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São Francisco

ANA aprova rateio da água do Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco

A Resolução ANA nº 63/2018, publicada no Diário Oficial da União em 9 de setembro, aprova o primeiro Plano de Gestão Anual (PGA) para o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). Elaborado pela operadora federal do empreendimento, a CODEVASF, para 2018. O PGA contém a programação de bombeamento e fornecimento de água bruta nos pontos de entrega das águas da transposição. De acordo com o Plano, no total a Paraíba vai receber 4,672 m³/s, água que vai abastecer a região de Campina Grande, segundo maior município do estado, com cerca de 500 mil habitantes, Monteiro, Sumé, Camalaú, Carbaúbas e São Domingos do Cariri, além de pequenas comunidades agrícolas e comunidades rurais localizadas ao longo do Eixo Leste. O estado de Pernambuco vai receber, por meio do Eixo Leste, 0,75m³/s para o abastecimento de Sertânia, Tabira, São José do Egito, Arcoverde, Pesqueira e outras pequenas comunidades. O Eixo Leste da transposição do rio São Francisco encontra-se em fase de pré-operação desde março de 2017. Por isso, embora a Resolução tenha aprovado o rateio da água para esse trecho, ainda faltam algumas etapas, como a assinatura dos contratos entre as operadoras estaduais e a CODEVASF, operadora federal do projeto, e a licença de operação do projeto, a ser emitida pelo IBAMA. A Resolução nº 63/2018 também define as condições e padrões operacionais do PGA para 2018 nas seis estações de bombeamento do Eixo Leste, sendo que as vazões médias de bombeamento variam entre 4,58m³/s e 6,36m³/s. Outro ponto da Resolução diz respeito à captação de água para a adutora do Pajeú – Subsistema Sertânia, que deverá ser realizada no reservatório Campos, que fica no Eixo Leste. O volume mensal disponibilizado em cada portal será definido considerando as vazões do Anexo I e o período entre a assinatura dos contratos celebrados entre a CODEVASF e as operadoras estaduais e 31 de dezembro de 2018. O Plano de Gestão Anual De acordo com o Decreto nº 5.995/2006, o PGA deve ser enviado anualmente pela operadora federal do PISF para a ANA e o Ministério da Integração Nacional (MI) para aprovação dos temas relacionados às respectivas competências das duas instituições. O Plano é um instrumento de ajuste contratual entre a operadora federal, as operadoras estaduais, os estados beneficiados e o MI. Este documento também deve estar de acordo com outorga de autorização pelo uso das águas do São Francisco, emitida pela ANA. Conforme a Resolução ANA nº 2.333/2017, o PGA tem vigência entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de cada ano e estabelece como deve acontecer a operação do PISF, a qual pode ser ajustada de acordo com as condições operacionais e hidrológicas não previstas ou excepcionais. No Plano a repartição de vazões deve considerar o atendimento prioritário às demandas médias anuais para consumo humano e dessedentação de animais projetadas para 2025. O PISF O objetivo do PISF é levar água do rio São Francisco a 12 milhões de pessoas em 390 municípios no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, estados vulneráveis à seca. O Projeto também tem o objetivo de beneficiar 294 comunidades rurais às margens dos canais. O empreendimento abrange a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 28 reservatórios, nove subestações de 230 quilowatts, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Inaugurado em março de 2017, o Eixo Leste tem 217 quilômetros, passando por Pernambuco e Paraíba. Previsto para ser inaugurado ainda em 2018, o Eixo Norte tem 260km e corta municípios de Pernambuco, Ceará e Paraíba. No Eixo Norte, as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco passam pelos seguintes municípios: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante, em Pernambuco; Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro, no Ceará; São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras, na Paraíba. Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e a cidade paraibana de Monteiro.

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Produtores do Vale do São Francisco estimam R$ 570 milhões em prejuízos com a paralisação dos caminhoneiros

Maior exportador de frutas do país, o Vale do São Francisco já contabiliza um prejuízo de R$ 570 milhões ao final do oitavo dia de paralisação dos caminhoneiros. A conta foi apresentada na tarde desta segunda-feira (28), pelo presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira. Segundo o representante do mais importante segmento da economia regional, a paralisação vem atingindo fortemente o setor, que deixou de comercializar nesta semana para os mercados interno e externo 40 mil toneladas de uvas e 60 mil toneladas de mangas, além de mais 200 mil toneladas de outras frutas, a exemplo de acerola, banana, coco e mamão. “Com todo esse tempo de paralisação, nossas câmaras frias já estão com a ocupação esgotada, não oferecendo mais espaço para o armazenamento das frutas colhidas recentemente. O resultado são pomares e mais pomares com frutas apodrecendo no campo”, lamentou. Jailson Lira advertiu ainda que 80% da safra a ser colhida essa semana poderá ficar comprometida por falta de mercado. “Além de termos cancelados todos os novos pedidos do mercado interno, outro agravante é a falta de combustível para os tratores e pulverizadores, o que pode ocasionar a perda das safras de exportação de setembro e outubro”, pontuou. Ao final da reunião, os produtores assinaram um documento, onde reconhecem a legitimidade do movimento dos caminhoneiros, “por que também sentem o alto custo do diesel na atividade agrícola” e solicitam dos poderes competentes a agilização das negociações, liberação das estradas e acessos aos portos, além da agilização dos documentos de liberação das frutas, a exemplo da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV).

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Transe e deixe transarem

*Por Beatriz Braga Max morava ao lado do bar em que estávamos. Ele, com seu micro short prateado brilhante, jaqueta cinza e longos cabelos loiros, desceu para dar uma olhada no movimento da madrugada. Elogiei o look e viramos amigos. Mais cedo, um homem tranquilamente caminhava na rua vestindo apenas uma espécie de cueca descolada em um dia ensolarado. Na porta de uma loja, o aviso: “São Francisco aceita todo o tipo de gente”. O alerta chamava imigrantes sem documentos, qualquer raça, orientação sexual, gênero… “Seja quem for, você está seguro aqui”, completava. Esta cidade é uma aula de convívio para o mundo. Nos bares, nas ruas, vemos casais gays, héteros, poliamor. Jovens e pessoas mais velhas frequentam as mesmas baladas na madrugada. É uma explosão de diversidade de cor, origens e carinho. Max nos disse que SF é assim porque, em algum lugar, os “weirdos” tinham que se agregar. A minha aposta é diferente. Em essência, sob a superfície, todos nós somos weirdos. Somos feitos de um quebra-cabeça com centenas de peças diversas que fazem de nós quem somos. Mas ao crescermos em um lugar onde ser diferente não é ok, somos orientados a seguir o rebanho. Crescemos camuflados, tolhemos nossas peças dissonantes e não nos damos conta disso. No Brasil, agora, homossexualidade pode ser considerada doença. Apesar de estar viajando no oásis californiano, hoje tomei café ao som das palavras odiosas de Trump. Aparentemente vivemos tempos bipolares. Enquanto uma parte do mundo evolui para celebrar a diversidade, outra retrocede. São Francisco é resistência. E nós, do lado verde e amarelo, andamos para trás. Por isso precisamos, cada um, ser um pedaço da resistência também. O short prateado de Max é um exemplo banal, eu sei. Mas de onde eu venho, a maioria das pessoas não parecem estar preparadas nem para esse começo de liberdade. Quando penso em enfrentar os que confundem amor e doença, acredito que o time dos que acreditam na igualdade precisa estar fortalecido. Estou rodeada de pessoas que constantemente levantam a bandeira da diversidade. Mas se estamos em um bar e alguém com um cabelo bem diferente entra pela porta, elas ainda vão olhar e comentar. O primeiro passo é reconhecermos nossas hipocrisias do dia a dia e lutarmos contra elas. Sejamos, simplesmente. E deixemos os outros serem também. Quando um dos meus irmãos me contou que é gay foi um dos momentos mais felizes da minha vida por motivos que merecem um texto só para isso. O fato veio para mim naturalmente, como deve ser. No entanto, sempre achei muito estranho o fato de alguém precisar justificar por quem se atrai ou deixa de se atrair. Notei que as pessoas esperavam que eu fosse até elas e contasse a grande novidade. O mesmo aconteceu quando uma das minhas melhores amigas se assumiu lésbica. As mesmas pessoas que reclamam de Malafaia, têm medo de Bolsonaro e postam arco-íris nas redes sociais, ainda falam coisas como “sabe quem é a nova lésbica da cidade? ” Percebi que, na prática, as pessoas não sabem lidar com uma notícia que nem deveria ser notícia. Ser gay é um dos milhares de detalhes que fazem do meu irmão e da minha amiga dois dos seres humanos mais incríveis que a Terra já teve a sorte de abrigar. Nunca precisei justificar a minha preferência por homens e ninguém deveria ter que fazê-lo. Sabe o que as pessoas fizeram quando um homem de tranças longas, barriga de fora e calça rosa pink passou na rua em São Francisco em um dia comum? Nada. “Eu fico achando que estou em um sonho”, falou um potiguar, que mora aqui com o marido, sobre ter encontrado o seu lugar no mundo. O nosso dever na vida é conceder a liberdade para o outro para ser quem se é em todos os níveis. Dos shorts prateados aos seus desejos mais profundos. “You are safe here”, repito para mim com um suspiro brasileiro. Que inveja, São Francisco. Algo me diz que viajamos para entender e voltamos para lutar. Para estar lá, atenta, a cada comentário, constrangimento e olhar torto. “Transe e deixem transarem”, será meu lema constante. E quanto a você, São Francisco, está seguro dentro de mim.

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PE em Ação chega ao Sertão do São Francisco

O governador Paulo Câmara dá início hoje (14.07), em Petrolina, à mais uma rodada do Pernambuco em Ação. O Seminário chega ao Sertão do São Francisco, reunindo um grande conjunto de iniciativas governamentais, que englobam diferentes áreas do Governo do Estado, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento social e econômico de cada região visitada. O encontro será realizado na Escola Estadual Professora Adelina Almeida, localizada no bairro de Areia Branca, a partir das 9h. Entre as ações que serão anunciadas pelo chefe do Executivo estadual estão a ordem de serviço para a construção e ampliação de Sistemas Adutores em Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Dormentes e Afrânio; liberação de recursos no valor de R$ 1.061.479,95 para a execução de pavimentação e recapeamento asfáltico de ruas, recuperação de prédios, praças e iluminação públicas de seis municípios da região; lançamento do processo licitatório da PE-550, no trecho entre os distritos de Caraibas e Urimama; e a ordem de serviço para o reinicio do projeto da PE-635, no trecho entre Afrânio e Dormentes. Também será lançada a licitação para a conclusão das obras de reforma e ampliação da sede da Área Integrada de Segurança 26 (AIS-26) de Petrolina; será autorizada a liberação da distribuição de 498 mil quilos de alimentos e 675,2 mil de litros de leite, ao longo de 2017, por meio dos Programas de Aquisição de Alimentos (PAA Alimentos) e Leite de Todos (PAA Leite); além da abertura do processo licitatório para a contratação dos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais para regularização fundiária; e a renovação de contrato dos serviços de combate - controle e monitoramento - das pragas conhecidas como Moscas-das-Frutas, no Sertão do São Francisco, entre outras ações.

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Novas variedades de uva vão aumentar ganhos de irrigantes do Vale do São Francisco

Aumento de produção, redução de custos de manejo, ampliação da renda e melhor qualidade dos frutos. Esses são alguns dos resultados preliminares do projeto de introdução de novas variedades de uvas no vale do São Francisco que está sendo realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) por meio de convênio com a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Sectec/PE), no valor de aproximadamente R$ 2,7 milhões. O projeto conta com participação da Embrapa Semiárido, Universidade do Estado da Bahia e empresas parceiras. “O objetivo com esse projeto é introduzir novas variedadesde uva que garantam e aumentem a competitividade da fruta no mercado, tanto pela qualidade quanto pela redução de custos e pela plasticidade na adaptação as condições da região. A Codevasf orgulha-se em poder contribuir para que o vale do São Francisco continue apostando nesse produto que hoje responde como importante item de exportação”, avalia a presidente da Codevasf, Kênia Marcelino. Segundo Osnan Soares Ferreira, engenheiro da Codevasf em Petrolina e responsável por acompanhar os estudos, o projeto será concluído em dezembro deste ano quando termina o convênio com a Sectec/PE. Ele acrescenta que a pesquisa leva em consideração o mercado consumidor e atende às tendências e exigências do mercado. “Estão sendo avaliadas 73 novas cultivares de uva sem semente e duas novas cultivares de uva com semente. Também serão feitas análises laboratoriais e avaliação mercadológica”, complementa Ferreira. Do total de novas cultivares de uva, onze variedades foram selecionadas para plantio em escala comercial, sendo que deste montante apenas uma tem semente. As variedades selecionadas foram Cotton Candy, Jacks Salute, Sugar Crisp, Sweet Celebration, Sweet Globe, Sweet Jubillee, Sweet Mayabelle, Sweet Sapphire, Sweet Sunshine, Sweet Surprise e Timco. Todas são patenteadas por empresas agrícolas estrangeiras. Resultados promissores “Os resultados apontam para um aumento de produção de 10 a 15%, dependendo de fatores como boas práticas de produção, adubação etc. A redução nos custos de manejo é estimada em torno de 10%. Os frutos apresentam melhor firmeza, crocância e aparência, além de um maior brix (grau de açúcar). Quanto ao valor agregado, os produtores podem obter uma lucratividade média de 20 a 25% no plantio das novas variedades”, conclui Ferreira. Os resultados finais do projeto devem ser divulgados em dezembro. Até lá, ainda serão realizadas pesquisas no Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP)para verificar o brix, a resistência e o resíduo de agrotóxicos nas frutas. Consultores nacionais e internacionais de produção e mercado também farão análises a fim de saber qual a aceitação dessas cultivares no mercado internacional. Antes mesmo de concluir o projeto, produtores de uva já experimentam os resultados. É o caso de Jackson Souza Lopes, que desde 2011 cultiva novas variedades em sua propriedade em Petrolina. “Das testadas na região, estamos com plantio comercial de pelo menos 15 variedades, algumas com potencial produtivo maior, mais tolerantes à chuva e às doenças. São mais competitivas”, conta Lopes. Entre as novas variedades, ele planta Arra 15, Sugar Crisp, dentre outras. Na avaliação do produtor, atualmente o consumidor está preferindo as novas variedades. “Quando começamos a colocá-las no mercado houve uma certa dificuldade na aceitação, mas hoje isso mudou”, afirma. Os recursos para o desenvolvimento do projeto são oriundos de destaque orçamentário da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI) e do Governo do Estado de Pernambuco. O vale do São Francisco é o principal responsável pelas exportações de uva no Brasil, contribuindo com aproximadamente 99,87% do volume (34,3 mil toneladas) e 99,78% do valor bruto de produção total (U$ 72,1 milhões). Anualmente, cerca de 250 mil toneladas de uva são produzidas nos projetos públicos de irrigação geridos pela Codevasf em Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, sendo que os dois primeiros são os principais exportadores, com uma média anual de 26,6 mil toneladas e 7,6 mil toneladas. Mais informações: http://www.codevasf.gov.br  

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Cresce cultivo de orgânicos e ganha o mercado europeu

Comida saudável, sem agrotóxico e cultivada com agressão zero ao ecossistema. É para atender a esse paladar ambientalmente correto cujo mercado cresce 30% ao ano que o cultivo de produtos orgânicos vem se consolidando em projetos públicos de irrigação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), principalmente em Petrolina, semiárido pernambucano: são 54 irrigantes dedicados exclusivamente a essa produção num cardápio onde o carro-chefe é a manga orgânica, mas que também inclui hortaliças, acerola, goiaba, maracujá e mamão. “A cadeia de hortaliças está bem consolidada. O foco agora é a fruticultura, principal produto nos projetos da Codevasf”, explica o engenheiro agrônomo Osnan Soares Ferreira, gerente regional de Revitalização da Codevasf em Petrolina. Além de conquistar o mercado local, os produtos também são exportados para países europeus – caso da manga orgânica. Devido ao crescimento da atividade, a Codevasf tem investido em ações de apoio ao setor, como a estruturação do Mercado dos Produtores Orgânicos de Petrolina. Os projetos públicos de irrigação Senador Nilo Coelho, Bebedouro e área Maria Tereza concentram a produção. Os destaques, além da manga, têm sido a acerola e as hortaliças, que são comercializadas no mercado local, na cidade vizinha de Juazeiro, Bahia, e também enviadas para São Paulo. A manga já atravessa as fronteiras do país e é exportada para a Europa. “A nossa meta para 2016 é exportar de 15 a 17 conteiners, cerca de 300 toneladas, para Espanha e Portugal”, explica Hermino dos Anjos, técnico agrícola e consultor na área de produção orgânica na região. Ele estima um aumento de cerca de 20% nas exportações deste ano em relação ao ano passado. Apoio à comercialização Como incentivo à produção de orgânicos na região, a Codevasf tem investido no setor, com ações como oferta de capacitação de produtores e construção do Mercado dos Produtores Orgânicos de Petrolina. Na execução da primeira etapa da obra, por meio de convênio com a prefeitura municipal, serão aplicados R$ 260 mil pela Codevasf, recurso oriundo do Orçamento Geral da União destinado à Companhia por meio de emenda parlamentar. O montante será dirigido à construção de parte da estrutura física do mercado, a ser instalado nas proximidades do parque municipal Josefa Coelho, na área central do município. O recurso total previsto para a implantação do mercado está orçado em R$ 1,2 milhão. O projeto está em andamento e conta com a parceria do Ministério Público Estadual, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Embrapa, Sebrae e Associação dos Produtores Orgânicos do Vale do São Francisco (Aprovasf). Com a implantação do Mercado dos Produtores Orgânicos do Vale, que será o primeiro do Nordeste e o segundo no país, a tendência será de crescimento no número de produtos comercializados e de consumidores interessados na produção orgânica da região. “A Codevasf ajudou muito no início das atividades na região. Hoje, nossa maior expectativa é a concretização deste projeto que contribuirá para aumentar a comercialização dos produtos e vai ajudando a esclarecer junto à comunidade o que é o produto orgânico. Essa será nossa principal conquista”, afirma Alzira Santana, presidente da Aprovasf, localizada em Petrolina. A entidade reúne 32 associados que, juntos, cultivam produtos orgânicos numa área total de cerca de 65 hectares na região, contando entre eles com produtores instalados nos projetos públicos de irrigação da Codevasf, como Área Maria Tereza e Bebedouro. Eles cultivam frutas, como goiaba, maracujá, mamão e manga, além de hortaliças. O trabalho com orgânicos na Codevasf começou em 2005, quando foram iniciados os primeiros estudos para a viabilização desse tipo de cultura com a contratação de assistência técnica especializada e busca por áreas para iniciar o processo. “O projeto mostra aos produtores que, apesar de demandar um pouco mais de trabalho, a produção orgânica tem inúmeras vantagens, como nos quesitos ambiental e da saúde dos consumidores”, explica Osnan Ferreira. Equilíbrio do ecossistema O objetivo da produção orgânica vegetal e animal é promover qualidade de vida com proteção ao meio ambiente. A principal característica é não utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o meio ambiente. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais. Foi pensando nas vantagens para o meio ambiente e na qualidade de vida do consumidor que o agricultor Natalício Alves optou por produzir orgânicos, como manga, coco, batata, abóbora e outros itens agrícolas. “Quando resolvi trabalhar com orgânicos pensei na minha família. É uma questão de saúde optar por esse tipo de alimento. Existe uma grande demanda por essa produção sustentável”, explica o produtor. Ele se dedica à atividade há dez anos no projeto Senador Nilo Coelho, em Petrolina. Dois conceitos são fundamentais na produção orgânica: a relação de confiança entre produtor e consumidor e o controle de qualidade. O selo SisOrg é obtido por meio de uma Certificação por Auditoria ou por um Sistema Participativo de Garantia. Os agricultores familiares são os únicos autorizados a realizar vendas diretas ao consumidor sem certificação, desde que integrem alguma organização de controle social cadastrada nos órgãos fiscalizadores. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem, atualmente, oito certificadoras credenciada para emitir o selo de produto orgânico: Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), IBD Certificações, Ecocert Brasil Certificadora, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Instituto Chão Vivo de Avaliação da Conformidade, Agricontrol (OIA) e IMO Control do Brasil. A fiscalização das propriedades produtoras de orgânicos é feita por essas empresas, que assumem a responsabilidade pelo uso do selo brasileiro. Cabe ao Mapa fiscalizar o trabalho dessas certificadoras. Atividade em alta Em 2016, segundo informações do Mapa, a agricultura orgânica deve movimentar R$ 2,5 bilhões, com estimativa de crescimento entre 20% e 30%. Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). A área de produção

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