Arquivos Wanderley Andrade - Página 7 De 14 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Wanderley Andrade

Dicas de filmes premiados do catálogo da Prime Video

Na era dos serviços de streaming, encontrar um bom filme em meio a centenas de títulos não é tarefa fácil. A variedade em um catálogo assume, dessa forma, o papel de vilã na hora da escolha. A tarefa fica ainda mais difícil com a quantidade cada vez maior desses serviços. Além da Netflix, a Prime Video, da Amazon, vem ganhando espaço após baixar o valor da mensalidade para R$9,90. Ainda que não tenha uma interface tão organizada quanto a da Netflix, o serviço da Amazon representa boa opção frente ao catálogo da concorrente, que vem priorizando produções originais. Nos últimos dias, a Prime Video disponibilizou em seu catálogo filmes que se destacaram em grandes premiações do cinema mundial, como o Oscar, Cannes e Sundance. Indico aqui algumas dessas produções.   A Maratona de Brittany   Filme de estreia do diretor Paul Downs Colaizzo, que também escreveu o roteiro. Na trama, Brittany, uma jovem sedentária e baladeira descobre que está mal após tentar conseguir com um médico a prescrição de anfetaminas (para uso nada medicinal, é bom frisar). Terá agora de perder, como ela mesma diz em uma das cenas, o peso equivalente ao de um husky siberiano. Sem dinheiro para academia, se juntará a um grupo de corredores que, no fim, a conduzirão à maratona de Nova York. O longa foi bem recebido pela crítica. Ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Sundance deste ano. A atriz e comediante, Jillian Bell, encarna a protagonista. Jillian foi indicada, em 2010, ao Emmy pelo roteiro do programa de comédia Saturday night live.   O Passado   Filme iraniano dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por seu trabalho em A Separação, longa ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Na história, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna de Teerã à França para assinar o divórcio, quatro anos depois de deixar sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e os filhos. Seu retorno é marcado por conflitos entre Lucie (Pauline Burlet), filha de Marie do primeiro casamento, e Samir (Tahar Rahim), novo companheiro de Marie. Lucie guarda consigo um segredo relacionado à antiga esposa de Samir, que está em coma. Além da competente direção de Asghar Farhadi, o que torna esse um grande filme são as atuações. O iraniano Ali Mosaffa consegue transmitir a serenidade necessária que seu personagem pede. A atriz franco-argentina, Bérénice Bejo, mais conhecida por seu papel em O Artista, com sua atuação ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. O Passado foi indicado ao Globo de Ouro e à Palma de Ouro em Cannes.   Filhos do Paraíso   Mais uma produção iraniana. Na história, Ali (Amir Farrokh Hashemian) vive com os pais e a irmã Zahra (Bahare Seddiqi) e um bairro pobre. Após perder os sapatos da irmã, passa a dividir secretamente os seus com ela, com medo de levar bronca dos pais. Até que surge a oportunidade de ganhar um par de sapatos novos se chegar em terceiro lugar em uma corrida da escola. Filhos do Paraíso mostra a dura realidade vivida por essa família humilde segundo o ponto de vista das duas crianças protagonistas. Sem perder o bom humor, o longa retrata o dia a dia dos irmãos que, logo cedo, terão de assumir grandes responsabilidades em casa, além das tarefas da escola. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.   As Maravilhas   Dirigido por Alice Rohrwacher, mesma diretora do belo Lazzaro Felice, da Netflix, o italiano As Maravilhas acompanha a história de Gelsomina, jovem que mora com o pai e as irmãs numa pequena fazenda em uma vila na região da Toscana, onde vivem da produção de mel artesanal. Sua rotina é alterada após a chegada de Martin, um garoto acolhido pela família, ligado a um projeto social para jovens infratores. As Maravilhas trata de amadurecimento, da passagem da infância para a vida adulta. Tem um elenco, em parte, desconhecido, mas muito talentoso. Destaque para a atriz romena Maria Alexandra Lungu, que encarna a protagonista Gelsomina e para a bela Monica Bellucci, que interpreta uma apresentadora de TV. O filme ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes em 2014.

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Crítica: Parasita

Desde que entrou no circuito de festivais, o longa sul-coreano, Parasita, vem acumulando elogios e muitos prêmios. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes este ano e, recentemente, recebeu três indicações ao Globo de Ouro nas categorias melhor filme em língua estrangeira, melhor diretor e melhor roteiro. Chega forte à disputa ao Oscar de melhor filme internacional. Parasita é dirigido pelo genial Bong Joon Ho, que já tem no currículo filmes de destaque como O Hospedeiro, Expresso do Amanhã e a produção original da Netflix, Okja. A câmera foca em uma barata que rasteja sobre o centro de um pequeno cômodo e logo é lançada fora com um peteleco. Em outra cena, os protagonistas estão na sala, tomada por fumaça de dedetização, indiferentes, como insetos super-resistentes. A sequência funciona como metáfora para o que virá mais adiante. Na história, o jovem Ki-woo (Woo-sik Choi) recebe a proposta do amigo Min-hyuk (Seo-joon Park) para substituí-lo como professor de inglês de Da-hye (Ji-so Jung), primogênita de uma família rica. Mas o que, para muitos, seria tão somente um emprego temporário, para Ki-woo representa ocasião para ter toda a família empregada. Após algumas armações, logo o pai, a mãe e a irmã de Ki-woo são contratados para também trabalhar na casa. Basicamente essa é a premissa. Revelar mais que isso estragaria sua experiência com o filme.     Bong Joon-ho contrapõe de forma genial a realidade daquelas famílias. Em outra sequência utiliza a chuva para ilustrar isso. Do lado da família Park, a tempestade é encarada como uma benção. Passam a noite protegidos e bem confortáveis em sua casa luxuosa. Na manhã seguinte o céu está limpo, bem azul, perfeito para a festa que farão para o filho no jardim da residência. Já do lado da família de Ki-woo, as coisas tomam caminho diferente. A tempestade inunda todo o seu bairro, as águas invadem as casas e todos tem de passar a noite abrigados em um ginásio. Parasita chama a atenção não só pelo bom roteiro, mas também pelo elenco. Destaque para Kang-ho Song, que aqui encarna Ki- taek, pai de Ki-woo. O ator é figura conhecida dos filmes de Bong Joon Ho. Atou em O Hospedeiro e Expresso do Amanhã. Woo-sik Choi também já trabalhou com o diretor no longa Okja. A história vai além do que aparece na superfície. Seus personagens complexos e cheios de camadas, uns jogados nos subsolos como baratas, outros encarando o “desafio” de escolher uma peça de roupa em um enorme guarda-roupas atulhado delas, refletem uma sociedade onde a discrepância nas condições e oportunidades não permite discernir quem realmente assume o papel de vítima.  

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Crítica: Frozen 2

Mais desafiador que lançar um filme que agrade crítica e público é lançar uma sequência que supere ou, ao menos, equipare-se ao primeiro. Por isso, sempre que sai um novo longa de alguma franquia surge a inevitável pergunta: será melhor que o anterior? Pois bem, a bola da vez é a animação Frozen 2, que estreia no Brasil em 2 de janeiro de 2020. Enquanto os fãs brasileiros terão de esperar um pouco mais, a animação já estreou há duas semanas nos EUA. Arrecadou na estreia US$ 130 milhões (R$ 550 milhões) e já se aproxima da marca de US$ 300 milhões. O sucesso nas bilheterias nem sempre é diretamente proporcional à qualidade de um filme. É o que acontece com Frozen 2, bem inferior ao seu antecessor.     Na trama, Elsa parte em busca de respostas sobre seu passado e a origem de seus poderes, motivada por uma história contada por seu pai, quando ainda estava vivo, sobre a época em que era príncipe de Arendelle. A nova aventura não tem a mesma pegada e imponência da primeira, tem cara de filme que costuma ser lançado diretamente em DVD e Blue-ray. Ainda assim, não deixa de exibir cenas de encher os olhos, como a do embate no mar que, inclusive, aparece no trailer oficial. Quando o assunto é Frozen, difícil não falar sobre a trilha sonora. Como esquecer de "Let It Go", ganhadora do Oscar de Melhor Canção, ou "Do You Want To Build a Snowman?"? No entanto, em Frozen 2, poucas se destacam, com exceção da música tema de Elsa, "Into the Unknown". Polêmica Frozen 2 segue fazendo sucesso nos países onde estreou, levantando também muita polêmica. A mais recente aconteceu na Coreia do Sul. De acordo com o The Hollywood Reporter, uma organização não governamental chamada Public Welfare Committee (Comitê do Bem-Estar Público) acusou a Disney de monopolizar os cinemas do país. A animação chegou à Coreia do Sul em 23 de novembro, acupando 88% das salas. A Disney ainda não se pronunciou quanto à acusação.  

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Netflix: no mês da Consciência Negra, produções que denunciam o racismo

Há fantasmas que insistem em assombrar a humanidade, um deles é o racismo, ainda tão real e presente na sociedade. Fantasma que, infelizmente, não se limitou ao passado manchado pela escravidão, está nas esquinas e estádios de futebol. Como forma de resistência ao preconceito e a discriminação racial, no dia 20 de novembro é comemorado em nosso país o Dia da Consciência Negra, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da luta dos negros escravizados no Brasil. Com frequência, filmes e séries tratam do assunto, denunciando e promovendo necessária reflexão. Em homenagem à data, indico três produções originais Netflix ligadas ao tema.   American Son   O longa American Son é baseado em uma peça homônima que fez grande sucesso na Broadway. Na história, Kendra vai a uma delegacia denunciar o sumiço do filho. Ela é tratada com desdém e preconceito pelo oficial responsável pelo atendimento, que faz perguntas baseadas em estereótipos como “qual apelido o garoto tem nas ruas”, se tem cicatrizes, tatuagens ou até dente de ouro. A questão racial e de gênero é potencializada quando o pai do jovem, Scott, chega ao local. Por ser branco e se apresentar como agente do FBI, é recebido de forma diferenciada. American Son denuncia o preconceito e discriminação, relacionados à questão de raça e gênero, ainda presentes nas relações familiares e nas instituições que deveriam proteger o cidadão. Kerry Washington, conhecida por protagonizar a série de Shonda Rhimes, Scandal, encarna Kendra. Steven Pasquale da série The Good Wife interpreta Scott.   Olhos Que Condenam   Em 1989, cinco adolescentes, quatro negros e um hispânico, foram acusados e, em seguida, condenados injustamente por, segundo os investigadores, estuprar uma jovem branca que corria no Central Park. Na época, Donald Trump, então magnata do setor imobiliário, atiçou a opinião pública com anúncios de página inteira pedindo a pena de morte para os acusados. O caso ficou conhecido como “Os Cinco do Central Park”. A minissérie Olhos Que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, conta essa triste e revoltante história. A produção denuncia não só os maus tratos sofridos pelos adolescentes enquanto estiveram presos, como também o caminho difícil de ressocialização que muitos deles tiveram de trilhar durante a condicional. Fruto de um sistema que impossibilita uma segunda chance aos que passaram por alguma condenação. Ava DuVernay é conhecida por dirigir o longa Selma: Uma Luta Pela Igualdade, que acompanha os bastidores da marcha das cidades de Selma até Montgomery em 1965, liderada por Martin Luther King Jr. pelo direito de voto dos negros nos EUA.   A 13ª Emenda   "Um em cada quatro seres humanos com suas mãos nas grades estão presos na terra da liberdade." Assim começa o documentário A 13ª Emenda, também dirigido por Ava DuVernay. A produção tem como pano de fundo o sistema carcerário americano e se baseia na 13ª alteração feita na constituição dos EUA, que tornou inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Mostra que o texto deixou uma brecha: "exceto como punição por crimes", o que possibilitou a prisão em massa de afro-americanos após o fim da Guerra Civil Amerciana. O documentário fala também sobre o polêmico filme O Nascimento de Uma Nação, de D. W. Griffith e a apologia que fez, na época, às atividades racistas do Ku Klux Klan. A 13ª Emenda foi indicado em 2017 ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o BAFTA, prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão.  

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Recife Assombrado: diretor conta detalhes do primeiro longa pernambucano de terror

Se você é de Recife e região, certamente já ouviu histórias sobre seres assustadores como a Perna Cabeluda e a Galega de Santo Amaro. Conhece lugares na capital pernambucana considerados, por muitos, assombrados como a Cruz do Patrão no Bairro do Recife. Na década de 50, muitas dessas histórias foram relatadas no livro Assombrações do Recife velho, do sociólogo Gilberto Freyre. Obra que serviu de inspiração para o filme de estreia do jornalista e produtor cultural Adriano Portela, o longa Recife Assombrado, primeiro longa de terror feito em Pernambuco. Em entrevista, Adriano conta detalhes do projeto, que chega aos cinemas em 21 de novembro.     Como surgiu a ideia para o projeto do Recife Assombrado? A ideia do filme surgiu em 2015, quando participei de uma oficina sobre monstros na literatura com o professor André de Sena, lá em Garanhuns. Eu já havia observado que existia muita coisa em formato pequeno, muitos curtas, mas não existia um longa catalogando todas essas assombrações, como Gilberto Freyre fez na década de 20 com o livro “Assombrações do Recife Velho”, na época que era editor do jornal “A Província”. O jornalista Oscar Mello fez uma série de reportagens sobre assombração e o tema depois virou pauta do livro de Gilberto Freyre. Dos filmes produzidos em Pernambuco, poucos são de terror. Por que a opção pelo gênero? A opção pelo gênero, primeiro é que sou apaixonado pelo tema assombração, desta história da oralidade que Freyre, Carneiro Vilela, Jaime Gris e outros autores vêm pesquisando há muito tempo. Fizemos também uma pesquisa sobre o que o público queria ver em Pernambuco. Observamos que os gêneros terror e suspense, mais especificamente, são muito solicitados por aqui.     Considerando a crise atual no audiovisual brasileiro, quais foram os principais desafios enfrentados do início à conclusão das gravações? O desafio maior sempre é conseguir um incentivo. O boom do cinema pernambucano facilitou a aprovação do projeto na Ancine em 2016. Do Nordeste, foram três projetos aprovados, Recife Assombrado, Organismo de Jeorge Pereira, que inclusive é diretor assistente do meu filme, e um projeto do Ceará. O dinheiro do incentivo só caiu na conta em 2017 e o restante para a finalização agora em 2019. Ao longo dos anos, desde a retomada da produção audiovisual em Pernambuco, marcada pela estreia do longa “Baile Perfumado”, os filmes produzidos por aqui têm chamado a atenção não só no Brasil, mas também lá fora. Como explicar essa vocação do estado para a sétima arte? Essa vocação está ligada à vontade de fazer, ver a coisa acontecer. Certa vez eu estava na Academia de Cinema em São Paulo e perguntaram como a gente fazia os filmes por aqui, pois, até então, só tinha curso de cinema na UFPE e Aeso. Respondi que a gente aprendia com a cabeça no sol mesmo. Pernambuco é um celeiro multicultural e é essa vontade de realizar, fazer arte e acontecer.  

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Crítica| Campo do Medo (Netflix)

As tramas e personagens criados por Stephen King costumam fazer sucesso não apenas na literatura de terror, mas também na tela grande. Algumas dessas adaptações são presença garantida em listas de melhores filmes, como Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre. Recentemente, It: A Coisa tornou-se o filme de terror de maior bilheteria da história do cinema. Pois bem, as adaptações não param de surgir: Campo do Medo, inspirado no conto homônimo escrito por Stephen King e o filho Joe Hill, é uma das novas apostas da Netflix. Na história, os irmãos Becky (Laysla De Oliveira) e Cal (Avery Whitted) são atraídos a um imenso matagal ao lado de uma rodovia, após ouvirem o grito de socorro de um menino. A dupla descobrirá que aquele lugar é muito mais sinistro e perigoso do que imaginam, uma espécie de labirinto verde dominado por uma força sobrenatural.     Campo do Medo é uma produção canadense, dirigida pelo diretor americano Vincenzo Natali, mais conhecido pelo cult de ficção científica, Cubo. Diferente de outras adaptações de Stephen King, a história não convence: previsível e com poucos sustos. O trabalho de edição feito por Michele Conroy é confuso e pouco ajuda (mais atrapalha) o desenrolar da trama. Conroy editou filmes como Pompéia e o terror cult Mama. A fotografia é uma das poucas coisas boas de Campo do Medo. As belas imagens aéreas do matagal são de encher os olhos e os enquadramentos fechados nas cenas dentro da mata potencializam o clima claustrofóbico proposto. Desde que estreou no catálogo da Netflix na sexta (4), Campo do Medo vem acumulando críticas negativas. No Rotten Tomatoes está com apenas 40% de aprovação, enquanto que no IMDb, alcançou, até o momento, a nota 5,6.  

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Netflix: filmes que participaram do Festival de Veneza disponíveis na plataforma

A edição deste ano do Festival de Veneza chegou ao fim no último sábado (7) consagrando o filme Coringa como o grande vencedor. O longa dirigido por Todd Philips, com Joaquin Phoenix elogiadíssimo no papel do Coringa, conquistou o Leão de Ouro, prêmio máximo do festival. J’Accuse, de Roman Polanski, levou o Leão de Prata, Grande Prêmio do Júri. O Brasil também fez bonito: Bárbara Paz ganhou o troféu por Babenco, Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, sobre o cineasta Hector Babenco. Ainda no clima do festival, indico aqui três filmes do catálogo da Netflix que fizeram história em Veneza.   Beasts of no Nation (2015)   A produção original da Netflix traz como pano de fundo uma sangrenta guerra civil que se espalha por um país da África Ocidental. É protagonizada por Agu (Abraham Attah), um garoto que se vê forçado a amadurecer antes do tempo e a lutar na guerra após perder pai e irmão. O longa acompanha a marcha de um grupo de soldados, em sua maioria, crianças, garotos perdidos da Terra do Nunca numa versão carregada de crueldade, maculada pela perda precoce da inocência. Beasts of no Nation faz dura crítica à guerra, denuncia suas consequências insanas e contradições. Destaque para a atuação soberba do ator britânico Idris Elba, no papel do sanguinário comandante do batalhão. O filme gerou grande polêmica na época por ter sido ignorado pela academia e não figurar entre os indicados ao Oscar em 2016. Por outro lado, além de Veneza, recebeu indicações ao Globo de Ouro, BAFTA e ao SAG awards.   Animais Noturnos (2016)   Exibido no Festival de Veneza em 2016, Animais Noturnos é daqueles filmes que prendem o espectador no sofá até a última cena. Na trama, Suzan (Amy Adams), dona de uma galeria de arte, recebe do ex-marido, Edward (Jake Gyllenhaal), o manuscrito do primeiro romance dele. No desenrolar da leitura, Suzan entende a história como um desabafo, um instrumento de vingança usado por Edward em função de sua conturbada relação no passado. Animais Noturnos entrelaça três subtramas: uma que acompanha os conflitos de Suzan com o atual marido, Walker (Armie Hammer) e os traumas do passado, os flashbacks que trazem detalhes da relação com Edward e, por fim, a história escrita por Edward, propriamente dita. Tom Ford, responsável por roteiro e direção, entrega um filme tenso e, ao mesmo tempo, inteligente, com um elenco de primeira e atuações marcantes.   Roma (2018)   Considerado um dos filmes mais intimistas e pessoais de Alfonso Cuarón, Roma provocou grande burburinho ao receber dez indicações ao Oscar 2019, entre elas a de Melhor Filme e de Melhor Filme Estrangeiro. Até então, nenhuma produção original da Netflix havia chegado tão longe. Mas antes do Oscar, Roma passou por outros festivais, entre eles, o de Veneza, onde foi o grande vencedor, conquistando o cobiçado Leão de Ouro. Aos desavisados, o título do filme não tem relação com a famosa cidade italiana, mas diz respeito a um bairro da Cidade do México, o Colônia Roma. Na história, acompanhamos Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe média da capital mexicana na década de 70. O diretor mexicano Alfonso Cuarón tem no currículo grandes sucessos de bilheteria, entre eles, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e Gravidade.

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Netflix: filmes exibidos no Festival de Cannes disponíveis no catálogo

Se por um lado o catálogo variado de filmes e séries é encarado como ponto forte da Netflix, por outro, pode ser também grande vilão na hora de escolher o que assistir. Sendo assim, sempre é bom quando surgem listas que apontam o caminho e facilitam a vida dos cinéfilos assinantes do serviço de streaming. Nesta lista, indico três filmes de nacionalidades diferentes que marcaram presença no Festival de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo.   Hell or High Water (2016)   Bem no estilo Onde Os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Coen, a produção americana Hell or High Water (no Brasil recebeu o título de A Qualquer Custo) é um faroeste moderno, impregnado da melancolia de um xerife prestes a se aposentar, Marcus Hamilton (Jeff Bridges), e sua caçada incansável a dois irmãos assaltantes de banco, Toby e Tanner Howard, interpretados por Chris Pine e Ben Foster, respectivamente.  Recebeu três indicações ao Oscar, entre elas a de Melhor Filme. Em Cannes, concorreu, em 2016, na categoria "Um Certo Olhar", mostra paralela à competição oficial.   A Criada (2016)   Considerado o Tarantino da Coreia do Sul, Chan-wook Park está entre os cineastas de maior prestígio do país. Seu trabalho mais conhecido é a Trilogia da Vingança, com os filmes Mr. Vingança (2002), Oldboy (2003) e Lady Vingança (2005). Seu último longa, A Criada, mantém o bom nível das produções anteriores. Carregado de erotismo e violência, apresenta uma trama marcada por grandes reviravoltas. Na história, a jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar como criada para Hideko (Kim Min-Hee), uma herdeira nipônica que vive em uma casa isolada com um tio autoritário. Mas Sookee tem outros planos para Hideko: planeja, ao lado de um vigarista, roubar a fortuna da jovem e prendê-la em um sanatório. Lazzaro Felice (2018)   Ganhador do prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2018, o filme italiano Lazzaro Felice acompanha a jornada de Lazzaro, um jovem doce, por demais ingênuo, cara de santo, como o próprio nome sugere, inspirado no personagem bíblico. O longa trata das relações de poder em uma mistura de realidade e fantasia. Surpreende o espectador ao dividir a trama em duas partes, com propostas bem diferentes. De cara, chama a atenção a bela cinematografia, trabalho realizado pela experiente diretora de fotografia francesa, Hélène Louvart. O longa foi todo filmado em 16mm. É o terceiro filme da diretora italiana Alice Rohrwacher.

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Crítica| Era uma Vez em... Hollywood

Estreia de filme com assinatura de Quentin Tarantino é sinal de muito burburinho e expectativa da crítica e dos fãs do cineasta. A passagem por Cannes não rendeu muitos prêmios ao Era Uma Vez em... Hollywood (ganhou apenas a Palm Dog, prêmio voltado à melhor participação canina do festival), mas a boa recepção em portais de crítica como o IMDb e o Rotten Tomatoes apontam para uma carreira de sucesso nas principais premiações do ano, forte candidato, inclusive, ao Oscar 2020. É o nono filme do diretor e, segundo o próprio, penúltimo da carreira. Era Uma Vez em... Hollywood é uma carta de amor de Tarantino ao cinema, de forma mais específica feito nos EUA no final da década de 60. O cineasta passou parte da infância em Los Angeles e presenciou o fervilhar cinematográfico da região, abalado na época pelo crime bárbaro cometido pela seita de Charles Manson, que tirou a vida da atriz Sharon Tate e de mais seis pessoas.     Anunciado como o filme de Tarantino sobre a seita de Charles Manson, na verdade, o longa dá destaque à história do decadente ator de faroeste, Rick Dalton (DiCaprio) e seu parceiro de longas datas e dublê pessoal, Cliff Booth (Brad Pitt). Manson e sua jornada até o crime que chocou a década de 60 seguem como subtrama. Leonardo DiCaprio está de volta à tela grande após um hiato de quatro anos, quando ganhou o Oscar de melhor ator por O Regresso. O ator está bem no longa e esbanja boa química com Brad Pitt. Esta é a primeira vez que atuam juntos. O cast tem outros grandes nomes como Margot Robbie, Al Pacino e Dakota Fanning. Este é o trabalho menos sangrento de Tarantino. O banho de sangue, ou melhor, de chamas, só aparece no terceiro ato. Tem algumas cenas memoráveis, entre elas, a que provocou grande polêmica entre Tarantino e a família de Bruce Lee. Grande performance de Mike Moh, conhecido por sua atuação em filmes da franquia Street Fighter e na série Inumanos. Era Uma Vez em... Hollywood chega esta quinta (15) aos cinemas.  

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Crítica| Sequestrando Stella (Netflix)

Após o retorno da série Dark, chega ao catálogo da Netflix mais uma produção alemã, o thriller Sequestrando Stella. Com direção e roteiro de Thomas Sieben, o longa tem uma premissa bem simples: dupla sequestra filha de ricaço em busca de recompensa. Max von der Groeben e Clemens Schick encarnam a dupla de sequestradores, Tom e Vic, respectivamente, e Jella Haase interpreta Stella. Os personagens são mal apresentados, planos, o que atrapalha na identificação do espectador com eles. O foco maior, a princípio, está no planejamento e execução do sequestro. O primeiro ato (geralmente o de apresentação) logo termina e pouco sabemos sobre os personagens.     No segundo ato descobrimos que a ligação entre Tom e Stella vai além da relação sequestrador/sequestrada. A trama segue, a princípio, numa crescente tensão psicológica, que mais adiante vai esvanecendo a cada tentativa frustrada de fuga de Stella. A coisa é tão clichê que, no início, até nos faz desconfiar que em algum momento a história sofrerá uma grande reviravolta. Mas o resultado fica aquém do esperado. Sequestrando Stella é um remake do filme britânico O Desaparecimento de Alice Creed, escrito e dirigido por J Blakeson (A 5ª Onda). Este bem melhor classificado no IMDb, com nota 6,7. A produção alemã alcançou ínfimos 4,9.  

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