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Sobre a nova lei de parcelamento, uso e ocupação do solo do Recife

*Por Francisco Cunha Desde os bancos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde me graduei em Arquitetura e Urbanismo, que achava esquisito o contraste entre a quantidade de leis urbanísticas existentes no País e a má qualidade da urbanização das cidades brasileiras. Depois que me formei, tomei outro rumo profissional, comprei um carro, entrei nele e passei 25 anos “fora da cidade” (isso porque, mais adiante entendi, que quem só se locomove de carro fica fora da cidade mesmo que continue morando nela). A coisa continuou assim até que decidi ilustrar um livro que estava escrevendo sobre a história de Pernambuco com fotos do Recife contemporâneo baseado no entendimento de que “O Recife é o museu vivo da história de Pernambuco”, frase do historiador Leonardo Dantas Silva. Fazendo, de dentro do carro, o registro dos locais para o estudo fotográfico, me dei conta de que não conseguia ver tudo e decidi que, terminado o livro, iria caminhar pela cidade para tentar descobrir o que não estava conseguindo de forma motorizada. 15 anos depois dessa decisão e após ter caminhado cerca de 50 mil quilômetros dentro do Recife (mais do que a circunferência da Terra, o que me faz dizer que “circulei o mundo inteiro sem sair do Recife”), uma realidade completamente nova se abriu para mim. Mergulhei no estudo do Urbanismo que havia deixado na faculdade (tão profundamente que hoje me considero “pós-graduado em Urbanismo pelos pés”) para entender o mal-estar que havia me causado o retorno pedestre à cidade. A conclusão a que cheguei, depois de muito estudar, caminhar e refletir, inclusive refletir caminhando, foi a de que o Recife, após ter estado, até a década de 1940, na vanguarda da discussão urbanística nacional (e, mesmo, mundial), a partir de então foi vitimado por um duplo “atropelamento”: (1) populacional (a população passou de cerca de 500 mil habitantes em 1950 para 1 milhão em 1970); e (2) automobilístico (a frota passou de alguns raros veículos para cerca de 800 mil atualmente, caminhando rapidamente para atingir em breve o recorde de 1 milhão, quase um por habitante). O resultado foi que o controle urbanístico restou na prática perdido e a cidade se transformou no que passei a chamar de “quebra-cabeças desmontado”, uma espécie de “colcha de retalhos” de loteamentos acrescentados ao tecido urbano sob a regulação de uma legislação profusa, confusa e, em boa medida, contraditória, com a completa perda das visões de modelo de organização urbanística e estratégica de longo prazo. As antigas estradas (de João de Barros, de Dois Irmãos, do Arraial, das Ubaias, do Encanamento, de Água Fria, de Beberibe, de Pau D’Álho, de Limoeiro etc., onde só transitavam pessoas a pé, de cavalo ou de carroça) se viram transformadas em avenidas de quatro faixas de rolamento, cheias de carros que passaram a ocupar todos os espaços públicos disponíveis, inclusive as calçadas para estacionamento. Em consequência, o Recife passou a aparecer nas pesquisas e nas manchetes como uma das mais engarrafadas do país e, mesmo, do mundo. Para piorar, no início do Século 21, o Recife começa a despontar no noticiário nacional como a capital mais violenta do País. Foi então que um grupo de pessoas que militava na cidadania empresarial resolveu, em 2008, criar o Observatório do Recife para tentar entender, via indicadores, o que estava acontecendo. Como eu já fazia caminhadas em pequenos grupos, recebi o convite do Observatório para guiar as caminhadas temáticas Olhe Pelo Recife e, antes da campanha eleitoral de 2012, coordenar o projeto O Recife que Precisamos. Essas duas iniciativas possibilitaram, após a escuta de especialistas e da população, a construção de uma proposta que enfatizava cinco prioridades: (1) Retomada do Planejamento de Longo Prazo; (2) Retomada do Controle Urbano; (3) Destravamento da Mobilidade; (4) Recuperação do Centro da Cidade; e (5) Revitalização do Rio Capibaribe. Essas prioridades foram apresentadas a todos os candidatos a prefeito e amplamente discutidas na campanha, a ponto de serem incluídas no programa de governo da chapa vencedora (Geraldo Julio / Luciano Siqueira). Como consequência, desde então (já que o projeto foi renovado e reapresentado a cada eleição subsequente): já estamos na segunda edição do Plano Recife 500 Anos (durante as discussões, descobrimos que o Recife será a primeira capital brasileira a completar 500 anos em 2037); os outros modos de deslocamento sustentáveis que não o motorizado (a pé, de bicicleta, por transporte coletivo) foram ampliados com melhores calçadas, maior malha cicloviária e faixas azuis para o transporte público; foi criado o programa Recentro com um gabinete do Centro do Recife e um plano de longo prazo chamado O Centro do Recife na Rota do Futuro; e, por último mas não menos importante, o Parque Capibaribe, resultado de uma pioneira pesquisa (que durou sete anos), aplicada de urbanismo, realizada pela Prefeitura do Recife e a UFPE. No meio de todo este percurso foi ficando ainda mais evidente o emaranhado legal, incluído o resultante de um plano diretor mal feito e mal revisado (com uma pandemia pelo meio), leis superpostas, com dispositivos conflitantes e desatualizadas, numa verdadeira barafunda jurídica, apenas sobressaindo-se, como exceção “benigna”, a chamada Lei dos 12 Bairros (Lei Ordinária Nº 16.719 de 2001) que definiu parâmetros urbanísticos mais “civilizados” para os 12 bairros lindeiros ao Rio Capibaribe pela sua margem esquerda (Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e parte do bairro Tamarineira). Por conta deste reconhecimento tive, inclusive, a oportunidade e a satisfação de escrever um livro, em parceria com Luiz Helvécio, Norma Lacerda e Paulo Reynaldo, sobre a importância da Lei dos 12 Bairros para o Recife. Esta situação de confusão legal perdurou até que, na atual gestão municipal, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Felipe Matos, liderou, em boa hora, a equipe do Instituto Pelópidas Silveira (a instituição responsável pelo planejamento urbano da cidade) na revisão da legislação defasada e na construção participativa de uma nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Recife (LPUOS) que dirimisse as contradições e dotasse a

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Mobibrasil vai renovar frota com 40 ônibus Euro 6 financiados pelo BNDES

Investimento de R$ 32,2 milhões integra o Novo PAC e beneficiará 359 mil moradores da Região Metropolitana do Recife O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 32,2 milhões para a aquisição de 40 ônibus Euro 6 pela Mobibrasil Expresso S.A., que atua no transporte público de Pernambuco. A iniciativa atenderá cerca de 359 mil habitantes dos municípios de Recife, Camaragibe e São Lourenço da Mata. O projeto faz parte do Refrota, programa do Novo PAC que incentiva a renovação da frota do transporte público coletivo no Brasil. O objetivo é aumentar o conforto e a segurança dos passageiros, ao mesmo tempo em que estimula a produção nacional de veículos e equipamentos. Os novos veículos têm capacidade para aproximadamente 80 passageiros e substituirão ônibus antigos da empresa. Eles contam com ar-condicionado, bilhetagem eletrônica, monitoramento por GPS, câmeras e acessibilidade. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, “o investimento do BNDES em transporte público coletivo menos poluente integra a política de transição energética do governo do presidente Lula. Ônibus euro 6 reduzem em até 89% as emissões de óxidos de nitrogênio em comparação com veículos com tecnologias anteriores, e trarão mais benefícios para a Região Metropolitana do Recife, como a melhora na qualidade do ar”. A Mobibrasil opera em Pernambuco há quatro décadas e integra o Grupo Mobibrasil, que possui frota de mais de mil ônibus e mais de cinco mil colaboradores. A companhia atua na Região Metropolitana do Recife, na Região Metropolitana de São Paulo e em Sorocaba. Programa Refrota – Novo PAC– Financiamento do BNDES: R$ 32,2 milhões– Empresa beneficiada: Mobibrasil Expresso S.A.– Municípios atendidos: Recife, Camaragibe e São Lourenço da Mata– Quantidade: 40 ônibus Euro 6

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Crea-PE leva a Serra Talhada debate sobre desenvolvimento do Semiárido

Seminário em 4 de setembro discutirá logística, energias renováveis, agricultura e educação como vetores para a economia do interior pernambucano O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) promove, no dia 4 de setembro, em Serra Talhada, o seminário “Desenvolvimento do Semiárido Pernambucano – Áreas Estratégicas. O encontro, organizado pelo Comitê Tecnológico Permanente (CTP), vai reunir autoridades públicas, especialistas e lideranças locais para discutir caminhos de fortalecimento da região em áreas-chave como logística, desenvolvimento sustentável, energias renováveis e o papel da educação nas Engenharias, Agronomia e Geociências. A iniciativa marca a primeira vez que o seminário chega ao interior, em um movimento de interiorização do Conselho. “O Crea vem discutindo a interiorização do desenvolvimento pernambucano. Sai dos limites do Recife e da RMR e leva o Conselho para o interior. O desafio é ampliar o crescimento estadual, agregando e discutindo projetos que levam emprego, desenvolvimento e receita para os municípios”, afirma Adriano Lucena, presidente do Crea-PE. Serra Talhada foi escolhida por sua localização estratégica, que conecta Pernambuco a outros estados. Ao longo do dia, o público terá acesso a quatro palestras, com nomes ligados à gestão pública, ao setor privado e à academia. Entre os temas, estão os impactos da duplicação da BR-232 e da Transnordestina na economia do Agreste e do Sertão, os desafios das novas fronteiras agrícolas no estado, a presença das escolas de Engenharia e Agronomia no Semiárido e o papel das energias renováveis na matriz energética regional. “Este seminário traz uma discussão muito rica, que transcende a questão governamental. Serra Talhada é uma cidade que vem num ritmo de crescimento importante ao longo dos últimos 20 anos, com grandes empresas que respiram engenharia”, observa o engenheiro agrônomo Geraldo Eugênio, coordenador técnico do evento. O seminário acontece no auditório do Senac, das 8h às 18h, com participação gratuita mediante inscrição online.

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Poder da escuta: Um novo olhar sobre a habitação popular no Recife

Em seminário sobre habitabilidade, lideranças comunitárias, pesquisadores e urbanistas apontam que enfrentar enchentes e desigualdade exige ouvir as periferias, valorizar as singularidades e garantir a continuidade de políticas públicas. *Por Rafael Dantas “Ninguém vai morar em área de risco porque acha bonito. A culpa é de uma estrutura racista que fez com que as pessoas pretas e mais vulnerabilizadas fossem para esses locais”, sentenciou a líder comunitária da Vila Arraes e presidente da Associação Gris Espaço Solidário, Joice Paixão, durante a sua apresentação no II Seminário Recife Cidade Parque – Os Desafios da Habitabilidade no Recife. O evento foi realizado pelo projeto de pesquisa Recife Cidade Parque (fruto de convênio entre a Prefeitura do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco) e as secretárias municipais de Habitação e de Desenvolvimento Urbano. A comunidade de Joice é banhada pelo Rio Capibaribe e foi uma das regiões do Recife que mais sofreu com as enchentes de 2022. Algumas casas foram cobertas até o telhado em pouco tempo. Um evento climático extremo, que ela descreve com outras palavras. “A gente passou um inferno. A enchente que levou uma casa inteira, um sofá, uma geladeira, destruiu vidas e levou muitas memórias. As perdas não foram só materiais”. Para a ativista, a discussão sobre moradia precisa estar articulada à adaptação climática territorial, considerando as particularidades geográficas do Recife e a vulnerabilidade social de seus moradores. Acima de tudo, ouvir a população negra e periférica. Ela considera que sem uma mudança estrutural – com governança inclusiva entre poder público, academia, sociedade civil e setor privado – as comunidades continuarão a pagar com vidas as falhas do estado. O cenário tratado por Joice e por quem mora nas periferias da cidade expõe uma necessidade histórica, que só foi agravada com as mudanças climáticas. O problema não é só de habitação, é amplo e envolve vários aspectos da moradia. Um conceito que se tornou conhecido como habitabilidade. “Em sua pesquisa sobre habitabilidade urbana para gestão de ocupações irregulares, defendida em 2007, Cláudia Castro resgata o que Simone Cohen, em seu estudo, concluído em 2004, define como cerne da questão da habitabilidade urbana: a inserção da unidade habitacional no espaço urbano, seja pela infraestrutura, serviços e equipamentos, seja pela inclusão como questão social”, ressalta Lúcia Veras, professora da UFPE e pesquisadora do projeto Recife Cidade Parque. A discussão alerta para a urgência do avanço das políticas urbanas, diante da pressão das mudanças climáticas, e para a insuficiência da maioria das ações, que se restringem à produção de novas unidades habitacionais. Sem planejar o transporte, a conexão com as oportunidades de trabalho, o acesso ao lazer e aos serviços básicos, os dramas vividos pelas populações mais vulneráveis por morar nos lugares mais distantes e com menor infraestrutura não serão resolvidos. No momento em que a capital pernambucana faz um esforço de planejamento de longo prazo, mas com execuções no curto e médio prazo, via o projeto Recife Cidade Parque, o olhar das populações marginalizadas é fundamental. O que o seminário deixou evidente é que quando pesquisadores e agentes públicos envolvidos na causa realizam estudos e planos feitos no escritório, sem a intensa participação popular, eles não contribuem para integrar as duas “cidades” – a formal e a informal –  que habitam no mesmo território, mas têm demandas muito distintas. EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO PARA INSPIRAR O RECIFE “É importante que o projeto de [habitação] valorize as singularidades de cada lugar, [e que seja concebido] dentro de uma visão sistêmica, do ponto de vista da integração desses espaços com o sistema de áreas públicas e da integração desse bairro com os bairros vizinhos e a cidade.” – Marcos Boldarini Durante o seminário, o arquiteto e urbanista Marcos Boldarini contou duas experiências exitosas da cidade de São Paulo na regeneração de um território. Tanto o projeto de urbanização do Cantinho do Céu (na Zona Sul de São Paulo), como a intervenção em assentamentos de São Bernardo do Campo, tiveram foco na qualificação de moradias mas, também, uma transformação mais ampla do espaço. No Cantinho do Céu, em São Paulo, um projeto de urbanização transformou uma área de 1,5 milhão de metros quadrados às margens da Represa Billings, beneficiando cerca de 10 mil famílias. A intervenção integrou infraestrutura básica, requalificação de ruas, vielas e escadarias, implantação de transporte aquático e criação de parque linear, áreas de lazer e equipamentos públicos. As soluções foram adaptadas ao relevo e às necessidades da população, com participação comunitária. Nos assentamentos de São Bernardo do Campo, uma intervenção em cerca de 500 mil m² beneficiou aproximadamente 3.300 famílias localizadas em áreas próximas à Represa Billings e à Serra do Mar. O projeto buscou integrar os assentamentos ao restante da cidade, superando barreiras como rodovias e relevo acidentado, enquanto respeitava remanescentes de Mata Atlântica e áreas ambientalmente sensíveis. Foram planejadas melhorias em moradias, espaços públicos e infraestrutura, articuladas com o plano diretor municipal, com foco na inclusão social, conexão com empregos e serviços. “Valorizar as singularidades de cada lugar do ponto de vista do projeto como uma reflexão única para esses locais, evita a ideia da mera reprodução do projeto”, afirmou Boldarini. Ao mesmo tempo, a intervenção deve integrar os desejos dessa população atendida diretamente pelas transformações com os demais contextos da cidade. “É importante que o repertório do projeto considere essas condições dentro de uma visão sistêmica, do ponto de vista da integração desses espaços com o sistema de áreas públicas e também da integração desse bairro com os bairros vizinhos e a cidade”, orienta o arquiteto. Experiências que dialogam com as expectativas do Recife Cidade Parque, que busca promover uma ampla transformação na capital pernambucana, com um olhar a partir das suas três principais bacias hidrográficas (dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió) e da frente marinha. Além do parque linear ao longo dos rios, o projeto visa também valorizar os corredores que conectam os cursos d’água da cidade com os espaços verdes. DIRETRIZ E AS PRIORIDADES “Ao pensar nos desafios da habitabilidade do Recife hoje e

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Bezerros firma compromisso com a Agenda 2030 e adere ao Pacto pelos ODS

Município do Agreste de Pernambuco reforça atuação em políticas públicas de sustentabilidade e gestão integrada A Prefeitura de Bezerros, no Agreste pernambucano, oficializou sua adesão ao Pacto Nacional pelo Desenvolvimento Sustentável – Meu Município pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). A iniciativa busca alinhar a gestão pública local à Agenda 2030, fortalecendo o compromisso com um futuro mais justo, equitativo e ambientalmente responsável. A assinatura do pacto foi realizada pela prefeita Lucielle Laurentino junto à Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS). A partir dessa adesão, Bezerros passará por um processo de diagnóstico situacional e construção de um plano de ação com metas claras, baseadas em evidências. O objetivo é garantir maior integração no planejamento público, associado à transparência e à eficiência administrativa. Com essa medida, o município ganha maior visibilidade em cenários nacional e internacional, ampliando o alcance de suas boas práticas em sustentabilidade e abrindo espaço para parcerias estratégicas. Além de fortalecer a imagem institucional, a iniciativa contribui para inserir Bezerros na agenda da diplomacia municipal voltada ao desenvolvimento sustentável. Outro ponto destacado é a importância da participação social. A contribuição da população no acompanhamento e na formulação de políticas de sustentabilidade será determinante para o êxito da proposta. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) representam um chamado global para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e assegurar prosperidade e paz para todas as pessoas, metas que compõem a Agenda 2030 das Nações Unidas.

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Governo Federal se reúne com sindicato para discutir futuro do Metrô do Recife

Reuniões em Brasília, protestos e audiências públicas questionam a promessa de Lula de manter sistema fora do programa de desestatização Os metroviários de Pernambuco devem se reunir hoje (20) com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O encontro foi articulado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Recife. Na ocasião, a categoria realizou uma paralisação de 24h em protesto contra a privatização do sistema. Até hoje pela manhã, a reunião não estava confirmada na agenda oficial do ministério, que informou à Algomais que “As tratativas para realização dessa agenda estão em curso”. A assessoria de imprensa da Presidência da República confirmou que foi deliberado que o MGI receberia o Sindicato dos Metroviários e que a própria Secretaria Geral também participaria da reunião. Durante o ato em Brasília Teimosa, o presidente chegou a levantar uma camisa do movimento, mas a sua presença não foi confirmada nas articulações que o movimento tem feito em Brasília. O Sindicato dos Metroviários anunciou que fará reunião também com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Até o momento o ministério ainda não respondeu à Revista Algomais. A temperatura das manifestações dos trabalhadores subiu após uma matéria da CNN informar que o próprio presidente Lula viria ao Recife em setembro para fazer um anúncio da concessão. Diferente do que foi publicado na reportagem, a assessoria de imprensa da Presidência da República negou a previsão da agenda para a capital pernambucana em setembro. CONTEXTO DO CONFLITO A transferência para o Governo do Estado e na sequência para a iniciativa privada é uma defesa da governadora Raquel Lyra. No entanto, o movimento de resistência à privatização tem reforçado a mensagem de que o presidente Lula se comprometeu durante a campanha de 2022 em retirar a empresa do Programa Nacional de Desestatização (PND), criado pelo Governo Bolsonaro. Além da cobrança da palavra do presidente, a argumentação do movimento é também de alertar para os resultados da concessão do Metrô de Belo Horizonte. Com menos de três anos de privatização do serviço, a passagem disparou e já é de R$ 5,80. A pretendida expansão do sistema também não aconteceu. O sistema vive uma crise sem precedentes desde que entrou no PND. Com investimentos e recursos para custeio escassos, houve uma redução da frota de trens, queda na velocidade da operação e uma diminuição significativa de usuários. Além disso, o sistema passou a fechar aos domingos, a exemplo do que acontece também no Metrô de BH. ARTICULAÇÃO POLÍTICA LOCAL NA CÂMARA E NA ALEPE Após a paralisação dos Metroviários durante à visita presidencial, lideranças políticas locais intensificaram mensagens de crítica ao projeto de concessão, desenhado pelo Governo Bolsonaro, mas que segue em curso no Governo Lula. A vereadora Liana Cirne (PT) protocolou o Requerimento nº 7327/2025 na Câmara Municipal do Recife, manifestando oposição à proposta de concessão do Metrô do Recife à iniciativa privada. O documento faz um apelo ao presidente Lula, à governadora Raquel Lyra e a ministros do governo federal, defendendo que a gestão do sistema permaneça pública, com investimentos diretos para modernização e ampliação. Na justificativa, a parlamentar alerta para riscos já observados em outras concessões, como aumento de tarifas, redução de linhas pouco lucrativas e perda de transparência. Para Cirne, o metrô é um patrimônio público estratégico, fundamental para trabalhadores e estudantes em situação de vulnerabilidade, e deve ser mantido sob controle estatal para garantir tarifas acessíveis e integração metropolitana. Na Alepe, acontece hoje uma audiência pública, convocada pelo deputado Waldemar Borges, Presidente da Comissão de Administração Pública, solicitada pelo Deputado João Paulo com a finalidade de discutir “a tarifa zero, a evasão de receitas e o surf ou morcegamento nos transportes metropolitanos no Recife”. O encontro será mais um palco de debate do sistema, que deverá ter em breve uma audiência pública exclusiva para discussão dos rumos do Metrô do Recife. DEPUTADO FEDERAL CRITICA PRIVATIZAÇÃO Em recente entrevista, logo após as manifestações, o deputado Carlos Veras, único representante do PT-PE na Câmara Federal, realizou duras críticas ao processo de concessão ao sistema. Antes da paralisação, a senadora Teresa Leitão (PT-PE), a deputada estadual Dani Portela (PSOL-PE) e a vereadora do Recife Cida Pedrosa (PCdoB-PE) foram algumas das vozes no parlamento contrárias ao projeto de privatização. A defesa dessa ala, alinhada ao discurso sindical, é que sejam realizados os investimentos de recuperação do sistema, como aconteceu na primeira gestão do Presidente Lula, no início dos anos 2000. Na época, os trens foram reformados, aconteceu a ampliação do percurso, com inauguração da Linha Sul e o quadro operacional foi reforçado com um concurso público. Anos depois, foram comprados ainda os VLTs, que aposentaram as locomotivas movidas a diesel, e os novos trens elétricos da companhia espanhola CAF. PARCERIA COM OS URBANITÁRIOS Uma das novidades recentes da articulação é uma parceria com o movimento dos urbanitários, que também resistem à privatização da Compesa pelo Governo do Estado de Pernambuco. Tanto no caso da privatização dos sistemas sobre trilhos como das companhias de abastecimento tem históricos de concessões fracassadas, marcadas por redução da oferta de serviços, aumento de tarifas e ampla dificuldade de regulação do poder público. A manutenção de ambos os projetos desconsidera as discussões técnicas e as experiências recentes. No próprio de Pernambuco, a falência da malha ferroviária, que fazia o transporte de cargas, aconteceu pouco tempo após a privatização em 1999. O novo projeto da Transnordestina, que nasceu em 2006, também entregue à iniciativa privada, completa 19 anos sem transportar um quilo de carga no Estado que tem o maior porto do Nordeste e um robusto parque industrial. A Algomais já discutiu ambos os projetos nas reportagens especiais O desafio para ofertar água e tratamento de esgoto em Pernambuco e Qual a saída para o Metrô do Recife?. AÇÃO NAS REDES E NAS RUAS O historiador e influenciador Jones Manoel, que possui 1,3 milhão de seguidores no Instagram e mais de 545 mil inscritos no YouTube, tem reforçado as críticas ao processo de privatização do Metrô

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Rota do Atlântico e Rota dos Coqueiros intensificam ações contra o assédio nas rodovias

Campanha “Onde há respeito, há caminho livre” integra programação do Agosto Lilás e reforça compromisso com segurança das mulheres As concessionárias Rota do Atlântico e Rota dos Coqueiros, administradas pela Monte Rodovias, estão ampliando suas ações de combate ao assédio durante o Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização sobre a violência contra a mulher. A campanha “Onde há respeito, há caminho livre” será veiculada até o fim de agosto em praças de pedágio, telões de LED e nas redes sociais, alcançando milhares de usuários das rodovias. Com uma equipe composta por 70% de mulheres, a Monte Rodovias tem investido em treinamentos periódicos com colaboradores diretos e parceiros terceirizados. A meta é criar um ambiente de trabalho seguro e igualitário, além de assegurar que as usuárias das rodovias também encontrem espaços livres de violência e com respeito às suas trajetórias. A iniciativa reforça que, seja no exercício das funções de operação e administração das rodovias ou durante a circulação como usuárias, todas as mulheres devem ter a tranquilidade de ir e vir em paz. A mensagem de enfrentamento ao assédio se soma a um conjunto de práticas que consolidam a Monte Rodovias como referência em responsabilidade social e compromisso com os direitos humanos. Esse trabalho já rendeu reconhecimento nacional: a empresa recebeu o Selo ONU Mulheres/Brasil, certificação que chancela iniciativas de empoderamento feminino, liderança, combate à violência de gênero e promoção de ambientes igualitários.

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Visita de Lula ao Recife é marcada por greve dos Metroviários contra privatização

Os metroviários de Pernambuco iniciaram uma greve de 24 horas contra a privatização do Metrô do Recife. A paralisação, aprovada em assembleia na Estação Central e organizada pelo Sindmetro-PE, começou às 22h de ontem (13) e seguirá até o mesmo horário desta quinta-feira (14), coincidindo com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital. O movimento, que atende milhares de usuários da Região Metropolitana, defende investimentos públicos urgentes para a recuperação e modernização do sistema. COBRANÇA DA PROMESSA DE CAMPANHA A categoria lembra que, durante a campanha presidencial de 2022, Lula prometeu manter o metrô como serviço público. Para os metroviários, cumprir esse compromisso é essencial para garantir transporte de qualidade e tarifas acessíveis. “Não se trata apenas de uma pauta corporativa. Privatizar o metrô é aumentar tarifas, precarizar o serviço e excluir quem mais precisa dele”, afirmou Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE. Outdoors e painéis de LED espalhados por pontos estratégicos de Recife reforçam o recado: “Lula, cumpra sua promessa. Não privatize o metrô do Recife”. ARTICULACÃO POLÍTICA A mobilização conta com o apoio de entidades sindicais como CUT, CTB e CSP-Conlutas, além de movimentos estudantis e populares. O Sindmetro-PE recebeu o apoio do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) nesta semana. O influenciador Jones Manoel (PCBR), a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) e a deputada estadual Dani Portela (PSOL) foram outras lideranças que já se manifestaram de forma contrária à privatização do sistema. IMPACTOS ESPERADOS O aumento das tarifas para o metrô é um dos principais alertas feitos na campanha. Os dos principais exemplos mencionados pelas lideranças sindicais são os preços do Metrô BH (R$ 5,80), privatizado no apagar das luzes do Governo Bolsonaro, e a Supervia, no Rio de Janeiro (R$ 7,60), que foi concedida na década de 1990.

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Iron House e o futuro das cidades: inovação urbana, sustentabilidade e impacto social

Com foco em planejamento integrado e respeito ao território, a empresa propõe uma transformação na Várzea e outros bairros com projetos que aliam urbanismo qualificado, cultura e inclusão social. Criada em 2011 como braço de desenvolvimento urbano do Grupo Cornélio Brennand, a Iron House se destaca nacionalmente por sua atuação estratégica em estados como Pernambuco e Bahia. Com o propósito de promover experiências urbanas inovadoras e integradas, que aliam qualidade de vida, sustentabilidade e conexão com o território, o próximo horizonte da empresa é o bairro da Várzea. Com um compromisso de longo prazo alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a empresa planeja e executa bairros planejados, a exemplo da Reserva do Paiva, que respeitam o meio ambiente e promovem a convivência comunitária. Planejamento urbano e revitalização cultural na Várzea No Recife, a atuação da Iron House na Várzea tem ampliado o impacto social e ambiental da corporação no Estado. O principal empreendimento em andamento é a restauração do galpão da antiga fábrica da Cinzano, que se transforma em um polo de cultura, empreendedorismo e impacto social. Desde 2024, o entorno do galpão tem abrigado o projeto Nosso Quintal, espaço de convivência e efervescência cultural com programação gratuita de exposições, oficinas, cinema ao ar livre e feiras criativas. Essa iniciativa integra a memória histórica do bairro com o desenvolvimento de novas oportunidades para a comunidade local. “Nosso compromisso é muito grande com esse ambiente, não só com a mata, mas com toda a robustez do território e da comunidade“, afirma a CEO Carol Boxwell Conexão histórica com a Várzea A escolha da Várzea como foco estratégico para diversos projetos da Iron House não acontece por acaso. É nesse bairro que teve origem o Grupo Cornélio Brennand, e onde se encontra a emblemática Casa de Ferro, construção do século XIX que simboliza a história da empresa. Com mais de 600 hectares de mata preservada, a Várzea abriga uma rica diversidade cultural e instituições renomadas, como a Oficina Francisco Brennand e o Instituto Ricardo Brennand. Esse território traduz o compromisso da Iron House com o desenvolvimento de cidades mais humanas, sustentáveis e profundamente conectadas à sua identidade. “A gente quer conectar tudo que existe de bom, contribuindo para a melhoria do urbanismo, dos espaços públicos, trazendo praças, parques, calçadas sombreadas, lugares para as pessoas. Nosso compromisso é muito grande com esse ambiente, com a mata, com o território, com a comunidade que já existe”, afirma Carol Boxwell Educação, regeneração ambiental e inclusão social A empresa desenvolveu programas sociais e ambientais inovadores, como o Territórios Regenerativos, que apoia projetos de impacto socioambiental, e o Programa Evoluir, em parceria com a edutech Alicerce Educação, oferecendo reforço escolar para 80 crianças e jovens da Várzea. Algumas iniciativas que nasceram desses projetos irão ocupar o galpão que está sendo reformado para oferecer ações educacionais e culturais em benefício da comunidade. Complementando esses esforços, a empresa tem investido na preservação ambiental com ações como a implantação da primeira microfloresta urbana da Heineken no Nordeste, fortalecendo a biodiversidade local e melhorando a qualidade de vida no entorno urbano. “O nosso trabalho é um planejamento urbano que traz infraestrutura e atrativos para as pessoas se encontrarem, se conectarem. A intenção é que elas usem esses espaços públicos, estejam nas praças, nos parques, caminhando, vivendo o Recife. Queremos promover essa vivência, criar sinergia entre os empreendimentos e esses espaços, com responsabilidade e compromisso, sempre revisitando e ajustando o planejamento, porque as cidades são organismos vivos e dinâmicos”, explica Carol Boxwell Infraestrutura qualificada e compromisso com o urbanismo Além das ações culturais e sociais, a Iron House assume a responsabilidade de melhorar a infraestrutura local. “Construímos uma nova rotatória na Várzea, que reorganizou o fluxo de caminhões e melhorou a mobilidade local, contribuindo com segurança, fluidez e qualidade para o dia a dia da população”, destacou a executiva. A iniciativa foi doada ao poder público e destaca o compromisso da empresa com práticas urbanísticas que valorizam o espaço público, a sustentabilidade e o bem-estar coletivo. Números e destaques da Iron House

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Mapa Gigante do Recife atrai multidões e propõe reflexão sobre mudanças climáticas

Instalada na UFRPE, intervenção artística já recebeu mais de 10 mil visitantes e se prepara para ações itinerantes pela cidade Uma experiência imersiva e educativa está movimentando o Ginásio da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE): o Mapa Gigante do Recife. Com 450 m², a instalação artística já foi visitada por mais de 10 mil pessoas, entre estudantes, professores, crianças e público espontâneo. A proposta faz parte do projeto Cartografia dos Sentidos – Recife, que convida os participantes a “caminhar sobre a cidade” e observar ruas, casas, rios e bairros sob uma nova perspectiva. O impacto da obra vai além do tamanho. A intervenção atraiu autoridades como o prefeito João Campos, secretários municipais, empresários, pesquisadores e artistas, além de líderes comunitários interessados na abordagem sensível e provocadora sobre o futuro da cidade. O objetivo central é despertar a consciência coletiva para os riscos das emergências climáticas e incentivar soluções concretas para os desafios ambientais do Recife. Nas redes sociais, o engajamento tem sido expressivo: mais de 400 mil visualizações e 3.500 compartilhamentos. A repercussão inclui dezenas de comentários que sugerem manter a exposição em cartaz por mais tempo ou levá-la a outras áreas da cidade. “Muito legal essa exposição, deveria se estender para o centro do Recife”, escreveu uma internauta. Outro comentário questiona: “por que tão pouco tempo?”, e há quem defenda que “deveria ter um mapa desse fixo, em algum lugar do Recife”. A instalação segue em exibição até o dia 13 de agosto, com atividades especiais. Nesta sexta (09), o espaço será tomado por brincadeiras, oficinas e rodas de conversa voltadas para o público infantil. Já na segunda (12), às 14h, será realizada a oficina Redescobrindo o Recife sobre o Mapa Gigante, em parceria com o RacLab da UFRPE e pesquisadores. Após essa etapa, o projeto terá ações itinerantes, levando o mapa a escolas, centros comunitários e unidades do Compaz. Serviço📍 Local: Ginásio do Departamento de Educação Física da UFRPE – Recife📅 Período: Até 13 de agosto⏰ Horário: 09h às 17h🎟 Entrada gratuita Programação09 de agosto – 09h às 17h: Recife embaixo dos pezinhos (atividades lúdicas para crianças)12 de agosto – 14h: Oficina Redescobrindo Recife sobre o Mapa Gigante (com RacLab da UFRPE e pesquisadores)

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