Arquivos Colunistas - Página 275 De 309 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Qual os estilos da cervejas pra Páscoa?

Na Semana Santa a pedida são os frutos dos mar. Principalmente os peixes e as comidas ao coco, onde se harmoniza tradicionalmente com vinho. Mas hoje temos uma variedade de cervejas que combinam e harmonizam perfeitamente com os mais variados gostos. Cervejas mais leves e até mais encorpadas combinam com pratos tradicionais, deixando essa época do ano ainda melhor. E ainda tem aquele chocolate de páscoa que pode também ser apreciado com uma boa cerveja. Vamos as dicas? Cerveja, diferentemente do vinho, harmonizamos mais por aproximação. Vinho é mais por contraste. Sabores mais fortes e intensos, cervejas mais alcoólicas. Pratos mais leves, cervejas mais refrescantes. No caso de um bacalhau. Escolha uma cerveja mais leve. Se não quiser ousar muito e seu paladar é mais tradicional, uma pilsen cai muito bem. Se gosta de dar intensidade ao sabor cheio de personalidade que o bacalhau possui, abra uma Witbier. Essa cervejas são de trigo, mas são mais leves e aromáticas. E deliciosamente cítricas com sua tonalidade amarelo palha. É um casamento perfeito. Pratos com camarão também são muito bem-vindos. Aquela maravilhosa posta de peixe frito também é um grato convite a ser combinado com uma Lager. São bebidas bem leves e suaves, e por isso harmonizam muito bem com frutos do mar de sabores menos intensos, como peixe frito, camarão e caranguejo.   Mas de vamos para sabores mais intensos e complexos. A dica é que sua cerveja siga essa mesma linha. Moquecas, pratos que levem sardinhas, paellas vão muito bem com IPAs e APAs. Experimente uma ostra crua com uma Stout. A complexidade dos dois sabores dão uma sensação realmente muito gratificante. Mas evite muito tempero para não mascarar o paladar e os maltes torrados se misturaram com o característico sabor dessa iguaria marinha.   E uma Stout também pra finalizar em grande estilo combinando com a tradição dos ovos de páscoa. Escolha um chocolate amargo e experimente a combinação. Os maltes torrados dão uma deliciosa sensação quando combinado com o amargor do chocolate. Se preferir um chocolate branco, harmonize com uma fruitbier, o aroma fica absurdamente gostoso. Imperdível. Agora é curtir todas essas dicas e ser feliz. Para que a fertilidade caracterizada pelo coelho de páscoa permita que se estenda a nossa cerveja para que nunca falte. Amém! MUNDO CERVEJEIRO Campanha da Itaipava revela que “O Verão Vive Dentro Das Pessoas” A cerveja Itaipava acredita que o verão é muito maior que uma estação do ano: é uma forma de viver a vida. Para comprovar a ideia“dentro da gente é sempre verão”, a cerveja lança nova campanha, composta por cinco filmes, além de ações em mídia digital. O projeto brinca com a temperatura corporal, fazendo referência ao verão interior de cada um, que pode durar o ano inteiro. “Se o verão é um jeito de viver a vida, ele nunca deve acabar, independente do clima. Por isso, para este ano, a Itaipava trabalha com a proposta de que não importa qual é a temperatura lá fora, nosso corpo está a 36,5º”, explica Eliana Cassandre, gerente de propaganda da marca. Intitulada “Em Você, É Verão O Ano Todo”, a campanha foi criada em parceria com a Y&R e tem início com o teaser que instiga as pessoas à medirem a sua temperatura. De forma bem-humorada, a chamada instiga para o segundo filme, que reforça a necessidade de continuar vivendo, o ano inteiro, com a mesma intensidade do período de dezembro a março. Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=l1JnwWZE8a8&feature=youtu.be  

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8 fotos do Bairro de São José Antigamente

O Bairro de São José abriga desde igrejas históricas da cidade, como a Basílica da Penha, até estruturas importantes do cotidiano do Recife há décadas, como o Mercado de São José e a Estação Ferroviária Central. De acordo com Lúcia Gaspar, da Fundação Joaquim Nabuco, no início o bairro era habitado por pescadores. "Situado na parte central e mais urbana da cidade tem como referências o Mercado de São José; o estuário do Pina; a antiga Casa de Detenção, hoje transformada em Casa da Cultura; a Estação Central, onde hoje se encontra o Museu do Trem; a praça Sergio Loreto e, sua espinha dorsal, as ruas da Concórdia e Imperial", menciona no artigo sobre o bairro. Ela destaca que o local onde funciona mercado de São José já abrigava desde 1787 um pequeno comércio de verduras e frutas, chamado na época de Ribeira de São José. As fotos são do banco de imagens da Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco. Clique nas imagens para ampliar. 1. Mercado de São José 2. Estação Ferroviária Central 3. Igreja Nossa Senhora da Penha (1825) 4. Praça Sérgio Loreto 5. Foto do Bairro Vista da outra margem do Capibaribe 6. Pátio do Terço 7. Vista dos telhados e igrejas do bairro (1905) 8. Rua Imperial VEJA TAMBÉM 8 imagens do Zeppelin nas paisagens do Recife 7 imagens do Bairro da Boa Vista Antigamente 8 imagens dos Fortes do Recife Antigamente 8 fotos do Porto do Recife antigamente

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Um problema de segurança nacional

Infelizmente no nosso País o problema da segurança pública transformou-se num problema de segurança nacional. Em recente participação no programa Globo News Painel, a propósito da intervenção federal no setor de segurança do Estado do Rio de Janeiro, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do alto de sua experiência de primeiro comandante da missão de estabilização da ONU no Haiti, disse, com todas as letras, que o Brasil estava caminhando a passos largos para se transformar num “narco-país”. É o maior consumidor de crack, o segundo de cocaína e, hoje, o principal local de passagem de drogas no mundo. Isso sem produzir nenhum grama de cocaína nem fabricar fuzis militares ou metralhadoras, fartamente utilizados pelos traficantes no País inteiro. Segundo informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, a maioria absoluta dos chamados CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais), os assassinatos, no Estado está relacionada ao tráfico de drogas, assim como, também, a maioria dos chamados CVP (Crimes Violentos Contra o Patrimônio), roubos e assaltos, são de celulares para troca por droga. Daí a grande importância, já muitíssimo atrasada, do tratamento do tema com uma abordagem nacional e a mais unificada possível. E, daí também, a importância da intervenção federal no Rio de Janeiro e da criação do Ministério da Segurança Pública. O secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, profundo conhecedor do enfrentamento da violência a partir da exitosa experiência da Colômbia, é taxativo ao afirmar: “a situação atual do Rio de Janeiro é a mesma de Medellín na década de 1980”. E mais: “o enfrentamento do problema da segurança pública no Brasil, dada a gravidade que assumiu, depende tanto da atuação articulada da indispensável ‘mão social’ como, também, da ‘mão dura’ da ordem estatal”. Uma "mão" só não resolve mais. Então, não há, em tese, do que discordar das medidas recentemente tomadas pelo governo federal, torcendo para que a coisa seja feita pelos responsáveis da forma mais profissional possível, ainda que, no momento, sob inescapável influência eleitoral. Mas é melhor começar e deixar pelo menos o problema estruturado para os próximos governantes do que não fazer nada e ver o crime organizado avançar cada vez mais sem enfrentamento inteligente e minimamente articulado. Torçamos, então!

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Mar adentro

Assisti, pela segunda vez, ao filme “Mar Adentro”, com Javier Barden no papel principal. O filme é sensacional. Baseado em fatos reais, Ramón Sampedro fica tetraplégico depois que bate com a cabeça na areia, ao dar um mergulho no mar. Deitado numa cama, sem qualquer movimento, por cerca de vinte e oito anos, Ramón resolve contratar uma advogada para suplicar ao Estado o direito de morrer. Perseguiu, desesperadamente, uma autorização judicial para tirar sua própria vida, argumentando que viver daquela maneira já seria estar morto, dia após dia. A justiça espanhola rejeitou o seu pleito. Mas num ato de rebeldia e, contando com ajuda de amigos, conseguiu tomar uma substância letal para, enfim, literalmente, “partir desta para uma melhor”, realizando seu desejo de morrer. Paralelamente, li, na última semana, o livro “Pulmão de Aço” de Eliana Zagui. A autora narra a sua própria trajetória de vida. Chegou ao Hospital das Clínicas de São Paulo aos dois anos de idade com poliomielite. Paralisia do pescoço aos pés e quase incapaz de respirar. Todos aguardavam a sua morte, em razão do grave quadro apresentado. Mas quarenta anos após, Eliana ainda vive na UTI do Instituto de Ortopedia e Traumatologia daquele hospital. Aprendeu a ler e escrever, concluiu o ensino médio, estudou idiomas. Escreve, pinta, usa celular e notebook utilizando, pasmem, a boca. Conhece o mundo pela internet, televisão e através das raras saídas do Hospital. Chegou a estudar formas de tirar sua própria vida. Porém, diferentemente de Ramón, desistiu desses pensamentos. Diz ela no livro: “Há tanta coisa que ainda não realizei. Sonhos, passeios, trabalhos. Isso me motiva.” Para explicar a escolha de Eliana, suas palavras bastam. Para tentar compreender a escolha de Ramón, tomo as palavras de Rubem Alves: “A vida humana, como fato biológico, não é o valor supremo. Todas as religiões reconhecem que, acima do valor da vida, está o valor do amor. Por causa do amor, até a vida pode ser sacrificada. As coisas que nos dão razões para morrer são as mesmas coisas que nos dão razão para viver”. Amo a vida! Quero morrer quando estiver velhinho, arrastando as sandálias. Mas entendo perfeitamente as escolhas de Ramón e Eliana. Aparentemente antagônicas, contudo, iguais. Um escolheu morrer e a outra escolheu viver. O que há de comum nesses caminhos? Ambos vão em busca do prazer. Pode haver prazer em morrer? Claro! O extermínio do sofrimento é o encontro com o prazer do não mais sofrer. Não vale a pena uma vida condenada ao sofrimento eterno. Eliana encontrou motivos para seguir em frente porque encontrou o prazer dos desafios. Ramón, sem desafios, encontrou razões para se despedir. A natureza humana fascina, com sua inexplicável e infinita complexidade. Nem o avanço tecnológico será capaz de alcançar a mais profunda intimidade dos pensamentos de uma pessoa. Mas uma coisa é certa: a vida que vale a pena ser vivida é a vida com prazer, desafios e dignidade. É para isso que estamos aqui, senhoras e senhores. Como diria Millôr Fernandes, “O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas”.

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Os empregos e os algorítimos

Cerca de 65% das crianças que estão na escola hoje irão trabalhar em funções que atualmente não existem. É a principal conclusão de um estudo divulgado em janeiro deste ano pelo Fórum Econômico Mundial sobre os impactos da Transformação Digital. Outro estudo, “O Futuro do Emprego”, da Universidade de Oxford, realizado em 702 ocupações do mercado americano, diz que 47% das profissões devem ser automatizadas nos próximos 20 anos. Mesmo que não estejamos percebendo, mais assustador é saber que essas previsões já estão acontecendo em escalas e tempos diferentes em cada país. Entre as profissões mais ameaçadas estão as que podem ser feitas de modo mais barato e eficiente do que a mão-de-obra humana. Corretor, vendedor, secretária, porteiro, árbitro, motorista, fiscal, operadores e quase todas aquelas funções “meio” estão sendo as mais afetadas num primeiro momento. Num segundo momento, nem mesmo as profissões intelectuais estarão imunes ao processo de transformação mais rápido e intenso da história da humanidade. A inteligência artificial – em especial a deep learning, que é capaz de aprender e tomar decisões por conta própria – já pode redigir, por exemplo, peças jurídicas e até mesmo notícias. Portanto, grande parte dos jornalistas e advogados podem ser substituídos por algorítimos no futuro. Por outro lado, a transformação digital deve valorizar algumas profissões, mas quem não quiser ser substituído por um robô no futuro, como diz o jornalista Marcelo Tas, precisa deixar de agir como um robô. Nesse sentido, dois grandes tipos de profissionais se destacarão: aqueles ligados à criação e ao desenvolvimento de novas tecnologia e aqueles que vão cuidar das consequências da presença da tecnologia em nossas vidas. No primeiro grupo, estão os analistas de sistemas e engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento de robôs e computadores com inteligência artificial e na integração de aparelhos e máquinas com a internet. Pesquisadores terão um grande campo de trabalho estudando novas formas de geração e retenção de energia para fazer toda essa tecnologia funcionar. Outro exemplo é o avanço na medicina preventiva, principalmente para as doenças sem cura, que já está criando muitas oportunidades na genética. No segundo grupo, o aumento da incidência de transtornos causados pelo uso intensivo da tecnologia, o apoio para mudança mais frequente de carreira e a formação de profissionais adaptados às novas demandas digitais são alguns exemplos de novas áreas de atuação que estão surgindo para psiquiatras, psicólogos e educadores. Os legisladores terão também muito trabalho para regular novos tipos de relações comerciais, criar impostos transnacionais e punir novos tipos de crimes, como aqueles que serão causados pelos carros autônomos, por exemplo. A conclusão que se pode chegar é a de que trabalho não vai faltar, mas é necessário estar preparado. Afinal, a história mostra que não são os fortes que sobrevivem, mas os que se adaptam mais rapidamente às mudanças. Uma nova forma de educação dos jovens e a “reeducação” contínua dos adultos parecem ser as chaves desse futuro que está sendo desenhado a cada dia mais rapidamente.

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É frevo, meu bem! (por Joca Souza Leão)

Setembro de 1980. Chegamos ao estúdio da produtora, em São Paulo, para acompanhar as gravações dos jingles e trilhas sonoras dos filmes da campanha Viva o Recife. Fomos apresentados à equipe pelo dono, Carlinhos: “Jairo (Lima) e Joca, das agências Staff e Abaeté, do Recife.” Lembro bem de dois dos apresentados. Um deles tinha uma mancha (ou sinal) no rosto, como uma máscara na altura dos olhos. Não por acaso, chamado de Zorro. Argentino. Técnico de som. E o outro, um cara mais ou menos da minha idade, com uma jaqueta de moletom, como se tivesse acabado de fazer cooper (como se dizia na época) no Parque do Ibirapuera. “Este é César, pianista e maestro.” Tudo pronto. Músicos a postos. Headphones nos ouvidos. Instrumentos à mão, aguardando o gesto do maestro para o ataque do naipe de metais. Frevo rasgado (nós já tínhamos ouvido a gravação do “monstro” com os outros instrumentos). Arranjos do tal César, citando trechos melódicos de Vassourinhas aqui e ali, ao longo da trilha. “Silêncio no estúdio. Gravando!” – anunciou Zorro. César interrompeu. Pegou o microfone do suíte e perguntou aos seis músicos que estavam no estúdio: “Quem, aí, é de Pernambuco?” Todos levantaram a mão. E César comentou, dirigindo-se a Jairo e a mim: “São os melhores músicos de sopro do Brasil. A escola é o frevo.” Primeiro dia de trabalho. Sanduíche no almoço. Dez horas de gravação. À noite, fomos jantar num restaurantezinho decente. Ninguém é de ferro. César tomou um uísque e se desculpou: “Minha mulher tá me esperando pra jantar.” Carlinhos nos perguntou: “Sabem quem é a mulher dele? Elis. Elis Regina.” Pois é, o César era o César Camargo Mariano. Paulista. Mas que frevos! Que arranjos! De arrepiar. E Francisco Nascimento Filho também não era pernambucano. Era amazonense, mas, do final dos anos 50 ao início dos 70, ninguém dançou frevo no Recife como ele. Ganhou todos os concursos de passo. Ganhou fama e nome: Nascimento do Passo. Fez escola. Com ele, o pernambucano Antônio Carlos Nóbrega aperfeiçoou seus passos de frevo: tesoura, parafuso, ferrolho, dobradiça, pontilhado, urubu malandro, caindo-nas-molas... Artista criativo, músico, mímico, brincante e dançarino genial, Nóbrega acrescentou ao que aprendeu. Novos passos, dramaturgia, coreografia, colorido, volúpia, malícia e humor. Bem, modéstia à parte, eu vi Nascimento do Passo, o mestre, fazendo o passo na Pracinha do Diário e no palco da PRA-8; vi Nóbrega muitas vezes – e não canso de vê-lo. Neste Carnaval que passou, recebi um zap emocionante. Uma passista daqui, do Recife, se apresentando no Teatro Brincante, de São Paulo. No sax, Pitoco, pernambucano de Cupira. E a menina, fenomenal. Chama-se Flaira Ferro, cria de Nóbrega e do Balé Popular do Recife. E mais não digo. Veja-a você. No palco ou na internet. E me diga. É frevo, meu bem!

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GOIANA: Ordem Terceira & Convento Carmelita

  Nos anos que se seguiram à Restauração de Pernambuco (1654) do domínio holandês, os moradores de Goiana, vila situada no caminho da Paraíba, sentindo a distância que os separava de Olinda, solicitaram ao Bispado da Bahia a criação de um convento carmelita. A pretensão dos moradores foi atendida em 11 de janeiro de 1666, quando o Cabido metropolitano de Salvador deferiu o requerimento do frei Alberto do Espírito Santo, vigário provincial da ordem carmelita no Brasil, que retornou a Pernambuco com a boa nova. As obras de construção tiveram início naquele mesmo ano, 1º de novembro de 1666, em terras doadas pelo capitão-mor Filipe Cavalcanti de Albuquerque. Inicialmente consistia o primitivo convento de uma capelinha, construída em taipa, unida a um conjunto com seis celas para abrigo dos frades, que veio receber a denominação de Santo Alberto de Sicília, em homenagem ao seu fundador, frei Alberto do Espírito Santo. A construção inicial permaneceu até o ano de 1679, quando o frei Marcos de Santa Maria promoveu uma campanha para a construção de um novo convento e igreja de pedra e cal no local do primitivo convento. A obra, iniciada em 28 de outubro daquele ano, contou com as generosas contribuições dos moradores de Goiana, dentre os quais o mestre-de-campo André Vidal de Negreiros, cujo filho Francisco Vidal de Negreiros, vestia o hábito da Ordem do Carmo. Comprometeu-se o ilustre cabo-de-guerra a destinar anualmente aos frades carmelitas 120 arrobas de açúcar branco produzidas por seus engenhos, a exemplo do que havia feito, em data anterior, quando da construção do primitivo convento. A generosidade do mestre-de-campo perpetua-se após a sua morte, quando por meio de testamento manteve a destinação das 120 arrobas de açúcar branco, retiradas da produção de seus engenhos, nos 10 anos seguintes, destinadas às reformas e alterações de que viessem a necessitar. A fachada da igreja conventual é obra do Século 18 com seu frontão curvo, posto acima do entablamento ondulante, apresenta nicho com imagem e na sua parte mais alta cruz e pináculos. Na parte inferior da mesma fachada, encontramos portas e janelas em meio arco. A torre, em construção robusta, exibe em seu campanário elementos que podem datá-la como sendo construção contemporânea à reconstrução do século 17, salvo o lanternim em forma de meia-laranja. No seu pórtico assinalam-se obras em talha, com imagens do século 18, destacando-se, ainda, junto ao altar-mor, a Capela do Senhor Bom Jesus dos Passos e a imagem de Nossa Senhora da Soledade. Segundo o Guia dos bens tombados, “diversos elementos da fachada – em especial as portas e janelas em meio arco – registram épocas diferentes de construção”. “Cornijamento ondulante, encimado por frontão curvo, vazado por nicho com a imagem, pináculos e cruz. Torre bulbosa, com pináculos. O convento é de sólida e vasta proporção, tendo, no centro, o característico claustro monacal. No pavimento térreo, onde funciona o Colégio Santo Alberto, além das salas de aula, existem os refeitórios, cozinha e outras dependências conventuais. No andar superior, as celas, bibliotecas e sala capitular”. A entrada do convento fazia-se através de um copiar [alpendre], cujos vestígios restantes são apenas as duas colunas encostadas à parede da portaria. No forro da mesma portaria, podemos notar uma pintura dos profetas Elias e Eliseu, datada também de 1719. A Igreja e o Convento do Carmo de Goiana foram objeto de visita de D. Pedro II, em 6 de dezembro de 1859, “na igreja encontrei epitáfios cujas datas é que me interessaram; sepultura de 1688 de João Paes de Bulhões e sua mulher e filhos; sepultura de Francisco Afonso Veras e de sua mulher Tereza de Jesus... ores ... agosto de 1719. Sepultura [que não se lê bem] de 1687.” “O religioso, um dos quatro que costumam residir neste convento, pertence à Província Carmelita de Pernambuco, e supõe que a fundação do convento teve lugar há 200 anos. Os papéis foram todos estragados, quando da Revolução Praieira, ocorrida em 1848. Lanço e meio do claustro está em ruínas, destelhado, e parte das paredes caídas, o resto foi reparado”. (D. Pedro II,Viagem a Pernambuco em 1859) Ao lado direito do Convento de Santo Alberto da Sicília encontramos, um pouco recuada, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, cuja construção remonta ao ano de 1753. Em sua singeleza, ostenta a igreja dos irmãos terceiros um frontão barroco, com as suas curvas e contracurvas, encimado por uma cruz central ladeada por duas ordens de pináculos, uma única porta de madeira com almofadas, as três janelas do coro, com arcos rebaixados, conservando sobre estas o brasão em pedra calcária com os símbolos da Ordem Carmelita. No seu interior, elementos valiosos em talha dourada e os painéis pintados no teto da capela-mor despertam a atenção do visitante. Em sua nave principal destaca-se o altar-mor, com outros quatro altares laterais, alterados em suas formas originais, seguindo-se de dois púlpitos em ferro que compõem o restante do seu patrimônio. As fachadas das duas igrejas têm características do século 17, muito embora o monumental cruzeiro esculpido em pedra, que domina o centro da praça, esteja datado de 1719. O perfil barroco deste último, com os motivos orientais que o adornam, parece revelar a influência que sobre o artista exerceu o também monumental conjunto do Convento Franciscano da Paraíba. O conjunto encontra-se inscrito como Monumento Nacional pelo IPHAN no livro das Belas Artes v. 1, sob o n.º 216 e 229, em 25 de outubro de 1938; Histórico v.1, n.º 106, em 25 de outubro de 1938 (Processo 147-T/38 e Processo n.º 173-T). Texto e fotos de Leonardo Dantas Silva  

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Semifinais definidas no Campeonato Pernambucano (por Houldine Nascimento)

O Campeonato Pernambucano vai chegando ao fim. As quatro equipes que disputam as semifinais estão definidas. No domingo (18), sem surpresa, o Náutico bateu o Afogados por 1 a 0, na Arena de Pernambuco, e avançou na competição. O gol saiu de um pênalti inexistente, aos 22 minutos do segundo tempo. Júnior Timbó foi o autor do tento. Quem viu o jogo sentiu o domínio alvirrubro, embora o Timbu tenha enfrentado dificuldade para converter em gol. O Afogados, por sua vez, veio com uma proposta mais defensiva, com apenas um atacante de ofício e três volantes. Se o empate persistisse, a classificação seria decidida nos pênaltis. Este era o objetivo da equipe sertaneja. A partida também foi marcada pelo maior público do campeonato até aqui: mais de 18 mil torcedores assistiram de perto à vitória alvirrubra, o que dá a dimensão da boa fase do Timbu. A definição dos outros três times que compõem as semifinais saiu no meio de semana. O adversário do Náutico será o Salgueiro, que derrotou o Vitória por 1 a 0, no Cornélio de Barros. O gol marcado pelo meia Dadá Belmonte saiu de uma boa cobrança de falta. Na outra chave, o Central passou pelo América em Caruaru: 3 a 2. O Alvinegro chegou a abrir 3 a 0, mas viu o Alviverde reagir. A Patativa vai enfrentar o Sport, que amassou o Santa Cruz na Ilha do Retiro (3 a 0). O primeiro gol saiu com pouco mais de um minuto de jogo, numa roubada de bola de Thomás e finalização precisa de Marlone. Os outros gols foram assinados pelo volante Anselmo. Náutico x Salgueiro, Central x Sport. Será a vez do interior ou teremos mais um Clássico dos Clássicos na final?

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8 imagens do Zeppelin nas paisagens do Recife

As imagens do Zeppelin sobrevoando o Recife, com seus rios e pontes, trazem uma nostalgia tanto da cidade antigamente como desses dirigíveis, que estão no imaginário popular daqueles que não viveram essa época, mas que conhecem esses registros dos filmes ou fotografias. De acordo com a pesquisadora Semira Adler Vainsencher: "Os zepelins eram balões dirigíveis que se assemelhavam a enormes charutos, e as suas viagens representavam verdadeiras atrações, que eram aguardadas com ansiedade pela população. Finalmente, o ser humano havia conquistado um dos seus antigos e maiores sonhos: o poder de voar. Vale registrar que a utilização do gás hélio (um gás não inflamável) possibilitou o surgimento da era dessas aeronáveis". Um desses dirigíveis chegou ao Recife pela primeira vez em maio de 1930. O dia 22 daquele mês foi decretado como feriado pelo então governador Estácio Coimbra. O Zeppelin pousou no Campo dos Dirigíveis do Jiquiá. Entre 1930 e 1937 foram realizadas algumas dezenas de viagens entre a Alemanha e o Brasil, com escalas no Recife (ver artigo da Fundaj sobre o Zeppelin). As imagens foram colhidas de diversas fontes digitais. 1. Sobrevoando o Recife na década de 30 2. Zeppelin sobre a torre da antiga sede do Diário de Pernambuco 3. Zeppelin sobre o Palácio da Justiça de Pernambuco 4. Zeppelin atracado no Recife, no campo do Jiquiá (Acervo de Henry Cord Meyer Collection) 5. Zeppelin sobre o Capibaribe 6. Zepellin sobre o Recife 7. Vista aérea de um Zeppelin 8. Zeppelin no Campo do Jiquiá e os policiais da força pública *Imagem Especial: Registro aéreo do Arquipélago de Fernando de Noronha feito de um Zepellin *Para sugestões de novos posts sobre o Recife ou Pernambuco antigamente, envie um e-mail para rafael@algomais.com VEJA MAIS 7 imagens do Bairro da Boa Vista Antigamente 8 imagens dos Fortes do Recife Antigamente 8 fotos do Porto do Recife antigamente

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Salve São Patrick e o Dia da Cerveja Verde!

  Cervejeiro que se preze adora uma festa, uma comemoração. Afinal de contas são nesses momentos em que celebramos a vida na companhia dos amigos e logicamente entornando fartos e deliciosos goles da bebida. Agora no mês de março temos mais um “motivo” para brindarmos a vida e homenagear um santo. Trata-se do dia padroeiro da Irlanda, São Patrick, ou Sait. Patrick's Day. Então vamos por partes, quem foi São Patrick? Nascido na Grã-Bretanha no final do século IV, era filho de uma família abastada e acredita-se que tenha morrido no dia 17 de março de 461 e foi enterrado na cidade de Downpatrick. Até sua adolescência o mesmo se considerava pagão. Foi sequestrado e tratado como escravo por 6 anos e durante o cárcere se voltou para o lado religioso. Ao escapar estudou em um mosteiro em Gauls (região onde hoje fica a França). Permaneceu lá por aproximadamente 12 anos, voltou a sua terra natal e se tornou bispo da igreja católica e em 432 declarou ter recebido um chamado divino que o mandava voltar à ilha irlandesa e converter celtas pagãos irlandeses ao Cristianismo. E porque o verde? Porque as pessoas se vestem de verde e tomam bebidas dessa cor para comemorar o dia? A Irlanda é conhecida como Ilha Esmeralda, onde se chove muito deixando a paisagem sempre bastante verde. Outro motivo atribuído é que na Rebelião Irlandesa de 1798, os soldados assim se vestiam para chamar a atenção da opinião pública para o conflito, tudo isso ajudou a ter a cor verde como símbolo nacional. Inclusive dos símbolos de São Patrick é o trevo de três folhas, considerado pelos povos nativos como símbolo de sorte. Ele usava a planta e a comparava a Santíssima Trindade, pois a mesma dividia-se em três e caraterizava Pai, Filho e o Espírito Santo. Uma das lendas atribuídas a São Patrick é que na Irlanda não existem cobras, e que as mesmas foram expulsas pelo Santo, já os os cientistas sugerem que a falta de cobras na Irlanda é obra da última Era Glacial. Segundo acreditam, o frio teria tornado a ilha um local inóspito para répteis que, ao serem animais de “sangue frio”, dependem do calor do ambiente para sobreviver. Mas prefiro ficar com a primeira opção e dar moral ao milagre do Santo. Aliás na Irlanda é proibido beber nas ruas, mas para a alegria de todos, essa proibição é suspensa no St. Patrick’s Day, único dia do ano em que os irlandeses podem beber sossegadamente sua cerveja pelas ruas das cidades. MUNDO CERVEJEIRO Rota do Chope Verde E aqui no Recife pra comemorar o Dia de São Patrick, nos dias 16/03 e 17/03, teremos a Rota do Chope Verde, com o intuito de fortalecimento da cerveja artesanal na cidade. O evento conta com os seguintes participantes: Mr Hoppy Beer, Apolo Beer Cafe, Emporium Brewer, A Caverna, Confraria Hopfen Haus, Capitão Taberna Cervejas Especiais, Marcolino Tap House, Cervejaria Laborada, Garage Food Trucks e Empório Quilombo. Ekäut conquista novo prêmio em festival nacional de cerveja A cervejaria pernambucana Ekäut foi premiada mais uma vez no Festival Brasileiro de Cerveja, que está sendo realizado em Blumenau-SC até o próximo sábado (10). A cerveja premiada foi a “Ekäut Extra Stout”, que levou a medalha de bronze na categoria “Export – Style Stout”. Na competição, foram inscritos cerca de três mil rótulos que concorreram em 148 estilos diferentes. A Ekäut foi a única pernambucana que conquistou prêmio no evento deste ano. Apenas 8% das cervejarias que concorreram ao concurso foram premiadas. Lançada o ano passado, a “Ekäut Extra Stout” é a primeira cerveja escura da cervejaria pernambucana. Após muito estudo e vários testes nas receitas criou-se uma bebida encorpada, de coloração escura e elaborada a partir de oito tipos de maltes especiais importados, e de diferentes torras, unindo corpo aveludado com aromas que remetem ao café e ao chocolate. A cerveja foi produzida em parceria com a Agraria Malte, maltearia brasileira, e desenvolvida internamente pelo time da Ekäut Recentemente a Ekäut anunciou que está triplicando a produção, passando dos atuais 30 mil litros por mês para 90 mil litros, para atender a demanda do mercado. A nova fábrica irá contar com uma estrutura de maior tecnologia permitindo o aprimoramento da qualidade e do frescor das cervejas. A expectativa é que a expansão da fábrica, localizada na Estrada da Mumbeca, em Guabiraba, fique pronta em meados do mês de maio. Viagem ao passado das Copas A Brahma começa a caminhada deste ano lançando uma edição especial que resgata seus cinco rótulos dos anos em que o Brasil foi campeão. Os rótulos comemorativos trazem uma releitura do visual de Brahma em cada época e chegam aos mercados do Brasil neste mês acompanhados pelo filme “Rótulos Campeões”. Com estreia no último sábado, 10, o filme propõe ao público uma viagem no tempo com a história de um único bar que serve de cenário para as comemorações das conquistas brasileiras nos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. A passagem de tempo é protagonizada pelos cinco icônicos rótulos campeões de Brahma acompanhados das camisas e cenas de jogos contemporâneos a cada época. A campanha tem criação da agência Africa. “Cada um desses rótulos carrega a mesma história, a lembrança do momento em que o brasileiro se sentiu o Nº1. É esse sentimento que queremos despertar novamente nos torcedores e mostrar que Brahma estará mais uma vez ao seu lado nessa jornada rumo ao título”, afirma Pedro Adamy, diretor de Marketing de Brahma. *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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