de alvo da preocupação deles. Eles querem saber como o espaço será incluído no projeto. Trata-se de uma área de 320 hectares, que deveria ser uma unidade de conservação, margeadas pelas duas pistas da Via Mangue. O projeto Parque dos Manguezais faz parte de uma ação mitigadora da prefeitura em razão da construção dessa via e prevê intervenções como oceanário, trilhas ecológicas, Academias da Cidade, mirantes e piers. Mas a Marinha, dona do terreno, não chegou a um consenso sobre o assunto com a gestão municipal. Realizar intervenções no Parque dos Manguezais para sensibilizar as pessoas para a preservação da área é uma das propostas sugeridas. Para garantir a proteção ao rio, foi sugerida a implantação de uma Unidade de Conservação de Paisagem do Capibaribe. O combate a poluição também foi ressaltado, a partir da recuperação dos córregos e riachos, vista como ação emergencial para evitar o efeito das mudanças climáticas e os problemas de drenagem. Também foi proposta a mobilização e educação da população que vive às margens do rio, independente de classe social. A inclusão foi outro ponto defendido pelos participantes do debate que sugeriram que seja garantida a acessibilidade universal às rotas que levam às travessias e espaços públicos de convivência às margens dos rios. E, como é prática comum entre governantes do País não dar continuidade às obras do seu antecessor, os participantes sugeriram ainda a elaboração de um Plano de Manutenção a cada marco inaugurado do projeto. Outra ideia é utilizar-se do Parque Capibaribe como oportunidade de qualificação radical da execução das obras públicas. O próximo encontro do movimento vai debater o Centro do Recife.

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