2021 - Página 112 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Mitos e verdades no desenvolvimento da fala

Uma das coisas que as famílias mais querem é que suas crianças falem. Sabe-se que o desenvolvimento da linguagem é um dos preditores mais importantes do prognóstico de uma criança com Autismo, por exemplo. Entre os maiores mitos relacionados ao desenvolvimento da fala, com certeza esse é o mais frequente e também o que causa maior prejuízo, na avaliação da fonoaudióloga Maria Bethânia Mendes. Ela aponta a seguinte situação como mito: “A criança tem 2 anos e ainda não fala, mas vamos esperar, porque cada criança tem seu tempo.” Ela alerta que a ciência detalha alguns marcos no desenvolvimento da fala que devem ser observados pelos pais. A fonoaudióloga cita os seguintes: – Uma criança com 18 meses deve falar cerca de 20 palavras, a maioria dissílabos: papa, mamã… – Com 24 meses, deve falar em torno de 200 palavras. – Com 3 anos, deve falar frases, iniciando o uso de tempos verbais, preposições, etc. “Se a criança não está dentro dos marcos do desenvolvimento deve ser avaliada por um especialista. Não significa que ela tenha uma patologia, mas sim que, de acordo com os achados da avaliação, precisará ter a família orientada sobre como estimulá-la, precisará de fonoterapia para atraso de linguagem, ou ainda, deverá ser encaminhada para outros especialistas investigarem se além do atraso na fala, há algum diagnóstico primário”, afirma Maria Bethânia Mendes. A especialista afirma que caso nada seja encontrado, a família poderá seguir tranquila. Porém, se houver um atraso simples no desenvolvimento da fala ou algo mais complexo, subjacente a algum diagnóstico primário, a fonoterapia de início imediato poderá fazer a diferença no futuro dessa criança. “A comunicação, a fala, a linguagem, são fatores impactantes sobre a autonomia, independencia e qualidade de vida pessoal, familiar, social e laboral de todo indivíduo. Se perceber que o desenvolvimento da sua criança não está de acordo com o que é preconizado pelos marcos do desenvolvimento, não espere, procure o especialista”, sugere a fonoaudióloga.

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Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19

Da Agência Brasil   A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso em caráter emergencial de um novo coquetel de anticorpos para o tratamento de pacientes com covid-19. A área técnica e os diretores avaliaram que o uso combinado dos medicamentos Banlanivimabe e Etesevimabe, da empresa Eli Lilly do Brasil, para casos em estágios iniciais traz benefícios, ainda que permaneçam algumas incertezas. Os anticorpos objetivam neutralizar o vírus antes que ele entre na célula. Conforme análise dos técnicos da agência, eles têm potencial de eficácia maior quando empregados conjuntamente do que no uso individual. De acordo com as equipes de análise da agência, quando utilizados juntos, os dois medicamentos podem reduzir em até 70% a incidência da covid-19. Tal eficácia se daria em pacientes que ainda não tenham evoluído para quadro grave e tenham alto risco de progressão. O termo “alto risco” envolve pessoas com condições de saúde como idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, diabetes mellitus tipos 1 e 2, doença pulmonar crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica ou imunossuprimidos. A orientação é que a aplicação seja feita em hospitais, em razão da estrutura disponível e dos profissionais que realizam o procedimento. A Anvisa não indicou o uso em pacientes com quadros graves, situações em que o coquetel pode agravar o problema. Os remédios não poderão ser comercializados. O uso emergencial foi autorizado por 12 meses. O tempo de espera para uso do coquetel, após aberto, não pode ser superior a 24 horas em ambiente refrigerado e sete horas em temperatura ambiente. “Durante a emergência de saúde pública, a autorização emergencial é instrumento regulatório para fomentar tempestivamente opções terapêuticas mesmo em face de um produto em desenvolvimento clínico”, declarou a diretora Meiruze Freitas. “A partir dos dados apresentados, os benefícios conhecidos e potenciais dos medicamentos quando utilizados em uso emergencial superam os seus riscos”, complementou o também diretor Alex Campos. Incertezas A indicação é que o coquetel seja aplicado a adultos. No caso de adolescentes, não houve comprovação de eficácia nos ensaios clínicos. A equipe técnica da Anvisa também apontou o que chama de “incertezas”, ou pontos não comprovados pelos documentos enviados pelo fabricante. Os técnicos defenderam a continuidade do monitoramento do uso do grupo de medicamentos para avaliar seus efeitos. Entre as incertezas está a falta de ação contra a variante P1, existente no território brasileiro. “Isso gerou muita discussão na área porque a gente sabe que é uma variante significativa na nossa realidade. Muitas vezes o diagnóstico e teste para identificar a variante é mais limitado. Como essa associação de anticorpo mostrou resultados favoráveis, há incerteza de eficácia contra variante, mas ainda assim tem benefício plausível”, analisou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes. Este ponto foi considerado pelos diretores. “Ainda que haja pontos que não podem ser respondidos em sua totalidade, como a comprovação de eficácia clínica do produto contra a variante P1, é indiscutível o impacto que um medicamento que impede a progressão da doença pode trazer aos serviços de saúde”, concluiu a diretora Cristine Jourdan.

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Bonito atrai novos investimentos

A Construtora Baptista Leal, com mais de 24 anos de atuação no Grande Recife, aposta no crescimento da região Agreste e lança na cidade de Bonito, o Residencial Eco Bonito. O empreendimento oferece lotes a partir de 180 m² localizados em uma área verde com mais de 50 mil m² e estrutura completa de lazer, incluindo parque aquático, e acesso pela entrada principal da cidade. A construtora aposta no clima e riqueza natural da região que tem atraído cada vez mais visitantes . . . Faculdade Nova Roma faz evento gratuito de Direito Imobiliário Bruno Xavier, professor de Direito do Civil da Faculdade Nova Roma estará realizando nesta sexta (14/05, às 19h) um evento virtual para debater o Registro Imobiliário e como funciona a regularização de propriedade de imóveis. O encontro contará com a participação de Jussara Maia, do 1° Ofício de Registro de Imóveis de Olinda e Priscila Melo, 1º Ofício de Notas e Registro de Imóveis, Títulos e documentos e Pessoas Jurídicas de Olinda – Cartório Carlos Marinho. Para se inscrever o interessado deve fazer a inscrição pelo perfil no instagram @fnovaroma.

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Isabella de Roldão é nomeada embaixadora para América do Sul da Cities Climate Finance Leadership Alliance

A vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, foi nomeada embaixadora para a América do Sul da Cities Climate Finance Leadership Alliance, que é uma coalizão global de entidades dedicadas ao urbanismo sustentável, focada no financiamento de ações climáticas e de infraestrutura resiliente de baixo carbono. Entre os critérios que credenciaram a vice-prefeita como embaixadora da Alliance, destaca-se a sua atuação na promoção de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável. O tema é uma das prioridades na pauta que ela tem articulado com a rede consular da cidade, como coordenadora das Relações Internacionais da Prefeitura do Recife. “Sinto-me muito honrada com a nomeação, sobretudo por estar ao lado de mais duas mulheres na nova composição do grupo de embaixadores anunciada hoje. Agradeço a Alliance por seguir a tendência internacional de ter lideranças femininas nas discussões sobre sustentabilidade. Recife se destaca por sua participação ativa junto a instituições mundiais relacionadas à ação climática. Nessa função, reforçarei esse trabalho atuando junto a entidades internacionais para estabelecer parcerias e atrair investimentos para a nossa cidade em uma área essencial ao nosso crescimento e ao nosso futuro. Já temos muitas iniciativas de promoção da economia verde que vêm sendo construídas a muitas mãos nos últimos oito anos e vamos avançar mais”, afirma a vice-prefeita. A nomeação foi anunciada durante a assembleia anual da Alliance. Isabella de Roldão assume o posto ao lado da prefeita da cidade de Makati, nas Filipinas, Mar-len Abigail S. Binay (representante da Ásia), do diretor de Resiliência da Cidade do Cabo, na África do Sul, Gareth Morgan (representante da África) e da ex-membro da Câmara Municipal de Beirute, no Líbano, Nada Yamout (representante do Oriente Médio). Além da conexão com uma ampla rede de intercâmbio de conhecimento estratégico, a atuação da vice-prefeita como embaixadora deve facilitar o acesso do Recife a fontes de financiamento para projetos inovadores relacionados ao enfrentamento da crise climática.  

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Pernambuco vai retomar vacinação de grávidas e puérperas com vacina da Pfizer

Da Secretaria Estadual de Saúde de PE Pernambuco vai descentralizar a imunização de gestantes e puérperas contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer/BioNTech para o interior, totalizando quatro polos macrorregionais no Estado. O imunizante será destinado às gestantes e puérperas, com e sem comorbidades. Essa foi uma decisão tomada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e pelos gestores municipais durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), além de contar com o aval do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. Neste primeiro momento, a vacinação será ofertada no Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, para as cidades da Região Metropolitana e Zona da Mata; Caruaru, para o Agreste; e Serra Talhada e Petrolina, para o Sertão. O Programa Estadual de Imunização está organizando um plano operativo para informar para qual polo irá a mulher de cada município. Além disso, está sendo verificado com Recife, Jaboatão e Olinda quantas das 46,8 mil doses da Pfizer, entregues ao Estado na última segunda (10/05), estão disponíveis para fazer a divisão para as macrorregionais. A expectativa é que o imunizante seja distribuído já na próxima sexta (14/05). A depender da demanda, a vacina também poderá ser destinada ao público com comorbidades, ou pessoas com deficiência cadastradas no BPC. “A vacinação para este grupo de gestantes e puérperas é segura com a vacina da Pfizer. Então, tanto o Comitê Técnico quanto a CIB decidiram pela continuidade do processo de vacinação em Pernambuco. Nós estamos organizando uma rede nos municípios sede de Regionais, inclusive no interior do Estado, para que esse processo de vacinação das gestantes e puérperas possa ter continuidade já a partir deste final de semana, com a distribuição da Pfizer de forma mais capilarizada para esses municípios atenderem essas mulheres perto de onde elas residem. Essa rede solidária do Sistema Único de Saúde será criada para garantir a continuidade segura do processo de vacinação das mulheres gestantes e puérperas de Pernambuco”, reforçou o secretário estadual de Saúde, André Longo. Durante a CIB, foi informado que, posteriormente, será feito o acerto de contas para que os municípios do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes sejam compensados pelas doses que foram disponibilizadas. Além disso, essa vacinação será utilizada como piloto para uma possível expansão para outras cidades caso haja a disponibilidade de mais doses da Pfizer e condições logísticas e técnicas para essa oferta. Durante a reunião do Comitê Técnico Estadual e da CIB, ainda foi citada a suspensão da vacinação das grávidas e puérperas com a vacina da Astrazeneca/Fiocruz. O Estado continua no aguardo das orientações do Ministério da Saúde (MS), principalmente em como se dará a finalização do esquema vacinal daquelas mulheres que já fizeram a primeira dose. O secretário André Longo tranquilizou aquelas mulheres que fizeram a primeira dose com a Astrazeneca e frisou que os efeitos colaterais descritos até o momento são raros. “Nós aguardamos uma posição, o mais rápido possível, do Ministério da Saúde para poder fazer um comunicado para garantir o esquema vacinal dessas mulheres gestantes e puérperas”, disse. COMORBIDADES – A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ainda informa que a vacinação no grupo de comorbidades e pessoas com deficiência cadastrada no BPC passa a ser feita na faixa etária a partir dos 50 anos em todo o Estado. A mudança também passou por pactuação em CIB.

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Senado aprova em caráter permanente programa que concede crédito a empresas de pequeno porte

Da Agência Brasil O Senado aprovou o caráter permanente do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O Pronampe foi criado em maio do ano passado para auxiliar financeiramente os pequenos negócios e, ao mesmo tempo, manter empregos durante a pandemia de covid-19. O projeto vai à sanção presidencial. O texto aprovado hoje prevê que os recursos reservados ao programa sejam usados de forma permanente para a tomada de crédito das empresas de pequeno porte. Segundo o autor da lei que criou o Pronampe e também deste projeto de lei, senador Jorginho Mello (PL-SC), o caráter permanente do programa já estava previsto na lei aprovada no ano passado, e o PL 5.575 apenas regulamenta como isso deverá ser feito. “Ô Pronampe inova ao prover garantias aos pequenos negócios e atrair instituições financeiras a ofertarem crédito a esse segmento. O programa foi um grande sucesso em 2020, tendo esgotado todos os recursos disponíveis rapidamente. Na realidade, faltaram recursos para os pequenos negócios”, afirmou a relatora, Kátia Abreu (PP-TO), em seu parecer. Para a senadora, a demanda é significativa a ponto de os recursos reservados ao programa não deixarem de ser emprestados. O projeto havia sido aprovado no Senado e sofreu alterações na Câmara dos Deputados, voltando à Casa de origem para uma última análise. Algumas das alterações foram acatadas por Kátia Abreu. Dentre elas, uma regra que determina a devolução dos recursos não utilizados ao Tesouro Nacional e a modificação do prazo de prorrogação do período de carência de 180 dias, para prever a postergação do pagamento de parcelas vencidas e vincendas por 365 dias, conforme solicitação do mutuário. A relatora também acatou a mudança que reserva de 20% do montante do Fundo de Garantia de Operações (FGO) para empresas que participam do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), desde que também se enquadrem nos critérios do Pronampe. Nem todas as mudanças promovidas na Câmara foram aceitas. Não foi acatada, por exemplo, a possibilidade de o Poder Executivo diluir, sem autorização do Congresso Nacional, os recursos reservados às empresas do Perse para outros setores. Também saiu do texto final a prorrogação por um ano, a partir de 31 de dezembro de 2021, do prazo para concessão de empréstimos cuja fonte sejam créditos extraordinários.

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Pernambuco ultrapassa aplicação de 2,2 milhões de doses de vacinas

Pernambuco já aplicou 2.258.654 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 1.501.806 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 249.770 trabalhadores de saúde; 25.497 povos indígenas aldeados; 37.742 em comunidades quilombolas; 6.424 idosos em Instituições de Longa Permanência; 550.907 idosos de 60 a 69 anos; 390.200 idosos de 70 a 79 anos; 102.659 idosos de 80 a 84 anos; 89.044 idosos a partir de 85 anos; 1.303 pessoas com deficiência institucionalizadas; 6.580 trabalhadores das forças de segurança e salvamento; 35.067 pessoas com comorbidades; 455 pessoas com deficiência permanente; 6.158 gestantes e puérperas. Em relação à segunda dose, já foram beneficiados 203.303 trabalhadores de saúde; 24.964 povos indígenas aldeados; 48 em comunidades quilombolas; 4.778 idosos institucionalizados; 157.256 idosos de 60 a 69 anos;  73.962 idosos de 70 a 79 anos; 44.811 idosos de 80 a 84 anos; 46.589 idosos a partir de 85 anos, 1.122 pessoas com deficiência institucionalizadas; 115 trabalhadores das forças de segurança e salvamento; totalizando 733.002 pessoas que já finalizaram o esquema.

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Sistema Hapvida, em parceria com a UFC, investe em pesquisa na área de tecnologia e inovação para a saúde

O Sistema Hapvida vai contribuir e disponibilizar recursos a partir da sua experiência com a saúde para o Centro de Referência em Inteligência Artificial (CEREIA), da Universidade Federal do Ceará (UFC). O trabalho será em conjunto com a Maida.health, empresa do Sistema Hapvida que tem o objetivo de promover acesso à saúde por meio da inovação e possui ampla experiência em Inteligência Artificial. A proposta irá compor os Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs) em Inteligência Artificial espalhados pelo Brasil. Serão seis novos centros dedicados ao desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação. O Centro de Referência em Inteligência Artificial do Ceará, por exemplo, tem como propósito desenvolver projetos por meio da área da saúde, que engloba transformação digital, internet das coisas e big data e, também, outras áreas focadas na prevenção, diagnóstico e terapêutica de baixo custo. A Maida.health conta com uma direção de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial e acredita que o investimento fortalecerá ainda mais a capacidade que a empresa possui em recepcionar a relação com o meio científico. Todo o trabalho que será realizado contará com a parceria do Sistema de Saúde Hapvida, que também entrará com uma contrapartida do investimento feito pelos agentes públicos. O edital garante recursos de R$5 milhões para os cinco primeiros anos, oriundos do consórcio, e o Hapvida fornecerá o mesmo valor e terá acesso aos produtos desenvolvidos. O consórcio do edital é formado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

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O que significa a decisão do STJ sobre locação de unidades residenciais pelo Airbnb?

A economia do compartilhamento, exponencializada pelo Uber e Airbnb, já não é mais novidade em nossas vidas, no entanto ainda não tivemos tempo para que o número expressivo de demandas chegasse aos tribunais superiores e fossem analisadas pelos ministros com efeitos vinculantes ou mesmo fossem objeto de legislação federal específica para o regramento do que o STJ, no último dia 20 de abril inferiu ser uma nova modalidade de contrato (REsp nº 1.819.075/RS). Durante o julgamento mencionado acima, o STJ buscou definir a possibilidade de os condomínios estabelecerem regras que visem impedir a locação por “curtíssima” temporada, como denominou, associada ou não, a serviços. Tendo a corrente liderada pelo Ministro Luis Felipe Salomão apontado que por se tratar de contrato por temporada, modalidade prevista na Lei 8.245/91, não poderia existir qualquer vedação ou limitação dos direitos de propriedade, com a imposição do condomínio em impossibilitar a locação através de plataformas como o Airbnb. Vale destacar que a Lei do Inquilinato (8.245/91), estabelece em seu artigo 48: “Considera-se locação para temporada aquela destinada à residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que decorrem tão-somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.” Ou seja, configura-se locação por temporada aquela que não ultrapasse 90 (noventa) dias, no entanto não estabelece prazo mínimo. A divergência da Quarta Turma do STJ reside justamente na determinação do que seria uma locação de “curtíssima” temporada, mais similar a um contrato de serviço de hospedagem do que um contrato de locação típico. Entendido que o contrato originário do Airbnb se encontraria sem regramento próprio, entre as margens das definições de contrato de locação por temporada e de contrato de um serviço de hospedagem, o STJ decidiu, para o caso analisado, que o condomínio com destinação exclusivamente residencial poderia estabelecer em assembleia, se aceitaria ou não esta modalidade de destinação aos imóveis que o compõem. Como principais argumentos do lado que propõe a impossibilidade de vedação do condomínio sobre a referida matéria estão a valorização da liberdade do direito de contratar e do direito de dispor da propriedade privada; já, dentre os que argumentam pela possibilidade de vedação estão os que defendem que a contratação pelo Airbnb trata-se de atividade comercial, não afeita à destinação exclusivamente residencial do condomínio, bem como os riscos para a segurança dos demais condôminos e dos custos excedentes arcados pelo condomínio. Nos posicionamos sempre em defesa da liberdade de contratar e do direito ao uso da propriedade privada com respeito à sua função social e aos direitos difusos e coletivos. Neste caso entendo que o exagero no uso da propriedade por alguns não pode prejudicar toda a coletividade de condôminos, ao passo que acredito ser difícil mensurar objetivamente o que seria este abuso de direitos. Sendo assim, opino que por regra geral os contratos via Airbnb deveriam sim ser considerados contrato de locação por temporada, se e somente se, não houver serviços adicionais vinculados que o façam se assemelhar aos serviços de hotelaria e, assim, ficar caracterizada a desvirtuação da destinação exclusivamente residencial do condomínio. A questão está longe de ser resolvida na jurisprudência, a decisão REsp nº 1.819.075/RS que comentamos aqui foi definida com os votos de 3 ministros a favor da imposição de limites pela convenção de condomínio e 2 contrários a esta determinação, isto tendo em vista que o caso analisado tinha algumas características que são incomuns na maioria dos casos de ofertas de imóveis através do Airbnb, temos, assim, indicativo de que a decisão em comento não deve configurar precedente para situações que, embora parecidas e referentes ao Airbnb, não possuam as mesmas particularidades concretas. De toda sorte, estamos diante de um ponto de atenção para as incorporadoras que comercialização imóveis com forte apelo turístico para investidores que buscaram a rentabilização dos seus apartamentos através da locação através de plataformas digitais, o ideal é que já aprovem os referidos empreendimentos com destinação mista (comercial e residencial), bem como estimulem que os adquirentes estabeleçam regras de convivência específicas para esses casos, no regimento interno e convenção do condomínio. *Andre Portela, advogado especialista em direito Imobiliário, sócio fundador do escritório Portela Soluções Jurídicas (andre@portelasj.com)

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Sandra Mattos: “Estamos doentes, numa escala muito maior do que a Covid-19.”

As pressões sobre a saúde pública brasileira são muito maiores que o novo coronavírus. Essa é a análise da médica Sandra Mattos, diretora da Unidadade de Cardiologia Materno-Fetal no Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco e pesquisadora do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE). Além dos milhões de pacientes que o SUS atende atualmente, as perspectivas para o Pós-Pandemia são de tratar também uma parcela significativa da população com sequelas da doença e de uma multidão de doentes crônicos que adiaram tratamentos e exames entre 2020 e 2021. . Temos um sistema de saúde bastante pressionado pela pandemia, mas que já tinha uma demanda muito elevada antes da Covid-19. Há uma expectativa que cresça em muito o número de pacientes crônicos pós-pandemia, a partir de sequelas da doença, entre outros fatores. O sistema de saúde deve fazer para enfrentar também essas consequências da pandemia? É verdade. Estamos vivendo um momento complexo onde questões relacionadas à saúde física, mental, político-econômica e psicossocial das pessoas se entrelaçam e constituem um grande desafio para a continuidade dos atuais sistemas de saúde, em todas as sociedades. Naquelas, como a nossa, onde já existia uma fragilidade prévia, os efeitos são e serão ainda maiores. A pandemia trouxe uma nova demanda para os setores públicos e privados, que já limitados, precisaram focar no “aqui e agora” da Covid-19, limitando ainda mais capacidade sua de lidar com outras necessidades. Soma-se a isto o medo da doença, que levou e ainda leva muitos pacientes a não procurarem os serviços de saúde numa fase inicial dos sintomas (de outras doenças) pelo medo da contaminação. O isolamento social, as incertezas em relação ao futuro, o impacto econômico da diminuição ou até ausência do trabalho, as notícias tristes de perdas, além de inúmeras informações apocalípticas divulgadas nas mídias sociais, diuturnamente, agravam sobremaneira a saúde mental das pessoas. E como se tudo isso não bastasse, aqueles que “governam”, desgovernam mais do que tudo, com informações conflitantes que misturam ciência com política com interesses muitas vezes escusos, dando margem e até incitando a discórdia entre as pessoas e induzindo à falta de credibilidade nos pesquisadores e profissionais de saúde, que deveriam conduzir o processo durante e após a pandemia. Em resumo: Estamos doentes, numa escala muito maior do que a Covid-19. Como enfrentaremos as consequências da pandemia dependerá prioritariamente de como orquestraremos a resposta à condução do processo. Se (uma parte de mim ainda espera dizer “quando”) políticos realizarem as orientações dos cientistas da saúde, se/“quando” as pessoas respeitarem as normas estabelecidas, se/“quando” aporte financeiro chegar às mãos daqueles de verdadeiramente tratam os pacientes e daqueles que verdadeiramente pesquisam e monitoram a pandemia e outras demandas da saúde: se ou quando esse momento chegar, controlaremos a pandemia e nos prepararemos melhor para os próximos desafios. Infelizmente, se continuarmos no rumo atual, continuaremos com os resultados semelhantes. Que lições da pandemia podemos tomar para o Sistema de Saúde? Há algum legado desse período que a Sra destacaria? Muitas, acima de tudo a pandemia nos mostra a necessidade de orquestramos melhor as respostas do sistema de Saúde, dando e respeitando as reponsabilidades para os especialistas de cada setor. Acredito que a pandemia evidenciou ainda outras fragilidades em relação à nossa relação como seres humanos, com nós mesmos e com a realidade à nossa volta. Os valores estabelecidos ao longo de muito tempo estão sendo questionados. A inter-relação entre todos os membros do planeta está sendo evidenciada. Essa é uma oportunidade para uma grande aprendizagem. Se entendermos melhor o sentido das nossas atitudes diante de nós mesmos e do planeta e nos modificarmos, teremos a chance de um futuro melhor. Caso contrário, a pandemia só terá trazido sofrimento e tristeza sem que nada de bom floresça após o seu término. Para que tenhamos um sistema de saúde mais qualificado no médio e no longo prazo, que medidas ou diretrizes estratégicas a Sra considera que devem ser tomadas? Planejamento, divisão de responsabilidades, respeito. O SUS é um sistema extremamente bem desenhado e com um potencial enorme de beneficiar a população – o que acontece muito bem em alguns setores, ao exemplo das nossas campanhas de vacinação. Mas no meio de uma pandemia, ter esse sistema e “não ter vacinas” demonstra a falta de empoderamento do sistema. Precisamos usar o LEGOS: Liderar, Empoderando Grupos para Otimizar Soluções. Temos visto na Pandemia muitas experiências de uso de novas tecnologias na saúde. Desde a gestão dos sistemas de saúde, medidas simples como um agendamento da vacina pelo celular, até no próprio atendimento, como várias experiências de novos equipamentos de suporte aos hospitais, como no caso dos respiradores desenvolvidos pela USP, com Tecnologia nacional e muito mais baratos. Como as inovações tecnológicas podem contribuir de forma mais efetiva nesse esforço em prol da saúde pública? Sim, novas tecnologias podem ajudar. Redes de telemedicina, tecnologias portáteis disponíveis em todos os pontos do País. Muitas medidas simples podem ser implementadas para obter resultados em grande escala. Assim como pesquisas inovadoras podem esclarecer detalhes importantes sobre as novas doenças e apontar caminhos para enfrentá-las mais eficazmente. O Brasil é muito rico em sua capacidade intelectual e inovadora. Mas precisamos empoderar os líderes e executores de projetos e disseminar as condições de desenvolvimento de trabalhos inovadores para diversas partes do País. Precisamos valorizar o currículo dos profissionais que se propõem a dar respostas a um determinado problema independente de em que local do País se encontram. Precisamos trabalhar por resultados e não por processos. Precisamos de agilidade: pesquisas inovadoras não podem esperar longos períodos para terem verba liberada, tornando-se obsoletas antes mesmo de começarem. Precisamos de “maestros” e “músicos” que se entendam e que decidam tocar uma mesma partitura, em uníssono. Precisamos somar esforços. Precisamos parar de brigar ou de querer mostrar que somos uns melhores que os outros. Precisamos aprender a trabalhar em equipe em todas as esferas. Precisamos educar, respeitar, valorizar pesquisadores e executores e confiar a eles os trabalhos de enfrentamento da pandemia Covid-19 e de tantos outros crescentes desafios da

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