Arquivos Wanderley Andrade - Página 13 De 15 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Wanderley Andrade

Astro de Bollywood é destaque na Netflix

Você é daquelas pessoas que costumam assistir apenas a filmes americanos e aos produzidos no Brasil? Pois bem, o serviço de streaming, Netflix, mostra ser um bom canal de contato com longas que dificilmente chegarão aos cinemas brasileiros, produzidos em países como Argentina, Colômbia, China, Turquia e Índia. E é sobre a índia e sua Bollywood de filmes coloridos e dançantes que falo desta vez. Mais especificamente sobre seu grande astro: Shah Rukh Khan, conhecido na Índia como o Rei de Bollywood. Shah Rukh Khan começou a carreira na década de 80 atuando em séries de TV. Chegou aos cinemas apenas aos 27 anos, com o romance musical (não poderia ser diferente) Deewana. Desde então, ora como ator, ora como produtor, participou de quase 100 filmes. Khan é considerado o melhor ator indiano de todos os tempos. Em 2005, recebeu do governo da índia o prêmio Padma Shri, por tudo o que fez pelo cinema do país. Para aqueles que desejam conhecer o trabalho de Shah Rukh Khan, a Netflix disponibiliza em seu catálogo alguns filmes recentes do ator. Compartilho agora com vocês minhas impressões sobre duas dessas produções. Dilwale (2015) Dilwale é um misto de Romeu e Julieta com Velozes e Furiosos. Cenas românticas, incríveis perseguições automobilísticas e muita pancadaria. O pacote também inclui as clássicas cenas musicais típicas dos filmes indianos. Na trama, Raj (Shah Rukh Khan) e Meera (Kajol) estão apaixonados, mas a rivalidade entre suas famílias, clãs de gangues rivais, provoca o fim do romance. Anos depois, o reencontro acontece. Estarão preparados para recomeçar a relação? À primeira vista, a história mais parece trama de novela mexicana. Mas Dilwale vai além. Chama a atenção o bom trabalho de fotografia, principalmente nas cenas musicais. Destaque para as belas imagens na sequência da canção "Gerua", interpretada pelo casal de protagonistas. O elenco não compromete, apesar de algumas atuações caricatas, como a do ator Boman Irani, que interpreta o vilão King. Dilwale é uma boa opção de entretenimento, basta apenas não levá-lo tão a sério. Raees (2017) Este é o trabalho mais recente de Shah Rukh Khan. Desta vez, encarna o famoso contrabandista de bebidas, Raees. O filme narra a ascensão e queda do Império construído por ele em Gujarat, estado do leste da Índia, lugar onde impera a Lei Seca. Através de uma narrativa linear, conhecemos o personagem ainda criança, época em que, devido a um problema de visão, passa a usar óculos. Desde então, carrega nos ombros a alcunha de "quatro olhos", apelido que levará por muitos anos. Já adulto e chefe do comércio de bebidas, torna-se conhecido por sua inteligência e astúcia em despistar a polícia local. É quando entra na história o policial Majmudar, interpretado pelo excelente Nawazuddin Siddiqui. Prender Raees se torna sua obsessão. O embate entre Majmudar e Raees passa a ditar o ritmo da trama, conduzindo a um desfecho bem ruim. Nawazuddin participou recentemente do filme Lion, um dos indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano. E como não poderia ser diferente em um filme indiano, neste também não faltou bons números musicais. Destaco as contagiantes canções “Udi Udi Jaye” e “Dhingana”.   Outros filmes com Shah Rukh Khan disponíveis na Netflix: Happy New Year (2014) Dear Zindagi  

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Cinema cristão: conheça Alex Kendrick (Por Wanderley Andrade)

Não é de hoje que filmes com temática cristã têm conquistado grandes plateias nos cinemas e muitos acessos em serviços de streaming, como o Netflix. Produções como Deus não está Morto e Quarto de Guerra custaram pouco aos estúdios e responderam de forma bem positiva nas bilheterias. Um dos grandes responsáveis por esse sucesso é o diretor e pastor americano Alex Kendrick, que em parceria com o irmão, Stephen, produziu alguns dos principais títulos do segmento. Alex Kendrick é pastor da igreja Batista Sherwood, na cidade de Albany, Geórgia. Seu primeiro projeto, A Virada, lançado em 2003, foi produzido pela Sherwood Pictures, uma empresa de produção cinematográfica cristã independente, ligada à própria igreja. O longa foi gravado com equipamentos amadores e o elenco formado por membros da Sherwood, além do próprio Kendrick que interpreta o protagonista. Na história, Jan Austin é um vendedor de carros desonesto, que terá a vida transformada após trabalhar na restauração de um carro clássico conversível. A ideia inicial era, após concluir o filme, distribuí-lo entre os membros da comunidade. Mas a produção alcançou sucesso tal que, até 2008, já haviam sido vendidas mais de 300.000 cópias. A experiência adquirida com A Virada, o levou ao segundo filme: Desafiando Gigantes. A produção custou ínfimos US$ 100 mil e conseguiu atingir a marca de mais de US$ 10 milhões. Em 2008, dirigiu o longa Prova de Fogo. Desta vez escalou para o papel de protagonista o ator Kirk Cameron, da série Growing Pains. Mas o que seus filmes têm em comum? Um treinador de futebol americano que enfrenta grandes dificuldades na profissão e no lar. Um bombeiro admirado por sua coragem, mas que não consegue manter de pé seu casamento. Um policial que, após perder a filha, decide lutar por sua família. Seus filmes sempre trazem uma mensagem de motivação relacionada à família. Conheça “Quarto de Guerra” Militares debruçados sobre um mapa, escolhendo a melhor estratégia para avançar sobre as forças inimigas. É assim que começa Quarto de Guerra, último filme dirigido por Kendrick. O longa foi lançado em 2015. Na trama, Tony (T. C. Satllings) e Elizabeth (Priscilla Shirer) formam um casal que passa por uma séria crise no casamento. Tony trabalha como representante de produtos farmacêuticos e investe a maior parte do tempo nas atividades da empresa, deixando a família em segundo plano. Elizabeth é corretora de imóveis e, durante uma visita de trabalho, conhece Clara (Karen Abercrombie), uma doce senhora que servirá de instrumento para uma grande mudança na sua vida. A guerra serve de metáfora para uma vida focada na oração. Conhecemos personagens interessantes e complexos. Clara é um deles: mulher otimista, firme em suas convicções, que oculta um passado de traumas provocados pela morte do marido. Tony é outro personagem que chama a atenção, considerando a transformação que sofre na história. Alex Kendrick dirige o filme e assina o roteiro. Em Quarto de Guerra, Kendrick mostra que evoluiu bastante desde seu primeiro trabalho. Em parceria com o irmão Stephen, vem acumulando grandes bilheterias com filmes de baixo orçamento. Só nos Estados Unidos mais de 12 milhões de pessoas já assistiram a suas produções. Quarto de Guerra se tornou mais um grande sucesso dos irmãos. No Brasil, após chegar a 46 salas de cinema, alcançou o 2º lugar na média de público por salas, na semana de estreia, perdendo apenas para o filme Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.

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"Dunkirk" segue dividindo opiniões (Por Wanderley Andrade)

Christopher Nolan é o típico diretor cuja obra costuma dividir opiniões da crítica especializada. Para alguns, está entre os melhores da história do cinema, ao lado de nomes como Kubrick e Francis Ford Coppola. Para outros, é apenas mais um entre tantos que surgem em Hollywood com seus blockbusters caça-níqueis a tiracolo. Não poderia ser diferente com seu novo filme, Dunkirk, que estreou semana passada. O longa conta a história de um incrível resgate realizado em Dunquerque, cidade portuária do norte da França, durante a Segunda Guerra Mundial. A França havia sido invadida pelos alemães, que encurralaram as tropas inglesas e francesas próximo ao canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados foram resgatados com o auxílio de embarcações civis, através da Operação Dínamo, encabeçada pela Grã-Bretanha. Dunkirk explora três perspectivas diferentes do fato histórico: o ponto de vista do Senhor Dawson, dono de um barco civil (Mark Rylance), de Ferrier, um piloto de caça inglês (Tom Hardy) e do soldado Tommy (Fion Whitehead) em sua luta pela sobrevivência. As histórias se entrelaçam, dando corpo e impulsionando a trama em uma narrativa não-linear, marca registrada dos filmes de Nolan. Diferente de outras produções do mesmo gênero como Apocalipse Now ou o recente Até o Último Homem, Dunkirk não é um filme sangrento. Mais que corpos mutilados ou sangue espirrando na tela, impressiona a bela fotografia do suíço Hoyte Van Hoytema (Interestelar), que faz de algumas cenas pura poesia. Aliada ao excelente trabalho de mixagem de som, proporciona ao espectador a sensação de imersão no filme. A trilha sonora composta por Hans Zimmer consegue ser genial em alguns momentos (indispensável, quase um personagem em cena), mas também incomodamente excessiva ou até desnecessária em outros. A parceria entre o compositor e Nolan já é antiga. Zimmer também compôs a trilha de outros sucessos do diretor, entre eles, a trilogia Cavaleiro das Trevas e Interestelar. Dunkirk segue dividindo opiniões, ovacionado por uns e duramente criticado por outros. Mas basta uma breve consulta à história do cinema para encontrarmos filmes que, apesar das críticas negativas que receberam, passaram pelo crivo do tempo, tornando-se clássicos. Será esse também o destino de Dunkirk?

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"Transformers: O Último Cavaleiro" é destaque nos cinemas (por Wanderley Andrade)

Para um filme conquistar grandes bilheterias, na prática, não precisa ter uma boa história, um roteiro bem escrito ou atores muito talentosos. Prova disso é a franquia Transformers. O primeiro longa, dos cinco já produzidos, custou à Paramount US$ 160 milhões e conseguiu arrecadar mais de US$ 709 milhões. Transformers: O Último Cavaleiro, mais recente filme da franquia, alcançou na semana de estreia nos EUA a cifra de US$ 69 milhões. No Brasil, estreou no último dia 20 e já lidera as bilheterias, deixando para trás Homem-Aranha: De Volta Ao Lar e Meu Malvado Favorito 3. A nova aventura de Optmus Prime e sua equipe de Autobots pouco traz de novo. A fórmula é a mesma desde 2007, ano em que estreou o primeiro filme: muita explosão, alguns atores medianos no elenco (entre eles, alguma modelo fazendo sua estreia como atriz), cenários grandiosos, perseguições espetaculares e, por fim, mais explosões. Soma-se a tudo isso as quase três horas de duração. Bem interessante a proposta inicial do roteiro: fazer uma ponte entre a história dos gigantes alienígenas e a lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda. Mas o que era bom no início, perde-se rapidamente entre os já conhecidos e barulhentos clichês da franquia. Ironicamente, após duas horas de exibição, a ação ininterrupta (ininterrupta mesmo, desde o início, sem tempo até para raciocinar) torna o espectador indiferente a qualquer outra cena de explosão ou perseguição que surja na tela. Em contrapartida, para os que curtem bons efeitos especiais, Transformers: O Último Cavaleiro não decepciona. Não poderia ser diferente em um filme com Steven Spielberg na produção. O sempre inexpressivo Mark Wahlberg encarna mais uma vez o inventor Cade Yeager. Ele agora tem um par romântico, a bela Vivian Wembley, interpretada pela atriz britânica Laura Haddock. Laura é incrivelmente parecida com Megan Fox, atriz que atuou nos dois primeiros filmes da franquia. O premiado ator galês Anthony Hopkins é a boa surpresa do cast. Ele vive Sir Edmund Burton, personagem de grande importância para a trama. Completa o elenco a talentosa atriz mirim Isabela Moner, no papel da órfã Laura Haddock. Sua personagem não é bem aproveitada e pouco acrescenta à história. Filme solo de Bumblebee A Paramount anunciou recentemente um spin-off com o transformer mais querido da franquia: Bumblebee. O longa será dirigido por Travis Knight, conhecido por seu trabalho na animação Kubo e as Cordas Mágicas. As gravações já começam no dia 31 de julho e sua estreia está prevista para junho de 2018. Confira o trailer de Transformers: O Último Cavaleiro: *Por Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema (7wanderley@gmail.com)

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Origem da McDonald's na Netflix

Para quem curte cinebiografias, entrou no catálogo da Netflix, na terça (11), o longa Fome de Poder, que conta como surgiu a marca de fast-food mais valiosa do mundo: a McDonad’s. O filme narra a trajetória de Ray Kroc (Michael Keaton), o, digamos, “fundador” da empresa. Antes de assumir o império da famosa franquia, Kroc era apenas um fracassado vendedor de máquinas de fazer milk shakes. Sua vida toma novo rumo ao conhecer os irmãos Richard e Maurice McDonald. Eles são proprietários de uma famosa lanchonete no Sul da Califórnia, conhecida pelo bom atendimento dado aos clientes. Os irmãos criaram um sistema que otimizou a montagem dos hambúrgueres, tornando mais rápida a entrega dos pedidos. Empolgado com a ideia, Kroc propõe a Richard e Maurice montar uma franquia. Ao assinar o contrato de sociedade com Kroc, eles não sabiam, mas estavam oficializando um negócio que se tornaria um grande sucesso e também, ironicamente, a maior frustração de suas vidas. Ray Kroc é um personagem cheio de nuances. A princípio, ficamos comovidos com sua tristeza por não conseguir vender suas máquinas. Mas os seguidos insucessos servem apenas de prelúdio para o que virá logo adiante. Seu brio e perseverança demonstrados no trabalho de expandir a rede de fast food são ofuscados por sua ganancia no trato com os irmãos McDonald’s. Michael Keaton repete a boa atuação de Birdman, trabalho que lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator. Fome de Poder é dirigido por John Lee Hancock. Esta não é a primeira cinebiografia do seu currículo: dirigiu recentemente Walt Nos Bastidores de Mary Poppins, filme que narra a luta de Walt Disney para convencer Pamela Travers, autora do clássico infanto-juvenil "Mary Poppins", a autorizar a adaptação para o cinema de seu livro. Robert Siegel escreveu o roteiro. Seu trabalho de maior sucesso até agora foi o excelente O Lutador, filme que realavancou a carreira do ator Mickey Rourke. Fome de Poder não é uma cinebiografia água-com-açúcar que apenas se preocupa em exaltar seu protagonista. A trama é conduzida sem omitir as falhas e traições de Ray Kroc. Boa pedida para quem deseja conhecer um pouco da história da famosa rede de fast-foods. Assista ao trailer:

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Novo filme do Homem-Aranha chega aos cinemas (por Wanderley Andrade)

  O cartaz de Homem-Aranha: De Volta Ao Lar divulgado em maio passado provocou a ira de alguns fãs e estimulou a criatividade de internautas, que encheram as redes sociais de memes. O que chamou a atenção no material, além da qualidade ruim, fora o destaque dado ao Homem de Ferro, personagem interpretado por Robert Downey Jr., que dividiu as atenções com o protagonista do filme. Seria um filme do Homem-Aranha ou de uma possível dupla de heróis? Mas não é a primeira vez que isso acontece em produções da Marvel. Quem não lembra do último longa do Capitão América, o Guerra Civil, que está mais para filme dos Vingadores? Seguindo a mesma cartilha de universos compartilhados, estreia hoje nos cinemas o mais novo filme do herói aracnídeo. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar começa logo após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil. Após lutar ao lado do Homem de Ferro contra a equipe liderada pelo Capitão América, Parker volta à sua rotina: estudos durante o dia e, à noite, caça a criminosos trajando o famoso uniforme vermelho. Este longa agradará principalmente ao público adolescente. Peter Parker, ainda com 15 anos, divide o tempo salvando velhinhas de assaltantes e enfrentando problemas comuns à idade. O roteiro explora, sem cerimônia, todos os clichês característicos aos filmes de temática adolescente, como bullying, primeira namorada e a ida ao baile da escola. A escalação do ator Tom Holland para o papel do protagonista foi bem acertada. O jovem, além de ser muito talentoso, tem o perfil ideal para essa nova proposta. Em entrevista recente, o diretor e roteirista Jon Watts declarou ter buscado inspiração nos filmes de John Hugues, diretor de grandes clássicos adolescentes do cinema. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, terá, inclusive, uma das cenas inspiradas em Curtindo a Vida Adoidado. A trama é dividida em duas partes: na primeira, Parker tenta provar a Tony Stark que tem condições de integrar a equipe dos Vingadores. Stark o considera muito jovem e ainda imaturo para tamanha responsabilidade. Na segunda parte, Parker segue para o embate final contra o vilão da história, o Abutre. Interpretado pelo ator Michael Keaton, considero este um dos melhores vilões de todos os seis filmes já produzidos, ao lado, claro, do Dr. Octopus, interpretado pelo excelente Alfred Molina no segundo filme da primeira trilogia. O longa tem cenas hilárias. O roteiro brinca a todo momento com a imagem séria do Capitão América, que aparece em vídeos educativos exibidos para os alunos “rebeldes” da escola. Também faz piada com a famosa cena do beijo da primeira trilogia, aquela em que o Homem-Aranha, de cabeça para baixo, beija Mary Jane. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar prova que o amigo da vizinhança ainda tem fôlego para uma nova trilogia de sucesso. E como acontece em todo filme da Marvel, este também tem cenas pós-créditos. Mas quer um conselho? Não vale muito a pena ficar para ver. Confira o trailer. *Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema

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Marcado por saída de cineastas e adiamentos, enfim começa o Cine PE (Por Wanderley Andrade)

Após dois adiamentos, teve início ontem mais uma edição do Cine PE. O festival chega a sua maioridade (21ª edição) em um ano de crise financeira e de muita polêmica, provocada pelo protesto de um grupo de realizadores que retirou seus filmes por não concordar, conforme divulgado em um manifesto, com a “escolha ideológica” das produções. A diretora do festival, Sandra Bertini, abriu o evento falando sobre sua paixão pelo cinema. Emocionada, relembrou fatos de sua infância, época em que deixava de brincar com as amigas para ficar em casa assistindo aos filmes que eram exibidos na TV. Antes das mostras competitivas, foram exibidos quatro curtas de animação em stop motion realizados por professores e estudantes de três escolas públicas do Recife. O projeto é fruto de uma parceria entre o Cine PE e a Prefeitura do Recife. A equipe também produziu o vídeo de divulgação do festival. Destaque para o curta A Lição, que trata do desrespeito de muitos motoristas em relação às vagas de estacionamento reservadas para idosos. O filme Los Tomates de Carmelo, do recifense Danilo Baracho, abriu a Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos. O ano é 1941. Na história, Carmelo (Juan Antonio Quintana), já idoso, vive sozinho na comunidade espanhola de Castilla y León. Triste, sabe que dificilmente conseguirá plantar seus tomates, pois a falta de chuvas endureceu o solo da sua pequena propriedade. Chama a atenção a bela fotografia do curta. As poucas cores transmitem muito bem toda a secura do cenário e da solidão enfrentada pelo protagonista. Compondo a Mostra Competitiva de Curta Nacional, foi exibido o curta Diamante, O Bailarina, que tem como protagonista um jovem lutador de boxe que à noite larga os ringues para trabalhar como transformista em uma boate. “Voe como uma borboleta, mas ferroe como uma abelha.” A conhecida frase do pugilista norte-americano Muhammad Ali que dá início ao filme, ilustra muito bem o drama vivido por Diamante, interpretado pelo excelente ator paulista Sidney Santiago. A diversidade de papeis vividos por Diamante, ora lutador, ora travesti, dita o ritmo da história, que trata em sua essência do preconceito e da intolerância. A primeira noite do festival chegou ao fim com o longa-metragem Real, O Plano Por Trás da História. Antes da exibição, o produtor Ricardo Fadel Rihan falou sobre o projeto. Defendeu a necessidade de uma cultura plural, em resposta à crítica de que o longa teria um viés de direita: “Precisamos de narrativas diversas, diferentes.” O discurso do produtor foi recebido com um misto de vaias e aplausos. No início do filme, muitos deixaram o cinema. Confira a programação completa do Cine PE.

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Conheça "Rodin", filme que provocou polêmica em Cannes

“É um Filme velho! ” Assim gritou um jornalista espanhol ao final da projeção do longa Rodin na 70ª edição do Festival de Cannes realizada em maio. Os jornalistas que participaram da sessão não perdoaram o mais novo trabalho do experiente diretor francês Jacques Doillon. Muitos, inclusive, questionaram se o filme realmente merecia estar entre os selecionados. A crítica maior ficou para a forma tradicional, até novelesca, escolhida por Doillon para contar a história do famoso escultor francês. Recentemente, Rodin foi exibido no Festival Varilux de Cinema Francês, evento realizado em 55 cidades do Brasil, cinco delas em Pernambuco. Rodin é considerado o progenitor da escultura moderna, um artista de renome mundial. Apesar disso, o filme de Doillon parece mais se preocupar com a vida promíscua do artista. Ele é retratado como um verdadeiro Don Juan francês, que mistura seu trabalho aos momentos de prazer com aquelas que servem de modelo para suas esculturas. Na história, Rodin (Vincent Lindon) vive com Rose Beuret (Séverine Caneele), mas costuma trair sua companheira com as alunas que frequentam seu atelier, entre elas, a famosa escultora francesa Camille Claudel (Izïa Higelin). Esse romance serve de norte para boa parte da trama. A cenas de amor entre Rodin e Camille estão entre os bons momentos do filme, graças também à boa química entre os atores Vincent Lindon e Izïa Higelin. A rotina de Rodin com a família também é mostrada. Rotina conturbada, por sinal. Rose não aceita as constantes traições do marido que, por sua vez, não mantém boa relação com o filho, a ponto de pedir que não o chame de pai, mas de mestre. O filme tem um roteiro ruim. Os fatos e subtramas são jogados ao espectador de forma quase que aleatória, tornando a história cansativa. Apesar do roteiro fraco, resta um alento: a bela fotografia de Christophe Beaucarne. O belga, que traz no currículo quatro indicações ao César (um dos mais importantes prêmios do cinema francês), faz um excelente trabalho no registro das cenas externas e das que acontecem dentro do atelier de Rodin, as que aparecem o artista moldando suas esculturas. Rodin ainda pode ser visto no Cinema da Fundação, que estendeu por mais uma semana a programação do Festival Varilux de Cinema Francês. Será exibido no sábado (24) às 20h, no Cinema do Museu. Confira a programação completa.

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Recife respira cinema (Por Wanderley Andrade)

Opções não faltam no Recife para aqueles que não dispensam um bom filme. Começou esta semana na cidade dois grandes eventos relacionados à sétima arte: o Festival Varilux de Cinema Francês e a Mostra Zezé Motta – 50 Anos de Cinema. A edição 2017 do Festival Varilux de Cinema Francês, que teve início no último dia 7, traz como ponto forte a diversidade em sua programação. Filmes autorais, comédias, filmes infantis: ao todo serão exibidas 19 produções, inéditas no Brasil, incluindo um documentário e um clássico. Grandes nomes do cinema francês serão vistos na tela grande, como Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Juliete Binoche e Marion Cotillard. Além de produções recentes como Rodin (filme exibido recentemente em Cannes, que conta a história do famoso escultor francês), será exibido o clássico Duas Garotas Românticas. A comédia-musical, indicada ao Oscar de melhor trilha sonora em 1969, chega em 2017 ao seu 50º aniversário. É dirigida por Jacques Demy e Agnès Vardia e traz no elenco a atriz Catherine Deneuve. O evento acontece em mais de 55 cidades do Brasil. Em Pernambuco, os seguintes cinemas recebem o festival: São Luiz, Cinema do Museu (Fundação Joaquim Nabuco), Moviemax Rosa e Silva, Cinemark Shopping RioMar, Cinépolis Guararapes e Cine Theatro Guarany, na cidade de Triunfo. A programação segue até o dia 21 de junho. A mostra Zezé Motta – 50 Anos de Cinema começou no último dia 6 na Caixa Cultural Recife. O evento faz uma mais que merecida homenagem a uma das grandes atrizes do cinema brasileiro. A mostra, idealizada pela filha de Zezé Motta, a produtora cultural Carla Barbosa, exibirá, ao todo, 20 importantes filmes da carreira da atriz, entre eles, Xica da Silva (1976), Para Viver Um Grande Amor (1983) e Bom Dia Eternidade (2010). Na programação paralela, o destaque fica para a palestra A Mulher Negra no Cinema Nacional, no dia 9, que trará uma importante e necessária reflexão sobre o papel da mulher negra no cinema brasileiro. Além da palestra, será realizado na terça (13) um debate que contará com a presença de Zezé Motta e do diretor Cacá Diegues. Programação Festival Varilux de Cinema Francês: http://variluxcinefrances.com/2017/programacao/ Mostra Zezé Motta - 50 Anos de Cinema: https://www.facebook.com/MostraZezeMotta50AnosDeCinema/

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"Mulher-Maravilha" marca nova fase da DC nos cinemas

É fato para quem curte filmes de super-heróis que desde a excelente trilogia do Cavaleiro das Trevas a DC não conseguiu produzir mais um único filme que chegasse à altura do rico universo de suas HQs. Diria mais: à altura dos produzidos por sua principal concorrente, a Marvel. Apesar do bom retorno alcançado nas bilheterias mundiais, o longa Batman Vs Superman: A Origem da Justiça não agradou a crítica. Pode-se dizer o mesmo do fraco Esquadrão Suicida, que chegou a ser comparado aos dois filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher na década de 90, listados entre as piores adaptações de HQs do cinema. Mas essa fase ruim pode estar acabando. Com grande aprovação da crítica mundial, chega aos cinemas nesta quinta Mulher-Maravilha, longa que poderá ser o marco da boa relação da DC com a crítica especializada e com os fãs mais exigentes. A história apresenta a origem da heroína, conta detalhes de sua infância quando, ainda menina, assistia admirada ao treinamento das amazonas na ilha paradisíaca Themyscira. Descobrimos que essa inclinação para o combate vem atada a uma grande missão que precisará realizar no futuro. O roteiro de Mulher-Maravilha é de Geoff Johns e Allan Heinberg, dupla que tem vasta experiencia nos quadrinhos - trabalharam juntos na HQ da Liga da Justiça e na revista solo da Mulher-Maravilha. Bem diferente da bagunça que é o roteiro de Batman Vs Superman, neste, os personagens são melhor construídos. A protagonista cresce junto com a trama, que tem o seu ápice no momento em que não existem mais dúvidas, quando Diana descobre quem realmente é e qual sua verdadeira missão. A forma como é desenvolvida a interseção entre o mundo dos homens e o mundo mítico das amazonas rende bons momentos, como aquele em que a heroína, enfurnada numa loja de roupas femininas, tenta encontrar alguma que se adapte ao seu perfil de guerreira. Foi necessário um filme todo seu para que a atriz israelense Gal Gadot pudesse mostrar por que a escolheram para encarnar uma das principais heroínas dos quadrinhos. Após uma apagada participação em Batman Vs Superman, Gadot brinda os fãs com uma grande atuação que honra o legado deixado por outras atrizes que também interpretaram a heroína, como Lynda Carter. Recentemente, a atriz, que viveu a amazona na TV, rasgou elogios para Gadot em seu Twiter. Nomes conhecidos do cinema mundial e da TV foram escalados para o filme. Chris Pine (trilogia Star Trek, A Qualquer Custo) interpreta o espião americano Steve Trevor, par romântico da protagonista. O ator limita-se a uma atuação burocrática, apesar da relevância de seu personagem para a trama. Para os fãs de House of Cards, a boa surpresa é a presença da atriz Robin Wright, protagonista da série. No longa ela interpreta a amazona Antiope. Tem também a atriz dinamarquesa Connie Nielsen que vive Hipólita, mãe de Diana. Ela traz na bagagem filmes como Gladiador e Advogado do Diabo. Por fim, destaco a participação do ator britânico Ewen Bremner, conhecido por interpretar o atrapalhado Spud, do filme cult Trainspotting. Confira o trailer:   *Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema

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