Arquivos Colunistas - Página 271 De 299 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

Subindo a escada do fim da crise

Todas as análises sobre a saída desta crise, que já pode ser considerada a maior da história econômica documentada no Brasil (desde 1900), apontam no sentido de que, depois do mergulho profundo na recessão (quase -7% em dois anos), a retomada que está começando será muito lenta. Ou seja, podemos dizer, sem medo de errar que, em termos de desempenho do PIB, “descemos de elevador e vamos subir de escada”. Isso porque, embora a curva da economia tenha se descolado da política, a intensidade e a velocidade da recuperação ainda estão muito condicionadas por ela. Um dos saldos severos dos anos de descontrole foi a necessidade de um ajuste fiscal do setor público federal da ordem de mais de R$ 300 bilhões (mais de R$ 150 bilhões de déficit somados aos mais de R$ 150 bilhões de necessidade de superávit primário). E se esse problema não for enfrentado de forma adequada pelo próximo presidente da República, a recuperação ficará comprometida. Se for eleito, por exemplo, um populista que prometa soluções fáceis para problemas complexos, a recuperação será prejudicada com ampliação do esgarçamento do tecido social. Diante desta perspectiva de recuperação lenta, mesmo em face do cenário mais otimista, cabe reforçar as recomendações que tive oportunidade de fazer para as empresas no lançamento da Agenda 2018 (ver matéria de capa desta edição da Algomais). São elas: (1) Manter a Cautela Redobrada (justamente por conta da lentidão da retomada, não se deve abrir mão do cuidado requerido); (2) Retomar o Risco com Cuidado (todavia, com o início da recuperação, ainda que lenta, é preciso já retomar a dose de risco calculado que caracteriza os bons empreendedores); (3) Preparar os Colaboradores (para a nova realidade pós-crise, bem diferente daquela anterior a ela); (4) Reforçar a Escuta do Cliente (isso porque a crise mudou muito os hábitos de consumo e é preciso ouvir com atenção as novas demandas da clientela); (5) Preparar-se para 4ª Revolução (há quem diga que a disrupção digital em curso já se configura como uma 4ª revolução industrial que promoverá mudanças de grandes proporções na realidade cotidiana dos negócios e preparar-se para ela é uma demanda irrecusável). No mais, continuar perseverando na crença de que, mesmo quando a escada da recuperação é longa e íngreme, as crises são grandes oportunidades de inovação e crescimento.

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Na pele dos meus irmãos negros

Descobri que o racismo existe no Brasil desde cedo. Sou branco e tenho um irmão negro. Quando pequenos, indagados se éramos realmente irmãos, respondíamos: “é que nosso pai é moreno e nossa mãe é loira”. A resposta apropriada, claro, seria a verdadeira: eu sou filho biológico dos nossos pais que são brancos e ele é filho adotivo, e provavelmente, filho biológico de pais negros, apesar de não os conhecermos. Ninguém nasce racista. Mas até mesmo essa resposta era de cunho racista. Porque a sociedade nos ensinou sutilmente que a cor do meu irmão deveria ser negada. Eu dizia a todos que ele era moreno. Como se fosse pejorativo dizer que era negro. Nunca conversei com meu irmão sobre o racismo que sofrera. Mas evidente que isso marcou sua vida. Deve ter sido foda ser o único negro da escola particular “cristã” da classe média da Zona Norte do Recife, na década de 80. Deve ter sido cacete sentar todos os dias no sofá, com a família, e se ver representado nas telenovelas por atores negros a quem sempre eram reservados os papéis de escravos ou criminosos e, jamais, papéis de empresários, executivos ou cientistas. Não deve ter sido fácil estacionar o carro numa padaria e ouvir “cuidado para não arranhar o carro do patrão”, sendo aquele o carro do seu próprio pai. Deve ter sido difícil ser o negro do apartamento 602, o único do prédio totalmente ocupado por brancos, racistas na sua maioria. Foi compreensível que ele tenha pedido para se “exilar” no nosso sítio, aos 15 anos de idade, e de lá não querer mais sair, em sinal de esgotamento. Já minhas irmãs, gêmeas, que nunca se viram representadas nas princesas da Disney (“ô mainha, por que meu cabelo não assanha igual ao da Cinderela?”), talvez tenham sofrido menos, pois são mais jovens e, afinal, hoje é mais cult assumir a negritude. Há um certo freio no processo de branqueamento que vivemos. Isso é fato. Mas o racismo está longe de acabar. Está nas facetas da sociedade. Na forma de olhar. Nas entrelinhas das expressões. Covarde e cretino. Por isso, sou adepto do empoderamento. Não basta ser contra o racismo. É preciso ser antirracista. É preciso falar do orgulho de ser negro. Falar de negros de sucesso para que jovens negros se sintam empoderados e confiantes. Falar de pessoas como José do Patrocínio, Juliano Moreira, André Rebouças, Joaquim Barbosa, Lázaro Ramos, Taís Araújo, Milton Santos, Ernesto Carneiro Ribeiro, Lima Barreto, Carolina Maria de Jesus, Sueli Carneiro, Gilberto Gil, e tantos outros. "É triste, senhores, que até hoje, quando apenas cinco anos nos separam do centenário glorioso dos direitos do homem, nesta América que parecia dever ser o refúgio de todos os perseguidos, o asilo de todas as consciências, a praça inexpugnável de todos os direitos, a escravidão ainda manche a face do continente, e um grande país, como o Brasil, seja aos olhos do mundo nada mais, nada menos, do que um mercado de escravos" (Trecho do discurso proferido por Joaquim Nabuco, no Recife-PE, na Praça S. José do Ribamar, no dia 5 de novembro de 1884, sob aplausos da multidão que o ouvia). Quero meus sobrinhos com orgulho da pele.

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A transformação digital e os carros particulares

Nos próximos 20 anos, a indústria automobilística vai passar por duas grandes transformações digitais que impactarão diretamente no modo como usaremos os carros. A primeira grande transformação é no modelo de impulsionamento, que passará a ser predominantemente por motores elétricos. Inclusive, já estamos vivendo essa transformação com a atual oferta de vários modelos elétricos e com o anúncio da proibição da fabricação de modelos à gasolina e diesel, a partir de 2040, em países como França e Inglaterra. Em Londres, já partir de 2019, será proibida a circulação de carros movidos a combustível fóssil pelo centro da cidade. O carro elétrico não é novidade. Protótipos já existem há mais de 30 anos. Mas foi o avanço da digitalização dos últimos anos que vem tornando o produto cada vez mais viável economicamente. E, para otimizar melhor o uso da eletricidade das baterias, os carros atuais são praticamente softwares sobre rodas. Quase tudo hoje no carro é controlado digitalmente. Essa tecnologia embarcada tem sido o grande pilar da segunda grande transformação que passará a indústria automobilística nos próximos anos: os veículos autônomos. Nas ruas da Califórnia, carros e ônibus autônomos já são realidade em projetos do Google e do Uber, por exemplo. Mas por que essa seria uma grande transformação? Porque vai causar dois grandes impactos: no uso e na produção dos veículos. A necessidade por um carro particular, para uso exclusivo, será cada vez menor, pois a tecnologia vai permitir que um carro autônomo seja usado de forma privada e coletiva. Em vez de estar parado, que chega a 90% do tempo ao longo de um dia, o carro autônomo poderá, por exemplo, prestar serviço para outras pessoas. Em virtude disso, haverá uma menor demanda por carros particulares, diminuindo também a exigência de tantos modelos e suas variações de design, cores, acabamento, potência etc. A grande consequência será o fechamento de fábricas que atuam no segmento dos modelos mais vendidos. Esse movimento não deve afetar, no entanto, as marcas de modelos de luxo, que primam pela exclusividade.

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Ganhei no milhar (por Joca Souza Leão)

Em casa e pra turma da rua, sempre fui Joca. João Augusto, só no colégio. E por conta da caderneta de chamada. Daí em diante, Joca. Em toda parte. Até no exterior. Pra facilitar, já me apresentava Djoca para os ingleses, Jocá para os franceses e Roca para os de língua espanhola. Não ia pretender que me chamassem João. Este som, “ão”, só existe em português. Na vida, topei com dois João Augusto. Um deles, meu primo Zoza. Também em homenagem ao nosso avô; materno dele, paterno meu. Nunca tive amigo nem colega João Augusto. No alistamento militar, eu era o único. João Augusto famoso, não sei de nenhum. Conhecido, só o lobista do PMDB que tá preso pela Lavajato. Mas, acabo de descobrir um João Augusto na Bahia. Sorte minha. Explico. Mas não em duas palavras. Se você tiver um pouquinho de paciência, cara leitora, caro leitor, vai saber os porquês. Uma moça, Chrystine, leu os meus livros. Trocamos alguns e-mails. E, na breve biografia publicada, ela ficou sabendo que Joca era João Augusto. Antes de continuar, no entanto, devo apresentar Chrystine: baiana e advogada, trabalha num escritório de contabilidade em Salvador. O tempo passa. E ela volta a me escrever. Conta que um cliente, aposentado, pediu-lhe para pesquisar se ainda tinha algum dinheiro para receber do governo. PIS, FGTS, Plano Verão, Plano Bresser, Plano Collor... ou uma outra picaretagem governamental qualquer. E tinha. Um bom dinheirinho confiscado, qu’ele nem desconfiava que existia. Sabe o nome dele? Bingo! João Augusto. E, por acaso, Chrys descobriu na pesquisa um outro João Augusto. Este, com o meu sobrenome. Homônimo? Mandei meu CPF. E ela enviou o comprovante. Bingo! Dia seguinte, fui à agência da Caixa na Rua da Hora. Fila. Uma hora e tanto. E o atendente não localizou o meu crédito. Consultou um colega. “Ah!, isso é do Plano Collor.” Digitou uma senha. Tava lá. Até os centavos. “O senhor tem que trazer os documentos do INSS.” Na mesma pisada, caminhando, fui ao INSS da Av. Mário Melo. Fechado. Expediente até as 11. Eram 11h15. Manhã seguinte, tava eu lá. Sem fila. Jogo rápido. Atendido na recepção mesmo. Documentos na mão, voltei à Caixa. “Tá faltando a Certidão de Aposentadoria INSS – PIS/PASEP – FGTS.” Voltei ao INSS. “Nós não emitimos mais este documento. Só no Pina.” Fui ao Pina. Fila quilométrica. Uma pensionista me deu a dica: “Vá ao posto da Av. Norte.” Fui. Fila. Mais de uma hora. “Senha, só às 7 da manhã. Mas, pode ser pela internet.” E me deu uma “senha inicial” para acessar o sistema. Não sei quem era mais burro. Eu ou o sistema? Após dezenas de tentativas, consegui imprimir. E voltei à Caixa. “O documento não é este, não.” Resolvi tentar outra agência da Caixa. Ilha do Leite (Ed. Graham Bell). Por telefone, falei com a encarregada da seção. “O senhor só precisa trazer a carteira de identidade original.” Dito e feito. Com quinze minutos, saí da agência com uma “ordem de saque” para dali a três dias. No dia marcado, fui à agência da Caixa na Rua da Hora, porque pertinho de casa. “Só pode sacar na agência que emitiu a ordem” – disse o funcionário. Acredite, caro leitor, pela primeira vez alterei o tom da voz. “O senhor sabe ler?” Ele leu. E me encaminhou ao caixa para receber. Em espécie, qu’eu não sou besta. Quem lembra do samba-de-breque de Moreira da Silva, o Kid Morengueira? Acertei no milhar! Ganhei quinhentos contos, não vou mais trabalhar.

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Constantino Júnior: “Vamos fazer um choque de gestão”

*Por Houldine Nascimento A partir desta terça-feira (12), o Santa Cruz Futebol Clube tem um novo presidente. O nome, no entanto, é velho conhecido da torcida: Constantino Novais da Silva Barbosa Júnior, 38 anos. Representante da situação, “Tininho”, como é chamado pelos mais íntimos e pela massa coral, venceu a eleição na terça passada (5), obtendo 812 dos 1.252 votos válidos (64,8%), e terá a missão de comandar o clube no triênio 2018-2020. O economista tem como maior meta organizar a parte financeira do clube. Desde 2011, quando passou a integrar o cotidiano do Santa como dirigente, Constantino Júnior tem vivenciado o drama das finanças do Tricolor. Muito disso em razão de incontáveis dívidas trabalhistas de gestões passadas. A falta de pagamento de ações na Justiça do Trabalho acarreta ao clube o bloqueio das cotas de TV. Como consequência, os funcionários sofrem com constantes atrasos salariais. O reflexo dessa triste situação pôde ser visto nos dois rebaixamentos seguidos: em 2016, quando caiu da Série A para a Segunda Divisão no Campeonato Brasileiro, e 2017, no retorno à Série C após dez anos. Antes mesmo de assumir a presidência, Constantino já procurou a Justiça do Trabalho para uma repactuação dos débitos, almejando uma temporada melhor no próximo ano. Ele também esteve à frente da contratação de um diretor de futebol remunerado (Fred Gomes) e do novo técnico (Júnior Rocha, ex-Luverdense). Apesar dos dois últimos anos difíceis, que ocasionaram um desgaste junto à torcida, Tininho construiu uma trajetória com mais triunfos do que de fracassos: teve participação direta em três acessos e sete títulos do Santa Cruz, com destaque para a volta à elite nacional em 2015 e a conquista da Copa do Nordeste, maior título da história Coral, em 2016. Nesta entrevista exclusiva, Constantino Júnior fala sobre os principais desafios de sua gestão, como pretende unir as diversas correntes e aumentar o quadro de sócios do clube. Você esteve perto de deixar o Santa este ano, mas desistiu e foi disputar as eleições. O que o fez mudar de ideia? CONSTANTINO: Com a impossibilidade de o ex-presidente Antônio Luiz Neto disputar o pleito, fui convocado por lideranças do clube. Foi quase uma ‘intimação’. Eles pediram para que eu tocasse a candidatura. Isso me fez repensar e aceitar esse desafio. Tive apenas sete dias para fazer a campanha. Foi uma situação inesperada e agora é abraçar a causa, atendendo a confiança elevada de acreditarem no meu nome. Durante o processo eleitoral, você chegou a ressaltar que pela primeira vez na história do Santa, três chapas concorreram ao pleito. Isso evidencia, de certa forma, uma divisão no clube. Você vai atrás dos opositores para tentar uma união? CONSTANTINO: O Santa Cruz precisa do apoio de todos. Ninguém pode administrar o clube achando que pode abrir mão de um ou outro tricolor. Essa gestão vai ser aberta, de convergir forças, formar novos dirigentes também. Claro que pensamos em trazer essas pessoas que amam o Santa para dentro. Assim, vamos trabalhar mais e poder estancar as dificuldades enfrentadas. Sua trajetória no clube é bastante vitoriosa: foram cinco títulos estaduais, uma Série C e a conquista da Copa do Nordeste. No entanto, o segundo semestre de 2016 e o ano de 2017 foram ruins e a torcida está bastante machucada com o momento do clube. O que você pretende fazer para melhorar sua imagem? CONSTANTINO: Trabalhar muito. A gente sabe que muita coisa aconteceu, não foi pelo futebol, mas por uma dificuldade de recursos. Agora é diferente. Primeiro, é organizar a casa. Depois que isso for feito, os títulos serão consequência. Não podemos buscar um título a qualquer custo e deixar o clube desequilibrado. Precisamos atacar essa dificuldade financeira, encarar essa dívida e em seguida deixar o time organizado. Quantos sócios o Santa Cruz tem e existe um plano para aumentar o número de associados? CONSTANTINO: São aproximadamente 6,5 mil sócios em dia. Claro que o Santa Cruz tem um potencial bem maior do que isso. Vamos trabalhar duro para não ficar dependendo só do resultado de campo. É um trabalho para fidelizar, mostrar as vantagens e fazer um plano arrojado para captação e manutenção de sócios. Estamos predispostos a isso aí e esperamos em pouco tempo implantar o plano, tomando como base experiências de outros clubes do Brasil que têm um número elevado de sócios. Vimos constantes atrasos de salários dos funcionários em 2017. O que fazer para mudar esse quadro no próximo ano? CONSTANTINO: Vamos fazer um choque de gestão para poder equacionar e deixar o clube do tamanho que ele pode ter nesse momento, numa readequação à Série C. Dar uma enxugada nos departamentos do clube e ter condições de manter uma situação em que possamos honrar os compromissos. O planejamento para 2018 já começou com a definição de alguns nomes no futebol do Santa. Existe a pretensão de montar um colegiado para comandar o futebol? CONSTANTINO: Exato. [O colegiado] será formado pelo executivo de futebol e quatro dirigentes da casa. Essa é a formatação e vamos trabalhar em cima disso. Sobre cotas de TV: como está a situação do Santa? Existe um acerto com a Rede Globo para 2019? CONSTANTINO: Haverá um novo modelo no Campeonato Brasileiro a partir de 2019 e o Santa tem de estar nas divisões superiores para poder fazer jus a essas cotas. É um sistema diferenciado. Vamos aguardar para ver como vai funcionar. Ainda há muita especulação. Nesse novo modelo, todo clube que cair de divisão não terá aquela proteção de antes. Não digo que será mais igualitário, mas é menos perverso por assim dizer. *Houldine Nascimento é jornalista e colaborador do site da Revista Algomais

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5 imagens do Morro da Conceição antigamente

O Recife vive os dias de festividades no Morro da Conceição. Os milhares de fiéis que sobem as ladeiras para assistir as celebrações, pagar promessas ou simplesmente para viver essa experiência religiosa celebrada por grande parte da comunidade católica pernambucana têm uma história antiga de devoção, que nos leva ao início do século passado. A imagem que deu o nome ao morro chegou à capital pernambucana em 1904. O crescimento do número de fiéis na festa da padroeira e também da população do Morro, que cresceu significativamente nas últimas décadas, obrigou a igreja a ampliar suas instalações ao longo dos anos, chegando ao atual santuário. Confira abaixo cinco imagens históricas do Morro. E, no final, um bônus, que é a imagem aérea atual do bairro, publicada recentemente pelo projeto Mais Vida nos Morros. (Clique nas fotos para ampliar). 1) Morro da Conceição (1910-1912) 2) Morro da Conceição em 1930 3) Vista aérea da Ocupação do Morro na Década de 1970 (Condepe/Fidem) 5. Igreja Antiga   VÍDEO   Imagem bônus: Vista aérea atual do Morro da Conceição, foto cedida pela PCR.  

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Soluções para a caminhabilidade no bairro do Recife

No último sábado a Algomais promoveu, dentro do Rec'n'Play, um workshop do projeto Cidades Algomais, com o tema “Caminhabilidade no Bairro do Recife: um upgrade tecnológico”. O evento contou com uma palestra do consultor Francisco Cunha; uma caminhada passando por lugares como a Igreja do Pilar, pela Cruz do Patrão, Porto do Recife, Praça do Arsenal, Moinho do Recife, antigos armazéns de Açúcar; e terminou com um debate sobre as alternativas para estimular a mobilidade ativa no bairro. Sete fatores para incentivar a caminhabilidade foram elencados pelos participantes do workshop: 1. Incentivar a vocação histórica do bairro, com o uso de ferramentas tecnológicas (a exemplo de aparelhos de realidade aumentada, narração da história do lugar via fones de ouvido, aplicativos para celular com essa proposta) 2. Promover o uso misto do bairro (incentivando não apenas a geração de empregos, mas de moradias) 3. Planejar um maior relacionamento do bairro com o restante da cidade (com melhores alternativas de transporte e maior disponibilidade de informações sobre o local) 4. Wifi pública em todo o bairro 5. Integrar e tornar acessível (em plataforma digital) a base de projetos desenvolvidos para o bairro 6. Embutimento da fiação 7. Retirada dos automóveis O Bairro do Recife, que viveu uma grande transformação com a chegada de várias empresas de tecnologia que formam o Porto Digital, tem grandes entraves relacionados à mobilidade a pé. A sensação de insegurança, a falta de conhecimento dos elementos históricos do bairro e as dificuldades de infraestrutura estão entre os fatores que desestimulam a caminhabilidade na região. As sugestões construídas no debate do CAM são o pontapé de um movimento de revitalização do Bairro do Recife, principalmente via a mobilidade ativa, que precisa ganhar corpo. CAM – Cidades Algomais é um projeto realizado pela Revista Algomais que consiste na promoção de uma série de eventos que tem a proposta de debater questões da vida urbana sob a ótica de práticas bem-sucedidas.

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Filme homenageia o cineasta Federico Fellini

Federico Fellini costumava fazer dos sonhos e da fantasia figuras recorrentes em seus filmes. Tão poético quanto as produções dirigidas pelo cineasta italiano, o longa Em Busca de Fellini surge como uma doce e singela homenagem a um dos principais nomes do cinema mundial. Dirigido pelo sul-africano Taron Lexton, o filme não faz da homenagem a Fellini um pretexto para existir: tem vida própria, apresentando personagens bem construídos, a começar pela protagonista. Lucy (Ksenia Solo), apesar dos seus 20 anos, tem a inocência de uma adolescente, fruto de uma infância marcada pela sombra superprotetora da mãe, Claire, interpretada pela excelente Maria Bello. Ao descobrir que está com câncer em estágio bem avançado, Claire entende que chegou a hora de abrir as portas do mundo para a filha. A história ganha fôlego a partir do momento em que Lucy sai para uma entrevista de emprego. O sentimento de frustração, após descobrir que não era o trabalho que esperava, dá lugar ao início de uma paixão: o cinema de Fellini. Ao participar de um festival em homenagem ao cineasta, ela fica encantada com seus filmes e com a beleza de personagens como a doce Gelsomina de A Estrada da Vida. É quando decide, então, ir à Itália conhecer o diretor. A procura por Fellini leva Lucy a belas cidades italianas, como Veneza e Roma. É de beleza ímpar a cena em que a protagonista é guiada para dentro do Coliseu por seu par romântico, interpretado pelo ator italiano Enrico Oetiker. Fellini está presente no filme não apenas quando suas obras são citadas ou trechos delas são exibidos. Ele está na trilha sonora quando numa cena triste é tocada a música tema de A Estrada da Vida. Também no figurino, mais especificamente na roupa usada por Lucy em sua viagem para a Itália. Roupa inspirada no conhecido traje da personagem Gelsomina, também de A Estrada da Vida. O filme bebe de outras fontes, entre elas, o clássico Alice no País das Maravilhas. A obra surge em meio às histórias que costumavam ser lidas por Claire para a filha ainda criança. Trechos do livro também são reinvocados como relances de um sonho no momento em que Lucy é perseguida por um estranho dentro de um labirinto em Veneza. Em Busca de Fellini é belo e marcante de jeito próprio, bem longe, é verdade, da genialidade do cinema felliniano. Se genial ou não, é boa opção para os já familiarizados com a obra de Fellini, como também para aqueles que nunca viram algum de seus filmes. Estreia: 07 de dezembro Local: Moviemax Rosa e Silva.

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Brasileirão 2017 termina com final feliz para o Nordeste

*Por Houldine Nascimento Em 2018, o futebol nordestino terá quatro representantes no Campeonato Brasileiro. Há algumas rodadas, o Bahia obteve a pontuação necessária para se manter na elite nacional e o Ceará fez boa campanha na Série B, terminando na zona de acesso. Sport e Vitória, que chegaram à última rodada lutando pela permanência, conseguiram os resultados necessários e também estarão na Série A do próximo ano. Carga dramática não faltou para os dois rubro-negros nesse domingo (3). Em tese, o baiano tinha a tarefa mais fácil, uma vez que bastava vencer em casa. Já o time pernambucano precisava do triunfo e também de que ao menos um dos concorrentes diretos tropeçasse. Por incrível que pareça, o Sport sofreu menos. Além de ganhar do time misto do Corinthians por 1 a 0, com gol de André, numa Ilha do Retiro lotada, o Leão do Recife viu os rivais pela permanência sucumbirem nos minutos finais. O Coritiba, que acabou rebaixado, sofreu a virada da Chapecoense (2 a 1) nos acréscimos, na Arena Condá. Por ironia do destino, dois “renegados” do Sport tiveram participação efetiva no gol que determinou o rebaixamento do Coxa: Apodi ajeitou para Túlio de Melo escorar sozinho de cabeça. É bem verdade que este tento salvou mais a pele do Vitória, que perdeu no Barradão para o Flamengo por 2 a 1 e também de virada no final do jogo. Foi o desfecho de uma péssima campanha como mandante. Pelo saldo de gols, o time baiano permanece na Primeira Divisão. Outro adversário direto, o Avaí não teve forças para derrotar o Santos na Vila Belmiro e empatou por 1 a 1. Os placares fizeram o Sport chegar aos 45 pontos e o Vitória estacionar nos 43, mesma pontuação de Coritiba e Avaí. Para a sorte do Rubro-negro da Boa Terra, a equipe catarinense tinha uma vitória a menos (11 a 10) e o Alviverde paranaense um saldo de gols pior que o seu (-9 a -8). De duas quedas iminentes, o Nordeste passa a ter mais um representante na Série A. Com isso, 20% das vagas serão ocupadas por times da região. Se Sport e Vitória chegaram ao fim ameaçados, muito se deve a constantes erros de suas diretorias. Embora não dê para comparar com os principais clubes do Sul e Sudeste, os dois tiveram as maiores receitas da história. Num breve exercício, as duas equipes baianas partem na frente para a temporada seguinte, sobretudo porque já possuem técnicos. O Bahia, que trocou três vezes de comandante neste Brasileirão, enfim acertou ao contratar Paulo César Carpegiani. E Vagner Mancini ajustou o Vitória, ciente das limitações técnicas do elenco, para funcionar de maneira mais eficaz, com pouca posse de bola e saindo em velocidade nos contra-ataques, o que foi uma arma letal fora de casa, mas ineficaz nos seus domínios. Agora, os dois treinadores terão a chance de começar uma temporada à frente dos times e montar os respectivos elencos. O Sport sai atrás justo por não ter um técnico. Apesar de salvar o clube do descenso nos dois últimos anos, Daniel Paulista não seguirá no comando. O nome mais ventilado é o de Alberto Valentim, que liderou o Palmeiras na reta final do Brasileirão. Se sua vinda se concretizar, vai mostrar que a diretoria não aprendeu com os erros de 2017. Será mais uma aposta arriscada e que evidenciará uma notória falta de planejamento. Mesmo com técnico definido, o Ceará é o time nordestino que terá mais dificuldades, ao menos sob o ponto de vista das finanças por não ter o poder de investimento dos outros três clubes da região que vão disputar o Campeonato Brasileiro. O Vozão entra consciente de que a briga é para ficar na Série A. Será que algum dia esse roteiro manjado dos clubes do Nordeste na Primeira Divisão vai mudar?  

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As cores da cerveja

Nossa percepção em relação aos sabores e aos estímulos que sentimos em relação ao que consumimos é diretamente ligado às cores. Se vamos ao supermercado, restaurantes ou qualquer outro estabelecimento que nos exponha ao que queremos beber ou comer, a apresentação é fundamental. As cores têm um papel muitas vezes determinante no que desejamos e traça um rumo do que devemos ou não “embarcar”, e muitas vezes, até o subconsciente trabalha silenciosamente nessa escolha. Com as cervejas isso não foge à regra. Com uma quantidade tão grande de estilos, marcas e rótulos, é plenamente natural que exista uma gama de variações de cores e tonalidades para assim causar o melhor impacto visual possível e assim estimular o nosso paladar. Mas e  o porquê de tantas cores? Afinal para alguns que começaram a curtir o universo das cervejas, “é apenas cerveja”, certo? De forma alguma, essa pluralidade dos tons é pura arte. Digamos que é a “noiva”, quando junto com os aromas dão uma largada e determinam qual tipo de cerveja queremos produzir ou consumir. Então o que define as cores? O que ela dizem? Vamos tentar explicar um pouco. A cor, como disse anteriormente, está ligada ao tipo de cerveja ou, podemos dizer também, ao tipo de receita. Ela mostra qual malte utilizado, nível de torrefação. Tal grau não interfere necessariamente na cor, muito mais no sabor. Então o equilíbrio nesse processo é fundamental para o sucesso das receita, mas a grosso modo podemos dizer que a combinação dos maltes vai dar a tonalidade da bebida. Outra coisa fundamental é que a cor não é determinante na graduação alcoólica. Podemos ter cervejas escuras, com graduação mais baixa que cervejas claras como as Pilsens. Dando um exemplo. Uma cerveja duble IPA é uma cerveja essencialmente alcoólica, ela pode ser clara e mesmo assim bastante forte. Uma cerveja com um tom bastante fechado e escuro, como uma Stout, pode ser bem mais leve. Cervejas escuras podem ter mais complexidade e serem mais densas, mas não obrigatoriamente mais fortes. Em se tratando do controle formal dessas cores existem duas escalas utilizadas para medir as cores da cerveja. A EBC, da Europa e a SRM dos EUA. No Brasil a escala usada é a EBC. A EBC, que quer dizer European Brewing Convention (Convenção de Cervejeiros da Europa) é aplicada a cerveja e também ao malte. Nessa escala, a cerveja clara tem que ter menos de 20 unidades de EBC, e quem tiver mais de 20 EBC, é definida como cerveja escura. A escala SRM tem como base a espectrofotometria, que usa a absorção da luz e a mede em certos comprimentos de onda. Existe uma diferença de 40% dos valores a escala EBC, nessa conta, 10 unidades de EBC, é equivalente a 4 de SRM, como explica o infográfico abaixo. Essas duas escalas mais formais é mais para os produtores de cerveja enquadrarem suas produções. Nós amantes e consumidores temos mais é que experimentar todas elas.

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