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Tomalsquim

"O Nordeste vai ser afetado negativamente pela privatização da Eletrobras"

O consumidor, assustado com o valor da conta de luz, tem acompanhado pelo noticiário as informações da privatização da Eletrobras. O assunto é complexo e envolve leilões de energia elétrica, diferentes fontes energéticas e a estrutura do sistema elétrico brasileiro, que abrange capital estatal e privado. Para complicar ainda mais a compreensão, a Medida Provisória 1.055, que estabelece a privatização da Eletrobras, recebeu do Congresso vários jabutis. O termo no jargão político refere-se a emendas parlamentares que não têm ligação direta com o tema da MP, e que destoam do texto original. Para explicar toda essa intricada conjuntura, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Mauricio Tolmasquim conversou com Cláudia Santos. Ex-secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia e ex-presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Tolmasquim esclarece por que a conta de luz está tão alta, e analisa as consequências da privatização da Eletrobras para o setor elétrico e para o consumidor do Brasil, em especial do Nordeste. Qual a importância da Eletrobras? A Eletrobras é a maior empresa elétrica da América Latina, detém cerca de 1/3 da capacidade de geração de energia elétrica do Brasil, sendo que 90% dessa capacidade é de baixas emissões de gases de efeito estufa. Também detém quase 50% da transmissão e tem ainda papel relevante em programas governamentais, como o Luz para Todos, o Procel, programa de conservação de energia elétrica e o Proinfo, de fontes alternativas de energia. A Eletrobrás é ainda controladora do Cepel que é o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, que presta serviços e apoia uma série de empresas do setor elétrico. Como o senhor analisa a proposta de privatização do Governo Federal? Creio que a privatização seria desnecessária e os argumentos para a realização não têm base justificável. A primeira argumentação é que se não houver a privatização, haveria falta de recursos para expandir o setor. Só que não é verdade. O interesse dos investidores privados tem sido muito grande desde 2004, com a introdução dos leilões para contratação de energia. Os vencedores ganham contratos de longo prazo, que tornaram muito atrativos os leilões. Tanto que de 2005 a 2018, o setor cresceu, expandiu a sua capacidade quase 4,5% ao ano, um valor bem acima ao crescimento da economia, e 80% desse investimento foi de capital privado. Investiram sobretudo em geração eólica, solar, termelétrica e mesmo hidrelétricas, algumas em parceria com Eletrobras. Os leilões são organizados com uma quantidade grande projetos inscritos, ou seja, há uma oferta muito maior do que demanda, portanto, não é verdade que haveria uma premência de privatizar a Eletrobras para suprir a segurança do sistema. O segundo argumento é que a Eletrobras traria prejuízos ao Tesouro. Mas se olharmos os quatro últimos anos, a estatal apresentou lucro de R$ 36 bilhões e contribuiu com o orçamento da União. Por outro lado, essa privatização da maneira como está sendo feita, tem dois impactos indesejados. O primeiro, os investidores vão poder ter no máximo 10% do capital votante. Isso é argumentado como um mecanismo de democratização da propriedade da empresa, para criar uma corporation. Mas a verdade é que os grandes operadores de empresa do setor elétrico não entram numa privatização se não tiver o controle da empresa. Quando o capital é muito pulverizado, atende-se mais ao setor financeiro que geralmente está muito interessado em retorno a curto prazo. Porém, o setor elétrico realiza projetos muito intensivos em investimentos e têm o retorno a mais longo prazo. Então, pode haver uma incompatibilidade entre a necessidade setor elétrico e o interesse do capital financeiro. Outra questão é que apesar de a Eletrobras ter reduzido sua participação na geração e mesmo na transmissão, ela ainda tem importância grande dentro do sistema, é a maior empresa da América Latina. Ao ser privatizada, será uma empresa com um poder de mercado muito grande, o que pode ser contra a competição e ter um efeito de oligopólio, o que é ruim para o consumidor. Então as contas de luz dos consumidores podem aumentar ainda mais com a privatização? Acho que pode aumentar não só por conta disso, mas também pelo processo de descotização que vai ocorrer. O que é descotização? Em 2012, várias hidrelétricas estavam para findar o período de concessão e deveriam voltar para a União que iria leiloar essa concessão. Na época, foi oferecida às concessionárias – sejam as estaduais, a Eletrobras, ou as privadas – que quem tivesse interesse em estender por mais de 30 anos a concessão e aceitasse, em contrapartida, reduzir a sua tarifa e vendesse a energia pelo preço de custo mais uma taxa de lucro de 10%, teriam a concessão estendida. Na verdade, depois que uma hidrelétrica tem o investimento amortizado, o custo operação e manutenção é muito baixo. Então, a Eletrobras vende a energia das hidrelétricas a um preço de cerca de R$ 75 o megawatt/hora, mas na privatização está previsto que as hidrelétricas possam vender energia ao preço do mercado que hoje está em torno de R$ 250 o megawatt/hora, ou seja, quase o triplo e isso vai pressionar as tarifas. É verdade, que parte do recurso arrecadado com a privatização vai para o Tesouro e parte vai para abater a conta de desenvolvimento energético, que é uma conta que o consumidor paga para dar subsídios. Só que esse valor que vai entrar não compensa o aumento da descotização. Além disso, esse valor será pago em pequenas parcelas. Está previsto que entre para abater a conta de desenvolvimento energético cerca de R$ 32 bilhões, sendo R$ 5 bilhões agora e restante será abatido R$ 1 bilhão até 2047, que no total é muito pouco. Só este ano, a conta de desenvolvimento energético, é, por acaso também, de R$ 32 bilhões. Então isso não vai compensar o impacto do aumento tarifário que vai ter por causa da descotização. A tarifa também será afetada porque a lei de privatização da Eletrobras trouxe consigo uma série de jabutis que são emendas colocadas pelo Congresso que não têm relação com o

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capa 194.4

Qual a solução para o lixo?

*Por Rafael Dantas Ao desenhar em palavras o seu município, a escritora e catadora Maria Carolina de Jesus dizia: “O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos”. Os versos que revelavam o drama social em que ela estava inserida, apontava ainda em meados da década de 50 um problema que iria explodir no Brasil: o descarte inadequado dos resíduos sólidos. Se a autora do clássico Quarto de Despejo narrava os dejetos espalhados pelas ruas e na porta da comunidade em que morava, a principal figura que viria a ilustrar esse desafio no País nas décadas seguintes seria a dos lixões. Diferentes versões da mesma tragédia, com implicações sociais, econômicas e ambientais. No entanto, nos últimos anos esse roteiro vem ganhando novas linhas, com o avanço da coleta seletiva e com o uso de novas tecnologias. Assine a Revista Algomais e leia a reportagem de capa na edição 194.4: assine.algomais.com

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defesa civil estadual atualiza numeros de desabrigados e desalojados em alagoas

Alerta de chuvas fortes permanece em Pernambuco e no Nordeste no final de semana

(Agência Brasil) O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) manteve alerta com aviso de chuvas mais intensas a partir de hoje (27) à noite e se estendendo até o final de semana no litoral do Nordeste, com maior intensidade na Paraíba, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte e em Alagoas. Segundo o instituto, são esperadas chuvas que podem variar de 150 a 200 milímetros (mm) por dia. “Há a previsão de mais chuvas, que podem variar entre 150 mm e 200 mm por dia até o final de semana. Elas devem retornar com mais intensidade a partir desta sexta-feira à noite se estendendo até o domingo e devem novamente atingir áreas que já sofreram impactos nos últimos dias”, disse a coordenadora geral de Meteorologia Aplicada do Inmet, Márcia Seabra, durante entrevista coletiva sobre o tema. Desde o início da semana, esses estados já sofrem com os impactos das chuvas que têm causado desastres como deslizamentos, inundações e rompimento de barragens. O instituto já havia emitido um alerta de perigo, que incluiu também Sergipe. “Desde a semana passada a gente começou a emitir notícias e notas sobre as condições de chuva na Região Nordeste para os dias seguintes. Essa chuva ficaria concentrada principalmente no leste, desde o litoral de Alagoas até o Rio Grande do Norte e elas foram bem mais intensas desde ontem”, esclareceu Márcia. Segundo a coordenadora, houve uma elevação acima da média na temperatura das águas dos oceanos que gerou um aumento na umidade. Essa umidade está sendo transportada pelos ventos para o continente, o que acaba gerando um grande volume de chuvas. Diante da previsão de grande acumulado de chuvas, o Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastres (Cenad), responsável pelo acompanhamento desse tipo de situação, disse que já entrou em contato com as defesas civis estaduais e municipais e segue monitorando o cenário. A secretária nacional de Proteção e Defesa Civil substituta, Karine Lopes, afirmou que já foi feita reunião com as defesas civis nos estados para a troca de informações e antecipação de possíveis situações. “Essas ações objetivam uma preparação dos órgãos nos estados e municípios para que o risco seja diminuído. Estamos também com equipe em campo para compartilhar as informações para que cheguem aos cidadãos para que eles estejam preparados em caso de ocorrência de desastres”, disse.

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rio beberibe

Em 48h, Recife registra quase 80% das chuvas previstas para todo o mês de maio

Defesa Civil está de prontidão para atender aos chamados da população, que devem ser feitos a qualquer momento pelo telefone 0800 0813400. Aulas da rede municipal de ensino estão suspensas hoje (Da Prefeitura do Recife) A Defesa Civil do Recife informa que, nas últimas 48 horas, foram registradas chuvas que chegaram a 258 mm em algumas partes da cidade, quase 80% do total previsto para todo o mês de maio, que é de 328,90 mm. Das 17h da terça (24) às 5h desta quarta (25) a Defesa Civil recebeu 78 chamados da população, entre pedidos de vistorias e solicitações de lonas, nenhum deles grave. Os técnicos estão sempre de prontidão para atender aos chamados da população, que devem ser feitos a qualquer momento pelo telefone 0800 0813400. A Prefeitura do Recife está adotando uma série de medidas devido ao alto volume de chuvas registrado no Recife, sobretudo nas últimas 12 horas. As aulas da rede municipal de ensino estão suspensas e recomendamos a suspensão na rede privada de ensino também. A Prefeitura orienta ainda a população a evitar deslocamentos na cidade no momento. Equipes da Defesa Civil estão acompanhando a situação das áreas de morro da cidade e a CTTU está monitorando e orientando sobre os pontos com alagamentos. Infraestrutura e Emlurb estão mobilizadas para as demandas de poda e retirada de árvores, além de serviços de desobstrução da rede de drenagem. A CTTU mantém 150 agentes e 165 orientadores de trânsito trabalhando em áreas afetadas pelas chuvas. Entre 0h e 5h30 desta quarta-feira (25) não foram registrados sinistros de trânsito com vítimas. Há técnicos trabalhando para realizar os ajustes necessários na rede semafórica. Nesse período foram identificados sete semáforos com mau funcionamento. As equipes já estão nas ruas para os devidos reparos. A Emlurb acrescenta que foram registradas três ocorrências com árvores e queda de galhos durante a noite de ontem e madrugada de hoje. Todas já concluídas pelas equipes do órgão. A Prefeitura do Recife está investindo R$ 148 milhões na Ação Inverno 2022, um crescimento de cerca de 50% em relação ao ano passado, incluindo obras de contenção de encostas, limpeza de canais, micro e macrodrenagem, prevenção e monitoramento em áreas de risco e eliminação de pontos críticos de alagamento, entre outras atividades.

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covid pesquisa

Covid-19 atingiu 35% dos lares brasileiros no 1º trimestre

Dados são de pesquisa em 3.400 domicílios entre 15 e 31 de março (Da Agência Brasil) Nos primeiros três meses de 2022, mais de um terço dos lares brasileiros teve algum contaminado pelo coronavírus causador da covid-19. A revelação é do levantamento LinkQ, realizado pela empresa de pesquisas Kantar. As conclusões trazem ainda dados sobre aspectos comportamentais da população em meio à pandemia e à campanha de vacinação. Os resultados foram obtidos a partir de uma amostragem de 3.400 domicílios, de todas as regiões do país. Entrevistas presenciais com um dos moradores de cada residência foram realizadas entre 15 e 31 de março. Em 10% dos lares visitados, os pesquisadores foram informados que todos os residentes do imóvel foram contaminados nos três primeiros meses de 2022. Em outros 10%, o coronavírus foi contraído por apenas uma pessoa e em 15% houve alguns infectados. Ao todo, em 35% dos domicílios visitados, a covid-19 fez alguma vítima entre janeiro e março. Segundo dados do painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o primeiro trimestre deste ano foi o período em que o país assistiu a uma explosão de novos casos devido à disseminação da variante Ômicron. Ele concentra 25,1% de todas as 30,8 milhões de ocorrências registradas no país desde o início da pandemia. Por outro lado, apenas 6,1% das 665 mil mortes por covid-19 ocorreram nesses três meses. Como já mostraram diferentes pesquisas, a vacinação se mostrou capaz de reduzir o risco de morte. No final do primeiro trimestre, mais de 74% dos brasileiros já haviam recebido duas doses. No levantamento realizado pela Kantar, apurou-se que a campanha de vacinação alcançou quase todos os lares do país. Em 90% dos domicílios visitados, ao menos uma pessoa foi imunizada. Em apenas 7% ninguém se vacinou. Nos demais 3%, os moradores não declararam. ComportamentoOs resultados do levantamento indicam ainda uma cautela na retomada das rotinas pré-pandemia: 55% dos entrevistados discordaram da volta ao convívio social antes da vacinação, e 61% concordaram que, mesmo imunizados, devem continuar saindo apenas para atividades essenciais. Para 47%, a pandemia mudou hábitos de alimentação dentro de casa, enquanto 53% disseram que houve alterações em práticas alimentares fora do lar. O levantamento também revela que para 60% a vida financeira ou profissional foi afetada negativamente pela pandemia em algum momento.

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capa 194.3

Cresce interesse pelo turismo gastronômico em Pernambuco

Para degustrar Pernambuco! A gastronomia tem sido uma saborosa maneira de impulsionar o turismo de Pernambuco, criar novos roteiros e gerar renda para chefs e comunidades. A hora da refeição é um dos atrativos para os turistas que vêm para Pernambuco e para os pernambucanos que se deliciam com experiências gastronômicas que são servidas nas mesas de diversos municípios. Dos frutos do mar do litoral à comida regional sertaneja, passando pelas rotas do vinho, da cachaça e dos cafés, o Estado serve aos visitantes uma variedade bem extensa de alternativas de turismo gastronômico. Além de ser uma maneira prazerosa de conhecer a cultura pernambucana, essa atividade também tem revelado novos roteiros turísticos e permitido a geração de renda em comunidades e locais onde não havia movimentação turística. Leia a reportagem de capa da semana na edição 194.3 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Pernambuco DivulgacaoSEI

Pernambuco recebe investimentos de R$ 455 milhões em parques eólicos

Ventos do Piauí II e Ventos do Piauí III já estão em obras e deverão entrar em operação em novembro deste ano (Do Governo de Pernambuco) O governador Paulo Câmara anunciou, nesta quinta-feira (19.05), a construção de mais dois complexos eólicos da Auren Energia no Estado: Ventos do Piauí II e Ventos do Piauí III. A empresa, uma das maiores plataformas de geração e comercialização de energia renovável do Brasil, aplicará um total de R$ 455 milhões nessa implantação, abrangendo os municípios de Araripina, Ouricuri e Santa Filomena, no Sertão do Araripe. Já está em funcionamento em Pernambuco o parque eólico Ventos de Araripe III, em Araripina. Os dois parques, que estão nos limites do Piauí e de Pernambuco, têm previsão de iniciar as operações em novembro deste ano. O empreendimento já está em obras e, no pico da construção, vai gerar cerca de 590 postos de trabalho. A capacidade instalada será de 94,5 MW, dentro de uma área de 105 hectares. Esta é mais uma intervenção privada que se soma aos R$ 5 bilhões de investimentos públicos do Plano Retomada. “Seguimos buscando a atração de empresas que priorizam a sustentabilidade. Pernambuco apresenta condições climáticas favoráveis para geração de energia limpa. São iniciativas como essa que nos ajudam a desenvolver as cidades e também a gerar emprego e renda”, disse Paulo Câmara, que recebeu o presidente da Auren Energia, Fábio Zanfelice, juntamente com o diretor da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu e Lima, na unidade da Adepe na capital paulista. A Auren, que nasceu da reorganização societária dos ativos da Votorantim S.A e do CPP Investments, opera atualmente 21 parques eólicos entre o Piauí e Pernambuco, e avança no desenvolvimento de um potencial de 474 MWac de capacidade instalada em projetos solares fotovoltaicos na região do Araripe. ENERGIA LIMPA - A Auren Energia chega para incrementar os investimentos em energia limpa do Estado. Cinco empreendimentos já estão em fase de operação ou implantação. Juntos, totalizam um aporte da ordem de R$ 5,3 bilhões, com a expectativa de geração de mais 3,2 mil empregos diretos. Estão entre eles, a Kroma Energia (obras a iniciar), a Eólica Tecnologia (unidade a ser inaugurada no segundo semestre deste ano), a Solatio (em operação e outros projetos em negociação), Enel Green Power (em operação) e Canadian Solar (em operação e outras unidades em implantação). A Auren Energia é uma das maiores plataformas de geração e comercialização de energia renovável do Brasil. A companhia opera com uma matriz limpa e diversificada em ativos localizados em diferentes regiões e uma capacidade instalada de 3,3GW.

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Leitos pediatricos Maria Lucinda Credito Miva Filho 1

Em 2 semanas, Pernambuco deve dobrar número de leitos de UTI para crianças

Estado também autorizou convocação de novos profissionais concursados, além de reforçar escalas nas UPAs e promover capacitação de profissionais da pediatria (Da Secretaria de Saúde de Pernambuco) Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (18/05), na Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), no Bongi, zona Oeste do Recife, o Governo de Pernambuco, que já possui a maior rede de terapia intensiva para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no público infantil do Nordeste, anunciou o cronograma de abertura de novas vagas. Ao todo, em duas semanas, devem ser abertas 80 novas vagas de UTI para crianças, praticamente dobrando a capacidade instalada. A medida ocorre por conta do grande aumento das doenças respiratórias, que tem provocado aumento de internações de crianças com quadros respiratórios graves no Estado. A rede pública estadual já recebeu autorização para colocar em operação, nesta quinta-feira (19/05), 30 novos leitos de UTI pediátrica, distribuídos pela UPAE Goiana (10), na Zona da Mata Norte; no Hospital Regional de Palmares (10), na região da Mata Sul; e na Maternidade Brites de Albuquerque (10), em Olinda. Até o início da próxima semana, já foi acertada a abertura de outros 30 leitos - junto à rede contratualizada - no Recife, no Hospital Maria Lucinda (10); em Jaboatão dos Guararapes, no Hospital Memorial Guararapes (10) e na cidade de Bezerros, no Agreste do Estado, no Hospital Jesus Pequenino (10). No final da semana passada, já foram inaugurados 10 leitos no Hospital e Maternidade Santa Maria, em Araripina, e, na noite de ontem (17/05), mais 10 leitos no Hospital Eduardo Campos, em Serra Talhada. Além disso, oito leitos de enfermaria ganharam suporte ventilatório no Hospital Maria Lucinda no dia de hoje. “Diversas vezes ressaltamos nossa preocupação com o período sazonal e, por isso, já vínhamos trabalhando para ampliar a oferta de leitos. Do ano passado para cá, mais que dobramos as vagas de UTI para este público na rede estadual, passando de 56 leitos na sazonalidade de 2021 para 116 atualmente. Mas estamos vivendo um grande aumento de casos de doenças respiratórias, com maior grau de severidade e também frequência de solicitação de leitos, desta vez com foco nas crianças e predominância do vírus sincicial e rinovírus. O número de solicitações de UTI para crianças teve aumento de 3 vezes em comparação ao período sazonal do ano passado. E isto é algo que extrapola qualquer planejamento. Neste cenário, o governador Paulo Câmara determinou a abertura de todos os leitos necessários. E, mesmo com a escassez de intensivistas pediátricos e neonatais – realidade de todo o país, vamos abrir em duas semanas 80 novos leitos, praticamente dobrando novamente a capacidade de terapia intensiva para crianças", informou o secretário estadual de saúde, André Longo. O gestor detalhou que, na sazonalidade das doenças respiratórias do ano passado, o Estado registrava, em média, 53 solicitações por leitos de UTI infantis por semana. Na semana passada, foram 150 – número três vezes maior. Esta alta na demanda por internações envolvendo crianças e o aumento no fluxo de atendimentos pediátricos têm relação direta com a maior exposição das crianças aos diversos vírus e também ao menor contato delas com os agentes infecciosos. Em crianças pequenas, de até 2 anos de idade, o vírus sincicial respiratório (VSR), um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, corresponde a mais de 40% dos quadros. E, nas crianças maiores, o rinovírus humano (HRV) corresponde a 20% dos casos na faixa etária entre 3 e 5 anos e 66% nas crianças entre 6 e 9 anos. “A maioria dos casos fazem infecções leves, com tosse, coriza, febre baixa, com uma resolução de 3 a 5 dias. No entanto, mesmo não sendo uma característica em todos os casos, há quadros de maior gravidade. Indicamos que, se possível, evitem nesse momento lugares fechados e com aglomeração. Esperamos que em junho, esses números comecem a reduzir e desafogar o sistema de saúde”, afirmou o pediatra e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, Eduardo Jorge da Fonseca. Como medidas essenciais para reduzir a transmissibilidade dos vírus, o médico pediatra ressaltou, ainda, a importância de lavar as mãos e lavar as narinas com soro fisiológico. "Só é necessário procurar as grandes emergências pediátricas em casos mais graves quando houver algum sintoma mais persistente, como febre de 3 a 5 dias e desconforto respiratório. Inicialmente, as famílias devem procurar as unidades básicas de saúde", finalizou. REFORÇO DE PROFISSIONAIS – O Governo de Pernambuco também publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (18/05), a nomeação de 369 concursados para reforçar a rede pública estadual de Saúde. Do total de convocados, são 72 médicos, 129 analistas em saúde (profissionais de nível superior), 166 assistentes em saúde (profissionais de nível médio), além de dois fiscais de vigilância sanitária. Dentre os médicos, 14 são pediatras e 46 são fisioterapeutas, que irão reforçar os plantões em unidades de referência em pediatria. Apenas neste ano, com mais essa convocação, já são 915 servidores públicos nomeados pelo governador Paulo Câmara para a rede estadual de Saúde. A última nomeação ocorreu em abril, sendo convocados 256 profissionais (112 médicos, 53 profissionais de nível superior e 88 de nível médio, além de três fiscais de vigilância sanitária). No início do ano, em janeiro, foram convocados 290 concursados para a Saúde (101 médicos, 56 profissionais de nível superior, 128 de nível médio, além de cinco fiscais de vigilância sanitária). Ao todo, desde o início da pandemia, com mais essa nomeação, já são mais de 15 mil profissionais convocados para qualificar a assistência à saúde da população em Pernambuco, sendo 4.828 mil candidatos aprovados em concurso público da pasta e outros 10.828 mil profissionais aprovados em seleções públicas. CAPACITAÇÃO - Em outra frente, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) já autorizou o reforço nas escalas de plantão de pediatria e de fisioterapia nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais. Além disso, em parceria com a Sopepe, será realizada capacitação com os profissionais da rede estadual para garantir uma maior qualidade no atendimento e mais segurança na assistência.

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Revista Algomais 194.2

A cidade renasce nas ruas. Mais pessoas frequentam locais ao ar livre no Recife

Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Mais gente nas ruas. Essa percepção de qualquer morador do Recife ao observar os ciclistas pela cidade e os parques públicos mais movimentados não é uma exclusividade da capital pernambucana. Pesquisa recente publicada pelo Instituto Semeia apontou que 43% dos brasileiros desejam frequentar praças e locais ao ar livre e 46% querem ter mais contato com a natureza. Essa virada no comportamento da população, que acontece após longos meses de isolamento social, traz mudanças importantes na vida urbana e reforça antigas demandas ao espaço público, como infraestrutura para a mobilidade ativa, mais segurança e melhor iluminação. Na raiz da motivação dos pernambucanos de ocupar as ruas está a necessidade de cuidar da saúde, de voltar a interagir pessoalmente com os amigos ou mesmo de se reconectar com a cidade, após um período extenso de restrições. “Nesse momento, vimos que as questões ligadas à saúde, alimentação saudável, contato com o verde e vida ao ar livre entraram mais intensamente na vida de muitas pessoas. A incorporação mais intensa desses aspectos aponta para a necessidade de ajudar essa parcela da população a encontrar caminhos para ressignificar e operacionalizar suas intenções”, destacou o estudo Parques e a Pandemia - Comportamentos e Expectativas, do Instituto Semeia. Leia a reportagem completa na edição 194.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com Na edição da semana, destaque ainda para a entrevista com Philippe Magno e para as colunas de João Alberto e a Mais Gourmet, assinada por Rivaldo Neto.

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Cesar Cavalcanti

"A pandemia afetou de forma significativa, quase terminal, a sustentabilidade do sistema de transporte público"

Cesar Cavalcanti, professor Aposentado da UFPE, membro das Academias Pernambucana e Nacional de Engenharia e Diretor da Regional Nordeste da ANTP (Associação Nacional de Transporte Público) fala para a Algomais sobre como a pandemia aprofundou a crise econômica do setor de transporte de passageiros e aponta algumas alternativas para virar esse quadro, que é crítico para a sustentabilidade das cidades. Quais os principais desafios para a qualificação dos sistemas de transporte público das metrópoles brasileiras, como do Grande Recife? O momento em que vivemos é extremamente desafiador e os sistemas de transporte não ficaram imunes a esta condição. Pelo contrário, os chamados Sistemas de Transporte Público de Passageiros em áreas urbanas, conhecidos pela sigla STPP, já vinham sofrendo muitas dificuldades desde antes o surgimento da pandemia de Covid-19 e, durante a eclosão do vírus, viram sua demanda, já decadente, decrescer a níveis alarmantes. Junte-se a isto, as mazelas provocadas pelo uso crescente dos veículos individuais, que contribuem para obstruir o escasso espaço viário disponível, contribuindo para tornar, ainda menos atrativo, o transporte coletivo. Outro fator de pressão sobre os STPPs, reside no reconhecimento da necessidade de descarbonização do setor, de forma a reduzir a emissão de gases de efeito estufa (a mobilidade urbana, da forma como hoje é realizada, é a principal responsável pela emissão desses gases) e assim, proteger o meio ambiente urbano e a saúde das pessoas que nele habitam. No âmbito econômico, destaca-se a premência de desconectar a histórica vinculação entre o preço do serviço ou “passagem” cobrado ao passageiro e o valor pago ao prestador daquele serviço, por razões a serem abordadas logo abaixo. Por fim, destaca-se a necessidade de conceber e efetivar novas formas de contratação dos serviços, que viabilizem a implantação de sistemas verdadeiramente integrados, nos aspectos operacional/modal, físico e tarifário. Embora outros desafios existam, acreditamos que esses se incluem entre aqueles de maior relevância. Como a pandemia afetou a sustentabilidade dos sistemas de ônibus ou metrô? Ao difundir o sistema de home office, limitar o número de passageiros por veículo de transporte, acometer parte do pessoal de operação pela doença e fechar ou reduzir a operação de diversas categorias econômicas, entre comerciais, esportivas, de lazer e culturais, a pandemia de Covid-19 afetou, de forma significativa (outros dizem, que, de forma quase terminal…) essa sustentabilidade: reduziu a demanda, suprimiu a disponibilidade do pessoal de operação, elevou os custos de operação por passageiro transportado, restringiu as alternativas de investimento e, de quebra, ainda contribuiu para denegrir a imagem dos STPPs, sob a controversa hipótese de que o transporte coletivo era, necessariamente, o maior disseminador do vírus. Como a recente alta dos preços no País está afetando o setor de transporte público? Os itens de custo mais importantes para o setor são a mão de obra, com participação de cerca de 50%, e combustíveis, com aproximadamente 30% dos custos totais. Como a mão de obra teve sua remuneração congelada, desde o começo de 2020, é de se esperar o recrudescimento das reivindicações salariais dos trabalhadores nos STPPs, como, de fato, tem se verificado em todo país, através de greves, operações padrão e outros expedientes prejudiciais à plena operação dos serviços. Já no caso do combustível, verifica-se um significativa ampliação do custo do combustível no conjunto dos custos do transporte, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, que aponta para o crescimento de 70% do preço do óleo diesel, desde 2020. Sem esquecer que outros integrantes do custo do transporte também passam por uma substancial pressão inflacionária, verifica-se que, de acordo com estudo da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – FETRANSPOR, publicado na Revista ÔNIBUS, de março p.p.,o custo por quilômetro do serviço metropolitano de transporte de passageiros na RMRJ, entre Janeiro de 2020 e Janeiro de 2022, passou de R$5,2805 para R$6,4829, um aumento de 22,8%. Hoje, quais as principais discussões para se encontrar uma solução para o financiamento do sistema de transporte público no Brasil? Sem dúvida, esta é uma questão vital para garantir a continuidade dos serviços e ela se desenvolve em duas vertentes muito importantes: novas formas de licitação dos serviços, associadas a ideias inovadoras sobre sua gestão e a questão do financiamento dos serviços, propriamente dito. Na primeira vertente, argumenta-se pelo aumento da transparência do processo licitatório, com a realização de audiências públicas e/ou a criação de Comitês Gestores que possam aferir, com seriedade e competência as vantagens, deficiências e limitações das novas ideias que estão sendo adotadas nos países desenvolvidos, tais como, entre outras, a compra ou leasing, pelo setor público, dos veículos de transporte, com a operação entregue à iniciativa privada, por licitação. No que toca à gestão, vislumbra-se a amplificação da oferta de alternativas de transporte (patinetes, bicicletas, sistemas estruturados de carona, veículos por aplicativo, ônibus, people movers (do qual dispomos um notável exemplo, o AEROMOVEL de Porto Alegre, idealizado por Oskar Coester), VLTs, Metrôs e, no futuro, veículos aéreos), todas convenientemente interligadas e integradas, física, operacional e tarifariamente. A vertente do financiamento toca numa chaga antiga do STPP brasileiro: sua absoluta dependência, até poucos anos atrás, das tarifas pagas pelos seus usuários, para custear a operação dos serviços e prover os recursos necessários para sua modernização/aprimoramento e expansão. Atualmente, são reconhecidos dois inviabilizadores desta opção: 1) o transporte coletivo regular urbano é um serviço caro, quando se pretende que ele apresente elevados níveis de segurança, rapidez, conforto e confiabilidade e essa carestia se reflete, naturalmente, na planilha tarifária, na razão direta da frequência e extensão territorial e temporal dos serviços oferecidos, e na razão inversa da diminuição da demanda que o utiliza 2) o cerne da demanda do STPP é constituído pelos segmentos de menor poder aquisitivo da população e, a esta dificuldade acresce o fato de que, esses usuários tendem a utilizar o transporte, pelo menos duas vezes por dia, em 5 ou 6 dias da semana (imagine-se 45 viagens/mês, a um custo médio de R$5,00/viagem, representando 225,00/mês, ou 18,6% do salário mínimo, para apenas

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