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Série pernambucana de terror é destaque no Janela Internacional de Cinema do Recife

Na segunda (06), o público da décima edição do Janela Internacional de Cinema do Recife pôde assistir, com exclusividade, no Cine São Luiz, a "Mancupium", episódio-piloto da série de terror, Fãtásticos. A produção, que tem DNA puramente pernambucano, foi idealizada pela dupla André Pinto e Henrique Spencer. Eles também assinam a direção, montagem e efeitos especiais, estes, realizados em parceria com a empresa Portomídia. Fãtásticos mistura elementos de terror, fantasia e Sci-Fi. Ao todo, serão seis episódios com duração, em média, de 45 minutos. Ainda em fase de pós-produção, a primeira temporada será veiculada em 2018, a princípio, na TV Universitária (TVU), da UFPE. Em entrevista à Revista Algomais, André Pinto fala sobre o projeto e faz uma análise do mercado atual da produção de séries para a TV. Algomais - Como surgiu a ideia do projeto? André Pinto - Em 2006 conheci Henrique Spencer, produtor da Plano 9. Fizemos juntos um curso de efeitos especiais ministrado por Ricardo Spencer. Lá travamos contato com realizadores com interesses afins em torno do cinema de Gênero, e saímos com uma ideia de produzir alguma coisa de fantasia e Horror. Anos depois, entre 2013 e 2014, nas animadas conversas com os membros do coletivo Toca o Terror, surgiu a ideia de desenvolver uma série para a TV inspirada nas antologias fantásticas (Twilight Zone e Contos da Cripta são algumas inspirações). A partir daí foram plantadas as sementes de Fãtásticos. Qual a premissa da série? A série revela histórias fantásticas, conectadas por uma trama principal que conta como um grupo de amigos se reuniram para ajudar um escritor a criar material para um romance. O universo da série remete ao ancestral hábito de contação de histórias diante de uma fogueira. Por que a escolha pelo horror? Você já havia realizado outro trabalho relacionado ao gênero? Todo os meus trabalhos anteriores a Fãtásticos possuem um viés de fantasia. Dirigi e roteirizei um total de 11 curtas, a grande maioria explorando aspectos e convenções do cinema de Horror. Entre o cinema de sonhos e pesadelos, fico com o segundo. Como foi a recepção do público na primeira exibição? Foi bem positiva. O que mostramos do X Janela de Cinema do Recife foi uma "versão em construção" do primeiro episódio, que foi suficiente para despertar a curiosidade em torno da história, que está apenas começando. Ver o feedback do público ainda na fase de finalização do material foi importante.   Recentemente a série brasileira 3% ganhou bom destaque no serviço de streaming Netflix. Relacionando o fato à sua experiência com a microssérie Fâtásticos como você avalia o mercado atual de produções para a TV? Estamos passando por uma fase excitante na TV. Como as tevês por assinatura, e principalmente os serviços de streaming estão cada vez mais necessitando de conteúdo exclusivo para seus canais, surgem mais oportunidades de exibição para projetos como Fãtásticos. Aliado isso ao fato de que entre as séries de maior audiência no mercado estão as que exploram as temáticas de fantasia, horror e Sci-Fi.

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Por que os médicos escrevem? Parte II (Por Paulo Caldas)

Dentre os renomados vultos da Literatura, são incontáveis os de formação nas áreas do Direito, da Filosofia, da Política e outras profissões cujo cotidiano os motiva ao hábito da escrita. Mas e os médicos? Por ter uma vida a lidar com as mazelas alheias, o que os estimula o apego às letras? Como definir o surgimento do genial Tchekhov, de um João Guimarães Rosa, Conan Doyle, Jorge de Lima e tantos mais que se tornaria cansativo citar? Qual então o motivo desse fascínio pelo ato de escrever? Será a chamada vocação ou o estímulo vem do contato com o humano? E a especialidade médica, contribui para essa tendência? Vejamos pois o que dizem: Gentil Porto "Sinto-me à vontade para falar sobre o meu outro lado ou então do outro lado do birô. De um lado estou como médico ouvindo as queixas do cliente e sem a preocupação açodada – quase onipresente nos dias de hoje – da requisição  da malfazeja ‘bateria’ de exames. À moda antiga, ainda acredito no velho axioma de ‘curar se possível, amenizar a dor frequentemente... Mas confortar sempre’. Do outro lado está o escritor-ouvindo, lendo e escrevendo. Diz Rostand Paraíso que a ‘Literatura sempre exerceu sobre os médicos uma inegável paixão’. No meu caso, ainda menino, decidi ser médico embora o outro lado estivesse sempre presente. Talvez influência do meu avô paterno leitor impenitente, do meu avô materno tabelião e poeta da cidade de Pesqueira, sem esquecer o meu pai autodidata que costumava escrever para os jornais de Caruaru, cidade da minha infância e adolescência. Como exercício de memória poderia citar grandes nomes da literatura que eram médicos, mas se tornaria repetitivo. Por aqui, a Academia Pernambucana de Letras tem vários médicos e a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional PE, é uma das mais atuantes do país”. Gentil tem publicado, entre outros, os títulos: Diário de Bordo, Cartas, crônicas e outras coisas, Antônio Gasolina – Romance, Vento Norte– Romance, Porto Gentil – Crônicas, E o Tempo Passou– Crônicas. Rostand Paraíso “Não é de hoje a paixão dos médicos pela Literatura. Isso se explica pelo farto material que dispõe dada a convivência com o sofrimento e a morte. E sabemos que o sofrimento propicia à Literatura. Aliás, Orígenes Lessa dizia ‘Sem sofrimento não há Literatura’. O professor Rui João Marques afirmava ‘o médico conhece o homem, suas reações diante do cotidiano e do imprevisto, as singularidades e aberrações, temas para romancistas e poetas’. No meu caso diria que o desejo de escrever me veio de repente, sem uma razão aparente. Desde a juventude, gostei de ler. Revistas, as poucas que tínhamos então (O Malho, Fon-Fon, o Tico-Tico, a Careta, o Eu-Sei- Tudo, a Scena Muda), os almanaques do Capivarol, do Biotônico Fontoura, o da Saúde da Mulher e livros, principalmente os policiais e os de aventuras (Júlio Verne, Dumas, Conan Doyle, Agatha Christie, Edgar Wallace), histórias que me deslumbravam pelos desenhos soberbos (Flash Gordon, Jim das Selvas, Príncipe Valente, Agente Secreto X-9) e textos inteligentes, elaborados por escritores já famosos. Essa paixão pelos quadrinhos cresceria e me levaria, nas minhas viagens, a visitar editoras italianas (em Roma e em Gênova), especializadas em reedições de luxo das histórias clássicas, e, criei uma grande biblioteca sobre elas. Nos poucos momentos que a atividade médica me permitia, eu que só escrevia roteiros de aulas e artigos para congressos, comecei, sem maiores pretensões, a rabiscar sobre os meus heróis dos comics. Escritos mantidos inéditos com receio do que pensariam meus alunos e clientes. Alguém, no entanto, me dedurou e, em 1989, o Jornal do Commercio publicou Quadrinhos, paixão de toda uma vida, com fotos minhas e da coleção de gibis. Foi surpresa para mim a boa repercussão e assim ousei publicar aqueles artigos engavetados. Aproveitando os momentos disponíveis comecei a escrever sobre outros temas, e lembrando Conan Doyle, criador das histórias de Sherlock Holmes e os contos de ringue, de piratas e de mistério, que o tornariam célebre. Estimulado pelos amigos, comecei a pôr no papel lembranças dos tempos da faculdade, e, como se estivesse numa máquina do tempo, fui ter a um passado mais distante, às brincadeiras de infância, aos velhos carnavais e tanta coisa mais. Daí, como se tivesse engolido uma “pílula-escrevente”, no começo escrevi febrilmente depois, de uma maneira mais calma, mas sem parar. Foram, ao todo, 15 livros, quase todos sobre o Recife e apenas um – não podia faltar – sobre os quadrinhos (A magia dos quadrinhos)”, concluiu. Dentre os títulos publicados por Rostand, estão: Livros, livreiros e livrarias, O Recife e a Segunda Guerra, A indefinível cor do tempo, Tantas estórias a contar..., e Esses ingleses...

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