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"A solidão tem efeitos profundos na saúde mental das pessoas idosas"

Psicóloga Elizete Maciel aponta como perdas, isolamento e exclusão digital afetam a saúde mental dos idosos e defende políticas públicas de inclusão para um envelhecimento com vínculos, afeto e dignidade. A solidão na terceira idade vai além da ausência de companhia — ela está ligada à perda de vínculos, ao distanciamento familiar e à exclusão das esferas sociais e tecnológicas. Em entrevista, a psicóloga Elizete Maciel, especialista em gerontologia e em neuropsicologia, explica como esse sentimento, muitas vezes silencioso, pode desencadear um ciclo de adoecimento emocional e físico, especialmente quando a pessoa idosa perde autonomia, convívio e protagonismo no dia a dia. "É a falta de escuta, de abraço, do bom dia, da xícara de café com bolo quentinho", resume. Ao mesmo tempo, Elizete destaca que a solidão não é, necessariamente, negativa para todos. Para algumas pessoas, representa liberdade e oportunidade de redescoberta. A chave, segundo ela, está em respeitar os diferentes perfis e promover iniciativas que fortaleçam os laços afetivos e sociais. Com o envelhecimento da população brasileira, a psicóloga defende que é urgente incluir os idosos em projetos públicos que estimulem a convivência, a saúde emocional e o aprendizado — inclusive o digital — como pilares de uma longevidade mais humana e integrada. Tratamentos recentemente numa reportagem sobre a Epidemia da Solidão, que atinge muitos brasileiros e está muito relacionada a novos desafios da sociedade contemporânea. Olhando especialmente para a população da terceira idade, por que esse problema do sentimento de solidão afeta tanto os idosos? A casa cheia, o almoço aos domingos, vão deixando de ser algo habitual, os espaços se tornam vazios e o sentimento de solidão vai chegando, as mudanças diárias, o ritmo e o círculo familiar e social, afetam profundamente a população idosa. Muitas pessoas idosas passam a conviver com perdas frequentes, começando pela aposentadoria, amigos, cônjuge ou da sua própria autonomia — o que pode gerar um afastamento gradual da vida social. Além disso, há uma redução natural nas oportunidades de interação: crescimento dos filhos, problemas de saúde ou limitações de mobilidade acabam diminuindo a frequência com que a pessoa idosa participa de atividades em grupo. Por outro lado, o sentimento de solidão não é visto como um problema, para algumas pessoas idosas, este sentimento é de liberdade, poder fazer o que gostar, encontrar novos caminhos, participar de atividades, grupos, olhar para se mesmo com mais intensidade, é cuidar e gerar cuidados, envolvendo em atividades e espaços coletivos, onde a longevidade é tema, é busca, é lidar com suas limitações e buscar equilíbrio entre o ser, fazer e ter autonomia. Esse mundo mais tecnológico contribui para isso? O mundo mais tecnológico, embora traga avanços incríveis, diminuir a distância, encurtar o tempo, pode contribuir com o sentimento de solidão, quando não é possível o acesso a informação. O universo digital, para muitos a dificuldades no aprendizado, não são todos que se sentem à vontade para pedir “ajuda”, se sentem incapazes e não “querem” ter que solicitar várias vezes a mesma ajuda. Na pandemia, esse foi o maior desafio, alguns conseguiram e outros não. A comunicação através da tecnologia, se tornou rápida, a tela se tornou as chamadas telefônicas, ou as linhas da velha carta enviada pelo correio. Sem orientação ou apoio para aprender, podem gerar sentimentos de invisibilidade, distanciamento, isolamento, mesmo estando cercado por pessoas que estão diariamente conectadas. A solidão no processo de envelhecimento, vai muito mais do que a ausência de uma companhia, de estar junto. É a falta de vínculos, de escuta, de troca, de abraço, do bom dia, da xícara de café com bolo quentinho, que ainda podemos sentir o cheiro. Combater esse sentimento passa por incluir a pessoa idosa, nas relações familiares, no grupo social, por querer estar junto, por querer ouvir suas histórias ricas de um tempo que fica em nossa imaginação. Quais os efeitos da solidão na saúde mental dos idosos? A solidão tem efeitos profundos na saúde mental das pessoas idosas, podendo ser um fator de risco para a autonomia e independência. Pessoas idosas alegam que estão bem sozinhas, que não precisa de ajuda, de ninguém. É preciso ficar atentos, em muitos casos, podem desenvolver a depressão, ansiedade, transtornos do sono, isolamento, incapacidade motora (devido a passar muito tempo sentado), declínio cognitivo e até síndromes demenciais, como o Alzheimer. Isso ocorre porque o ser humano é um ser relacional, que se comunica com o outro, que troca ideias, que conversam, contam suas histórias. No processo de envelhecimento, o contato com outras pessoas exerce um papel importante na autoestima, na regulação emocional e na interação social. A dificuldades nas relações sociais, no afastamento, podem gerar sentimentos de inutilidade, desesperança, abandono e tristeza crônica. Muitos se retraem, se achando inútil, incapazes, diminuindo no autocuidado, na alimentação e ingestão de líquidos, afetando diretamente a sua saúde emocional, contribuindo para o adoecimento mental e físico. Afetando diretamente no humor, motivação e a memória, impactando e potencializando para quadros depressivos e possíveis demenciais. O que é recomendado para lidar com esse sentimento de solidão? Podemos destacar vários aspectos de como lidar com esse sentimento de solidão. Porém antes, vamos trazer um pouco, sobre o aumento população nesta faixa etária e a necessidade do olhar voltando para um envelhecimento ativo, convívio social, o cuidado de forma integral, a pessoa com suas demandas, queixas, dores e ao mesmo tempo, sonhos, projetos, querer dar continuidade, sentir-se útil. Com o crescimento da população idosa no Brasil, o olhar para a solidão, em especial da terceira idade, deve ter uma atenção da saúde pública? Quando trazemos a importância da atenção da saúde pública, estamos trazendo, acesso a saúde, educação, atividade física e mental, a valorização no mercado de trabalho para os que querem e desejam continuar. Aos que querem estudar novamente, enfrentar o desafio de uma faculdade, é ter contato com várias pessoas. Para lidar com o sentimento de solidão, é necessário avaliar o perfil da pessoa idosa, como ela vê a solidão, para muitos a solidão é bem-vinda, para outros a solidão é dor,

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Massoterapia e treino: um combo poderoso para sua performance

Mais do que relaxar, a massagem certa pode acelerar sua evolução na academia. Com técnicas terapêuticas e orientais, a massoterapia tem conquistado cada vez mais atletas e praticantes de musculação, corrida e crossfit. Alívio das tensões, recuperação muscular e foco mental são apenas alguns dos ganhos observados por quem inclui esse cuidado na rotina. A força do toque: como a massoterapia pode turbinar seus treinos. Confira dicas com a personal trainer e massoterapeuta Eva Samantha. Massoterapeuta e profissional de Educação Física Eva Samantha da Silva explica como a prática, cada vez mais procurada por homens e mulheres, contribui para a performance, prevenção de lesões e equilíbrio do corpo e da mente Treinar forte não é apenas sobre levantar peso ou correr mais. Também é sobre saber recuperar, respeitar o corpo e se preparar para os próximos estímulos. É aí que entra a massoterapia como aliada poderosa na jornada fitness. A profissional de Educação Física e massoterapeuta Eva Samantha da Silva, que atua como personal trainer há 7 anos e há 4 também com terapias corporais, tem percebido um crescimento constante da procura por seus atendimentos — tanto em consultório quanto domiciliar. “A massoterapia tem deixado de ser vista apenas como algo relaxante e passou a ser uma estratégia real para melhorar o desempenho físico. Ela acelera a recuperação, ajuda a prevenir lesões e ainda contribui para o foco emocional, algo essencial em treinos de força e resistência”, afirma Eva. Entre os públicos mais frequentes estão praticantes de musculação, crossfit e corredores de rua. “As mulheres lideram na procura, mas o número de homens que estão se cuidando com massoterapia para melhorar a performance também está crescendo”, revela a profissional. As técnicas utilizadas variam de acordo com o perfil e a demanda de cada pessoa. Entre as mais procuradas estão a massagem terapêutica, a ventosoterapia, o uso de pedras quentes e a técnica Guasha — todas com o objetivo de promover o equilíbrio corporal e acelerar a recuperação entre uma sessão de treino e outra. “Após um treino intenso, o músculo precisa de estímulo para liberar as tensões acumuladas e se regenerar. Com o auxílio da massoterapia, esse processo é mais rápido e eficaz. Além disso, o aumento da flexibilidade e o relaxamento muscular ajudam a executar os exercícios com mais amplitude e segurança, o que evita lesões e melhora os resultados”, explica. Por que incluir a massoterapia na sua rotina fitness? Recuperação muscular mais rápidaMassagem terapêutica e ventosas aliviam tensões e otimizam o tempo entre treinos. Melhora da flexibilidadeMúsculos relaxados e irrigados ampliam os movimentos com mais conforto. Prevenção de lesõesA liberação de tensões evita sobrecargas e dores que comprometem os treinos. Mais energia e desempenhoTécnicas como pedras quentes e Guasha revitalizam e diminuem retenções. Equilíbrio emocional e focoMenos estresse, mais concentração nos treinos e nos resultados. Cuidar do corpo vai além da musculação ou da corrida. É preciso recuperar, regenerar e reconectar. Incorporar a massoterapia na rotina de treinos é um investimento inteligente que transforma o desempenho, protege contra lesões e renova sua disposição. Porque, no fundo, tão importante quanto levantar peso, é saber aliviar a carga. Informações: @evapersonal Colônia de férias gratuita Dança, esportes, atividades lúdicas e muita brincadeira. De olho nos pequenos que estão em férias escolares, a Prefeitura do Recife lança o programa Brinca Recife. As atividades, totalmente gratuitas, ocorrem até 27 de julho. A programação completa está no app Conecta Recife  ou pelo site https://conecta.recife.pe.gov.br, onde os papais, mamães e cuidadores também podem conferir quais são as oficinas e atividades que requerem inscrições prévias e como fazê-las.  Condomínios Caruaru investem em bem-estar, fitness e qualidade de vida Diante da rotina agitada de muitos brasileiros, condomínios de alto padrão vêm se adaptando às novas demandas de estilo de vida ao integrar soluções voltadas ao bem-estar e qualidade de vida. Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o Reserva Portugal – primeiro empreendimento de alto padrão dentro da cidade – incorpora essa tendência com mais de 3.000 m² de áreas comuns projetadas para lazer, convívio e práticas saudáveis. Estrutura fitness completa e funcional A academia do condomínio foi pensada com consultoria especializada para unir conforto, eficiência de treino e design. Com equipamentos modernos de musculação, espaços para atividades aeróbicas, funcionais e aulas coletivas, o destaque é o box de cross training – uma estrutura inédita na região, adaptada também para públicos infantil e 60+. O objetivo é garantir treinos seguros e frequentes, otimizando tempo sem sair de casa. Natureza e relaxamento integrados ao dia a dia Para quem prefere se exercitar ao ar livre, o Bosque Clarice Gomes, com trilhas em meio à mata nativa, oferece uma experiência de conexão com a natureza e saúde mental. Já no SPA, os moradores contam com sala de massagem, sauna, hidromassagem e piscina aquecida – ambientes criados para restaurar corpo e mente com tranquilidade e conforto. O Reserva Portugal ainda conta com quadras de beach tennis, tênis, futebol society e piscina de 60 metros com borda infinita, reafirmando o compromisso de entregar um condomínio que vai além da moradia: promove equilíbrio, saúde e bem-estar em cada detalhe do projeto. CREF12/PE se reúne com TCE-PE para fortalecer políticas públicas em esporte, saúde e educação O Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região/Pernambuco (CREF12/PE) esteve reunido com o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), conselheiro Carlos Neves. O encontro teve como foco o fortalecimento da relação institucional entre os órgãos e a articulação de ações conjuntas para fiscalizar recursos públicos, combater irregularidades e aprimorar políticas públicas nas áreas de esporte, educação e saúde. O CREF12/PE apresentou propostas que incluem a orientação a gestores públicos na criação dos Sistemas Municipais e Estaduais de Esporte, abrangendo a implantação de planos, conselhos, conferências, fundos, bolsas e leis de incentivo ao esporte. O Conselho também reforçou a importância do cumprimento da Lei Lucas (13.722/2018), da garantia do novo piso salarial nacional dos professores da rede pública, do pagamento de horas-aula de planejamento e da melhoria da infraestrutura das instituições de ensino. Desde

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MV entra no top 5 global de prontuário eletrônico hospitalar

Empresa brasileira é líder na América Latina e conquista posição entre as maiores fornecedoras mundiais de EHR, segundo o relatório 2025 da KLAS Research A MV, multinacional brasileira especializada em tecnologia para a saúde, com sede em Pernambuco, foi reconhecida como a quinta maior fornecedora de prontuário eletrônico hospitalar (EHR) do mundo, segundo o relatório de market share global 2025 da KLAS Research, instituto internacional de inteligência em saúde. A empresa se junta a gigantes do setor, como Epic, Dedalus, InterSystems e MEDITECH — tornando-se a única representante da América Latina no topo do ranking. Desenvolvida no Brasil, a plataforma SOUL MV é hoje a solução de EHR com maior presença hospitalar na América Latina, adotada por 894 hospitais. O relatório também destaca que a MV conquistou 154 novos clientes entre 2019 e 2023, quase o dobro da segunda colocada, reforçando seu crescimento sólido em um mercado complexo e competitivo. Além da liderança em número de hospitais atendidos, a MV também foi destaque em novos contratos validados em 2024, ano com maior volume registrado na América Latina. O Brasil concentrou mais de 80% dessas movimentações, evidenciando o papel estratégico da empresa no avanço da saúde digital no país.

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O cansaço virou uma epidemia: o colapso mental e físico em uma sociedade acelerada

Burnout é reconhecido como uma doença ocupacional, mas o seu impacto vai além do trabalho. Na segunda reportagem da série Epidemias Contemporâneas, especialistas criticam a cultura que glorifica o excesso e que adoece pelo desempenho *Por Rafael Dantas Desde o início do ano, o Brasil passou a adotar a Síndrome de burnout como uma doença ocupacional. Um reconhecimento tardio, quando 30% dos profissionais brasileiros já enfrentam o esgotamento físico e mental, segundo pesquisa da dados da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho). Mais uma epidemia contemporânea que tem o seu “contágio” a partir de padrões e expectativas de vida cada vez mais desafiadoras, com muita tecnologia e uma cultura que romantiza o cansaço. “Vivemos uma época em que o tempo deixou de ser vivido, passou a ser apenas usado. A lógica da produtividade tomou conta de quase todas as áreas da vida, do trabalho aos relacionamentos, da estética pessoal à presença nas redes sociais”, alerta o psiquiatra Amaury Cantilino. “O ser humano está completamente exposto ao excesso de estímulos, cobranças e tarefas. Mas o pior: esse homem contemporâneo também está exausto por se autoexplorar”. "O tempo deixou de ser vivido, passou a ser apenas usado. A lógica da produtividade tomou conta de quase todas as áreas da vida, do trabalho aos relacionamentos, da estética pessoal à presença nas redes sociais. O ser humano está exposto ao excesso de estímulos, cobranças e tarefas." Amaury Cantilino Ele considera que os sinais de que a sociedade está diante de um problema são evidentes, com o crescimento nos diagnósticos de ansiedade, depressão e burnout. Porém, independentemente dos dados das pesquisas ou de números oficiais, a exaustão já é percebida de forma generalizada, mesmo entre pessoas jovens e saudáveis. “Há uma sensação coletiva de que estamos todos sobrecarregados, tentando dar conta de mais do que é possível”, sintetiza Amaury Cantilino. Uma sobrecarga já enfrentada por Thiago Pedrosa, 30 anos. Durante o auge da pandemia, ele vivenciou um burnout que marcou sua trajetória profissional e pessoal. Na época, ele conciliava o trabalho de designer, em uma rotina intensa, com os estudos universitários, ao mesmo tempo em que sentia a insegurança e o medo generalizado da crise sanitária. O excesso de trabalho, a ausência de propósito e a pressão resultaram em crises de ansiedade e um cansaço extremo. Embora já estivesse em terapia, precisou iniciar tratamento psiquiátrico com medicação para lidar com o esgotamento. “A demanda é infinita. Ela nunca esgota. Você responde, aí chega mais trabalho. Isso gera o sentimento de ser um hamster correndo na rodinha”, explica sobre a percepção da sobrecarga que o levou à doença e que demandou auxílio profissional e remédios para superar. “Depois que a gente cruza a linha [do nosso limite], não tem como voltar, só usando a sua mentalidade. É preciso uma ajuda de outros recursos”. Mesmo diante do agravamento do quadro, Thiago não se afastou do trabalho. O medo de perder a estabilidade financeira e o receio de ser mal interpretado pesaram mais do que o cuidado com a própria saúde. Esse comportamento reflete a armadilha social que associa valor pessoal à produtividade constante. Aos poucos, porém, ele encontrou forças para planejar uma transição de carreira. Com um novo emprego, horários mais saudáveis e menos pressão, conseguiu se reequilibrar e deixar a medicação. A experiência do burnout deixou suas marcas. Desde então, Thiago mantém um cuidado constante sobre sua saúde mental. “Eu acho que o burnout é uma pré-depressão. É uma vigilância quase que eterna para não cair de novo.”  "A demanda é infinita. Ela nunca esgota. Você responde, aí chega mais trabalho. Isso gera o sentimento de ser um hamster correndo na rodinha. Depois que a gente cruza a linha [do nosso limite], é preciso a ajuda de outros recursos". Thiago Pedrosa UM PROBLEMA CULTURAL CONTEMPORÂNEO Mais do que uma infinidade de espaços de trabalho estressantes e competitivos, a psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, do CPPL ( Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), afirma que a sociedade está inserida em um “ambiente extremamente hostil à vida humana”. Ela remete ao clássico livro Sociedade do Cansaço, do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han para explicar como as pressões antes externas, passaram a ser internalizadas pelo ser humano. “O patrão externo foi substituído por um patrão interno extremamente cruel e rigoroso. Vemos uma sociedade extremamente exigente e pouquíssimo disponível. Isso está nas famílias e no universo social como um todo. A exigência é máxima, mas as condições de trabalho e de lazer são mínimas”, critica a psicanalista. Esse quadro de demandas que sufoca profissionais de diversas áreas leva as pessoas a sucumbirem e se sentirem responsáveis pelos “sucessos não alcançados” na vida voltada para a produtividade e para o consumo. “O burnout é apenas um dos sintomas de um sistema que exige o impossível e culpa o indivíduo pelo fracasso.” Esse padrão não impõe ao indivíduo apenas à autoexigência que gera o esgotamento mas, ainda assim, à glamourização do excesso de trabalho. “A ideia de que estar sempre ocupado, 'sem tempo nem para respirar', é sinal de sucesso. Ser workaholic virou símbolo de força e dedicação. No entanto, pode refletir apenas uma inquietude. O excesso de estímulos, informações e tarefas afeta diretamente a nossa atenção, que vai se tornando cada vez mais fragmentada e superficial”, afirma Amaury Cantilino.  Um efeito direto desse glamour do cansaço – um fenômeno cultural e global – é a ausência de descanso. Tudo passa a ser cronometrado e precisa ser produtivo. O momento de tédio, de lazer ou de desconexão passa a ser mais raro e, mesmo assim, acompanhado por culpa.  O PREÇO NO ORGANISMO O sofrimento mental e emocional de estar imerso na epidemia do cansaço já seriam motivos suficientes para um sinal de alerta na saúde. Porém, há conexão direta também com outros problemas no organismo. Amaury Cantilino explica que o corpo e a mente estão profundamente interligados. Isso faz com que, inevitavelmente, quando um adoece, o outro também sofre. “O cansaço crônico, seja ele físico, mental ou emocional, pode levar a

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Nova Clínica Acadêmica amplia acesso à saúde gratuita em Garanhuns

Com investimento de R$ 4 milhões, ambulatório da Afya poderá realizar até 900 atendimentos semanais e reduzir filas do SUS na região do Agreste A Afya Faculdade de Ciências Médicas de Garanhuns inaugurou, no dia 15 de julho, sua nova Clínica Acadêmica, com capacidade inicial para realizar até 300 atendimentos gratuitos por semana, número que poderá crescer conforme a demanda. A estrutura visa fortalecer a rede de saúde da região, especialmente nos serviços especializados, contribuindo para a diminuição das filas do SUS. Entre as especialidades oferecidas estão cardiologia, geriatria, mastologia, hematologia, reumatologia, otorrinolaringologia e pequenos procedimentos cirúrgicos. Investimento e estrutura moderna Com aporte superior a R$ 4 milhões, o novo ambulatório será aberto ao público a partir de 28 de julho. A unidade conta com salas específicas para pequenas cirurgias e otorrinolaringologia, além de uma moderna estrutura para exames de imagem e uma central de esterilização de última geração. “A nova Clínica Acadêmica representa um marco para a saúde pública de Garanhuns e região. Nosso objetivo é garantir à população, de forma gratuita, atendimento especializado, humanizado e de qualidade, contribuindo diretamente para a redução das filas do SUS na região”, afirma Adriene Pereira, diretora da Afya Garanhuns. Formação médica e responsabilidade social O ambulatório também é parte fundamental da formação acadêmica dos estudantes da Afya. Ao todo, 27 médicos e 221 estudantes atuarão diretamente nos atendimentos. A nova Clínica funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, com agendamentos feitos via regulação da V GERES, abrangendo diversos municípios da macrorregião. A inauguração contou com a presença de autoridades locais, regionais e estaduais. Atendimento complementar à clínica já existente A atual Clínica-Escola da Afya, situada no primeiro andar do Centro Médico do Agreste Meridional (CEMEPP), continuará em funcionamento. Ela segue oferecendo atendimento gratuito em especialidades como psiquiatria, pediatria, ortopedia, dermatologia, obstetrícia, pneumologia e outras, também por meio da regulação. A ampliação do serviço reforça o compromisso da Afya com o bem-estar da população e com a formação de profissionais de saúde alinhados às necessidades reais do SUS. ServiçoNova Clínica Acadêmica da Afya GaranhunsFuncionamento: Segunda a sexta, das 7h às 19hInício dos atendimentos: 28 de julhoAgendamentos: Via regulação da V GERES

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O Brasil é um país de feridas: a negligência no cuidado com a diabetes

*Por Andrea Tavares A palavra que define boa parte da realidade de quem convive com a diabetes no Brasil é negligência. Não apenas pela falta de políticas públicas eficientes, mas também pela forma como muitos pacientes lidam com a própria saúde. A doença, que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o que representa 6,9% da população nacional, carrega um peso silencioso: as lesões ocultas. Elas surgem nos pés, onde a perda da sensibilidade faz com que pequenas feridas se tornem portas de entrada para infecções graves, podendo levar à amputação. A cada 20 segundos, um pé é amputado por complicações da diabetes. É um cenário alarmante. Aproximadamente 25% dos pacientes diabéticos desenvolvem úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores ocorrem em pessoas com a doença, segundo o Ministério da Saúde, e o mais assustador é que a grande maioria poderia ser evitada com um simples acompanhamento. Mas as pessoas não têm o cuidado, mesmo com a informação, por isso é preciso conscientização.  Presenciei casos de pessoas que escondem lesões, até mesmo do seu cônjuge. O medo, a vergonha e a falta de orientação fazem com que muitos pacientes ignorem os sinais até que seja tarde demais. Pequenos machucados podem evoluir para infecções severas, que acabam levando à perda do membro. Isso não é uma fatalidade, mas uma consequência da falta de prevenção. Prevenir é sempre o melhor caminho. Praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável e evitar o tabagismo e o álcool são formas de reduzir o risco da doença. Para quem já foi diagnosticado, o acompanhamento médico e o cuidado com os pés são essenciais. Não podemos mais aceitar que tantas vidas sejam mutiladas por falta de informação ou medo de buscar ajuda. Com o espaço especializado para atender pacientes diabéticos e oferecer suporte integral, é necessário focar na prevenção, no tratamento e na educação. O trabalho multidisciplinar, com o cuidado de feridas e ostomias, acompanhamento nutricional para controle glicêmico e orientação para que os pacientes entendam a importância do autocuidado, é necessário para uma evolução no tema. O Brasil precisa deixar de ser um país de feridas. O primeiro passo é romper o silêncio, oferecer suporte e garantir que ninguém mais tenha que esconder uma lesão, muito menos perder parte do seu corpo por algo evitável. *Andrea Tavares é coordenadora do curso de Enfermagem da UniFBV Wyden

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Dança: expressão artística, bem-estar e transformação de vidas

Mais do que arte, a dança promove saúde, bem-estar e transformação pessoal. Educadores destacam seus benefícios físicos e emocionais, além de orientações para a prática segura A dança é uma expressão artística que transcende palavras, permitindo que o corpo comunique emoções, histórias e sentimentos de forma única. Muito além da estética, ela atua como uma poderosa aliada do bem-estar, promovendo saúde física, mental e emocional. Por ser uma atividade predominantemente aeróbica, é excelente para o condicionamento cardiorrespiratório, além de melhorar postura, mobilidade e flexibilidade — contribuindo para uma vida mais equilibrada. Essa conexão entre movimento e emoção faz da dança uma prática que revitaliza o corpo e a mente. “Dançar é uma atividade democrática, que acolhe todas as pessoas, independentemente da idade, corpo ou gênero, oferecendo um espaço para expressão e crescimento pessoal. Ela representa superação, amor e descoberta. É ainda uma fonte de felicidade e um propósito que motiva”, afirma a profissional de educação física Nataly Araújo, professora do Curso Técnico em Dança do Aria Social — único do tipo no Nordeste, voltado para jovens que buscam profissionalização na área. Segundo Nataly, a prática regular da dança impacta positivamente a saúde mental. “Na minha experiência como professora, percebo que a dança ajuda a reduzir a ansiedade, depressão e estresse, além de fortalecer a autoestima, tornando os alunos mais confiantes e sociáveis”, diz. Ela também destaca como a dança ajuda a enfrentar desafios emocionais, como a timidez e o medo de errar. “Ao dançar, aprendemos a superar nossos limites e a perder o medo de falhar — isso reflete diretamente na qualidade de vida”, acrescenta. Embora seja possível começar em qualquer idade, é fundamental procurar profissionais qualificados e escolas sérias para garantir segurança e evolução no aprendizado. “Também é importante se permitir experimentar estilos diferentes para descobrir qual combina mais com sua personalidade. Dançar por hobby deve ser uma atividade prazerosa, sem cobranças excessivas, respeitando o próprio ritmo e aproveitando o processo”, orienta Nataly. Prevenção de lesões Para quem dança com frequência, a prevenção de lesões é essencial. Aquecimentos e alongamentos antes e após as aulas são indispensáveis. Os problemas mais comuns envolvem músculos e articulações. “É fundamental preparar a musculatura e as articulações para o movimento e para a carga que elas vão receber”, explica o fisioterapeuta e professor Flávio Henrique, também docente no Curso Técnico em Dança do Aria Social. Outro ponto importante, segundo Flávio, é desenvolver consciência corporal. “Conhecer seus próprios limites ajuda a evitar contusões. Bons professores e coreógrafos sabem orientar sobre o que pode ou não ser feito, minimizando riscos”, afirma. Ele alerta que algumas lesões podem surgir por uso excessivo ou repetitivo. “Tudo depende de como o corpo está sendo exigido.” Exercícios de fortalecimento, especialmente para a região abdominal, também contribuem para a segurança do praticante. “Se o nosso centro está fortalecido, temos um tronco firme, capaz de sustentar o movimento com estabilidade. Isso aumenta a consciência corporal e previne lesões”, destaca. Para Nataly, a dança representa superação, amor, descoberta e realização. “Hoje, não me imagino sem dança na minha vida.” Já Flávio resume de forma poética: “Dançar é viver. Quem dança é mais feliz. A dança transforma o corpo, a mente, a alma — e o jeito de enxergar o mundo.” Curso O curso técnico de Dança do Aria Social é uma formação profissionalizante que visa capacitar jovens e adultos nas diversas linguagens da dança, unindo técnica, expressão artística e fundamentos teóricos. Com uma grade curricular abrangente e professores qualificados, o curso oferece disciplinas como balé clássico, dança contemporânea, dança popular brasileira, anatomia aplicada à dança, entre outras, preparando os alunos tanto para atuar artisticamente quanto para seguir carreira no campo da educação e da produção cultural. Reconhecido pelo Ministério da Educação, o curso promove inclusão social e oportunidades profissionais no universo da arte e da cultura. @projetoariasocial @tecnicoemdancaariasocial @natalyaraujopersonal Saúde 5.0: nova era transforma atendimento com foco no paciente A área da saúde vive uma transformação sem precedentes. Com a chegada da chamada Saúde 5.0, o foco deixa de ser a quantidade de procedimentos realizados e passa a priorizar resultados clínicos, experiência do paciente e eficiência dos cuidados. Essa mudança de paradigma exige não apenas novas formas de gestão, mas uma base tecnológica sólida — e, nesse cenário, dois pilares ganham destaque: análise de dados e blockchain. A digitalização do sistema de saúde é um caminho sem volta, mas que ainda enfrenta barreiras importantes no Brasil. Temos um sistema fragmentado, com dificuldade de integração entre plataformas e falta de interoperabilidade. Isso afeta diretamente a continuidade do cuidado e a tomada de decisão clínica. A  Saúde 5.0 propõe uma abordagem centrada no paciente, com uso intensivo de tecnologias como inteligência artificial, big data, Internet das Coisas Médicas (IoMT) e blockchain para garantir segurança, rastreabilidade e personalização no atendimento.  O  blockchain, por exemplo, pode revolucionar o armazenamento e o compartilhamento de dados de saúde, oferecendo mais transparência e proteção contra fraudes. De forma simples, blockchain é uma tecnologia que funciona como um grande livro de registros digital. Nele, todas as informações são armazenadas em blocos, que se conectam como uma corrente (daí o nome block + chain). Cada vez que algo novo é adicionado — como um dado de saúde, por exemplo — isso é registrado de forma permanente e segura, e não pode ser apagado ou alterado sem deixar rastros. O uso de dados precisa vir acompanhado de responsabilidade. E a análise preditiva pode antecipar riscos e salvar vidas, mas só será eficaz se respeitar a ética, a privacidade e a confiança do paciente. A tecnologia não substitui o cuidado humano — ela o potencializa. Com o avanço das healthtechs, o Brasil começa a dar passos importantes na direção de um sistema mais moderno e centrado em valor. A transição, no entanto, depende de investimento, capacitação e mudança cultural no setor público e privado. A promessa da Saúde 5.0, segundo especialistas, é transformar não apenas o atendimento, mas toda a lógica da saúde como conhecemos hoje. Como médico, entendo que não basta

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Ana Elizabeth Cavalcanti: "Vivemos numa sociedade incompatível com a vida humana"

A psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, sócia do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), faz uma análise contundente da crise de saúde mental no Brasil, apontando as raízes estruturais que adoecem o sujeito contemporâneo: hiperindividualismo, precarização do trabalho, colapso ambiental e culto à alta performance. Ansiedade, depressão, síndrome de burnout, compulsões, fobias. Esses sintomas têm se alastrado como uma epidemia silenciosa, atravessando faixas etárias, classes sociais e ocupações diversas. Mas o que há de comum nas causas desse adoecimento coletivo? Para a psicanalista Ana Elisabeth Cavalcanti, o problema não está nas pessoas, mas no sistema. “O capitalismo tardio, em sua versão neoliberal, criou um ambiente hostil à vida”, afirma. Na entrevista a seguir, Elizabeth traça conexões entre saúde mental, desigualdade, solidão, tecnologia e cultura da performance. E alerta: tratar os sintomas sem questionar o modelo de sociedade é como tentar conter um grande incêndio com baldes d’água. Com linguagem acessível e posicionamento firme, ela propõe que as saídas não sejam apenas individuais, mas comunitárias e políticas, pautadas no fortalecimento de vínculos, na solidariedade e na reconstrução de um ideal de bem-estar coletivo. Qual é o cenário base para explicar o avanço dos problemas de saúde mental que tem nos afetado com sintomas tão distintos? A gente está vivendo um capitalismo tardio que, do meu ponto de vista, é incompatível com a vida humana. Então, temos uma concentração de riqueza absurda e muitos em situação de vulnerabilidade extrema. Atualmente, o que importa é o lucro, é juntar muito dinheiro. Isso desfaz algumas condições que são indispensáveis para o ser humano, como a questão da solidariedade e das redes de apoio, que inclui família, amigos e também mecanismos sociais.  Hoje, infelizmente, nada é mais retrógrado do que pensar no estado de bem-estar social. Isso não significa que não haja pobres e ricos, mas significa que o estado deveria garantir o mínimo de bem-estar social, seja por meio de políticas públicas, seja por meio de políticas afirmativas ou de programas, como nós temos aqui com o Bolsa Família e o Pé de Meia. Por outro lado, dentro dessa mesma lógica, as pessoas foram “transformadas” em empreendedores de si mesmos. Muitas vezes, são pessoas em condições de miserabilidade, que vivem entregando coisas, atropelando-se nos sinais, voando com as motos e com as bicicletas, porque precisam produzir muito para ganhar pouco. Então, temos hoje esse fenômeno incrível que é o fato de 60% dos jovens abominarem a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Preferem ser empreendedores. É uma precarização absurda e que é englobada por esse discurso falacioso do neoliberalismo de que é mais importante empreender do que ter um trabalho com as suas garantias. Vivenciamos esse combate há muito tempo contra a CLT. Isso tem relação com o discurso de incentivo para o indivíduo “sair da zona de conforto”? A rigor, ninguém vive sem zona de conforto. Mas não estou falando de uma pessoa que é preguiçosa. É necessário ter sua zona de conforto, suas ilhas de conforto. Ninguém vive sem isso. É outra falácia.  É uma mensagem de que você não pode descansar, não pode ter seu momento de ócio criativo, nada disso é admitido. Aí, passam a existir apenas duas qualidades: consumidores e produtores. Duas coisas que estão interligadas porque para consumir é preciso ser produtivo.  Acho que a gente caminhou nesse sentido e chegará um momento em que vai surgir outra alternativa. Mas o que se desenvolveu é incompatível, vai surgir aí desse caldo alguma coisa diferente, mais compatível com a condição humana. Há um outro lado. A ideia de que é preciso dar sempre o máximo no trabalho. Quando a pessoa não suporta a pressão ou não atinge as metas incumpríveis, tudo isso é creditado ao indivíduo. Ninguém se pergunta se o que está ali em jogo é um sistema, uma exigência sobre-humana. Todo mundo vai dizer: “ah, isso aconteceu porque você não foi suficientemente competente, você não foi atrás dos seus objetivos; se você for atrás, se você fizer tudo, você vai alcançar os seus objetivos”.  Aliado a isso também, vivemos um período de exigência tecnológica que é imensa e que está corroendo a cabeça de muita gente, sobretudo das crianças, que não sabem mais esperar. Elas ficaram mais imediatistas, o mínimo de espera as torna completamente ansiosas. Não é uma patologia. Mas a criança vive pendurada numa tela, sendo bombardeada com informação de forma passiva, informações muitas vezes de que não dão conta. Daqui a pouco, elas não têm mais paciência de ler um texto de duas páginas porque estão habituadas a essas mensagens curtíssimas que você lê rapidamente. A gente tem o que poderia chamar de um ambiente extremamente hostil à vida humana. Quais são os efeitos no corpo de quem vive constantemente nessa situação de estresse? Existem as doenças chamadas psicossomáticas que são reumatológicas, alergias de todo tipo, gastrite, doenças autoimunes que têm tido um crescimento enorme. E há algo muito preocupante: o aumento exponencial do câncer que tem uma ligação com tudo isso, porque as pessoas não têm tempo de se alimentar, de fazer comida, só comem alimentos ultraprocessado porque são rápidos. Então, é muito contraditório porque a preocupação com a saúde e com o corpo ficou priorizada. Mas, acontece que a preocupação é com a performance, é produzir o máximo, é não envelhecer, é estar magro, é estar com o rosto todo harmonizado… É uma contradição estar se cuidando mas almejando um corpo performático, que não pode envelhecer, que não pode ter nenhum desvio.  É muito incrível porque a gente chama de cuidado, mas nisso entra a utilização de medicamentos, anabolizantes, ou seja, o que se chama de cuidado é voltado para a performance. É também fruto de muita angústia porque esses corpos que aparecem na internet com mil filtros são ideais inalcançáveis.  A exposição das redes sociais proporciona a comparação com esses modelos inalcançáveis? Eu acho que um dado dessa nossa cultura hoje é o oferecimento social de ideais que são inalcançáveis. Isso gera muita angústia. Ninguém vive sem ter ideais.

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rhp maquina

Real Hospital Português moderniza parque de hemodiálise com investimento de R$ 6 milhões

Aquisição de 86 novas máquinas da B. Braun amplia capacidade e reforça liderança em nefrologia em Pernambuco O Real Hospital Português (RHP), em Recife, concluiu a renovação completa do seu parque de hemodiálise com a aquisição de 86 novos equipamentos da multinacional alemã B. Braun, referência global em soluções médico-hospitalares. O investimento de aproximadamente R$ 6 milhões consolida a instituição como o maior e mais moderno centro de diálise de Pernambuco. A estrutura modernizada permitirá a realização de cerca de 5.400 sessões mensais – ou 64.800 por ano – beneficiando mais de 450 pacientes regulares, entre atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada. A nova tecnologia já vem proporcionando ganhos em eficiência, segurança e conforto desde sua implantação, finalizada em dezembro de 2024. O parque agora conta com 74 equipamentos de hemodiálise e 12 de hemodiafiltração (HDF), modalidade voltada para casos mais complexos, que exige maior precisão na remoção de toxinas. Além da tecnologia, o projeto incluiu a capacitação de mais de 100 profissionais da equipe multidisciplinar, garantindo excelência no uso dos novos recursos. “Esse investimento reforça uma trajetória de quase cinco décadas dedicada à nefrologia no Real Hospital Português. Desde 1976, quando implantamos o primeiro serviço integrado de hemodiálise crônica e transplante renal da região e realizamos o primeiro transplante de Pernambuco e do Norte-Nordeste, a unidade vem crescendo de forma contínua”, destaca o Dr. Frederico Cavalcanti, gerente médico de nefrologia do RHP. O hospital mantém um programa de transplantes com resultados consistentemente acima da média nacional. A parceria com a B. Braun, iniciada em 2022, faz parte da estratégia de longo prazo da instituição para fortalecer sua atuação em alta complexidade, com foco em inovação e eficiência operacional. “A modernização do nosso parque de diálise representa um avanço importante em termos de qualidade e inovação. Sabemos o quanto é essencial que todos recebam tratamentos que aliam tecnologia de ponta e conforto, garantindo o máximo de segurança. A parceria com a B. Braun reflete a preocupação que temos com todos os nossos pacientes”, afirma Islan Moisalye, superintendente ambulatorial do hospital. Os novos equipamentos também marcam um avanço ambiental. Com tecnologia stand-by, as máquinas reduzem o consumo de água quando não estão em operação, contribuindo para um modelo mais sustentável em um processo historicamente intensivo em recursos hídricos.

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Crianca e celular

Como afastar as crianças das telas nas férias de julho

Especialista sugere atividades lúdicas para fortalecer vínculos familiares e estimular o desenvolvimento infantil Com a chegada das férias escolares de julho, cresce entre pais e responsáveis a preocupação com o tempo excessivo que crianças passam diante de telas. A necessidade de encontrar alternativas saudáveis para entreter os pequenos se intensifica diante de dados como os da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, que revela que 93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no país, e que 23% deles acessaram pela primeira vez antes dos seis anos. O impacto desse consumo precoce e prolongado de tecnologia preocupa especialistas em educação e desenvolvimento infantil. Segundo a pedagoga Beth Coutinho, docente do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), “pesquisas apontam que a superexposição a eletrônicos pode causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções”. Ela destaca que as férias são uma oportunidade para oferecer experiências significativas e afetivas por meio de brincadeiras que estimulam o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional das crianças. A infância é marcada por intensa aprendizagem por meio das interações com o ambiente e com outras pessoas. Atividades lúdicas, especialmente quando compartilhadas com a família, fortalecem vínculos e promovem ganhos expressivos no desenvolvimento infantil. “A criança quando interage com familiares e amigos, terá sua autoestima bem trabalhada, proporcionando um melhor desempenho no dia a dia. Se faz necessário a criança usufruir daquilo que gosta e a faz feliz”, afirma Beth. A especialista recomenda resgatar brincadeiras tradicionais e incluir a criança nas decisões sobre as atividades do dia. “Procurar resgatar brincadeiras dos pais e avós através de rodas de conversas em família. O brincar deixa a criança tranquila e feliz. Brincar é aprender a vida com alegria.” Práticas simples como pintura de folhas secas, caça ao tesouro e passeios ao ar livre são eficazes para entreter sem depender de telas. Algumas sugestões para as férias: pintura de folhas secas, caça ao tesouro, passeios na natureza, piqueniques em família, trilhas, ciclismo e visita ao zoológico. Além de divertidas, essas atividades favorecem o bem-estar e o desenvolvimento integral das crianças, criando memórias afetivas que vão além do mundo digital.

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