Arquivos Colunistas - Página 262 De 299 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Copa do mundo

*Por Bruno Moury Dizem meus tios que quando Paolo Rossi fez o terceiro gol, aos trinta do segundo tempo, atravessei a sala de casa na velocidade do Zico e me enfiei embaixo da cama com a precisão do Sócrates. Chorei copiosamente com o calcanhar de fora. Lá costumava chorar quando criança. Maradona e Caniggia detonaram o Brasil. Após o apito final, fui para a varanda do apartamento dos meus pais e gritei: “Argentina, Argentina, Argentina”. Fui mais esculhambado pela vizinhança do que Lazaroni pela torcida. Adolescente possui um jeito estranho de extravasar suas decepções e angústias. Quando Zidane acabou conosco em duas oportunidades, afoguei minhas mágoas com excesso de bebida. Tomei todas. Com o 7x1 minha reação foi desligar a TV quando já estávamos tomando de cinco. Fui dormir. Até hoje não vi os dois últimos gols. Nunca mais assisti. Quando imagens desse jogo são mostradas, me faço de doido. Finjo que não é comigo. Nunca vi. Não quero ver. Tenho raiva de quem viu. Derrotas em copa do mundo me dão profunda melancolia. É como se o mundo fosse acabar. Como é que um bicho “véio”, vivido, pai de família, pode ser tão imbecil ao ponto de se sentir deprimido em razão do resultado de um jogo onde 22 marmanjos correm atrás de um pedaço de couro redondo? Não sei explicar. Maluco é o futebol. Eu não! Essa paixão ardente que nós, brasileiros, temos. O sonho de infância. O grande sonho de ser um jogador. Talvez seja essa a explicação para nos transformarmos em loucos varridos durante 90 minutos. Essa frustração infantil é que faz roermos as unhas das mãos e pés. Sim, pés. Que faz brigarmos entre si, abraçarmos inimigos, beijarmos bochechas desconhecidas e rasgarmos as roupas uns dos outros. Que faz uma senhora elegante como minha sogra ir à feira do troca-troca, ávida por completar seu álbum de figurinhas da copa. “Só falto o Sérgio Ramos, da Espanha”. Que louco, isso! “Vá logo meu filho que titia tem que ir trabalhar. Você tem ou não tem o Sérgio Ramos?” Só o futebol permitiria o diálogo entre uma sessentona e um menino de sete anos sem três dentes faltando na linha de frente. O ponta direita, o centroavante e o ponta esquerda. Minha sogra procura pelo Sérgio Ramos até hoje. E já terceirizou a busca ao meu sogro. Agora é marcação homem a homem. Memória futebolística é algo de impressionar. Lembro de absolutamente tudo que fiz no dia em que conquistamos o tetra. Da hora que acordei até a hora de dormir. Lembro do que comi no café da manhã, da roupa que vesti, pegando o carro para ir à casa de um amigo que bebeu demais antes do jogo e passou todo o segundo tempo vomitando agarrado à privada. Jamais diria que seu nome é Leonardo Dowsley. Isso não se faz com um amigo. Joguemos juntos, meu povo. Amarre aquela pessoa azarada ao pé da mesa para que ele não embarque para Moscou. Ponha a cueca da sorte. Ore pela costela do Neymar ou pela Marquezine, se preferir. Tenha paciência para explicar o impedimento a quem só assiste aos jogos a cada quatro anos. Cante alto o nosso hino. Beba com moderação ou beba até cair porque, de um modo ou de outro, você ouvirá a voz do Galvão ao pé do ouvido: “Olha o que ele fez! Olha o que ele fez! Olha o que ele fez!”

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Gente & Negócios: os rumos da economia e as eleições 2018

Uma pesquisa publicada ontem pelo Datafolha indicou que 45% dos brasileiros acreditam que a vida vai melhorar após o pleito eleitoral do próximo mês de outubro. Curiosamente, o mesmo instituto identificou a indecisão dos brasileiros sobre em quem votar. Apesar de otimistas, no cenário sem Lula e Joaquim Barbosa, os votos "brancos, nulos e indecisos" somam 34%. Pior que a falta de tamanha indefinição sobre os presidenciáveis é a perspectiva de termos uma nova eleição sem o debate dos temas estratégicos para o País. E para Pernambuco. A chance de cairmos num processo eleitoral em que se discute apenas corrupção e não os rumos que nortearão esses novos mandatos é enorme. Para Pernambuco, a pesquisa Empresas & Empresários se propôs a apontar alguns temas estratégicos que poderão se firmar nos debates entre os candidatos ao Palácio do Campo das Princesas. (Se você deseja ler a primeira reportagem sobre esse os principais temas relacionados à logística, acesse esse link). Para a campanha nacional... qualquer perspectiva apenas após a Copa do Mundo. Marcos Baptista, presidente de Suape, fala sobre pretensão de novos investimentos para o porto e sobre lições após greve dos caminhoneiros Greve que paralisou o País deixou importantes lições para o Porto de Suape na opinião do presidente Marcos Baptista. Ele comenta também sobre os futuros investimentos do complexo que estão se encaminhando para serem realizados. Quais as lições o movimento de paralisação dos caminhoneiros deixou para Suape? Depois da paralisação dos caminhoneiros, nos reunimos com diretores para fazer uma avaliação dos aprendizados. Algumas questões importantes foram identificadas. De forma geral, esse episódio apresentou para o público a importância estratégica de Suape como um porto concentrador, fundamental para a distribuição de combustíveis no Nordeste. A paralisação também sinalizou que temos que lutar por algumas melhorias para distribuição dessa carga. Que melhorias vocês pretendem realizar? Uma delas saiu dessa reunião de avaliação e que vamos encaminhar da melhor maneira possível. Aeroportos como o de Guarulhos possuem dutovias para transportar o querosene de aviação direto aos aeroportos. Esse combustível não vai de caminhão. Vamos sugerir a Infraero e ao Ministério dos Transportes que esse projeto seja desenvolvido em Suape também. Estamos numa posição que não é tão longe do aeroporto e isso pode ser realizado. Outra questão, mais urgente ainda, é a retomada das obras da Transnordestina. O modal ferroviário também fará que diminua um pouco a dependência dos caminhões e da logística pelas rodovias. Esse é um projeto pronto e desenhado. Falta uma parte a ser concluída, tem viabilidade, mas está parado. É um absurdo que isso não avance. Os portos de uma forma geral precisam de uma via ferroviária para se desenvolver num patamar bem maior. Embora Suape já tenha um crescimento muito expressivo. A retomada da autonomia segue sendo uma demanda urgente para Suape? É importante lembrar que a gestão do porto é estadual, que faz a gestão financeira e administrativa do Complexo Industrial. O que não temos hoje é autonomia para realizar licitações de novas áreas ou mesmo a prorrogação de contratos. Isso ficou centralizado em Brasília desde 2013. Não só em relação a Suape, mas de todos os portos delegados. Claro que Suape, como o mais eficiente, não merecia ser jogado nessa vala comum. Temos algumas demandas mais urgentes e especificas importantes em quatro áreas. A primeira é o segundo terminal de contêineres,  previsto para ter o lançamento de edital de licitação no último trimestre do ano, com investimento privado previso de R$ 1 bilhão. O segundo é o terminal de veículos, que terá investimentos para ter melhorias na operação e deverá passar para iniciativa privada até o final desse ano. Ambos estão incluídos no Programa de Parceiras de Investimentos (PPI) do Governo Federal. A agrovia solicitou uma diversificação das suas cargas (além de açúcar, deverá operar no futuro outros granéis vegetais, como malte, cevada e milho). Para isso, receberá um investimento de R$ 40 milhões. Por fim, o parque de tancagem também passará por ampliação. Todos estão em andamento. Evidentemente que se essas decisões se estivessem em nossa gestão estariam andando mais rápido. Mas para nós não importa se será feita estadualmente ou pelo governo federal. Mas é fundamental que os investimentos sejam feitos. Encontro da Indústria conta com novas empresas na edição 2018 O Encontro da Indústria está na sua segunda edição e terá a participação de novas empresas como a Paleteria DonDiego, Sorvetes Milet e Fruta Pluss, que estão pela primeira vez no evento. Com a proposta de incentivar os negócios no ramo industrial, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) é a realizadora do Encontro, que acontecerá entre os dias 19 e 21 de junho deste ano, no Shopping RioMar. A expectativa é que 2,5 mil pessoas passem por lá e confiram a exposição de produtos de 75 empresas, que contarão com o engajamento de 40 indústrias e 18 sindicatos participantes. No ano passado foram gerados R$ 100 mil em negócios. A ideia dos organizadores é ultrapassar o resultado de 2017 nesta edição. "Gerar novos negócios, sobretudo no setor industrial, pode ter uma repercussão direta e positiva no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, que chega a ter 20% das suas riquezas geradas pelas indústrias", afirma Maurício Laranjeira, gerente de Desenvolvimento Empresarial da FIEPE . Dupla Comunicação chega ao Agreste A agência pernambucana Dupla inaugurou neste mês uma unidade de negócios em Caruaru. Os diretores Michele Cruz e Antonio Tiné agora contam com Rosangela Araújo e Claudio Rodrigues como sócios regionais, à frente da nova unidade. A proposta da empresa é que, a partir do Agreste, onde já atende Sesc e Sebrae, a Dupla possa atuar de maneira mais próxima e customizada, oferecendo serviços integrados e estratégicos nas mais diversas plataformas. Rosangela Araújo é coordenadora do curso de jornalismo da Unifavip Wyden e trabalhou por 15 anos na TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo em Caruaru. Claudio Rodrigues é jornalista formado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Trabalhou durante 15 anos na TV Asa Branca, afiliada Rede Globo em Caruaru, como

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Não era dia do Sport. Era dia do Náutico

*Por Houldine Nascimento O Sport começou a 11ª rodada do Brasileirão na vice-liderança. Para se manter no pelotão da frente, o time pernambucano não poderia perder para o Vasco em São Januário, na noite do último sábado (9), diante de quase 8 mil cruzmaltinos. Para infelicidade do Rubro-negro, Yago Pikachu, carrasco desde os tempos de Paysandu, estava entre os titulares da equipe carioca. O jogador não fugiu à sina e foi essencial para o triunfo do anfitrião. Além dos dois gols marcados – aos 18 e, de pênalti, 45 minutos do primeiro tempo –, o meia teve participação efetiva no terceiro tento vascaíno ao chutar de fora da área, já no fim do jogo, e Magrão dar rebote. Na sobra, Ramon aproveitou o descuido da zaga, entrou em velocidade e empurrou para as redes. Importante ressaltar que os três gols saíram por vacilos da defesa pernambucana. Os dois gols de Pikachu resultaram de lançamentos de Giovanni Augusto entre os zagueiros Ernando e Ronaldo Alves, que batiam cabeça. O Leão da Ilha igualou o placar duas vezes graças a contribuições do defensor Paulão, que desviou contra, aos 42, e não conseguiu cortar um cruzamento aos 28 do segundo tempo. Michel Bastos, que entrara minutos antes, marcou o 2 a 2 em bonito lance de meia bicicleta. O resultado faz o Sport cair para o 7º lugar, com 18 pontos. Já o Vasco, na reestreia do técnico Jorginho, termina a rodada em 10º, com 15. NÁUTICO RESPIRA - À tarde, pelo Brasileiro Série C, Náutico e Remo – até então lanterna e penúltimo colocado, respectivamente – fizeram o confronto dos desesperados na Arena de Pernambuco. Menos de 3 mil pessoas presenciaram a vitória do campeão pernambucano sobre o campeão paraense por 3 a 2. Robinho, Jhonnatan e Wallace Pernambucano marcaram os gols do Timbu, enquanto Esquerdinha e Elielton descontaram para o Leão Azul. Com o triunfo, o Náutico sai da zona do rebaixamento do Grupo A e vai aos 10 pontos. O Remo, por sua vez, desce para a última posição, com sete, e chega à quarta derrota seguida. Quem acompanhou a partida viu as duas equipes falharem no setor defensivo. A conquista estadual iludiu alvirrubros e azulinos, que penam na Terceira Divisão. DUELO POR VAGA NO G-4 – Nesta segunda-feira (11), às 19h30, no estádio Cornélio de Barros, Salgueiro e Santa Cruz se enfrentam no complemento da rodada na Série C. Em busca da quarta vitória consecutiva, o Carcará precisa vencer o Tricolor do Arruda por qualquer placar para, enfim, entrar na zona de classificação à próxima fase. Ao Santa, basta empatar para permanecer no G-4. Se ganhar, a Cobra Coral sobe para o terceiro lugar. Uma improvável goleada por 5 a 0 levaria o clube recifense à vice-liderança.

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"Jurassic World: Reino Ameaçado": franquia retorna com carga maior de terror

Em 2015, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros marcou a retomada da franquia de sucesso idealizada por Spielberg lá no começo da década de 90. O longa, dirigido por Colin Trevorrow, trouxe de volta o clima e a empolgação do primeiro filme, Jurassic Park (1993), recebendo elogios de público e crítica. Após três anos de hiato, estreará no dia 21 de Junho, Jurassic World: Reino Ameaçado, mais um capítulo dessa história que vem lotando salas de exibição há mais de duas décadas. Trevorrow dá lugar na direção ao espanhol Juan Antonio Bayona. O diretor tem no currículo o terror O Orfanato e o sombrio e belo Sete Minutos Depois da Meia-Noite. Bayona traz para Jurassic World: Reino Ameaçado essa carga de terror, fazendo deste o filme mais tenso da franquia. A história mostra o retorno de Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) à Ilha Nublar. A dupla seguirá com uma equipe para resgatar os dinossauros do lugar, que está para ser engolido pela lava de um vulcão em erupção. Mas por trás da missão há uma trama sinistra que poderá mudar drasticamente o destino desses animais e da humanidade.     Jurassic World: Reino Ameaçado retoma sequências clássicas das produções anteriores: quem não lembra da corridinha básica ao lado dos répteis gigantes? Desta vez a fuga é instigada pelo calor da lava do vulcão. A perseguição resulta em um resgate dentro do mar envolvendo a famosa esfera motorizada - uma das cenas mais tensas do longa. Surgem novos personagens: a representante do núcleo infantil, a doce Maisie Lockwood (Isabella Sermon), Zia Rodriguez ( Daniella Pineda), ativista e paleo-veterinária e Franklin Webb (Justice Smith), analista de sistemas do Grupo de Proteção aos Dinossauros, pivô dos momentos mais engraçados do filme. Sem soltar spoilers, adianto que a sequência final aponta para uma nova fase, abrindo um leque de novas possibilidades para a franquia. Não poderia ser diferente. Se conseguirá sustentar-se por mais tempo, só o tempo e o interesse do público poderão responder.  

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A magia defumada das Rouchbiers

Sabemos que não existem mais limites quando se diz respeito ao universo do mercado de cervejas. Já vimos de cervejas exóticas feitas com águas de icebergs ou com insumos extravagantes como formigas. Mas nem tanto ao céu, nem tanto à terra, não é? Mas você já experimentou uma cerveja “defumada”, com aquele típico aroma de bacon ou linguiça? Pois é, elas existem sim e tem muitos apreciadores no mundo cervejeiro. Como se sabe, o processo de defumo dos alimentos, e que está presente em carnes e embutidos, é usado com o intuito de aumentar sua durabilidade. O que pode atingir anos. Isso porque a fumaça faz o papel de bactericida e ainda “empresta” o seu sabor aos alimentos, dando-lhes uma característica extremamente peculiar. O seu nome vem do alemão e são conhecidas como “Rauchbier”. Então “Raunch” quer dizer “fumaça” e  “Bier”, cerveja. Existem muitas histórias de como surgiram as também chamadas Smoked Beers. Em uma delas é que houve um incêndio em uma cervejaria, onde o malte foi contaminado pela fumaça, fazendo com que o mesmo ficasse defumado, como o cervejeiro tinha pouco recursos, resolveu mesmo assim produzir a bebida. Para sua surpresa a novidade caiu no gosto de quem a experimentou. O que sabemos com certeza é que sua origem vem da era pré-moderna. Isso porque os primeiros fabricantes de cerveja utilizavam o sol ou o fogo gerado pela queima da madeira para secar o malte. Tal ação chancelava o toque defumado no produto produzido. Com a industrialização foram desenvolvidas técnicas ainda mais novas, baseadas em combustíveis fósseis (carvão e óleo). Esses processos eram mais simples e baratos e livravam o produto malteado do contato com a fumaça. Mesmo assim algumas cervejarias mantiveram a antiga tradição como na cidade de Bamberg, como por exemplo a Schlenkerla que produz a Aecht Schlenkerla Rauchbier. A bebida tem coloração castanho avermelhado e o malte é secado de forma tradicional proporcionando assim fortes notas defumadas e com características muito marcantes. No Brasil, a cervejaria Bamberg produz uma das melhores Rauchbiers que provei, a Bamberg Rauchbier onde os maltes passam por defumação em fornos à lenha, além de “casar” muito bem com pratos intensos como embutidos, porco e feijoada. Este estilo da bebida a harmonização é por semelhança. Linguiças e carnes defumadas tornam a experiência intensa e memorável. Se você nunca provou uma cerveja do estilo Rauchbier, aconselho que não perca tempo, é com certeza uma experiência bastante curiosa e de uma riqueza sensorial incrível.  Confira! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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Em “Los territorios”, diretor brinca com o real e o imaginário

*Por Houldine Nascimento Co-produção entre Brasil e Argentina, o filme “Los territorios” chega ao circuito comercial brasileiro acima de qualquer tipo de classificação. Uma obra difícil de definir, o primeiro longa-metragem do cineasta argentino Iván Granovsky brinca com o real e a ficção na extensa jornada que o herói – o próprio Iván – faz por diversos lugares do mundo. A partir do ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, em Paris, Granovsky decide partir para áreas onde ocorrem conflitos de várias ordens. No seu roteiro, além da França, Argentina, Espanha, Grécia, Palestina, Israel, Alemanha, Portugal e o Brasil, especificamente Brasília, na onda do impeachment de Dilma Rousseff, e São Paulo, quando entrevista o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com um humor de fina ironia, Iván tira sarro de si ao colocar seu personagem como um homem fútil que ainda está perdido na vida. O pai dele, Martin Granovsky, é um jornalista de prestígio na Argentina e foi correspondente internacional por muitos anos. Na cabeça do filho, quando o pai viajava ao exterior, ia cobrir guerras pelo planeta, mas a frustração vem ao saber que Martin não era repórter de guerra. Fazer o que o seu pai nunca fez. “Ir ao front”, como ressalta Iván, passa a ser sua motivação. Diante disso, ele entrevista algumas lideranças políticas, vai até o País Basco e chega a conversar com o jogador argentino Ezequiel Lavezzi, à época atleta do Paris Saint-Germain. O encontro com o conterrâneo gera questões sobre o papel do entrevistador. Deveria ir a fundo nas perguntas, como inquirir o entrevistado sobre os donos do clube, ou não ousar? Outro momento divertido da produção são as cartas que a mãe envia ao herói, que usa os cartões de crédito dela para viajar e se alimentar, no que é, evidentemente, o lado ficcional desta produção que tenta abarcar o mundo e seus conflitos. Uma tarefa arriscada e que torna o filme disperso em alguns momentos. No fim das contas, a moral de "Los territorios" é que seguimos como uma Torre de Babel e ninguém se entende.

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Igarassu, ninguém foi mais do que tu

Ao desembarcar na feitoria de Pernambuco, localizada às margens do canal de Santa Cruz, em 9 de março de 1535, o primeiro donatário Duarte Coelho Pereira, depois de demorar-se ali por alguns meses, partiu em direção ao norte deixando em terras de Igarassu o vianês Afonso Gonçalves e uma parte da nobre gente que trouxera consigo. A presença dos portugueses na região data dos primeiros anos da colonização, ainda quando da instalação da feitoria de Cristóvão Jacques em dezembro de 1516, de onde, 10 anos mais tarde, era embarcada para Lisboa a primeira remessa de açúcar produzido no Brasil. Segundo Arlindo Rubert já nesse tempo possuía a feitoria um capelão, sendo Igarassu uma das mais antigas paróquias do Brasil. Em 1535, quando da tomada de posse de Afonso Gonçalves daquelas terras, exercia as funções de vigário o padre Pedro da Mesquita nela se mantendo até 1559. Lutas com os índios potiguaras, que habitavam a região, dificultaram os primeiros dias da colonização, como está a testemunhar a Igreja dos Santos Cosme e Damião, erguida em memória da vitória alcançada em 27 de setembro de 1535. Em 1548, volta o núcleo populacional a sofrer um novo assédio dos indígenas, conforme conta o aventureiro alemão Hans Staden em seu livro publicado na Alemanha em 1557. Desde o século 17 vem a então povoação ostentando o título de Mui Nobre, sempre leal e mais antiga Vila da Santa Cruz e dos Santos Cosme e Damião de Igarassu. O que parece, no entanto, é que a Vila de Santa Cruz, que Duarte Coelho pretendeu criar nas margens do Canal do rio Timbó, jamais foi concretizada o que fez a Câmara de Igarassu apropriar-se de sua referência, de forma a justificar a sua precedência em relação a Olinda. Elevada à categoria de Leal Vila, por alvará de 1811, recebeu o predicado de cidade em 1872. Em 1935, lei estadual a considera “cidade monumento”, sendo o seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado em nível federal, sob o n.º 51 do Livro Arqueológico, Paisagístico e Etnográfico, em 10 de outubro de 1972 (Processo n.º 359-T). Santos Cosme e Damião Bem presente em telas e desenhos assinados por Frans Post, pintor holandês que esteve em Pernambuco a serviço do conde João Maurício de Nassau entre 1637 e 1644, a Igreja dos Santos Cosme e Damião de Igarassu é considerada a mais antiga do Brasil. A tradição de sua construção remonta ao ano de 1535, sendo erguida pelo vianês Afonso Gonçalves, companheiro do donatário Duarte Coelho em suas andanças pela Índia, em agradecimento à vitória alcançada pelos portugueses em luta contra os índios da região. Segundo frei Antônio de Santa Maria Jaboatão, sua construção se deve “à última vitória a 27 de setembro, dia dos gloriosos mártires Santos Cosme e Damião, e as suas memórias consagraram logo aquele lugar, levantando nele igreja sua, e dando princípio a uma povoação, que depois passou a vila, com os nomes dos santos mártires, e foi a primeira da capitania de Pernambuco”.

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Qual o valor da privacidade digital?

O debate sobre a segurança de dados na internet voltou à tona com o escândalo de vazamento de informações de usuários do Facebook. Mas a cobertura superficial da imprensa sobre o caso não mostra a verdadeira questão e gera mais perguntas do que respostas, sobretudo em relação ao real valor da privacidade. Nesse sentido, o que se ganha e o que se perde em compartilhar os dados pessoais e os hábitos de consumo? Compartilhar os dados com segurança e controle não é um mau negócio para o usuário. Com uso da inteligência artificial, os sites e serviços digitais podem criar uma experiência única de acesso para cada usuário, baseada em seus dados e hábitos, ofertando produtos mais adequados às necessidades deles. Os sites e serviços digitais também podem, por exemplo, melhorar a precisão da análise de crédito e de risco. Nesse último ponto, um jovem que obteve recentemente a habilitação para dirigir pode ter o valor da renovação do seu seguro reduzido levando em conta a análise do histórico do seu deslocamento na cidade, deixando de entrar automaticamente no segmento de alto risco. Em outras palavras, a personalização do acesso de cada usuário aos serviços e produtos será cada vez mais possível, a partir do compartilhamento de dados. Nessa direção, tomar a atitude radical de não compartilhar nenhum dado vai penalizar o usuário, fazendo com que ele deixe de ter acesso a muitos serviços e produtos e, principalmente, pagando mais caro por eles quando precisar. Mas como ter segurança e controle dos dados pessoais e os hábitos de consumo que compartilha? Desde maio desse ano, já é possível não só escolher quais dados compartilhar com os sites e serviços digitais como também o cidadão ganhará diversos direitos de proteção à privacidade, tais como: a) solicitar exclusão de seus dados cadastrados; b) vedar o uso de seus dados em determinadas situações, como campanhas de marketing; c) solicitar a portabilidade dos seus dados de uma organização para outra; d) requerer informações sobre o processamento e armazenamento dos seus dados; e) e será obrigatório o consentimento dos responsáveis para compartilhamento de dados de crianças menores de 13 anos. Contudo, inicialmente, os novos direitos de privacidade valem apenas para cidadãos da comunidade europeia, área que será regida pela GDPR (General Data Protection Regulation). No Brasil, existe um projeto de lei (PL 5276-A) tramitando no Congresso Nacional que trata sobre o mesmo assunto, mas ainda precisa ser votado e sancionado. Diante de tudo isso, cabe uma última reflexão: é melhor ser um cidadão anônimo com sensação de segurança máxima ou é melhor compartilhar alguns dados com controle e ter os ganhos que a tecnologia pode proporcionar? Cada cabeça uma sentença. *Bruno Queiroz é sócio da Cartello e presidente da Abradi-PE

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País à beira de um ataque de nervos (por Francisco Cunha)

A greve dos caminhoneiros mostrou a cara de um país neurastênico, como se dizia há muito tempo atrás. Estressada por uma inédita confluência de crises (econômica, política, social, ética) que parece configurar algo como uma “tempestade perfeita”, quatro meses antes das eleições presidenciais mais incertas desde a redemocratização, a sociedade reage com altas doses de histerismo e inúmeros boatos cabeludos pelas redes sociais. Defendeu-se de tudo pela internet. Desde “Intervenção Militar, Já!”, até uma “desobediência” tributária do tipo “não pague nenhum imposto até que todos os políticos corruptos sejam varridos no mapa”. Noves fora os delírios, esse comportamento parece denunciar uma espécie de exaustão da ampla maioria com o estado de coisas no qual o País mergulhou caracterizado por uma profunda descrença na classe política que não consegue mais, como se passou a dizer muito por aí, “nos representar”. Há quem diga que estamos vivendo no Brasil o fim de um longo ciclo político/econômico de 30 anos que começou, justamente, com a Nova República e caracterizou-se pelo predomínio das soluções “políticas” e pela expansão fiscal que hoje já compromete cerca de 35% do PIB de carga tributária (era de 24% quando o ciclo começou em 1987) e, com o déficit fiscal de cerca de 6% do PIB, pela apropriação de mais de 40% do PIB pelo setor público contra a prestação de serviços de qualidade que vai de ruim a muito ruim. Se esta interpretação está correta (e as indicações são cada vez mais que sim), estamos naquela situação já descrita como a pior possível, ou seja, no limbo político: momento em que todos estão insatisfeitos já que a necessária mudança ainda não se fez, o novo não surgiu, e o antigo resiste ferozmente a acabar. Seja como for, a hora é muito delicada pois as demandas e carências são maiores do que a atual capacidade política e econômica de revolvê-las. E nervos esgotados, neurastenia, estresse e raiva não são bons conselheiros para nada, em especial para resolver problemas econômicos, políticos e sociais históricos complexos, típicos do final de um ciclo longo que muito prometeu e pouco cumpriu. É preciso muita calma nesta hora. Em menos de quatro meses teremos as eleições gerais, o remédio democrático para a incerteza política. Além disso, também muito cuidado na hora de votar pois a eleição de um populista turbinará a crise com certeza absoluta.

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Gente & Negócios: desafios no rastro da crise

A mobilização dos caminhoneiros, que parou o País na semana passada, expôs algumas das fragilidades brasileiras: a dependência do modal rodoviário no transporte de mercadorias (e de passageiros). O impacto no abastecimento de combustíveis foi tão grande devido à decisão histórica e equivocada do Estado brasileiro de privilegiar o investimento em rodovias em detrimento de outros modais, como em ferrovias. O destravamento das obras da Transnordestina é um passo relevante para o início da mudança dessa cultura logística que ainda não enxerga os trilhos. A ausência da alternativa de logística por trens é um dos fatores que reduz a competitividade da economia brasileira, em especial para a produção do interior do País. Às vésperas de uma eleição presidencial, esse é um dos desafios que poderiam entrar na pauta. Usina Petribú investe em sistema de irrigação israelense A Usina Petribú, que tem o empresário Jorge Petribú como presidente do conselho, está fazendo um investimento de R$ 3,2 milhões em um sistema de irrigação por gotejamento (os valores se aproximam de R$ 5 milhões com o novo plantio da área). O primeiro trecho do projeto, previsto para ser concluído em agosto, contempla uma região de 214,5 hectares.  A nova tecnologia, que vem da empresa israelense Netafim, aumentará a capacidade de produção anual de 60 toneladas de cana de açúcar por hectare para 100 toneladas por hectare. "Já executamos 60% desse primeiro projeto. Após essa primeira etapa, o nosso planejamento é de instalar o novo sistema de irrigação por gotejamento em mais 750 hectares até 2019", afirma o gerente agrícola da usina, Cloves Rodrigues. O ganho de produtividade não é a única vantagem dessa nova tecnologia. De acordo com Cloves, com o sistema convencional de irrigação, a cada 5 anos é necessário replantar o canavial. Com a nova tecnologia um novo plantio só será necessário a cada 10 anos. Para conhecer um pouco mais da história centenária da usina, veja o vídeo abaixo, recém produzido sobre a Petribú. Multi comemora 15 anos em evento que discutirá comunicação e mercado Teresa Maciel e Patrícia Natuska comemoram os 15 anos da Multi Comunicação anunciando novidades para se adequar às mudanças do mercado. Reúnem imprensa e representantes dos seus 24 clientes para apresentar nova logo, site e posicionamento para o digital. A celebração será no restaurante Solar do Douro (JCPM), com coquetel no próximo dia 07.06 (quinta-feira). Na ocasião, elas e o consultor Francisco Cunha, da TGI, falam sobre comunicação e mercado. "Pensar nas melhores soluções de comunicação para o cliente sempre foi o nosso norte", afirma Teresa Maciel. As mudanças no setor fizeram a empresa diversificar suas atividades nos últimos anos. Hoje a equipe da Multi conta com 17 pessoas, distribuídos nas diferentes áreas de atuação da empresa. A Multi oferece serviços de assessoria de imprensa, social media, vídeos, clipping, comunicação interna e endomarketing, planejamento e consultoria em comunicação, media training, prevenção e gestão de crise, jornais e revistas. Já sentindo o início da recuperação do cenário de crise econômica nacional, Natuska destaca que o mercado já está dando sinais de melhora. "Desde o final do ano passado percebemos um aumento da procura pelos serviços de comunicação. Isso é uma mostra que esse é um investimento que já voltou para o radar das grandes, médias e até pequenas empresas e profissionais liberais". Economista da CEDEPE analisa o cenário pós-greve dos caminhoneiros Encerrada a greve dos caminhoneiros, a economia brasileira vai demorar para se recuperar completamente. Segundo Tiago Monteiro, professor de economia do Cedepe Business School, os impactos da crise dos combustíveis serão sentidos durante muito tempo ainda. “O setor agropecuário está entre os que vão se recuperar no curto e médio prazo. A indústria automotiva, por outro lado, está sofrendo grandes perdas devido à falta de matéria-prima para a produção de peças e deve demorar mais tempo para voltar ao ritmo de produção anterior à greve. E essa é uma indústria que merece atenção pois é responsável por criar uma grande quantidade de empregos no país. Isso sem contar os novos negócios que deixaram de ser fechados por causa da falta de combustível e do cancelamento de voos. Aliado a esses fatores, precisamos considerar a recuperação da economia brasileira como um todo. Para se ter uma ideia dos danos, antes dessa crise a previsão de crescimento do PIB chegava a 3%. Agora, é de 2,37%.” Rota dos Coqueiros investe em infraestrutura Só nos cinco primeiros cinco meses deste ano, a Rota dos Coqueiros – que dá acesso a praias do litoral sul e à Reserva do Paiva – está investindo R$ 1,5 milhão em manutenção da infraestrutura. Segundo o diretor-presidente da concessionária, Elias Lages, os recursos estão sendo aplicados em paisagismo – só nesse item o desembolso passa de um milhão de reais. Outra frente é na revitalização da Ponte Arquiteto Wilson Campos Júnior – que liga as cidades de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. Por ela passam cerca de 350 mil pessoas/mês, entre motoristas, motociclistas, pedestres e ciclistas. Os serviços envolvem ainda reforma e impermeabilização das cabines das duas praças de pedágio da primeira parceria Público-Privada (PPP) de Pernambuco e a primeira PPP de rodovias do País. Ping pong com Matheus Ximenes Pinho, sócio e curador da Muma Os sócios da Muma, Matheus Ximenes Pinho, Carolina Lumack e Diego Ortiz, comemoram na próxima quinta-feira (07/06) o 1° ano da Guide Shop Recife, com um happy hour para convidados a partir das 19h, na Rua Amélia, 470. Os convidados poderão prestigiar o lançamento da estampa Orquidário, assinada por Zezé Estúdio.   Vocês nasceram online e instalaram há um ano a loja física. Qual a avaliação desse primeiro ano de funcionamento? Muito positiva. Agora conseguimos dar uma experiência mais completa para os nossos clientes. Além de oferecer a experiência online, oferecemos a experiência física e conseguimos dessa forma gerar muito mais confiança sobre a qualidade dos nossos produtos. Principalmente no que diz respeito a excelência dos acabamentos dos produtos e do nosso atendimento. Conseguimos transmitir ao cliente o que a Muma é, o seu DNA. Isso tudo, obviamente, refletiu

Gente & Negócios: desafios no rastro da crise Read More »