2021 - Página 172 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Descoberto mecanismo responsável pela erosão óssea na artrite reumatoide

Ao investigar o mecanismo responsável pela exacerbação da artrite reumatoide em pacientes fumantes, pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma nova via no processo inflamatório da doença, associada ao dano ósseo. A descoberta abre caminho para novas intervenções terapêuticas relacionadas aos efeitos da artrite reumatoide que ainda não têm tratamento específico. No estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os pesquisadores identificaram a ação de um mecanismo molecular envolvido no processo inflamatório: a liberação, por parte dos linfócitos T, de vesículas extracelulares carregadas de material genético (microRNAs). As vesículas atingem células do tecido ósseo, aumentando a formação de novos osteoclastos – células responsáveis pela degradação da matriz óssea nas articulações. “O estudo buscou aprofundar o entendimento sobre a exacerbação de todo o processo inflamatório da artrite reumatoide provocada pela fumaça do cigarro. Com isso descobrimos uma via associada à lesão óssea. Trata-se de um achado importante, pois a dor e a inflamação dos pacientes têm sido tratadas com medicamentos. No entanto, a lesão óssea, que é também um complicador debilitante dessa doença, é praticamente irreversível”, diz Fernando de Queiroz Cunha, coordenador do CRID – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. A artrite reumatoide é uma doença inflamatória autoimune que, por algum motivo ainda desconhecido, leva as células de defesa a reconhecerem o próprio organismo como patógeno, passando a atacá-lo. Sabe-se que a reação inflamatória desencadeada pela resposta imune exagerada da doença tem a participação de linfócitos T que se diferenciam no subtipo Th17. Esse desequilíbrio, já bem conhecido, gera efeitos em cascata como a liberação de citocinas (proteínas sinalizadoras), entre elas a IL-17, e outras moléculas que participam da progressão da doença. O tabagismo é conhecido como um fator agravante da artrite reumatoide. Estudo anterior, desenvolvido pelo mesmo grupo de pesquisadores do CRID, demonstrou que a fumaça do cigarro tem o efeito de exacerbar o processo inflamatório na artrite, sobretudo por meio da ativação do receptor de hidrocarboneto arila (AhR) nas células Th17. “O AhR é um sensor intracelular de poluentes que participa do processo inflamatório. Quando o receptor AhR é ativado nos linfócitos T por certos ligantes, eles se diferenciam ainda mais em Th17. Esse aumento de células Th17 exacerba todo o processo inflamatório. Embora o cigarro não seja o causador da artrite reumatoide, ele agrava a doença”, diz Paula Donate, pesquisadora que integra o CRID e cujo estudo de pós-doutorado teve apoio da FAPESP. Donate explica que o AhR atua principalmente como fator de transcrição. “Uma vez ativado por um fator externo como a fumaça do cigarro, esse receptor se desloca para o núcleo celular junto com outras proteínas e promove a transcrição de diversos genes – inclusive de microRNAs, que são pequenos RNAs reguladores internos das células”, afirma Donate. Componente extracelular No estudo, os pesquisadores investigaram quais microRNAs das células Th17 tinham a expressão aumentada por influência da ativação do AhR. Dentre um conjunto específico dessas moléculas, o microRNA que tinha a maior expressão era o miR-132. Além da análise do conjunto completo de microRNAs expressos pelas células Th17, os dados foram correlacionados com estudo realizado em camundongos e em amostras de pacientes. “Para nossa surpresa, no entanto, quando tratávamos os linfócitos T com antagonistas dos microRNAs, eles continuavam se diferenciando normalmente em células Th17 e liberando as citocinas características do processo inflamatório da artrite reumatoide. Se não interferia em nada no processo intracelular, era sinal de que o miR-132 poderia estar sendo liberado para o meio extracelular”, diz. Ao isolar vesículas extracelulares liberadas pelas células Th17 e fazer estudos in vitro, os pesquisadores observaram que as grandes quantidades de miR-132 empacotadas em vesículas extracelulares atuavam como mediadores inflamatórios induzindo a diferenciação de osteoclastos por meio da inibição da enzima ciclo-oxigenase 2 (COX-2). “As vesículas extracelulares são um mecanismo de comunicação celular importante, liberadas praticamente por todo tipo celular e encontradas em qualquer fluido corporal. No caso das células Th17, as vesículas liberadas na articulação podem transportar microRNAs até o tecido ósseo, aumentando os osteoclastos e a erosão óssea. Trata-se, portanto, de um mecanismo novo que conseguimos elucidar e que no futuro poderá indicar novas terapias para o dano articular”, diz. O artigo Cigarette smoke induces miR-132 in Th17 cells that enhance osteoclastogenesis in inflammatory arthritis (doi: 10.1073/pnas.2017120118), de Paula B. Donate, Kalil Alves de Lima, Raphael S. Peres, Fausto Almeida, Sandra Y. Fukada, Tarcilia A. Silva, Daniele C. Nascimento, Nerry T. Cecilio, Jhimmy Talbot, Rene D. Oliveira, Geraldo A. Passos, José Carlos Alves-Filho, Thiago M. Cunha, Paulo Louzada-Junior, Foo Y. Liew e Fernando Q. Cunha, pode ser lido em www.pnas.org/content/118/1/e2017120118. Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

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Pernambuco registra 18 novos óbitos por Covid-19

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta terça-feira (05/01), 1.491 casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 52 (3,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.439 (96,5%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 225.336 casos confirmados da doença, sendo 29.527 graves e 195.809 leves. Também foram confirmados 18 óbitos, ocorridos entre os dias 09/12/2020 e 04/01/2021. Com isso, o Estado totaliza 9.709 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.

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João Branco: “Tivemos que nos reinventar”

Nem mesmo a poderosa McDonald’s passou incólume na pandemia. No Brasil, a empresa chegou a amargar 39,1% de queda nas vendas em junho. Mas, com muita pesquisa, criatividade e uso de tecnologia, a Arcos Dorados (franqueadora da marca na América Latina e Caribe), está conseguindo reverter a situação. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o CMO (diretor de marketing) do McDonald’s João Branco conta um pouco dessa trajetória. Branco já esteve à frente da gestão de marcas na P&G, coordenou o marketing da Ferrero no Brasil e na Argentina, está na diretoria de marketing do McDonald’s há quase seis anos, foi presidente da ABA – Associação Brasileira de Anunciantes – e está entre os 10 profissionais de marketing mais admirados no País, segundo a pesquisa Agency Scope. Ele conta um pouco, nesta entrevista, das estratégias utilizadas pela empresa para atingir seus consumidores em isolamento nas suas casas, ou que não querem se aglomerar em filas nos restaurantes. Com 2 milhões de pessoas atendidas por dia no Brasil, 1023 restaurantes (sendo 25 em Pernambuco), o McDonald’s, de acordo com Branco, está de olho nas mudanças de comportamento do consumidor não apenas no período da pandemia. Com as pessoas cada vez mais preocupadas com a saúde e a alimentação saudável, a gigante do fast food tem realizado mudanças nos seus cardápios e produtos para torná-los menos calóricos. De que forma a pandemia tem afetado o mercado de fast food em geral e qual o impacto que teve nas vendas e no faturamento do McDonald’s? Esse foi um ano desafiador para o setor de serviço rápido de alimentação como um todo e para o McDonald’s não foi diferente. Após 2019 ter sido o melhor ano da história da marca no Brasil – tanto em vendas, como participação de mercado e preferência de marca – 2020 se consolidou como o ano mais desafiador, pois tivemos que nos reinventar e rever 100% do nosso plano de marketing. Usamos muita criatividade e tecnologia para seguir surpreendendo os consumidores e oferecer uma experiência única, independentemente do local e da ocasião de consumo. Inovação, conveniência e personalização foram ingredientes fundamentais ao longo de todo o ano. No terceiro trimestre, por exemplo, apesar de uma queda de 26,2% nas vendas comparáveis em moeda constante, houve melhora consistente e progressiva durante o trimestre, partindo de menos 39,1% em junho para menos 14,5% em setembro, fechando o período com receitas de US$ 192,4 milhões. O resultado está ancorado nas bases sólidas da empresa no País, como uma marca forte e produtos desejados, uma experiência segura, inovadora e conveniente, além de uma gestão eficaz e focada em impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente. Quais as mudanças que a empresa realizou para se adaptar a essa crise sanitária e econômica em termos de custos, investimentos e modificações nos espaços físicos dos restaurantes da rede? Qual a contribuição da digitalização nesse processo? Diante da pandemia, colocamos a saúde e a segurança de todos – clientes, colaboradores e parceiros – em primeiro lugar. Por isso, mesmo cientes de que a experiência no restaurante é insubstituível, não hesitamos em fechar os salões dos nossos restaurantes antes mesmo de ser um procedimento obrigatório. A partir desse momento, nós nos apoiamos em nossa estratégia denominada 3Ds – drive-thru, delivery e digital – para continuar atendendo os nossos consumidores. O segmento de drive-thru (460 unidades em todo o País – três vezes a quantidade do concorrente mais próximo) cresceu 52% em moeda constante em relação ao ano anterior, no terceiro trimestre de 2020. As vendas digitais (aplicativo, totens de autoatendimento etc) aumentaram de maneira significativa no terceiro trimestre de 2020 contra 2019, representando 46% das vendas totais do sistema no País. Já o delivery continuou se mostrando o grande propulsor de vendas no terceiro trimestre de 2020, crescendo cerca de 22% em comparação ao segundo trimestre de 2020, em moeda constante e, 147% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda no segundo trimestre os segmentos de drive-thru e delivery, juntos, chegaram a gerar 80% das vendas da companhia. No início da pandemia, o McDonald’s modificou, em caráter temporário, os arcos de seu “M” dourado para simbolizar a mensagem: "separados por um momento para estarmos sempre juntos". Qual o efeito que teve no público? A imagem dos arcos separados foi criada para a comunicação do fechamento dos salões no Brasil (no mês de março) e para destacar a importância do distanciamento social naquele momento. Foi uma ação bem recebida pelo público brasileiro e, sem dúvida, contribuiu para a conscientização em relação ao cenário que vivíamos. Após essa comunicação, voltamos nossos esforços para entender ainda mais os novos hábitos de consumo dos nossos clientes e como poderíamos entregar as melhores soluções para eles, seja via drive-thru, delivery ou qualquer outro ponto de contato. Quais as mudanças observadas no consumidor durante a pandemia? Mais do que nunca, foi um ano para ouvir o cliente e entender os seus desejos, necessidades e anseios. Foram muitas iniciativas para estar cada vez mais próximo do consumidor, e para isso foram fundamentais a escuta ativa pelos mais diferentes canais de comunicação e a agilidade para fazer as adaptações necessárias na velocidade exigida. Se, antes, a ideia era apostar em lançamentos surpreendentes, com a pandemia as pessoas se voltaram para aquilo que é seguro e traz conforto. Entendemos isso com rapidez e colocamos os nossos sanduíches clássicos no centro da estratégia de marketing. As novidades, então, seguiram a lógica da memória afetiva. Em junho, lançamos a Casquinha em Casa, iniciativa que visava oferecer a sobremesa mais consumida pelos brasileiros no conforto e segurança do lar, em um momento em que todos estavam com saudade do McDonald’s. Já em setembro, apresentamos a edição limitada da embalagem do molho especial do Big Mac nas opções de 190g ou 23g para ser vendida separadamente. A promoção da Almofadeja, de novembro, teve o objetivo de oferecer um objeto que levasse para dentro da casa do consumidor – com toda comodidade – um pouco da experiência McDonald’s (a

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Paulo Augusto de Freitas Oliveira é o novo procurador-geral de Justiça

O governador Paulo Câmara oficializou, nesta segunda-feira (04.01), durante reunião no Palácio do Campo das Princesas, o promotor de Justiça Paulo Augusto de Freitas Oliveira no cargo de procurador-geral de Justiça do Estado para o biênio 2021-2023. A posse acontecerá no próximo dia 14 de janeiro. O novo chefe do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) era o primeiro nome na lista tríplice apresentada ao governador após o pleito interno da instituição. Além dele, também constavam os nomes dos promotores Marcos Antônio Matos de Carvalho e Maviael de Souza Silva. “Tivemos a grata satisfação de anunciar o nome de Paulo Augusto para chefiar o Ministério Público de Pernambuco, e sabemos que ele está preparado para assumir essa missão tão nobre. Quero desejar sorte e dizer que podem contar com a gente. Tenho certeza de que ele vai continuar a demonstrar a importância do papel do Ministério Público, pela forma de gerir, democrática e transparente, e que continuaremos com uma instituição forte. Parabéns pela vitória na eleição”, afirmou Paulo Câmara. O governador também agradeceu o trabalho realizado pelo, agora, ex-procurador-geral Francisco Dirceu, que atuou durante quatro anos à frente do MPPE. “O Ministério Público foi parceiro do Governo de Pernambuco nesse período. Trabalhamos com muita transparência e lealdade em prol do povo pernambucano”, disse. Com 45 anos de idade, sendo 15 de carreira como promotor de Justiça, Paulo Augusto de Freitas Oliveira é natural do Recife e graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2001. Tomou posse como promotor de Justiça no MPPE em dezembro de 2005, inicialmente na Comarca de Floresta. Atuou como secretário do Colégio de Procuradores de Justiça de 2017 até novembro de 2020 e, de 2017 até hoje, exerce o cargo de chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça. O novo chefe do MPPE agradeceu ao governador Paulo Câmara a escolha e assegurou que a instituição continuará sendo parceira do Governo. “Hoje, tenho a sensação de pertencimento por estar servindo ao meu Estado. Por isso, tenha certeza de que o Ministério Público seguirá parceiro do Governo da mesma forma que foi Dirceu, que é uma referência para mim, para que a gente possa continuar correspondendo ao povo”, destacou Paulo Augusto.

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Filmes pernambucanos na Mostra de Cinema de Tiradentes

Pernambuco estará presente na programação da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Serão exibidos três curtas-metragens do estado em duas mostras temáticas, que poderão ser vistos entre os dias 23 e 30 de janeiro no site oficial do evento www.mostratiradentes.com.br . “Videomemoria”, uma coprodução Pernambuco/Minas Gerais, com direção, roteiro e produção de Pedro Maia de Brito e Aiano Bemfica, participa da Mostra Foco Minas. O documentário revela a luta por terra de trabalhadores da ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte, para se estabelecerem no território. Os filmes “Pega-se facção”, dirigido por Thaís Braga, e “Rebu – A egolombra de uma sapatão quase arrependida”, da cineasta Mayara Santana, integram a Mostra Praça. O primeiro traz a história de mãe e filha que veem na costura domiciliar terceirizada na zona rural de Caruaru (PE), região dominada pela seca, a única fonte de garantirem o próprio sustento. O segundo é um documentário em primeira pessoa que se propõe a investigar, dentro da vivência lésbica da diretora Mayara Santana, as diversas performances de masculinidade, levando em conta seus três últimos relacionamentos e diálogos com seu pai Pedro Bala. O filme aborda com descontração, temáticas como o talento paquerador, flexibilidade com a verdade, relacionamento abusivo, irresponsabilidade afetiva, reprodução de machismo, impulsividade e romance. Questões que permeiam a vida dos dois personagens, mesmo que separados por um recorte geracional, cultural e de gênero. Mostra de Tiradentes - Maior plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo, a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes acontece de 22 a 30 de janeiro de 2021 com oferta de intensa programação em ambiente online no site www.mostratiradentes.com.br, com exibição de filmes, debates, oficinas e live shows, e presencialmente, com ações pontuais na cidade mineira. Toda programação é gratuita.

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Paulo Câmara convoca prefeitos do litoral para intensificar fiscalização nas praias

O governador Paulo Câmara anunciou, em pronunciamento nesta segunda-feira (04.01), após reunião com o Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, que vai receber prefeitos de municípios do litoral pernambucano já na próxima quarta-feira, dia 6. O encontro tem como objetivo intensificar a parceria com as autoridades municipais para a fiscalização de bares e barracas de praia. “Os números da pandemia permanecem preocupantes, e temos pela frente um período delicado de férias, com muita atividade social, sobretudo nas praias. Os estabelecimentos nesses locais precisam também cumprir os protocolos”, justificou Paulo Câmara, se referindo ao Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, que prevê regras gerais e específicas de acordo com cada setor. Segundo Paulo Câmara, a Secretaria Estadual de Saúde continua reativando leitos de terapia intensiva. Além disso, o Governo de Pernambuco vai distribuir um novo lote de um milhão de máscaras nesse período. O governador finalizou o pronunciamento pedindo o engajamento da população no combate ao novo coronavírus. “Todas essas medidas só vão surtir o efeito esperado se pudermos contar com a compreensão de todos. Uso de máscara, atenção para higienização das mãos e evitar aglomerações. Cada um de nós pode contribuir observando essas atitudes simples. Só assim vamos conseguir reduzir os índices atuais de contaminação”, recomendou.

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Um olhar guloso

As refeições são acompanhadas pelo olhar, pelas palavras, por textos emocionais, por expressões estéticas; por louvações ou por críticas. E estes rituais do comer se iniciam quando se saboreiam as imagens dos pratos, das mesas, e de tudo mais que for mostrado no acervo desse banquete. Tudo isto faz parte da construção subjetiva da alimentação. Assim, os cenários e as pessoas se tornam comestíveis. Há uma verdadeira dramatização à mesa para que se cumpra este ritual. Come-se com garfo e faca. Come-se com colher de prata, de madeira, de osso. Come-se com hashi. Come-se “de mão”. Come-se sobre folhas de palmeira, sobre folhas de papel. Porém, come-se primeiramente com os olhos, e depois com o com o corpo inteiro. Comer é uma ação muito mais ampla do que simplesmente a ingestão de sais minerais, proteínas e gorduras para se nutrir. E é a partir das muitas maneiras de se relacionar socialmente com a comida e com a bebida que são estabelecidos os diferentes tipos de comportamentos culturais. São verdadeiras parcerias emocionais que marcam o reconhecimento e as próprias memórias ancestrais. Tudo isto ocorre porque a alimentação é um processo de simbolização de referências, que são tanto históricas quanto pessoais. Agregam-se a estes processos da alimentação o sentido de cada ingrediente, que é valorizado e respeitado no seu território, o terroir. Assim, sazonalidade, características como cor, aroma, forma, textura; e, finalmente sabor, criam a identidade do ingrediente que remete ao símbolo, ao sonho, ao desejo de comer, de viver o sabor, de se encontrar com a comida. Entretanto, é a busca pelo gosto mais gostoso que desperta o olho-grande, o olho-gordo, a vontade de comer cada vez mais daquilo que se gosta. Merengue, chantili, bomba-de-chocolate, sorvete, brigadeiro; frango no espeto; acarajé do tabuleiro da baiana, entre outros, são exemplos que motivam o desejo, o sonhar em comer a comida dos sonhos. Além disso, há uma relação da comida com o seu lugar de produção ou de consumo; seja o bolo daquela padaria escolhida ou a comida de um restaurante especial. A busca pelo sabor acontece quando a pessoa recorre as suas memórias, sonha, sente em si mesma uma ligação com aquela comida especial. E as narrativas, e justificativas, são muitas. São as conexões que as pessoas fazem para ampliar o significado de cada comida. Por exemplo, a maçã tornou-se um símbolo fundamental da moral cristã, enquanto fruto do paraíso, fruto primordial e ancestral do desejo, o fruto proibido; a romã ganha um amplo significado de fertilidade e multiplicidade nas tradições tanto do Ocidente quanto do Oriente. Sem dúvida, isto tudo ocorre porque cada ingrediente, processo culinário, resultado de receita, é essencialmente simbólico, emocional, e não apenas alimentar. "Comer com os olhos” é também uma preparação, a percepção que desperta o desejo, um estímulo que produz saliva, que traz à lembrança o sabor. Sonhar com o sabor e ficar com a boca cheia d’água; e, assumir aquele olho-gordo. É uma ação orquestrada sensorialmente em que atuam os olhos, o nariz, e os ouvidos, quando se percebe os sons dos pratos, das panelas, as vozes que chamam para o tão esperado momento; e finalmente tudo culmina num ritual ideológico que é marcado no corpo inteiro, o ato de comer. Porque come-se de corpo e alma. A comida integra-se aos diversos imaginários, sentimentos e sensações, e tudo isto faz parte das muitas formas de manifestar pertencimento. Gostar, desejar, querer comer “aquilo” ou aquele ingrediente, vem de uma motivação que é temperada pela história, pela sociedade, pela religiosidade; pelos papéis sociais que a cultura determina para homens e mulheres. Imaginar os sabores e experimentar a comida compõem momentos de uma relação íntima da pessoa com a sua cultura. E é ainda um dos mais notáveis exercícios de prazer no gozo dos sabores. Saciar a fome não é apenas uma necessidade biológica, mas uma necessidade moral, cultural simbolizada em princípios individuais e coletivos.  

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Governo abre diálogo público para uso do Centro de Convenções pela iniciativa privada

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), da Secretaria de Turismo e Lazer (Setur) e da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), abriu um canal de diálogo público para colher contribuições da sociedade que auxiliem o poder público no projeto de concessão de uso do Centro de Convenções (Cecon) à iniciativa privada. Os aportes feitos pelos interessados poderão ser acrescidos aos estudos produzidos pela Houer Consultorias e Concessões, que embasarão futura licitação para administração, operação, manutenção, exploração comercial e modernização do equipamento por um prazo de 35 anos. Com a finalidade de desenvolvimento da infraestrutura turística do estado de Pernambuco, o estudo prevê a exploração da área interna e externa do Cecon, com adoção de medidas de sustentabilidade, modernização predial e requalificação. As contribuições poderão ser encaminhadas ao e-mail: dialogopublico.cecon@seduh.pe.gov.br. O prazo para envio se encerra no dia 5 de fevereiro. Todos os arquivos referentes ao projeto e ao diálogo público estão disponíveis, para download, no site do Programa de Parcerias Estratégicas de Pernambuco (http://www.parcerias.pe.gov.br/dialogo_publico_pmi.html). O relatório produzido pela Houer abarcou modelagens socioambientais; de mercado e demanda; engenharia e arquitetura; econômico-financeira e jurídica. Os estudos apontaram para um modelo de concessão de uso com outorga onerosa. O futuro edital de licitação prevê uma disputa pelo maior valor de outorga, com valor inicial estimado em R$ 4,8 milhões. No projeto, que terá a Empetur como poder concedente, estão previstos investimentos de R$ 39 milhões na requalificação, dos quais cerca de R$ 21 milhões devem ocorrer nos primeiros 24 meses da concessão, além de R$ 541,9 milhões de investimentos na operação ao longo do contrato. O secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes, destaca a força do Centro de Convenções de Pernambuco na região para o mercado de turismo de eventos e negócios. “Nosso Centro de Convenções oferece uma estrutura fundamental para o desenvolvimento do turismo de eventos e negócios no Estado mesmo estando há mais de 40 anos em operação. O Governo do Estado é ciente deste papel importante do Cecon e se prepara agora para dar um passo que pode colocar Pernambuco entre os maiores do País no mercado de eventos. Esse é um pleito antigo do nosso trade turístico, que contará com um equipamento mais moderno e funcional”, ressalta Novaes. Para o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Bruto, a estruturação do projeto é o primeiro passo para transformar o Cecon em um equipamento mais moderno e rentável para o Estado. “O propósito maior é transformar o equipamento num espaço multiuso, composto por áreas próprias e modernas para realização de congressos, seminários, feiras de negócios e eventos diversos. Buscamos um arranjo equilibrado entre o uso adequado e eficiente, capaz de potencializar a sustentabilidade, o desenvolvimento da economia local, que gere receita para o Estado e renda para a população”, ponderou. Audiência Pública Para reforçar a comunicação e tornar ainda mais claros os principais aspectos que envolvem o projeto, a Seduh e a Setur realizarão audiência pública sobre o tema no próximo dia 1º de fevereiro. Em virtude das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o evento terá o formato de reunião online e será transmitido pelo canal oficial do Governo de Pernambuco no YouTube, a partir das 10h. Os interessados poderão enviar perguntas pelo chat do canal ou por e-mail durante a realização da audiência.

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Anvisa quer mais dados para autorizar uso de vacina produzida na Índia

Em nova reunião com representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou hoje (4) o pedido de mais informações para liberar a autorização emergencial do uso das doses da vacina contra a covid-19 que serão importadas do Serum Institute of India, que produz o imunizante da Oxford eAstraZeneca na Índia. Lá, o uso emergencial já foi aprovado. No dia 31 de dezembro de 2020, a Anvisa autorizou a importação, em caráter excepcional, de 2 milhões de doses da vacina britânica da Oxford, produzida em parceria com a Fiocruz no Brasil. As doses importadas foram fabricadas. Em nota, a agência reguladora informa que fez, na manhã desta segunda-feira, uma reunião para tratar da submissão do protocolo do uso emergencial das doses da vacina. Na reunião, representantes da Fiocruz apresentaram os dados já de posse da fundação. Na ocasião, a agência reguladora listou informações, ainda aguardadas pela Fiocruz, que são necessárias para que esta possa pedir autorização para uso emergencial da vacina no Brasil. “Na reunião, a Fiocruz mostrou que está empenhada para que essas informações sejam reunidas e apresentadas à Anvisa com a maior brevidade”, diz a nota.  A Anvisa que saber se o produto do fabricante indiano é semelhante ao fabricado no Reino Unido, que teve os dados clínicos aprovados, e se o método de produção e os materiais utilizados são os mesmos. A vacina com a importação aprovada foi a produzida na Índia pela Serum Institute of India. A empresa produz a vacina da AstraZeneca, na Índia. Lá, o uso emergencial já foi aprovado. “Para a autorização, a agência precisa avaliar os estudos de comparabilidade entre a vacina do estudo clínico, que é fabricada no Reino Unido, com a vacina fabricada na Índia, bem como os dados de qualidade e condições de boas práticas de fabricação e controle”, acrescenta o texto. Segundo a Anvisa, as informações servirão para avaliar a equivalência da vacina produzida na Índia quanto à resposta da imunogenicidade. O termo diz respeito à habilidade de a vacina ativar resposta ou reação imune contra o coronavírus, tais como o desenvolvimento de anticorpos específicos, respostas de células T, reações alérgicas ou anafiláticas. “Ou seja, é necessário entender se o produto do fabricante indiano é semelhante ao fabricado no Reino Unido e que teve os dados clínicos aprovados”, reforça a Anvisa. A agência diz ainda que não fará nenhum retrabalho durante sua análise e que já tem trabalhado para aproveitar a análise de agências de referência e focar em questões que são específicas para o Brasil. “A Anvisa e a Fiocruz seguem em comunicação para otimizar as avaliações e a entrega dos documentos necessários par avaliação e decisão da agência”, informa a Anvisa. Da Agência BRasil

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Procon: material escolar está mais barato

O Procon-PE realizou a pesquisa de material escolar. E, ao contrário do que acontecia nos anos anteriores, grande parte dos produtos mantiveram os valores ou caíram. A pesquisa foi realizada na última semana de dezembro e comparada com o mesmo período, do ano anterior. Dos 31 produtos mais procurados, 12 caíram de preço, 11 mantiveram os valores e nove aumentaram. Os produtos que mais caíram de preço foram: a caneta esferográfica, passou de R$ 6,50 para R$ 3,20 (50,77%); a caixa de lápis de cor ecológica, com 12 unidades, de R$ 19,99 foi para R$ 11,59 (42,02%); e o apontador de lápis de metal, que saiu de R$ 1,90 para R$ 1,25 (34,21%). Os fiscais pesquisaram 72 itens, divididos entre: lápis preto; lápis de cor; canetas esferográficas comum e cristal, giz de cera; borrachas branca e bicolor; massa de modelar; tintas; fita adesiva; réguas; apontador de lápis; tesoura; cadernos espiral e brochura; agendas, lancheira; mochila e papelaria. A pesquisa do órgão traz de forma detalha o nome de cada item, os valores e onde podem sem encontrados. A lista mostra que mesmo apresentando uma queda em relação a pesquisa do ano anterior é preciso pesquisar. O apontador de lápis com depósito o que apresenta a maior diferença de um estabelecimento para o outro. O mesmo produto pode ser encontrado por R$ 1,00 e R$ 4,80, uma diferença de 380%. Outro produto que mostrou uma grande diferença foi a mochila escolar com personagens da Disney. A mochila pode ser encontrada por R$ 42,00 e também por R$ 119,90, uma diferença de 185,48%. O consumidor pode ter acesso à pesquisa. Basta acessar o site do Procon-PE: www.procon.pe.gov.br A pesquisa mostra marcas, nomes dos estabelecimentos e os preços praticados por cada um.

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