Urbanismo

Da Agência Brasil Em meio à pandemia da covid-19, 36% dos passageiros de dez regiões metropolitanas brasileiras estão usando menos transporte público. É o que revela um levantamento divulgado pelo aplicativo de mobilidade Moovit. Os dados foram apurados com 13 mil usuários durante o mês de novembro do ano passado. Foi aplicado um questionário online e as respostas foram cruzadas com as informações das viagens registradas no aplicativo. O relatório analisou as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A capital baiana registrou o maior índice de passageiros que estão usando menos o transporte público por causa da pandemia. Esse comportamento foi relatado por 45,3% dos usuários. Já os locais onde mais pessoas pararam de usar totalmente o transporte público foram Campinas (6,2%), Curitiba (5,7%) e Porto Alegre (5,4%). Tempo de deslocamento O levantamento traz ainda dados de deslocamento. O Rio de Janeiro apresentou a maior média de tempo gasto pelos passageiros em um trajeto único usando o transporte público, seja na ida ou na volta ao trabalho. São 67 minutos considerando os trechos de caminhada, a espera no ponto de embarque, as eventuais baldeações e a movimentação do veículo. A capital fluminense tem também o maior índice de pessoas que levam mais de duas horas em um único trajeto. Essa situação foi relatada por quase 11% dos entrevistados. O Rio de Janeiro responde ainda pela média mais alta de distância das viagens, com 12,41 km. O maior tempo médio de espera pelo transporte público foi registrado por Recife (31 minutos), seguido por Salvador (28 minutos). Por sua vez, Curitiba responde pelo maior número de viagens com três ou mais baldeações. Isso ocorre em 34% dos percursos. Já Fortaleza é a cidade onde os passageiros precisam caminhar menos para obter um transporte público. Eles andam, em média, 415 metros até um ponto de embarque. O relatório, formado por tabelas dinâmicas, está disponível no site da Moovit. É possível conferir também os resultados de outros 27 países. Ao todo, há dados de 104 cidades ao redor do mundo.

O Brasil despeja, diariamente, 890 toneladas de plásticos nos oceanos, o que corresponde a 325 mil toneladas de lixo plástico em alto mar por ano. Os dados fazem parte de um estudo técnico, divulgado pela organização ambiental Oceana. O levantamento mostra que o país produz uma média de 500 bilhões de itens descartáveis por ano e, a maior parte deles, se torna lixo. As consequências atingem todo o ecossistema marinho e a qualidade de vida da população. Ocupando o posto de maior produtor de plástico da América Latina, o território brasileiro acaba acumulando todos estes materiais, que são levados a partir de fontes terrestres como lixões a céu aberto e pontos críticos de descarte em áreas urbanas. De acordo com a engenheira ambiental Carolina Buarque, diretora da Locar Gestão de Resíduos, o problema atinge proporções maiores. “O consumo de plásticos explodiu na pandemia e o país ainda recicla uma porcentagem muito pequena desta fatia. As consequências passam por toda a cadeia produtiva, com prejuízos a saúde e a economia”, alerta. Esta realidade nociva, que inclui os 187 quilômetros de extensão da costa pernambucana, inclui embalagens, sacolas plásticas, garrafas, tampinhas, entre outros. O apanhado acaba responsável pela contaminação e morte de animais marinhos e se converte em microplásticos, sendo absolvidos, por exemplo, nos peixes que são consumidos, chegando à mesa da população. Entre os números, elencando os itens com maior incidência desta contaminação, ainda estão a água engarrafada e da torneira, a cerveja, o açúcar, o sal e o mel. Segundo a engenheira ambiental, Carolina Buarque, é preciso uma mudança de hábitos, envolvendo todas as camadas da sociedade. “As empresas precisam reduzir a quantidade de plásticos que colocam na rede de suprimentos, como por exemplo as embalagens, oferecendo novas alternativas aos consumidores. Também se faz necessária a implantação de políticas públicas que regulamentem esses produtos nacionalmente. Mas, acima de tudo, é fundamental a conscientização das pessoas, evitando o descarte irregular e entendendo que os oceanos são fontes de vida”, orienta.

Do Governo de Pernambuco A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco (Seduh) e a Prefeitura Municipal de Olinda estão realizando de obras viárias que já estão ajudando a melhorar o fluxo do transporte público na cidade. A parceria está transformando um trecho de 1,5 da Avenida Presidente Kennedy, em Peixinhos. A requalificação, que beneficia diretamente algo em torno de 50 mil pessoas, inclui intervenções como acessibilidade nas calçadas, implantação de faixas de pedestres, drenagem, iluminação e paisagismo. Também contempla a recuperação da pavimentação, sinalização horizontal e vertical, recuo de faixa na zona de embarque e desembarque de passageiros, além da construção de paradas de ônibus. O valor total do convênio é de R$ 3.224.480,21. A iniciativa está sendo realizada no trecho compreendido entre a Rua Gentil Gusmão e a Avenida Jardim Brasil. Ao fim da obra, 67 ruas transversais à Avenida Presidente Kennedy terão recebido serviços de drenagem. Atualmente, 30 já foram contempladas. Até o momento, 960 metros de calçadas já foram entregues, além de 820 metros de iluminação pública, de sinalização vertical e horizontal. Também já foram requalificados três abrigos de ônibus e as quatro faixas da via, duas em cada sentido. Após a conclusão desse trecho do convênio, a Prefeitura de Olinda dará continuidade à requalificação de toda a avenida (4,5 Km), ao custo total de R$ 13,7 milhões. A obra deverá ser totalmente concluída até o final de 2021. As intervenções foram possíveis graças ao trabalho da Secretaria Executiva de Governança e Articulação da Seduh e do Comitê Metropolitano de Corredores Exclusivos. Este último, um colegiado criado por decreto em fevereiro de 2020. O grupo tem o objetivo de discutir propostas para a implantação de faixas exclusivas de transporte público coletivo nos corredores principais que atravessam os municípios do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. O colegiado tem se reunido desde março do ano passado para avaliar, entre outras providências, os planos de execução dos corredores exclusivos metropolitanos, as fontes de financiamento e repartição de custos, bem como atuação conjunta dos órgãos estaduais e municipais na fiscalização. Desde sua criação, já foram implantadas faixas exclusivas/faixas azuis na Avenida Agamenon Magalhães e na Avenida Olinda. Para o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco, Marcelo Bruto, o trabalho desenvolvido pelo grupo tem contribuído para ampliação dos corredores na Região Metropolitana. “Com esse Grupo de Trabalho e com a coordenação e cooperação dos municípios, conseguimos avançar com alguns projetos importantes que irão beneficiar a população, melhorar a infraestrutura viária e o fluxo do transporte público, trazendo mais comodidade e uma melhor experiência para o usuário”, avaliou.

Do Governo de Pernambuco Oito estações de BRT dos Corredores Norte/Sul e Leste/Oeste começam a receber intervenções para melhorias em suas estruturas, o chamado retrofit. Os serviços consistem na requalificação do piso e coberta, colocação de lâmpadas de LED, piso tátil, defensas e guarda-corpos, pintura e sinalização. Ao todo, serão investidos R$ 4.596.151,10 no retrofit de 20 estações. Neste início de trabalho, passam pela requalificação as EBRTs IEP, Santa Casa de Misericórdia, Maurício de Nassau, Bultrins, Riachuelo, Matias de Albuquerque, Nossa Senhora do Carmo e um módulo da Guararapes. Três destas estações (IEP, Riachuelo e Nossa Senhora do Carmo), além do módulo I da Estação Guararapes, terão sua operação suspensa por conta das obras. As demais já estavam temporariamente fechadas para o embarque e desembarque de usuários por conta de atos de vandalismo, depredação e furtos. No caso da Estação IEP, os usuários terão como opção de embarque e desembarque a EBRT Treze de Maio. Já os usuários das estações Riachuelo e Nossa Senhora do Carmo deverão utilizar a parada convencional mais próxima. Para o módulo I da Estação Guararapes, os usuários terão duas opções: o módulo II ou a estação Rua do Hospício. Além das 20 estações de BRT, o Consórcio também realizará o retrofit em 13 terminais. Serão investidos R$ 2.047.999,69 na recuperação das pistas de rolagem dos ônibus, telhados e calhas, requalificação dos banheiros, sistema elétrico e caixa d´água mais o conserto e limpeza das galerias. A previsão é que os serviços nos terminais comecem nas próximas semanas. Na primeira etapa da requalificação, os serviços serão feitos nos TIs Pelópidas, PE-15, Macaxeira e Xambá. Confira, abaixo, a relação de todas as estações de BRTs que passarão pelas adequações. Estações que passarão pelo retrofit no Corredor Leste/Oeste: Barreiras, Engenho Poeta, Forte do Arraial, Benfica, Abolição e Guararapes. Estações que passarão pelo retrofit no Corredor Norte/Sul: Maurício de Nassau, Nossa Senhora do Carmo, Praça da República, Riachuelo, Treze Maio, IEP, Araripina, Santa Casa de Misericórdia, Tacaruna, Kennedy, Mathias de Albuquerque, Bultrins, Jupirá e José de Alencar.

Da Secretaria de Inovação Urbana do Recife A Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva Inovação Urbana e  da Secretaria da Mulher, por meio do  Programa “Recicla Mais”, iniciou uma nova etapa do programa ao investir na implantação de máquinas de upcycling, na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, localizada no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife. Às vésperas do Natal, as mulheres da cooperativa já estão comercializando e produzindo lixeiras, copos, vasos, saboneteiras, fruteiras e usando a criatividade para desenvolver outros itens que estão sendo adquiridos através da loja virtual @palhadearroz. O Programa Recicla Mais já arrecadou 2 toneladas de plástico desde agosto de 2020, ou seja, os moradores estão evitando que o plástico seja descartado de forma irregular, e produziu mais de 2 mil itens, representando 1.2 toneladas de CO2 subtraído da atmosfera. O programa  já passou em 16 áreas da cidade e agora está finalizando a etapa de criar incentivos e estímulos à população para mudança de comportamento, e iniciando a etapa de fomento à criação de um ecossistema de empreendedorismo, de baixo carbono, trazendo uma economia verde, circular, e inovadora através do UpCycling. A iniciativa está gerando fonte de renda, oportunidade e, sobretudo, viabilizando cada vez mais o empoderamento feminino, a independência e o protagonismo dentro do ecossistema empreendedor através da reciclagem criativa. O programa Recicla Mais investiu R $17.400,00 mil, para a implantação de máquinas de upcycling. “É uma ação que dialoga com o futuro das cidades. No Recife, o lixo plástico passa a ser uma estratégia de transição para uma economia verde, circular e de baixo carbono que gera renda para quem mais precisa, além do empoderamento feminino. É sobre reinventar o papel dos galpões de reciclagem e reafirmar que a inovação tem haver com autoestima, orgulho, com pessoas. Essas mulheres guerreiras da Cooperativa Palha de Arroz vão poder comercializar o kg do plástico que antes custava R$1,80 e agora, com a produção dessas lindas peças, passa a valer mais, podendo receber de 80 reais até 150 reais. Então é uma evolução do ponto de vista ambiental, econômico e principalmente social”, pontua o Secretário Executivo de Inovação Urbana do Recife, Tullio Ponzi. As mulheres da cooperativa estão recebendo apoio institucional e capacitação para manuseio e uso das máquinas pela equipe da Secretaria Executiva de Inovação Urbana desde o dia 07/12, sob a coordenação de César Araújo, Raynaia Uchôa e Rebecca Dantas. Além da parte prática, houveram várias visitas na cooperativa e reuniões para conhecer, escutar e  integrar as mulheres, bem como explicar sobre o programa Recicla Mais. Na capacitação estão sendo abordados temas como: Apresentação dos tipos de plástico e mistura das cores; Ensinando o processo: coleta, classificação, trituração, lavagem e armazenamento. Desde 2014, a Secretaria da Mulher realiza um trabalho de acompanhamento de um grupo de catadoras de materiais recicláveis, moradoras da comunidade de Palha de Arroz e no entorno. Como resultado desse apoio e de diversos processos formativos colocados em prática, a organização do grupo evoluiu e a ideia da formação da Cooperativa de Mulheres EcoVida Palha de Arroz consolidou-se e funciona como um galpão de reciclagem formado só por mulheres. Foi inaugurada em 2016, pela Prefeitura do Recife, e vem contribuindo com a separação e tratamento de resíduos sólidos. Atualmente, 12 cooperadas atuam no espaço e serão atendidas pelo Programa Recicla Mais. “Esse é um programa muito significativo, pois as mulheres já trabalham reciclando resíduos e agora elas vão poder produzir utensílios. Não é uma ajuda apenas no aumento da renda, mas também no fortalecimento da autoestima, no empoderamento socioeconômico dessas mulheres. A partir desse novo olhar que o programa traz,  tende a crescer e se consolidar ainda mais”, destaca a Secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros.