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Lula Cultura

Lei que institui o Sistema Nacional de Cultura é sancionada no Recife

Presidente Lula firma o marco regulatório dos direitos culturais no Brasil, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, enquanto o prefeito João Campos revela planos para o Sistema Municipal de Cultura. (Foto: Rodolfo Loepert) O Recife foi a cidade escolhida para a sanção da lei que institui o marco regulatório do Sistema Nacional da Cultura (SNC). Na noite desta quinta-feira (4), o presidente Luíz Inácio Lula da Silva esteve no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, onde assinou a nova lei. O prefeito do Recife João Campos participou da solenidade, que também contou com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes, autoridades políticas e artistas de pernambucanos e de outros estados.  No último dia 6 de março, o Senado aprovou o Sistema Nacional da Cultura, representando um marco significativo na garantia dos direitos culturais no país. Essa iniciativa visa fomentar a colaboração entre os diferentes níveis de governo - municípios, estados, Distrito Federal e União - para uma gestão conjunta das políticas públicas de cultura. Além disso, busca fortalecer a articulação, informação, fomento e promoção cultural, com participação ativa da sociedade civil. Durante a cerimônia realizada no Teatro Luiz Mendonça, o presidente Lula ressaltou a importância desse marco, destacando que, com o Sistema Nacional da Cultura, o Ministério da Cultura terá recursos assegurados para realizar ainda mais, incluindo iniciativas como a Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo. No evento, o prefeito João Campos revelou ainda que um projeto para a criação do Sistema Municipal de Cultura será encaminhado à Câmara de Vereadores do Recife. Ele destacou a importância desse sistema para que a cidade esteja preparada para integrar o Sistema Nacional de Cultura, cumprindo todas as suas obrigações e compromissos. Afirmou que essa iniciativa é fundamental para garantir a soberania cultural e realizar os sonhos da comunidade recifense. João Campos, prefeito do Recife “Cícero Dias disse que viu o mundo e que ele começava no Recife. Eu diria que, juntos, nós podemos dizer que a gente está vendo o mundo e ele recomeça no Recife. Ele recomeça com a cultura. Presidente e ministra, obrigado por vocês terem escolhido o Recife para fazer a sanção do marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura. Tinha que ser na capital de Pernambuco, essa noite que marca um novo tempo na nossa história. A nossa identidade, a nossa força, a nossa unidade se dá através da nossa cultura, da nossa língua, então é fundamental que a gente construa essa proteção não enquanto governo, mas enquanto Estado. Nós vimos um tempo muito difícil que o Brasil atravessou e, se não fosse a força da nossa gente, da nossa cultura, nós dificilmente conseguiríamos atravessar esse período, mas não é para a cultura passar risco em momento nenhum” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil “Os artistas brasileiros precisam da mesma força que os homens e as mulheres do SUS precisaram ter durante a pandemia da covid-19. Agora nós temos um Sistema Nacional de Cultura, com isso, ninguém vai poder achar que extinguindo um Ministério da Cultura, se extingue a cultura. O que seria do mundo se não fosse a cultura, a arte, a dança? A cultura é parte da alma da nação” Margareth Menezes, Ministra da Cultura “Eu quero dizer que essa conquista é sem precedentes para a consolidação das responsabilidades do Governo Federal, dos governos estaduais, das prefeituras. É uma responsabilidade com o setor artístico do Brasil. Queremos respeito com as trabalhadoras e os trabalhadores da cultura”

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Retrokon

Feira Retrokon promete nostalgia aos amantes do universo geek e nerds

A grande atração deste ano é o talk show gratuito com o ator Nizo Neto De 5 a 14 de abril, das 11h às 20h, ocorrerá a 5ª edição da Retrokon 2024, a Feira Geek de Cultura Pop Retrô, no Paulista North Way Shopping. Durante 9 dias, o evento contará com mais de 60 atrações no palco principal, 10 estandes e uma variedade de produtos à venda, incluindo camisetas, discos de vinil, quadrinhos, livros, adereços, miniaturas e outros itens, com preços a partir de R$ 5. Entre as atrações, destacam-se desfiles de cosplay, apresentações de kpop, performances de bandas musicais e um campeonato de RPG. Com a presença de lojistas de Fortaleza/CE, Maceió/AL, João Pessoa/PB e São Paulo/SP, o evento promete movimentar a economia local, esperando receber cerca de 10 mil visitantes. "Na Retrokon, a diversão é para toda família: um mergulho no passado com muita nostalgia e alegria. Além da diversão, a Retrokon também é um espaço para o empreendedorismo, com estandistas que trazem suas paixões e coleções para compartilhar com os visitantes”, informa Kelmer Luciano – produtor do evento. Nizo Neto celebra 40 anos de carreira com talk show na Retrokon 2024, neste sábado (06) No próximo sábado, dia 6 de abril, às 17h, o ator Nizo Neto, filho do falecido humorista Chico Anísio, estará presente em um talk show durante a 5ª edição da Feira Geek de Cultura Pop Retrô – Retrokon 2024, no Paulista North Way Shopping, em Paulista/PE. Celebrando seus 40 anos de carreira, Nizo Neto conversará com o público sobre sua jornada artística e realizará dublagens de seus personagens mais famosos, incluindo o papel de Daniel San na série Cobra Kai da Netflix, um spin-off dos filmes Karate Kid. A entrada para a feira e a participação no evento com Nizo Neto são gratuitas. No entanto, a produção solicita que os visitantes contribuam com um quilo de alimento não perecível, que será destinado à creche "Lar Manuel Quintão", localizada em Ouro Preto, Olinda/PE. Além disso, haverá a oportunidade de participar de um Meet & Greet por R$ 45, que inclui um espaço VIP para os fãs tirarem fotos com o artista. O evento com Nizo Neto acontecerá no palco principal da Feira de Cultura Geek, localizado no piso L3.

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Exposição “Claudionor Germano – 90 Carnavais” aporta no Centro Apolo-Hermilo

Dos dias 2 a 21 de abril, a mostra aberta ao público exibirá coleção cuidadosamente selecionada de itens que abrange desde discos e compactos até honrarias e homenagens recebidas ao longo da carreira do cantor Depois de um prestigiado show em homenagem aos 90 anos do Mestre Claudionor Germano, em janeiro deste ano, as celebrações ao maior intérprete de frevo dos nossos tempos continuam. A partir de hoje (1) até o dia 21 de abril, a Sala de Exposição do Centro Apolo-Hermilo, bairro do Recife, recebe a exposição "Claudionor Germano - 90 Carnavais - Copergás", patrocinada pela empresa Companhia Pernambucana de Gás. Após a abertura oficial, para convidados, às 17h do dia 1º de abril, a exposição, gratuita, estará aberta ao público, sendo nas segundas das 10h às 17h e de terça a domingo, das 10h às 18h. Nos dias em que houver programação no teatro Hermilo Borba Filho, ela será estendida até às 22h. Na mostra, os visitantes terão a oportunidade de mergulhar na trajetória de Claudionor Germano por meio de uma coleção cuidadosamente selecionada de itens que abrangem desde discos e compactos até honrarias e homenagens recebidas ao longo da carreira do cantor. Serão exibidos, ainda, projeções e material audiovisual que contam a história do artista, acompanhados por uma linha do tempo. Outros itens do acervo são o estandarte do Bloco "O Menino do Frevo", criado em sua homenagem, além da vasta seleção de músicas gravadas em sua voz, que criarão um ambiente musical único e envolvente. Para completar a experiência, o icônico Boneco Gigante de Claudionor estará em destaque. Serviço:"Claudionor Germano - 90 Carnavais" – CopergásLocal: Sala de Exposição do Centro Apolo-Hermilo, Rua do Apolo, 121, Recife/PE.Abertura oficial para convidados: 1 de abril, 17h.Temporada pública: 2 a 21 de abrilVisitação: segundas, das 10h às 17h e de terça a domingo, das 10h às 18h. Nos dias em que houver programação no teatro Hermilo Borba Filho, ela será estendida até às 22h.Entrada: Gratuita

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1964: As memórias do golpe militar em Pernambuco

Nesta semana completam-se 60 anos da ruptura política de 1964, que fez o País mergulhar em uma ditadura de 21 anos, a Algomais inicia hoje uma série de três reportagens sobre essa página da história do Brasil que passou por episódios marcantes no Estado. *Por Rafael Dantas Seja no campo ou na cidade, os movimentos políticos que aconteceram em Pernambuco na década de 1960 foram marcantes para a eclosão do golpe militar que assombrou o País por mais de duas décadas. O movimento de resistência e todo o esforço de preservar a memória dessa época também teve protagonismos locais. A força das Ligas Camponesas, o Movimento de Cultura Popular e a eleição de Miguel Arraes são alguns dos episódios que ajudam a explicar a dura repressão que acontece no Estado após 1964, o terceiro do País com mais desaparecidos políticos segundo a Comissão da Verdade. “Pernambuco é pioneiro em diversos eventos históricos e foi um ponto central em 1964, seja na implementação, no decreto do golpe, mas também no processo de redemocratização. Quando houve o golpe, o governador era Miguel Arraes de Alencar, muito presente nas causas sociais. Pelópidas Silveira era o prefeito do Recife. Mas eu queria alertar para o movimento social que existia em Pernambuco, os movimentos de reivindicação, desde os estudantes da Faculdade de Direito, das Escola de Engenharia e de Medicina, mas também os movimentos do campo, que buscavam reforma agrária e direitos trabalhistas. Isso, alinhado aos movimentos intelectuais, tornava Pernambuco um celeiro de reivindicações sociais. Então, quando estoura o golpe, uma das primeiras ações é sufocar esses movimentos sociais e, logicamente, prender e depor Miguel Arraes”, afirma o historiador e professor da UPE (Universidade de Pernambuco), Carlos André Silva de Moura. O contexto em que emana o golpe no Brasil e atinge em cheio o calor das reivindicações políticas em Pernambuco tem muitas motivações vindas do cenário internacional. Dentro do contexto da Guerra Fria, em um mundo polarizado entre as lideranças dos Estados Unidos e da União Soviética, a explosão da Revolução Cubana, em 1959, liga um sinal de alerta na América Latina. Ditaduras vão se erguer em vários países no continente, com destaques para a Argentina, o Chile e o Brasil. Além do contexto internacional, a historiadora Susan Lewis, também professora da UPE, alerta para o posicionamento das elites brasileiras e pernambucanas, que desejavam uma modernização do País, mas, ao mesmo tempo, a manutenção da sua força política e econômica. O barulho dos movimentos populares da época, sedimentados pelo apoio de intelectuais, foram combustíveis para a repressão. “A classe burguesa estava amedrontada pelo comunismo. Com a renúncia do Jânio Quadros, João Goulart (vice-presidente na época), que estava na China e se aproxima dos trabalhadores e dos jovens, vai ser visto como um comunista. A gente tem uma sociedade que é tradicionalmente conservadora. A elite queria um tipo de desenvolvimento capitalista, queria se modernizar, mas de forma conservadora. Ou seja, o status quo tem que ser mantido”, afirma a pesquisadora que também é integrante do Comitê Memória Verdade e Justiça de Pernambuco. CENÁRIO POLÍTICO DE REIVINDICAÇÕES O coordenador da Cátedra Dom Helder Camara, da Unicap (Universidade Católica) o professor Manoel Moraes, ressalta que para entender o grau de repressão do golpe em Pernambuco, é necessário compreender o processo que o precedeu. “Por que nós somos o terceiro Estado em número de desaparecidos políticos no Brasil? Primeiro é São Paulo, depois, o Rio de Janeiro. Nós tivemos um forte movimento naquela época no pré-golpe de 64 em Pernambuco”, afirma o docente. O pioneirismo das Ligas Camponesas, os primeiros passos do movimento sindical brasileiro e a atuação de lideranças católicas nos movimentos do campo são alguns dos elementos que explicam o protagonismo local na luta por direitos que tanto incomodou o cenário político nacional. Mas, em Pernambuco, se destacou ainda a força de massas em volta do MCP (Movimento de Cultura Popular), do movimento estudantil e da própria Frente Popular de Pernambuco. Para compor esse cenário de forças, há um conjunto de grandes intelectuais, políticos e artistas que participavam ou apoiavam os movimentos sociais que reivindicavam por direitos e pelas chamadas Reformas de Base no País. Paulo Freire, Josué de Castro, o deputado Francisco Julião e o ex-governador Miguel Arraes são apenas alguns desses personagens que atuaram como protagonistas na época. “Pernambuco é um polo extremamente estratégico de luta e a sociedade civil se organizava a partir da nova composição política que hegemonizava no Estado, que era a chamada Frente Popular. Então, a repressão em Pernambuco não foi qualquer repressão”, explica Manoel. TENSIONAMENTOS NO CAMPO Anacleto Julião, filho do ex-deputado e um dos líderes das Ligas Camponesas, Francisco Julião, lembra que quando criança foi levado para Cuba, a convite de Fidel Castro, para fugir do golpe que já se esperava. Ele, sua mãe e irmãos foram para a ilha dois anos antes da queda de João Goulart. Antes de retornarem ao Brasil, eles ficaram exilados ainda no Chile, durante o período de ascensão de Salvador Allende, e posteriormente na Suécia. A ditadura não foi uma surpresa, especialmente para quem estava dentro das lutas de reivindicação. No conjunto das chamadas Reformas de Base, uma em especial tinha relação direta com as movimentações políticas de Pernambuco e que incomodava os golpistas dos anos 60: a reforma agrária. Antes mesmo da formação dos sindicatos rurais, eram as Ligas Camponesas que articulavam a extensão dos direitos aos trabalhadores no campo. “Eu lembro que na nossa casa chegavam centenas de camponeses. Ficavam sentados no terraço e no quintal. Eles vinham pedir ajuda ao então deputado federal Francisco Julião. Depois da formatura, ele começou a defender os camponeses com uma ideia de levar para o campo as Reformas de Base e as leis trabalhistas. Esse movimento se alastrou, primeiro em Pernambuco, em seguida pelo Nordeste e, depois, tomou conta do Brasil”, relembra Anacleto Julião. Francisco Julião foi deputado estadual e federal. Segundo o filho, não cobrava os serviços advocatícios. Como já recebia o salário da atividade política, considerava que deveria defender gratuitamente

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Conservatório Pernambucano de Música celebra o Dia Nacional do Choro

O Dia Nacional do Choro é celebrado em 23 de abril, quando se celebra o nascimento do compositor Pixinguinha, um dos maiores ícones do gênero. O Conservatório Pernambucano de Música (CPM) celebra a data com programação intensa entre os dias 2 e 4 de abril. Além dos shows, que acontecerão no Teatro de Santa Isabel, o evento é gratuito e conta ainda com a parte educativa oferecendo workshops e oficinas no Auditório do CPM. “O evento homenageará o professor e violonista 7 cordas, Ewerton Brandão Sarmento (Bozó), e contará com atrações de peso como a cavaquinista Luciana Rabello, os violonistas 7 cordas Rogério Caetano e Gian Corrêa, Bruno Nascimento e Rafael Marques, assim como o próprio homenageado que se apresentará com o seu Grupo Mandinga”, explica a diretora geral do Conservatório, Janete Florêncio. Historicamente, Pernambuco desempenha um papel fundamental na formação e desenvolvimento do Choro com músicos de peso como João Pernambuco, Tia Amélia, Luperce Miranda, Severino Araújo, dentre tantos outros. O Conservatório Pernambucano ocupa um lugar de destaque no fomento e preservação do gênero por ser a primeira instituição no Brasil a formalizar o ensino do Choro no final da década de 1970 e início de 1980 na Gestão de Henrique Gregori. PROGRAMAÇÃO: Dia 02.04 (Terça-feira) Show de Abertura com Rogério Caetano e Gian CorreaLocal: Teatro de Santa IsabelHorário: 19h Dia 03.04 (Quarta-feira) Oficina de Choro com Bruno Nascimento e Rafael MarquesLocal: Conservatório Pernambucano de MúsicaHorário: das 09h às 12h Workshop Luciana RabelloLocal: Conservatório Pernambucano de MúsicaHorário: das 14 às 17h Show com Bruno Nascimento e Rafael MarquesLocal: Teatro de Santa IsabelHorário: das 19h Show com Grupo MandingaLocal: Teatro de Santa IsabelHorário: das 20h Dia 04.04 (Quinta-feira) Oficina de Choro - Beto do Bandolim e BozóLocal: Conservatório Pernambucano de MúsicaHorário: 09h às 12h Workshop com Rogério Caetano e Gian CorrêaLocal: Conservatório Pernambucano de MúsicaHorário: 14h às 17h Show com Luciana RabelloLocal: Teatro de Santa IsabelHorário: 19h

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Artesa Leninha Nascimento foto Salatiel Cicero

Pesquisa revela o perfil e os desafios das artistas do barro de Tracunhaém 

“Mulheres do Barro” realizou um mapeamento cujos resultados serão apresentados de forma online no próximo dia 04 de abril. Na foto, a artesã Leninha Nascimento. Foto: Rúbia Batista O município de Tracunhaém, localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco e distante 62 km da capital Recife, é amplamente reconhecido como um importante polo cerâmico. Com menos de 14 mil habitantes, cerca de 50% da sua população está envolvida na transformação do barro em peças utilitárias ou obras de arte, o que lhe rendeu o título de Capital do Artesanato em Cerâmica pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. Com o intuito de compreender e destacar o trabalho das mulheres artistas de Tracunhaém, duas artesãs e produtoras culturais apresentaram, em primeira mão, uma prévia do projeto "Mulheres do Barro". Este estudo, considerado um censo cultural, realiza um mapeamento das mulheres artesãs da cidade, revelando suas técnicas, experiências e contribuições para a cultura local. A iniciativa foi viabilizada com o apoio do edital Micropojeto do Funcultura. Durante o período de novembro de 2023 a janeiro deste ano, as produtoras empreenderam uma busca ativa, visitando ateliês, olarias e residências em Tracunhaém, coletando dados por meio de questionários junto às mulheres artistas. Cerca de 50 artistas, predominantemente negras, foram entrevistadas, abrangendo uma ampla gama de habilidades criativas, todas utilizando o barro como matéria-prima. O lançamento completo dos resultados desse trabalho, destinado a preservar a memória da tradicional arte em cerâmica e das mulheres dedicadas a esse ofício, ocorreu nos dias 22 e 23 em Tracunhaém. Mas no próximo dia 04/04 haverá um lançamento digital no site do projeto mulheresdobarro.com.br  e no canal do Youtube https://www.youtube.com/@Mulheresdobarro, a partir de 11h, que poderá ser acompanhado de qualquer lugar do mundo.  Perfil das artesãs A faixa etária das mulheres mapeadas que trabalham com cerâmica em Tracunhaém é bem abrangente, vai dos 16 aos 95 anos. 34,04% das mulheres mapeadas são jovens adultas (estão entre 25 e 35 anos), e 23% delas são pessoas idosas (têm idades igual ou superior a 60 anos). "Uma nova geração de mulheres tem mantido a tradição com o barro na cidade, enquanto profissão e fazer artístico. Ao mesmo tempo, idosas ainda têm o barro como subsistência e também mantêm a tradição", esclareceu Gabriela Feitosa, pesquisadora colaboradora no Mapeamento Mulheres do Barro.  Em relação ao tempo de experiência das mulheres com cerâmica, a pesquisa identificou que 88,36% das mulheres mapeadas têm mais de dois anos de experiência com cerâmica. E 47% das mulheres estão atuando há mais de 10 anos na área, indicando que grande parte das artistas, de fato, têm prática no seu fazer artístico e profissional. No âmbito da maternidade, 74,5 % das mulheres mapeadas são mães; 54,29% delas têm mais de um filho e 44,7%, são chefes de famílias. “As mulheres que são mães têm maior dificuldade de permanecer e de se manter no mercado de trabalho, por isso esse grupo precisa de maior incentivo e fortalecimento. Os filhos dessas mulheres representam uma possibilidade de continuidade da tradição da cerâmica no território, essas pessoas devem ser apoiadas”, detalhou Silvia Ribeiro, coordenadora geral e idealizadora do Mulheres do Barro. Perfil econômico da atividade O estudo também mostra que a cerâmica é a principal fonte de renda para 80,09% das inquiridas. No que diz respeito ao local de trabalho delas, apenas 14,9% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em associações ou coletivos; 31,9% das ceramistas trabalham na própria residência e 31,9%, atuam em estruturas improvisadas. Do total, 53,2% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em ateliês familiares. "Poucas mulheres trabalham com o apoio de associações ou coletivos. Esses dados demonstram que, se houver investimentos em espaços coletivos, mais mulheres poderão se utilizar desses ambientes para se desenvolverem profissionalmente. As mulheres que trabalham em suas casas usam parte de pequenos espaços para o trabalho", explicou Cintia Viana, coordenadora pedagógica e idealizadora.  61,7% das entrevistadas, na pesquisa, desenvolvem peças autorais; e 38,3% das mulheres ouvidas não consideram suas peças autorais. “A imposição do mercado da cerâmica no território dificulta a possibilidade do desenvolvimento do processo artístico autoral das mulheres mapeadas, tendo em vista que na maior parte do tempo os trabalhos são desenvolvidos para atender a um mercado e sobra pouco tempo para o desenvolvimento autoral das artistas", analisou a pesquisadora Gabriela Feitosa. Dentro do mesmo cenário, 87,2 % das mulheres mapeadas têm interesse em se qualificar mais em relação à cerâmica, o que demonstra a necessidade de investimentos nas mulheres que atuam no ramo ceramista de Tracunhaém. Desafios para o segmento Para a equipe do projeto, a história da cidade da Zona da Marta Norte se mistura com a da sua arte, que é um verdadeiro patrimônio cultural de Pernambuco e do Brasil. Mas, nessa história, o papel das mulheres precisa ser evidenciado e o Estado deve apoiar cada vez mais essas artistas. Pois o apoio ao empreendedorismo feminino permite que as mulheres tenham mais controle sobre seus próprios meios de subsistência e se tornem cada vez mais economicamente independentes. Promoção de inclusão social e equidade de gênero é tarefa do poder público. Além disso, incentivos das instituições a essas pessoas podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Nordeste como um todo. Além da coleta de dados, o projeto também incluiu a produção de um documentário que foi gravado e montado entre fevereiro e março deste ano, intitulado "Mulheres do Barro". Nele as produtoras se unem a uma equipe de realizadores do audiovisual da Mata Norte, e contam como foi esse mapeamento mostrando a história de 12 artesãs da cidade de Tracunhaém. Realizado com recurso da Lei Paulo Gustavo do município, a obra pode ser vista na página oficial do projeto nas redes sociais e no Youtube.

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mariscada

Mariscada: Um potencial Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

A iniciativa liderada pelo Instituto Negralinda visa o reconhecimento deste prato tradicional como forma de impulsionar o Turismo de Base Comunitária em várias localidades pernambucanas. Uma receita que mistura os "frutos do mangue" com tradição e história, a Mariscada é um prato típico das regiões litorâneas do nordeste brasileiro. Em Pernambuco, ela se destaca não apenas pela culinária, mas também pelo seu impacto social. Com esta proposta, combinando gastronomia, preservação cultural, sustentabilidade e combate às desigualdades, o Instituto Negralinda lança no dia 20 de março a campanha "Oxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor!". O objetivo é elevar este prato ao status de Patrimônio Cultural Imaterial do estado. O evento de lançamento, reservado para convidados, será realizado no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, no bairro do Recife. A campanha já angariou apoio de parceiros como a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e o Sebrae. Em colaboração com o Instituto Negralinda, o Sebrae vem desenvolvendo nos últimos três anos o projeto socioambiental de empreendedorismo feminino "Marisqueiras Empreendedoras", beneficiando atualmente mulheres marisqueiras e pescadoras em 10 municípios do litoral pernambucano. Esta iniciativa contribui para combater desigualdades sociais, promovendo educação, saúde e bem-estar através do empreendedorismo colaborativo, beneficiando 850 mulheres. De acordo com o Cadastro de Pescadores Artesanais do Litoral de Pernambuco realizado em 2019 pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Semas), cerca de 11.367 pescadores e pescadoras artesanais atuam no estado. No entanto, o segmento enfrenta desafios relacionados à qualificação das organizações, aspectos sanitários (infraestrutura para beneficiamento e comercialização), problemas ambientais (pesca predatória) e de gestão e planejamento das colônias. Chef Negralinda “O nosso objetivo com a campanha é transformar a Mariscada em um prato regional reconhecido, para que por meio da Gastronomia do Mangue seja possível fortalecer a cadeia produtiva, capacitar as marisqueiras e criar mais lugares que forneçam a Mariscada, contribuindo também com o turismo gastronômico. O qual Pernambucano já é referência” Edy Rocha, diretor executivo do Instituto Negralinda “Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades que vivem da cadeia produtiva do marisco. Nosso objetivo é atender as necessidades urgentes da população pesqueira, como: acesso à inovação, capacitação, geração de renda, acesso ao mercado direto sem o atravessador, além de ajudar a promover a igualdade social e a inclusão de grupos vulneráveis. Ao fornecer para as marisqueiras e pescadores artesanais o acesso a qualificação, o Instituto Negralinda contribui para combater essas desigualdades e resolver os principais problemas referentes aos aspectos sanitários e segurança alimentar”.

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Bruna Pedrosa

"Corbiniano é um artista ímpar e merecia estar em espaços sacralizados como os museus"

Bruna Pedrosa, curadora da exposição sobre o artista plástico conhecido por suas esculturas de figuras longilíneas em alumínio e pelo painel Revoluções Pernambucanas, fala da trajetória dele e da importância da sua obra. Também ressalta a necessidade dele ser mais reconhecido no Estado e no País. (Foto: Arnaldo Carvalho) A exposição 100 anos de Corbiniano Lins – A Festa! que está no shopping RioMar é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais esse que é considerado um dos mais talentosos e importantes artistas plásticos de Pernambuco e do País. Negro, de origem humilde e nascido em Olinda, ele trabalhou com desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria, mas é mais identificado por suas esculturas. Elas foram produzidas com uma técnica muito particular, em que esculpia no isopor com faca de cozinha que era enterrado numa caixa de madeira, onde derramava o alumínio fundido. Os recifenses que não ouviram falar de Corbiniano, mas veem no dia a dia, monumentos criados por ele como Revoluções Pernambucanas, na Av. Cruz Cabugá, ou O Mascate, na Praça do Diário, ou mesmo algumas esculturas de mulheres na entrada de prédios da cidade, certamente vão reconhecer nas peças expostas seu traço fino e figuras longilíneas característicos do artista. Cláudia Santos conversou com a curadora da exposição Bruna Pedrosa, que falou sobre a mostra e a vida de Corbiniano. Ela destacou a participação dele no Ateliê Coletivo nos anos 1950, liderado por Abelardo da Hora, e que contava com artistas como Zé Claudio, Brennand e Samico. Apesar de sua importância, Bruna ressalta que Corbiniano ainda não desfruta de um reconhecimento como os demais colegas de seu tempo e credita isso ao racismo. Salienta, por exemplo, a lacuna existente em relação a livros sobre ele e o fato de suas obras não serem expostas em locais como museus. O que o público vai conferir nessa exposição, 100 anos de Corbiniano Lins - a Festa? Trouxemos um pouco de cada linguagem, uma pequena amostra de cada uma das técnicas desse artista que é conhecido pelas esculturas, mas tem outras linguagens e era bom em tudo. É impressionante! A festa — do título da exposição — remete à celebração do seu centenário e a um texto de Hermilo Borba Filho em um álbum com 10 serigrafias de Corbiniano que encontramos durante a pesquisa de curadoria. Neste álbum, intitulado Recife, de janeiro a janeiro, são retratadas manifestações da cultura popular, frevo, maracatu, caboclinhos, mostrando que somos um povo festeiro. Além do texto curatorial explicando essa temática, a exposição traz uma linha do tempo com marcos biográficos e principais obras, um texto chamado Técnicas e Temas e, em seguida, mostramos pelo menos uma obra de cada técnica usada por Corbiniano: desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria até chegar às esculturas. A figura feminina é bastante representada em suas esculturas em formas sinuosas e elegantes. Qual a relação das mulheres com a arte de Corbiniano Lins? O primeiro acesso dele ao universo artístico e artesanal da manualidade foi por meio das mulheres da família, que eram costureiras e trabalhavam com tapeçaria. Filho de um holandês que morreu quando ele tinha meses de vida, Corbiniano foi criado pela mãe e pelas tias e irmãs em Olinda. Começou a ajudá-las na tapeçaria aos 8 anos de idade e passou a se interessar pelo desenho copiando as gravuras dos tapetes. As mulheres foram importantíssimas nessa primeira formação, por isso ele tem uma relação forte com a representação da figura feminina. Quando adulto e mesmo casado, Corbiniano se relacionou afetivamente com muitas mulheres, era um boêmio como a maioria dos homens e artistas da época. Havia também as mulheres que posavam para seus desenhos e esculturas. Daí a diversidade de corpos em sua obra, mesmo predominando as figuras longilíneas, pernudas, de bumbum e seios fartos. Conviveu com mulheres artistas como Teresa Costa Rêgo e Ladjane Bandeira. Sempre expressou sua gratidão reconhecendo a importância de ter convivido com mulheres que também eram artesãs, artistas, em uma época ainda mais difícil que hoje, quando os homens sempre estavam à frente ocupando os espaços, sobretudo nas artes. Acho que tem essa admiração dele pelas mulheres dessa forma mais ampla possível, da mãe, às esposas, filhas, às modelos, às artistas, a todo o universo feminino com que ele conviveu tanto. Então, pelo fato dele estar rodeado de mulheres, de ouvi-las e observar suas personalidades conseguiu captar o universo feminino de forma profunda. Como foi sua trajetória artística? O primeiro contato com a arte foi, então, com a família, em Olinda? Sim, em Olinda, na primeira infância com as mulheres da casa, ele começa com tapeçaria e desenho. Na segunda infância, vai para o Recife e aprende outras técnicas, estudando em uma instituição pública federal, a Escola Técnica de Artes e Artífices. Na década de 1950, quando chega no Ateliê Coletivo, junto com Abelardo da Hora e outros artistas da época como Celina Lina Verde, passa do desenho para a arte tridimensional. Então, experimenta a escultura no barro, depois em terracota, em gesso e cimento até chegar à técnica da forma perdida, pela qual ele é mais conhecido. Nessa técnica, ele esculpia em tamanho natural no isopor usando uma faca de cozinha e palitos de churrasco, enterrava esse isopor numa caixa de madeira e derramava o alumínio, que ocupava o lugar do isopor se transformando nas famosas esculturas de alumínio fundido. Essa técnica vem da Europa, outros artistas já a usaram, mas poucos se identificaram tanto com ela quanto Corbiniano. Ele apaixona-se por ela, dando continuidade de forma mais profunda. Como um homem pobre, negro de Olinda, tornou-se um dos mais importantes artistas plásticos de Pernambuco e do Brasil? Por mérito da sua arte. Apesar de seu talento, sua trajetória é marcada por apagamentos do racismo. Há uma lacuna bibliográfica impressionante sobre ele, mesmo tendo esculturas e obras públicas espalhadas no Recife e em outros Estados que são cartões postais como A Sereia em Maceió e a Iracema em Fortaleza. É comum encontrarmos

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10 fotos de Recife e Olinda Antigamente para celebrar o aniversário das cidades-irmãs

Para celebrar o aniversário das duas cidades, que acontece hoje (dia 12), a coluna Pernambuco Antigamente de hoje reúne algumas imagens de lugares e paisagens simbólicas do Recife e de Olinda. As fotos pertencem ao banco de imagens da Fundação Joaquim Nabuco, na Villa Digital, da Biblioteca do IBGE e do Museu Aeroespacial. Clique nas fotos para ampliar. Vista para as cidades de Olinda e Recife Obras da prefeitura de Olinda entre o largo do Amparo e o Largo de São João, em 1946 Estação de Trem em Olinda Prefeitura de Olinda em dia de Carnaval Foto: Passarinho/Pref.Olinda www.olinda.pe.gov.br Seminário de Olinda Bairro do Recife Avenida Boa Viagem Praça da República Praça da Independência Praça Rio Branco, no Marco Zero. * Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Cantor venezuelano Armando Fuentes faz show no Recife com repertório de Luís Miguel

Besame Mucho, El Dia Que Me Quieras e Solamente Una Vez, são algumas das composições interpretadas no show. Foto: Fotos Jesús Rondón Um projeto com sotaque internacional, idealizado e interpretado pelo jornalista, cantor e compositor Armando Fuentes, da Venezuela, terá uma apresentação única no Pátio Café e Restaurante, localizado nas Graças, no próximo dia 15 de março, a partir das 19h30. O objetivo desse projeto é fomentar a cultura latino-americana, trazendo à tona temas imortalizados na história da música mundial. No show, os espectadores poderão apreciar composições cantadas em espanhol, como “La Barca”, “Besame Mucho”, “El Dia Que Me Quieras”, “Solamente Una Vez”, “No Me Platiques Más”, “Inolvidable”, “Mucho Corazón”, “No Sé Tú”, “História de Un Amor”, “Sin Ti”, “Nosotros”, “Sabor A Mi”, “El Reloj”, “Jurame”, “Uno” e “Volver”. Além disso, o repertório inclui composições brasileiras da Bossa Nova e do Samba, como “Delírio”, de Tom Jobim, e “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria, enriquecendo o contexto cultural e musical do intérprete venezuelano. Armando Fuentes apresenta uma fusão de ritmos, combinando o Bolero Tradicional e o Tango, com instrumentos originais como violão, acordeon, piano, bongô e congas. Além disso, ele acrescenta elementos como bateria, contrabaixo, guitarra e sopros de metal (saxofone, trompete e trombone), bem como as cordas de violino. Armando Fuentes “Neste projeto eu busco apresentar uma sonoridade mais atual e moderna ao espetáculo. Ofereço ao público além de qualidade musical a preservação dessa cultura para os que sentem saudades desse tempo, englobando um público de gerações com 80, 70, 60 e 50 anos de idade e o reconhecimento da mesma pelas novas gerações de 40, 30, e 20 anos sendo agente multiplicador de arte, história, cultura e tendência musical mundial para Pernambuco”. SERVIÇO:O que: Projeto “Armando Fuentes canta Los Romances de Luís MiguelDia: 15.03.24 (sexta-feira)Local: Pátio café e RestauranteAv. Rui Barbosa, 141- Graças- RecifeEntrada: R$ 25,00Informações e ReservasTelefone/Whatsapp:(81) 99843-6979 (81)3034-3534 Instagram do Artista: @armando.fuentesoficial Instagram do Restaurante: @opatiocafe

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