Arquivos Sustentabilidade - Página 5 De 5 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Caminhos para a Sustentabilidade no Campo são debatidos em Caruaru

Entre os dias 20 e 22 de novembro, Caruaru se transformará na capital da Agroecologia pernambucana. Cerca de 400 agricultoras, agricultores, profissionais da agroecologia e autoridades se reunirão no seminário Caminhos para a Sustentabilidade no Campo, promovido pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá. O encontro acontecerá no Assentamento Normandia. Participarão representantes dos três biomas de Pernambuco: a Mata, o Agreste e o Sertão. A ideia é realizar uma troca de experiências, rodas de diálogos e noites culturais. O seminário marca o final de um projeto de assessoria técnica e extensão rural agroecológica que durou quatro anos. No primeiro dia do encontro, acontecerá o lançamento da Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico, pela Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, da qual o Centro Sabiá faz parte. O objetivo dessa iniciativa é mostrar a realidade e discutir os desafios e opressões comuns vivenciados pelas mulheres, sejam elas agricultoras, quilombolas, indígenas, estudantes, quebradeiras de coco, pescadoras, professoras, comerciantes, entre outras. No dia 21/11, o Marco Zero de Caruaru receberá uma exposição dos produtos das feiras agroecológicas. Essa troca de experiências entre o campo e a cidade promovida através dos espaços de comercialização faz parte das mudanças que aconteceram com a crescente preocupação com a alimentação nas últimas décadas e o trabalho de agricultores e agricultoras que têm criado em Pernambuco dezenas de espaços de comercialização de produtos sem veneno. Durante os três dias do evento, serão lançados dois vídeos e será debatido como criar alternativas sustentáveis para as famílias de agricultores e agricultoras agroecológicas. O Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá é uma organização não governamental com sede no Recife, Pernambuco, fundada em 1993, que trabalha para promoção da agricultura familiar dentro dos princípios da agroecologia. Desenvolvendo e multiplicando a Agricultura Agroflorestal, também conhecida como Agrofloresta ou Sistemas Agroflorestais.

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Mostra gastronômica XepaCult une tradição e sustentabilidade

A XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente recebe neste sábado (11/11), as mestras cozinheiras Bárbara Oliveira e Maria Rosária Oliveira, do Povo Indígena Pankararu (dos municípios de Tacaratu e Petrolândia), que irão preparar pratos tradicionais ou novas receitas criadas com a xepa da feira de orgânicos. Neste mês de novembro, o evento passa a acontecer no espaço cultural Maumau e irá recolher a xepa da feira agroecológica das Graças. A xepa é tudo o que não é vendido na feira, são alimentos bons para consumo, mas que são descartados como lixo por terem partes amadurecidas, por exemplo. No espaço Maumau, o público poderá degustar os sabores da cozinha de tradição indígena, comida limpa, boa e justa, conforme os princípios do movimento Slow Food. Além da comida, a XepaCut promove a exposição fotográfica “Tem cheiro de Pitiú”, de Dila Vieira, e a apresentação musical “O som do barro” com Mestre Nado e convidados. O evento é realizado neste sábado (11/11) das 13h às 17h. A entrada e a degustação gastronômica são gratuitas. O Maumau fica na Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife. A proposta XepaCult é estimular o consumo consciente, a partir da valorização do patrimônio gastronômico de comunidades quilombolas e povos indígenas de Pernambuco. Ao cozinhar com a xepa da feira de orgânicos, o projeto traz um alerta sobre o desperdício de alimentos. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) um terço de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado a cada ano. Na exposição “Tem cheiro de Pitiú”, a fotógrafa Dila Vieira apresenta uma série de imagens produzidas no Amazonas sobre as tradições da pesca e do preparo de peixes na palha da bananeira. Dila é natural do Macapá, mas mora no Recife.“Tem cheiro de Pitiú” é a sua primeira exposição, que fica em cartaz na Maumau até 30 de novembro. Os interessados em agendar visitação devem enviar email para virginia.correia2@gmail.com Durante a tarde de sábado (11/11), o público também poderá curtir a apresentação O Som do Barro, de Mestre Nado que canta toca instrumentos artesanais feitos de barro ao lado dos percussionistas Sara e Micael Cordeiro (filhos do mestre) e Fábio Bacalhau. O repertório é diversificado com samba-canção, baião, ciranda,coco, valsa e bolero. PROJETO - A XepaCult teve início em agosto deste ano e segue até março de 2018 com eventos mensais, sempre no segundo sábado de cada mês. Os três primeiros eventos (agosto, setembro e outubro) foram realizados no Centro de Cultura Luiz Freire. A partir de novembro, a XepaCult ocupa o espaço Maumau. A cada evento, duas mestras cozinheiras quilombolas ou indígenas preparam pratos com a xepa da feira de orgânicos. Para criar o projeto, a pesquisadora, ecozinheira e produtora Mônica Jácome se inspirou no movimento Slow Food, que defende a sociobiodiversidade alimentar e de valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Mônica atualmente é mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO com o projeto de dissertação "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Antes da realização das mostras, a pesquisadora Mônica Jácome e a fotógrafa Magda Silva visitaram quilombos e povos indígenas, do Litoral ao Sertão, para convidar as mestras cozinheiras para participar da XepaCult. A dupla visitou as comunidades de matriz africana Palmeira (Glória do Goitá), Quilombo Chã-dos-Negros (Passira), Quilombo Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro) e os povos indígenas Fulni-ô (Águas Belas), Pankararu (Tacaratu), Atikum (Carnaubeira da Penha) e Xukuru (Pesqueira). Sobre Mônica Jácome Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO (2016-2017) com o projeto "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias - Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante do da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano. Serviço XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente Degustação gastronômica, apresentação musical com Mestre Nado e abertura da exposição fotográfica “Tem cheiro de Pitiú”, de Dila Vieira. Data: 11 de novembro (sábado), das 13h às 17h Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife - Pernambuco. Entrada e degustação gratuitas Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/366495083792390/

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Cidades Algomais estreia em Caruaru

Discutir a qualidade de vida das cidades pernambucanas é uma das pautas mais frequentes da Algomais. Urbanismo sustentável, mobilidade e calçadas são alguns dos caminhos nos quais a revista já percorreu, fomentando um debate a partir das suas páginas. Agora a discussão ganhou um novo formato com o CAM – Cidades Algomais, projeto realizado em parceria com a Agência Mova – Live Marketing. A iniciativa consiste numa série de eventos que tem a proposta de debater questões da vida urbana sob a ótica de práticas bem-sucedidas. A estreia do projeto aconteceu em Caruaru, que está entre os cinco municípios mais produtivos e populosos de Pernambuco. Foram palestrantes o consultor da TGI e militante por cidades caminháveis, Francisco Cunha; o fundador do aplicativo Colab, Gustavo Maia; e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra. Sustentabilidade, tecnologia e gestão pública e do território estiveram entre os temas debatidos. O evento atraiu uma plateia composta por empresários, acadêmicos, universitários, representantes de movimentos sociais, membros da gestão pública e jornalistas de diversos veículos. Francisco Cunha abordou as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros para caminhar pelas ruas e calçadas do País. “As cidades brasileiras foram planejadas para os carros, mas elas precisam ser caminháveis, pois todos somos pedestres”. A avaliação do consultor traz questões que se relacionam com o impacto que esse modelo tem para qualidade de vida, para a segurança dos cidadãos e para a ocupação dos espaços públicos. O modelo “carrocrata” da maioria dos municípios brasileiros, segundo Francisco Cunha, é consolidado pelo desconhecimento que o pedestre tem dos seus direitos e pelo fato de que as instâncias públicas para cuidar da mobilidade são, na verdade, apenas órgãos de trânsito. Esse retrato contrasta com as experiências de países com melhor qualidade de vida. “As cidades desenvolvidas no mundo priorizam a caminhabilidade”. O engajamento da sociedade na construção de espaços urbanos mais saudáveis tem sido observado no mundo inteiro. Uma tendência que estimulou a criação do Colab, um aplicativo por meio do qual o cidadão participa da tomada de decisão do município. A tecnologia hoje está presente em 150 prefeituras e já registrou 85 mil fiscalizações no Brasil. “Nossa proposta é transformar a sociedade de dentro do governo, ajudando-o a fazer um País melhor para o cidadão e com o cidadão”, explica Gustavo Maia, fundador do Colab. O intuito, segundo Maia, não é denunciar os problemas das cidades, mas gerar uma fiscalização que traga soluções. “Como uma rede social, os cidadãos passam a se relacionar com a prefeitura, como se fosse com seus amigos. E a partir dessa comunicação passam também a participar da tomada de decisão dos temas relevantes para a cidade”, explicou. O aplicativo já faz enquetes sobre a aplicação de investimentos públicos e até mesmo para escolha de bandas em eventos. Participação popular também está na linha de atuação da prefeita de Caruaru Raquel Lyra. No evento, ela apresentou os fóruns criados para a atuação dos cidadãos, como o projeto Mobiliza Caruaru (que promove escutas comunitárias com diversos segmentos da população rural e urbana). “Não adianta termos apenas uma orientação dos acadêmicos nas nossas decisões.Precisamos ter a legitimidade e o sentimento da nossa gente no nosso trabalho”, afirma. Um dos destaques do discurso de Raquel foi a sua análise sobre as diferentes regiões que compõem a cidade. “Nosso desafio não é olhar a cidade apenas a partir da Av. Agamenon Magalhães (uma das mais modernas do município), mas observar a realidade e as necessidades da periferia e do meio rural. A partir desse pensamento desenvolvemos uma gestão orientada por territórios”, explica. A prefeita também apresentou instrumentos de gestão para dar eficiência nas suas ações, a exemplo do monitoramento estratégico e do comitê de gestão financeira, Para o diretor-executivo da Algomais Ricardo de Almeida, a estreia do CAM foi um sucesso. “Mostramos iniciativas bem-sucedidas de gestão urbana, com conteúdos que atraíram um público qualificado”, analisa. Até o final do ano o projeto seguirá por outros municípios. “Buscamos referências de ideias e iniciativas que estão revolucionando a forma como pensamos o mundo. São casos locais e globais que vão estimular nossos gestores e cidadãos a otimizar a experiência urbana”, afirma Lula Pessoa de Mello, sócio da Mova.

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Três perguntas para Luiz Cardoso Ayres Filho sobre energias renováveis

Luiz Cardoso Ayres Filho é o secretário executivo de energias - da Secretaria de Desenvolvimento Econômico - do Governo de Pernambuco. Confira abaixo três perguntas da Algomais para o secretário sobre o avanço do segmento de energias renováveis e acerca das políticas públicas para estimular o setor. Quais as principais políticas do Governo do Estado para estimular o uso de energias renováveis? Pernambuco consolida-se cada vez mais como um polo de energias renováveis, que vai desde a produção de equipamentos até a geração elétrica. Já são milhares os beneficiados por esta cadeia, com novos empregos para o Estado e aumento da competitividade de muitas empresas. As principais políticas para o setor nasceram com o PE Sustentável, um programa que surgiu a partir de um leilão inédito de energia solar no Brasil, realizado no final de 2013, pelo Governo de Pernambuco. Desde então, estamos tocando uma série de ações, com o objetivo de colocar o Estado em posição de destaque, no que diz respeito à geração de energia limpa e ao conhecimento em energias renováveis. Dentro do planejamento empreendido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, visando estimular a diversificação da matriz energética e o adensamento da cadeia industrial de energias renováveis em Pernambuco, o Governo do Estado publicou o decreto nº 42.034, em agosto de 2015, que amplia benefícios fiscais para compras internas, interestaduais e importação de máquinas, aparelhos e equipamentos para as indústrias de componentes e parques eólicos e solares. O decreto possibilita o diferimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) quando os produtos forem adquiridos para integralizar ativo fixo das usinas eólicas e solares. Ressaltamos que Pernambuco conta hoje com um potencial bruto de 1.000 GW de energia eólica e ainda outros 5.000 GW de energia solar. O modelo híbrido mostra-se viável em 60% do território pernambucano, estando mapeados 3.619 GW. Atualmente, a energia eólica é responsável por 16% da geração energética do Estado, o que comprova a preocupação do Governo de Pernambuco na produção de energia limpa. Há dois anos o Estado lançou o primeiro parque híbrido de energias renováveis, em Tacaratu. Como tem sido o desempenho dessa experiência? O parque foi o principal fruto do leilão pioneiro promovido pelo Governo do Estado. O empreendimento Fontes Solar I e II, da Enel Green Power, possui uma potência instalada de 10 MW. O parque, destinado à geração fotovoltaica, está ligado a uma planta eólica de 80 MW. A planta é capaz de gerar 340 GWh por ano, volume suficiente para abastecer 250 mil residências, reduzindo também em grande número a quantidade de emissão de gás carbônico. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 31 parques eólicos em operação no Estado, gerando mais de 670.000 kW, além de 4 em construção e 3 novos previstos, que irão adicionar 190.000 kW à geração total. Além dos empreendimentos solares de Tacaratu, estão previstos mais 6 parques, com 150.000 kW. Este mês, a Casa dos Ventos inaugurou um dos maiores complexos eólicos da América Latina, na Chapada do Araripe, entre Pernambuco e o Piauí. Trata-se de um investimento de R$ 1,8 bilhão em 14 parques, capaz de abastecer 400 mil casas. A capacidade instalada deste complexo (359 MW), chamado Ventos do Araripe III, é maior do que a de todos os parques eólicos instalados em países como África do Sul, Grã-Bretanha e México. Esse empreendimento fecha o ciclo de investimentos da Casa dos Ventos programado para Pernambuco. De 2015 para cá, a empresa já havia inaugurado outros dois complexos (Ventos de São Clemente e Eólico Caetés) no Agreste do Estado, onde investiram mais de R$ 2 bilhões. O Estado fomentou há alguns anos o surgimento de um cluster em Suape de indústrias fornecedoras de equipamentos para o setor de energias renováveis. Como está esse cluster atualmente? Qual a relevância dele para a ampliação da geração de energias renováveis na região? Temos hoje quatro empreendimentos instalados nesta região: LM Wind Power (pás para turbinas eólicas), Gestamp (torres eólicas), Iraeta/GRI (flanges) e S4 Solar (painéis solares). Lembrando que a S4 Solar foi anunciada em setembro do ano passado, mostrando que mesmo em um cenário de retração de investimentos, Pernambuco se mantém atrativo e competitivo. A produção de equipamentos faz parte de uma cadeia que consideramos fechada, no sentido de que temos praticamente todas as fases sendo realizadas no Estado: política energética, produção, geração e comercialização.

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Urbanismo Sustentável: quando o cidadão se apropria da cidade

As casas do Recife eram voltadas para o Rio Capibaribe nos primórdios da cidade. Com a modernização da capital pernambucana e o crescimento da indústria dos automóveis no País, o modelo de urbanização foi invertido. A população deu as costas ao seu principal ativo ambiental e se voltou para as avenidas. A mobilidade ancorada pelos veículos motorizados individuais resultou numa experiência urbana caótica e poluída. Desse desconforto cotidiano e da eclosão de movimentos sociais em defesa de uma cidade mais humana e verde operou-se uma mudança. O recifense voltou a olhar para o rio, a andar de bicicleta e a cobrar por mais qualidade nas calçadas. Nasceu um novo protagonismo cidadão que associa conhecimento técnico e mobilização popular por um urbanismo sustentável. A criação do Jardim do Baobá, nas Graças, representa bem essa tendência na luta por uma cidade mais sustentável. Ele é uma das peças do Parque Capibaribe, que é a principal aposta do poder municipal de reordenamento urbano para o Recife num cenário de longo prazo. “O Jardim do Baobá é o marco zero de um modelo que pretendemos implantar na cidade. O parque traz um alto padrão de mobiliário urbano, com prioridade aos pedestres e ciclistas”, diz Bruno Schwambach, secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. Schwambach considera como um dos diferenciais da iniciativa a intensa participação popular. “Não é um projeto da prefeitura, mas da cidade”. Para envolver a sociedade, segundo o secretário, foi fundamental o convênio com o Inciti/UFPE, que promoveu diversos fóruns e debates com atores locais para discutir o projeto. “Para que haja sustentabilidade as decisões não podem ser tomadas sem a conexão com a população, precisa de um amplo engajamento”, ressalva Schwambach. Outros movimentos de apropriação do espaço urbano fervilharam no Recife nos últimos anos. Desde grandes mobilizações, como no caso do Ocupe Estelita, até a organização de vários grupos locais, como o Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável. A associação surgiu para combater a insegurança local e acabou atuando na defesa de um bairro mais humanizado. Possui cinco núcleos que cuidam de áreas específicas da comunidade, como o Sítio da Trindade, a Biblioteca Municipal (reaberta com a ação dos moradores) ou a Horta Comunitária (plantada num terreno baldio adotado pelos vizinhos). “O mais importante é engajar as pessoas na preocupação com o espaço público. A horta era uma área com lixo que foi ocupada e é cuidada pela população. Virou um point ambiental, criado sem recursos, mas com muito carinho da comunidade”, afirma o coordenador Vandson Holanda. Movimentos semelhantes se espalham por diversos bairros, como em Casa Forte, Setúbal, Graças e Brasília Teimosa. O doutor em Estruturas Ambientais Urbanas e professor da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Padovano, considera essencial essa participação dos cidadãos. “Nada mais pode ser realizado de cima para baixo, sem envolver todos os interessados, até porque na interface dos diversos atores sociais podem surgir ideias muito melhores do que aquelas que muitas vezes se originam em paradigmas superados”. Nos últimos anos cresceu também o número de movimentos que criticaram o padrão de mobilidade. Surgiram o Olhe Pelo Recife – Cidadania a Pé, a Frente de Luta pelo Transporte Público e a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). O assunto é estratégico, pois a forma como os pernambucanos se locomovem tem um grande impacto ambiental. Segundo o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) da Cidade do Recife, 65% do CO2 emitido na capital provém do transporte. Com quatro anos de atividade, a Ameciclo ampliou sua atuação ao mesmo tempo que aumentou sensivelmente o número de ciclistas na cidade. O movimento participou da construção do Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana, promoveu a primeira Conferência Livre de Mobilidade do Recife e desenvolveu um sistema de reutilização e compartilhamento de bikes em duas comunidades carentes do Recife, o Bota pra Rodar. Além disso, tem investido na realização de pesquisas para embasar sua atuação. “É importante fazer o Recife ter uma estrutura urbana mais humana. Quando toda malha viária é construída para o automóvel, você tira a cidade das pessoas e as ruas viram apenas canal de passagem e não de vivência”, afirma Lígia Lima, uma das coordenadoras da Ameciclo e integrante do Observatório do Recife. Ela afirma ser necessário diminuir a velocidade nas ruas, diversificando o modo como as pessoas fazem seus percursos no dia a dia, estimulando principalmente o andar a pé e de bicicleta. “Quando as pessoas não só passam pelas vias, mas vivem a cidade, passam a se preocupar com esse espaço se fosse sua própria casa. A partir daí, começam a querer cuidar mais da área pública”, avalia.   Uma característica desse novo protagonismo cidadão é a preocupação com o longo prazo. Uma organização da sociedade civil especializada nessa perspectiva é a Agência Recife para Inovação Estratégica (Aries). “É do povo que emergem as prioridades, a alma do tipo de cidade que queremos ser. Só acertando a interpretação dessa vontade que vamos conseguir um projeto de longo prazo que represente de verdade o recifense”, declara Guilherme Cavalcanti, diretor da Aries. “A cidade precisa ser tratada como o complexo e estratégico sistema que é, caso contrário, sofreremos as consequências de soluções pontuais desconectadas, que formam um verdadeiro Frankenstein e não o lugar que merecemos. Precisamos partir de uma visão macro, que responda à pergunta “qual é a cidade de que precisamos?”, afirma Roberto Montezuma, presidente do CAU-PE. (Reportagem do jornalista Rafael Dantas - rafael@revistaalgomais.com.br)   LEIA TAMBÉM: Três perguntas para Roberto Montezuma sobre urbanismo sustentável “O Recife precisa ter uma estrutura urbana mais humana”, entrevista com Lígia Lima, da Ameciclo

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Reserva do Paiva sedia passeio ciclístico por Dia do Meio Ambiente

Amanhã (sábado), a turma do pedal tem encontro marcado na nova edição do passeio ciclístico promovido pelo Colégio Santa Maria. A atividade tem início às 8h em frente à sede do colégio, na Reserva do Paiva, onde será servido um café da manhã reforçado. Os participantes vão percorrer um trajeto de 10 quilômetros seguindo pela Rota dos Coqueiros, passando por belas paisagens até retornar para o colégio. PERCURSO - O sentido sul da rodovia, em direção a Itapuama se transformará numa grande ciclovia a partir do 2,4km até o 6km, e o sentido norte vai virar mão dupla. Os ciclistas poderão contar com a segurança e comodidade de toda a infraestrutura do sistema viário do bairro planejado, como o Serviço de Auxílio ao Usuário (SAU) e o monitoramento através de 24 câmeras pelo Centro Controle Operacional (CCO) da Concessionária. PLANTIO DE MUDAS - A novidade deste ano é que, além do passeio ciclístico, mudas de plantas representativas dos biomas brasileiros vão ser plantadas. O evento também contará com palestras educativas sobre a importância de preservar o meio ambiente e com o sorteio de uma bicicleta. O Passeio Ciclístico do Colégio Santa Maria tem patrocínio da Reserva do Paiva e apoio da Associação Geral Reserva do Paiva, Rede Verd Frut e Acquashop Sports. Serviço: IX Passeio Ciclístico do Colégio Santa Maria Dia 3 de junho (sábado) Concentração às 8h, em frente ao Colégio Santa Maria Reserva do Paiva

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Luau Verde apresenta bandas locais e nacionais inspirado no conceito sunset

A primeira edição do Sunset Luau Verde "Preserve", evento que acontece no arquipélago de Fernando de Noronha, será realizado pela primeira vez no Recife. A estreia acontecerá no dia 7 de maio, a partir das 16h, no Clube Catamarã, com apresentações de Zeider Pires (vocalista da banda Planta e Raiz), Cidade Verde Sound System (PR) e abertura da pernambucana Jazzall Creative Orchestra. Os ingressos estão disponíveis no primeiro lote por R$ 50 (https://www.sympla.com.br/luau-verde__133079) e nos pontos físicos da loja Vita Brasil Net. Os compradores da primeira remessa concorrem a uma viagem especial para Fernando de Noronha que inclui transporte aéreo, hospedagem, passeios e taxa ambiental. A produção é assinada pela Noronha Verde. Com o conceito sunset, o Luau Verde explora todo visual e beleza da própria natureza, transmitindo em sua essência a preservação ambiental, pilar que sustenta todo o espírito do evento. "Preserve a natureza, preserve a si mesmo. Noronha Verde tem a missão de levar arte, cultura, música e preservação pro mundo inteiro através da ilha", reforça a concepção, André Carneiro, idealizador do evento. COLEÇÃO - Na ocasião, também serão lançadas peças exclusivas de camisas e bonés da Noronha Verde, com as artes assinadas pelo designer João Medeiros. A seleção reforça e sustenta o mote "Preserve". "Tivemos a visão de apresentar uma coleção com a temática de preservação ambiental com o intuito de levar ao publico a mensagem de preservação do evento", revela João. No dia 9 de maio, Fernando de Noronha recebe o evento nos mesmos moldes da edição recifense. SERVIÇO: Luau Verde “Preserve” - Edição Recife apresenta *Zeider Pires (Planta e Raiz), , Cidade Verde Sound System (PR) e Jazzall Creative Orchestra Quando: 7 de maio | 16h Onde: Clube Catamarã (Cais de Santa Rita, S/N) Quanto: R$ 50 (primeiro lote) | Disponível através do link (https://www.sympla.com.br/luau-verde__133079 e nos pontos físicos das lojas Vita Brasil Net. Informações: (81) 98519-9251

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