Rio Capibaribe em verso e na tela
Figura imponente em postais sobre o Recife, o Rio Capibaribe parece encarnar uma serpente que rasga e divide regiões em todos os sentidos. Testemunha ocular de quão desigual pode ser uma cidade, o rio cruza bairros ditos nobres e, seguindo o fluxo, desliza sob humildes palafitas. Imponência que, de longe, anuvia o que, de perto, faz arder nossas narinas: o odor acre de águas enfermas de poluição, contaminadas pela ação do homem de consciência e moral igualmente enfermas. Extremos que serviram de matéria prima a João Cabral de Melo Neto ao escrever o poema O Cão Sem Plumas, e, anos depois, inspiraram a cineasta Katia Mesel a produzir o curta-metragem Recife de Dentro pra Fora. O Cão Sem Plumas foi lançado em Barcelona, em 1950, antes da peça em versos, Morte e Vida Severina, trabalho mais conhecido do poeta, publicado cinco anos depois. O poema é dividido em quatro partes: a primeira e segunda recebem o título de Paisagem do Capibaribe. A terceira e quarta, Fábula do Capibaribe e Discurso do Capibaribe, respectivamente. Ainda que protagonista nos versos, o rio sempre tem sobre as margens a sombra do homem. A ligação rio-homem é intensa e íntima de tal maneira que os torna única essência, rio, homem, lama e pele. Recife de Dentro pra Fora estreou em 1997. Com trilha sonora de Geraldo Azevedo, passou por grandes festivais, ganhando prêmios como o de Melhor Documentário no Festival de Vitória, Melhor Fotografia em Gramado e o Prêmio Multishow de Melhor Trilha sonora no Festival de Brasília. É possível considerar o curta uma adaptação cinematográfica do poema de João Cabral, até porque, para ser classificada assim, a obra fílmica não precisa necessariamente ser fiel a cada estrofe do texto. O curta desvela, já no primeiro ato, detalhes da relação entre João Cabral e o Capibaribe, nas palavras do próprio poeta, que nasceu e viveu testemunha do correr das águas turvas e sujas do rio. Relação que, ouso dizer, não se deu por completa, pois, como revela, nunca se banhou naquelas águas. Protagonista de uma grande tragédia, o Capibaribe avança e atua para uma plateia que, por vezes, participa do espetáculo. Público que assume o arquétipo de antagonista ao lançar no rio o pior de si. Como fez João Cabral em O Cão Sem Plumas, Katia Mesel inverte o ponto de vista que agora é do rio e não do homem. O rio encara a cidade e geme de dor. O cão em decomposição boiando é metáfora perfeita para um rio que corre, porém sem vida.
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Título da publicação do blog
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Estudo sugere que homens são principais transmissores do coronavírus
Da Agência Brasil Pesquisa do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco, do Instituto de Biologia da Universidade de São Paulo (IB-USP), sugere que os homens podem ser os principais transmissores do novo coronavírus em relação às mulheres. Os resultados do trabalho foram divulgados na plataforma medRxiv, em artigo sem revisão por pares. No processo de revisão por pares, os revisores podem sugerir que o trabalho seja rejeitado, publicado como está ou enviado de volta aos cientistas para mais experimentos. Segundo a pesquisa, existem diferenças entre homens e mulheres na suscetibilidade e transmissão de covid-19 entre casais com contato direto sem medidas de proteção. O levantamento epidemiológico foi realizado de julho de 2020 a julho de 2021, incluindo 1.744 casais brasileiros não vacinados contra a covid-19, com pelo menos um dos parceiros infectado e diagnosticado. Os dados coletados mostraram que os homens foram os primeiros ou únicos infectados na maioria dos casos, incluindo os casais concordantes – quando ambos foram infectados - como nos discordantes, quando um dos parceiros permaneceu assintomático apesar do contato próximo com o infectado. No total, 946 homens foram infectados primeiro em comparação com 660 mulheres. “Essa constatação corrobora e está em consonância com descobertas feitas em estudos recentes que realizamos, que já indicavam que homens podem transmitir mais o novo coronavírus”, disse Mayana Zatz, professora do IB-USP. Outro estudo, publicado no início de agosto por pesquisadores de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco na revista Diagnostics, apontou que os homens apresentam uma carga do vírus na saliva cerca de dez vezes maior do que mulheres, particularmente até os 48 anos de idade. A diferença de carga viral não foi detectada em testes com amostras nasofaríngeas, segundo o estudo coordenado pela professora Maria Rita Passos-Bueno. “Como o vírus é transmitido principalmente por gotículas de saliva, deduzimos que isso explicaria porque os homens transmitem mais vírus do que as mulheres”, disse Mayana. *com informações da Agência Fapesp
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ACP leva projeto de cooperação internacional ao município de Xexéu
O município de Xexéu, na Mata Sul de Pernambuco, receberá 1,0 km de asfalto ecológico. O reconhecimento do local foi pauta do encontro, na última sexta-feira (06), entre membros da diretoria da Associação Comercial de Pernambuco (ACP) e o prefeito da cidade, Thiago de Miel. Na área, serão realizados testes e análises do laboratório de topografia e estradas da Escola Politécnica de Pernambuco, a POLI/UPE. Estiveram presentes na visita ao município de Xexéu, o presidente da ACP, advogado Tiago Carneiro, o primeiro secretário da entidade, o engenheiro Marlos Macedo, além do representante do Grupo DP no Brasil, Sérgio Arruda, e a pesquisadora da Universidade de Pernambuco (UPE) e doutora em engenharia civil, Márcia Macedo. Por sediar este projeto piloto, Xexéu será a primeira cidade no Brasil a implantar a tecnologia GST (Green Soils Technologies), material a base de bioenzimas, na infraestrutura viária para uso imediato da população. O equipamento tem características revolucionárias no campo da construção de estradas e vias, podendo ser entregue para uso em apenas 72 horas do início da execução da obra. Com capacidade de suportar o trânsito de veículos com até 6 toneladas por eixo, o custo de implantação, estima-se, ser 1/3 de qualquer manta asfáltica instalada em território nacional. O bairro de Campos Frios será o celeiro das pesquisas em engenharia, contando com o envolvimento de cientistas brasileiros e europeus. O protocolo de intenções do convenio de cooperação técnica entre a POLI/UPE, Grupo DP de Portugal, ACP e Prefeitura do Município de Xexéu, foi assinado nesta segunda-feira (09/08) na Escola Politécnica de Pernambuco (POLI/UPE), e contou com a presença de seu diretor, Prof. José Roberto Cavalcanti, o presidente da Associação Comercial de Pernambuco - ACP, Tiago Carneiro, o Prefeito do Município de Xexéu, Thiago Gonçalves e o Presidente do Grupo DP, Carlos Campos. Na oportunidade, estiveram presentes também, o primeiro-secretário da ACP, o engenheiro Marlos Macedo, o vice-diretor da POLI/UPE, Prof. Alexandre Gusmão, a diretora da SECTI/PE, Profa. Emília Rabbani, a coordenadora do Convênio, Profa. Márcia Macedo, o assessor de relações internacionais da POLI/UPE, Prof. Ruben Benante e os Secretários da Prefeitura de Xexéu, Senhores Diego Moreira(ADM), Nicolas Bernardo(Gov.) e Cleiton Emanuel(Obras). “Essa parceria com a UPE e a ACP tem o intuito de interiorizar o desenvolvimento, com projetos de infraestrutura nos municípios, para que tenham condições positivas e favoráveis para receber novos investimentos, que resultem em melhoria na qualidade de vida da população. O primeiro município qualificado para parceria será o de Xexéu, que receberá 1km de asfalto ecológico do Grupo DP, cuja área foi muito bem escolhida pelo prefeito Thiago de Miel”, destacou Tiago Carneiro. “Xexéu recebe esse projeto com esperança de trazer dias melhores para a população. É um importante projeto para a comunidade, tenho certeza de que vai ser um sucesso. Tem todo o nosso apoio”, pontuou o prefeito de Xexéu, Thiago de Miel. Já o presidente do Grupo DP, Carlos Campos enfatizou a importância de o projeto ter sido iniciado no município de Xexéu e no Estado de Pernambuco. “Ter uma parceria dessa, internacional, junto com um município, com a universidade e a Associação Comercial de Pernambuco é trazer para a sociedade uma qualidade de vida cada vez melhor”, concluiu José Roberto Cavalcanti, da POLI/UPE.
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Banda Cascabulho lança disco Fogo na Pele
O manguebeat ainda fervilhava quando, em 1997, surgiu a banda Cascabulho, com uma proposta de forró. Passaram-se 24 anos e o grupo lança seu quinto disco, “Fogo na Pele”, na quinta-feira (24) em todas as plataformas digitais. O álbum com 10 faixas é dedicado aos povos indígenas e quilombolas do Brasil e revisita os sons que deram origem ao grupo e toda a sua trajetória. “Trouxemos um leque de canções, onde estão explícitas várias referências da música nordestina. Do coco ao xote, do forró ao galope e passando pela riqueza da música instrumental brasileira” explica o vocalista Magrão. Neste novo álbum, todas as músicas são autorais e balançadas mais que suficientes para animar qualquer festa junina. O disco conta com as participações ilustres de Josildo Sá (em Noite de Forrobodó), que abre o disco, Mestre Galo Preto (Em Tempo de Coco) e Cláudio Rabeca (em Pela Trilha Sagrada). “A nossa ideia foi unir três gerações musicais distintas para reverenciar a nossa cultura através dos sons originais que formaram o Cascabulho. Unimos a textura do acordeon, aos elementos afro-brasileiros, coco e samba para dar a nossa cara ao álbum” diz o vocalista. Com uma produção simples e elegante de Breno César Cunha, um raro exemplo de forró vintage, o disco foi mixado e editado no Estúdio Muzak e masterizado no Fábrica Estúdios. Contou com a direção artística e arranjos da própria banda, arte de Fernando Duarte, projeto gráfico de Keops Ferraz e produção executiva da 7 Claves Produções. O Cascabulho é formado por: Magrão nos vocais, Léo Oroska e Jorge Martins na percussão e vocais, Rapha Groove no baixo e Breno Cunha no acordeon. Fogo na Pele também contou com a participação luxuosa de Renan Santos no cavaquinho, Deco no Trombone, Diego Drão no teclado, Matheus Pereira na flauta transversal e Júlia Andrade nos vocais. A banda também aproveita a ocasião para apresentar o videoclipe da música “Noite de Forrobodó” com participação de Josildo Sá. A música narra uma autêntica noite de forró do interior pernambucano. O clipe traz imagens do making-off da gravação da canção e apresenta toda a descontração e ritmo do Cascabulho e de Josildo. Unindo o forró ao samba de latada, Noite de Forrobodó revisita o que há de mais íntimo nas relações interpessoais do cotidiano a partir das perspectivas dos integrantes da banda. As imagens foram captadas por Pedro Liberal e a edição de vídeo e fotografia é de Afonso Santti e Deborah Albuquerque da Aurora Artística. Cascabulho- O grupo surgiu em 1995, em plena afirmação da cena musical pernambucana. Espelhando seu trabalho a partir da obra de Jackson do Pandeiro, criaram sua identidade baseada na fusão de elementos rurais, trazidos de seus descendentes, às características intrínsecas adquiridas na vida urbana. Em 1997 foi a revelação do Abril Pro Rock, participou do Free Jazz Festival e viajou para a Europa e Canadá. Em 1998 lançaram o CD Fome Dá Dor de Cabeça e ganharam o Prêmio Sharp de Melhor Álbum Regional e Melhor Canção Regional, com a música Quando Sonhei que era Santo. O segundo disco, É Caco de Vidro Puro foi lançado em 2002 e mantém a fusão de ritmos tradicionais e elementos pop. O álbum conta as participações de Tom Zé, Fred 04, Marcos Suzano e Nana Vasconcelos. Em 2008, o grupo lança Brincando de Coisa Séria, com as participações especiais: Zeca Baleiro, Júnior Tostoi e Carlos Malta. Em 2015, o grupo lançou seu quarto disco. Intitulado O Dia em que o Samba Perdeu para a Feijoada, o álbum conta com novos elementos à mistura de ritmos e referências musicais que formou a Cascabulho.
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Google traz ao Brasil o Grasshopper, app que ensina a programar
Se você é programador ou um estudante interessado na área, é bem provável que você tenha se deparado com a Grasshopper, a plataforma do Google para aspirantes a desenvolvedores. Por anos, a barreira idiomática era um obstáculo para a ferramenta alcançar o país, entretanto, para alcançar de vez o público brasileiro, o projeto será finalmente lançado no país com seus cursos introdutórios em JavaScript totalmente gratuitos. O Grasshopper foi concebido na incubadora de projetos experimentais do Google, a Área 120, por uma equipe de programadores da companhia. O projeto visa “remover as barreiras” que limitam o acesso à educação e preparar adultos e jovens para carreiras de programação, uma habilidade que se torna cada vez mais importante, segundo a gigante. Grasshopper A plataforma de programação para iniciantes chega ao Brasil como parte da iniciativa Cresça com o Google, em que a companhia apoia a recuperação econômica do país através de produtos e treinamentos gratuitos para desenvolver habilidades pessoais e profissionais. "Programar está se tornando uma habilidade essencial no mercado de trabalho, e queremos que todos possam aprender sobre isso", explica a diretora de marketing do Google, Susana Ayarza. O que é o Grasshopper? Todo o aprendizado do Grasshopper se dá a partir de jogos, lições interativas e questionários voltados para JavaScript. Além de introduzir mais pessoas nesse meio, o app também serve de ponte para estudantes de lógica de programação, ainda presos no pseudocódigo, para a parte prática do trabalho, já com uma das linguagens mais populares do mercado. Programação em blocos é um dos meios mais simples de aprender a programar e blocos também se faz presente na plataforma, especialmente nos estágios iniciais de aprendizado — no app, batizado de “Fundamentos”. Nesse primeiro momento, são ensinadas as aplicações de funções, criação de variáveis, controle de fluxo e a inserção de parâmetros. Posteriormente, o usuário passará por lições sobre a manipulação de strings, arrays e é convidado a pensar “fora da caixa” ao ver soluções alternativas para problemas conhecidos — sempre, obviamente, usando os fundamentos introduzidos ao longo do curso. Também dentro do Grasshopper há os snippets, uma área na Galeria da plataforma. De lá, o estudante é encorajado a explorar suas habilidades com o código e criar soluções básicas manualmente, com direito a marcação por HTML e estilização com CSS, sefor familiarizado com o tema. Ainda em crescimento Mais novidades devem estar a caminho, já que o Grasshopper é uma plataforma em constante evolução. Ademais, há recursos que existem na plataforma original, em inglês, que não constam na adaptação em português. A formatação em HTML e CSS de páginas web, por exemplo, é um dos conceitos que o app lançado no Brasil não inclui na jornada de aprendizado. Até então, o aplicativo estava disponível somente em inglês e espanhol, contudo a partir de hoje (8), o Google liberará versões do Android e desktop em português. O lançamento para iOS, por outro lado, não tem previsão para acontecer. Para conferir a ferramenta, basta acessar o site oficial do Grasshopper e se cadastrar com a conta Google sem qualquer custo.
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Banca Guararapes é o templo dos quadrinhos
No Recife quem gosta de histórias em quadrinhos encontra reduto na Avenida Guararapes, número 223. Cravada entre o prédio dos Correios e o Edifício Sertã, antigo Cinema Trianon, a Banca Guararapes é o quartel general dos amantes da chamada nona arte na cidade. Além dos últimos lançamentos do mercado, a banca mantém raridades e um arsenal de títulos pernambucanos à venda. Capitaneando o espaço está Orlando Oliveira, 63 anos, um recifense alto e barbudo, com fios entre o branco e o loiro o que gerou o apelido de Odin (referência ao personagem de HQ Rei de Asgard e pai de Thor, o Deus do Trovão). Ele recebeu a banca de seu pai José do Patrocínio, que também era jornalista. Fã e incentivador dos gibis, Odin em meio à crise dos impressos e à ascensão do modelo digital, reparou uma curiosa tendência. “Percebi que a única coisa que não diminuía a venda física eram os quadrinhos, aí tive que me reinventar, juntar o digital com o impresso para faturar”, explicou. Foi nesse mesmo período que, seguindo a dica dos amigos, decidiu abrir uma conta no WhatsApp para informar os clientes a chegada de novas produções e realizar reservas. LEIA TAMBÉM História em quadrinhos made in PE . . HQ: Das bancas para a web . “Muito do que eu vendo, eu consigo direto de São Paulo. Tenho coisas que outras bancas não têm”, orgulha-se. “Por exemplo, agora no fim do ano foi relançado pela Panini (editora) o quadrinho Conan, uma HQ dos anos 80 que fez muito sucesso na época, mas foi um lançamento setorizado e só lançariam em São Paulo. A minha banca é a única do Recife que recebeu e já esgotou”, detalhou. Odin não só vende quadrinhos novos como usados e raridades também. De acordo com o dono da Banca Guararapes, existem no espaço muitos gibis que são objetos de desejo dos colecionadores. “A coisa deu certo de uma maneira que hoje já tenho três WhatsApps, dois lotados, aí abri o terceiro agora. Um de bate-papo sobre os quadrinhos e um de negócios sobre gibis entre os clientes”, relata. Assim como seus clientes, Odin também é um colecionador apaixonado de HQ, o que se mostra um diferencial na relação com quem frequenta sua banca. “Eu não sei o que seria de mim sem os quadrinhos”, resume Odin sobre sua relação com a nona arte. Talvez se o “Pai de Thor” não fosse mais um aficionado em gibis, a Banca Guararapes não tivesse ganho essa aura de templo sagrado dos HQs em Pernambuco. Dessa relação de proximidade com os clientes surgiu também um evento que é o maior orgulho, a verdadeira menina dos olhos de Orlando: a Feira Asgardiana de Quadrinhos. “Foi uma sugestão dos clientes. Organizei a primeira em 2016 e participaram umas 15 pessoas. Hoje, já vamos para nona edição e na última eu botei 100 mesas aqui”, comparou. “Já é um evento apoiado pela Prefeitura do Recife, Secretaria das Cidades e Secretaria do Turismo, a prefeitura nos ajuda demais e nós aglutinamos o público de quadrinhos de Pernambuco, inclusive com mesas para os quadrinistas locais”, defendeu. A feira já é um evento consagrado no calendário oficial dos leitores de HQ da cidade. O Recife vive uma espécie de era de ouro no mercado de gibis, Orlando atesta que nunca se viveu um momento tão bom e com tamanha produção de conteúdo autoral nas histórias. “Tem muita gente aqui fazendo quadrinhos, temos um cara muito importante como Thony Silas, que desenha pra Marvel e pra DC, também temos uma tradutora de HQ, Dandara Palankof, ela é extraordinária, e temos também Luciano Félix, que já fez capa da revista Mad, muita gente boa mesmo”, reitera. Por falar em Luciano Félix, o quadrinista corrobora a importância da Banca Guararapes tanto para os produtores de conteúdo quanto para os amantes da arte dos quadrinhos. “Para mim, nesse momento em que os impressos em geral estão perdendo o lugar para o digital, a Banca Guararapes é um oásis no deserto de cultura em que vivemos”, destacou. “Além disso, a Feira Asgardiana faz a ponte dos leitores com quem ainda tá interessado nos quadrinhos locais”, assegurou. “A Guararapes mostra que a pessoa que produz o quadrinho existe, o que pode até inspirar outras pessoas para que futuramente estejam ali trabalhando com essa arte”, destaca. Segundo o criador de histórias em quadrinhos, o fato de Orlando abrir espaço em sua banca para os produtores locais impulsionou a atividade na cidade. PONTO DE ENCONTRO Ernesto Barros, jornalista e crítico de cinema e histórias em quadrinhos do Jornal do Commercio, ressalta a força e a relevância de Odin para os gibis pernambucanos. “Orlando tem feito um trabalho no mínimo magistral, tanto na possibilidade de você ter acesso aos quadrinhos, como no apoio que dá aos quadrinistas locais”, ratificou. “A Banca Guararapes se tornou o principal ponto de encontro dos nossos artistas de quadrinhos e, além disso, ele realiza umas duas ou três feiras por ano que agregam todos os amantes de HQ, colecionadores, uma coisa incrível!”, elogia o jornalista do JC. De acordo com o jornalista, a Feira Asgardiana é um sábado diferenciado do que se tem atualmente no Recife Antigo, uma ideia do que poderia ser feito para revitalizar o Centro da cidade. “Eu acho que esse trabalho de Orlando tem crescido a cada dia e é uma das coisas mais importantes em torno da cultura de um modo geral, e especialmente ligado aos quadrinhos na cidade”, definiu. Apesar do excelente momento para os gibis, as bancas de revista, segundo Odin, não são vistas pelas editoras como um ponto atrativo de comércio. “Eu acho que o consumidor de quadrinhos gosta de comprar na banca, mas as editoras e distribuidoras não dão tanta importância a esse espaço”, lamentou. “O Recife já teve 800 bancas de revista, hoje não tem 200. Mas mesmo assim ainda é um canal de vendas e distribuição muito bom”, defende. Segundo Odin os distribuidores preferem entregar para as grandes redes
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Crítica: Parasita
Desde que entrou no circuito de festivais, o longa sul-coreano, Parasita, vem acumulando elogios e muitos prêmios. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes este ano e, recentemente, recebeu três indicações ao Globo de Ouro nas categorias melhor filme em língua estrangeira, melhor diretor e melhor roteiro. Chega forte à disputa ao Oscar de melhor filme internacional. Parasita é dirigido pelo genial Bong Joon Ho, que já tem no currículo filmes de destaque como O Hospedeiro, Expresso do Amanhã e a produção original da Netflix, Okja. A câmera foca em uma barata que rasteja sobre o centro de um pequeno cômodo e logo é lançada fora com um peteleco. Em outra cena, os protagonistas estão na sala, tomada por fumaça de dedetização, indiferentes, como insetos super-resistentes. A sequência funciona como metáfora para o que virá mais adiante. Na história, o jovem Ki-woo (Woo-sik Choi) recebe a proposta do amigo Min-hyuk (Seo-joon Park) para substituí-lo como professor de inglês de Da-hye (Ji-so Jung), primogênita de uma família rica. Mas o que, para muitos, seria tão somente um emprego temporário, para Ki-woo representa ocasião para ter toda a família empregada. Após algumas armações, logo o pai, a mãe e a irmã de Ki-woo são contratados para também trabalhar na casa. Basicamente essa é a premissa. Revelar mais que isso estragaria sua experiência com o filme. Bong Joon-ho contrapõe de forma genial a realidade daquelas famílias. Em outra sequência utiliza a chuva para ilustrar isso. Do lado da família Park, a tempestade é encarada como uma benção. Passam a noite protegidos e bem confortáveis em sua casa luxuosa. Na manhã seguinte o céu está limpo, bem azul, perfeito para a festa que farão para o filho no jardim da residência. Já do lado da família de Ki-woo, as coisas tomam caminho diferente. A tempestade inunda todo o seu bairro, as águas invadem as casas e todos tem de passar a noite abrigados em um ginásio. Parasita chama a atenção não só pelo bom roteiro, mas também pelo elenco. Destaque para Kang-ho Song, que aqui encarna Ki- taek, pai de Ki-woo. O ator é figura conhecida dos filmes de Bong Joon Ho. Atou em O Hospedeiro e Expresso do Amanhã. Woo-sik Choi também já trabalhou com o diretor no longa Okja. A história vai além do que aparece na superfície. Seus personagens complexos e cheios de camadas, uns jogados nos subsolos como baratas, outros encarando o “desafio” de escolher uma peça de roupa em um enorme guarda-roupas atulhado delas, refletem uma sociedade onde a discrepância nas condições e oportunidades não permite discernir quem realmente assume o papel de vítima.
Crítica: Frozen 2
Mais desafiador que lançar um filme que agrade crítica e público é lançar uma sequência que supere ou, ao menos, equipare-se ao primeiro. Por isso, sempre que sai um novo longa de alguma franquia surge a inevitável pergunta: será melhor que o anterior? Pois bem, a bola da vez é a animação Frozen 2, que estreia no Brasil em 2 de janeiro de 2020. Enquanto os fãs brasileiros terão de esperar um pouco mais, a animação já estreou há duas semanas nos EUA. Arrecadou na estreia US$ 130 milhões (R$ 550 milhões) e já se aproxima da marca de US$ 300 milhões. O sucesso nas bilheterias nem sempre é diretamente proporcional à qualidade de um filme. É o que acontece com Frozen 2, bem inferior ao seu antecessor. Na trama, Elsa parte em busca de respostas sobre seu passado e a origem de seus poderes, motivada por uma história contada por seu pai, quando ainda estava vivo, sobre a época em que era príncipe de Arendelle. A nova aventura não tem a mesma pegada e imponência da primeira, tem cara de filme que costuma ser lançado diretamente em DVD e Blue-ray. Ainda assim, não deixa de exibir cenas de encher os olhos, como a do embate no mar que, inclusive, aparece no trailer oficial. Quando o assunto é Frozen, difícil não falar sobre a trilha sonora. Como esquecer de "Let It Go", ganhadora do Oscar de Melhor Canção, ou "Do You Want To Build a Snowman?"? No entanto, em Frozen 2, poucas se destacam, com exceção da música tema de Elsa, "Into the Unknown". Polêmica Frozen 2 segue fazendo sucesso nos países onde estreou, levantando também muita polêmica. A mais recente aconteceu na Coreia do Sul. De acordo com o The Hollywood Reporter, uma organização não governamental chamada Public Welfare Committee (Comitê do Bem-Estar Público) acusou a Disney de monopolizar os cinemas do país. A animação chegou à Coreia do Sul em 23 de novembro, acupando 88% das salas. A Disney ainda não se pronunciou quanto à acusação.