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Netflix: no mês da Consciência Negra, produções que denunciam o racismo

Há fantasmas que insistem em assombrar a humanidade, um deles é o racismo, ainda tão real e presente na sociedade. Fantasma que, infelizmente, não se limitou ao passado manchado pela escravidão, está nas esquinas e estádios de futebol. Como forma de resistência ao preconceito e a discriminação racial, no dia 20 de novembro é comemorado em nosso país o Dia da Consciência Negra, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da luta dos negros escravizados no Brasil. Com frequência, filmes e séries tratam do assunto, denunciando e promovendo necessária reflexão. Em homenagem à data, indico três produções originais Netflix ligadas ao tema.   American Son   O longa American Son é baseado em uma peça homônima que fez grande sucesso na Broadway. Na história, Kendra vai a uma delegacia denunciar o sumiço do filho. Ela é tratada com desdém e preconceito pelo oficial responsável pelo atendimento, que faz perguntas baseadas em estereótipos como “qual apelido o garoto tem nas ruas”, se tem cicatrizes, tatuagens ou até dente de ouro. A questão racial e de gênero é potencializada quando o pai do jovem, Scott, chega ao local. Por ser branco e se apresentar como agente do FBI, é recebido de forma diferenciada. American Son denuncia o preconceito e discriminação, relacionados à questão de raça e gênero, ainda presentes nas relações familiares e nas instituições que deveriam proteger o cidadão. Kerry Washington, conhecida por protagonizar a série de Shonda Rhimes, Scandal, encarna Kendra. Steven Pasquale da série The Good Wife interpreta Scott.   Olhos Que Condenam   Em 1989, cinco adolescentes, quatro negros e um hispânico, foram acusados e, em seguida, condenados injustamente por, segundo os investigadores, estuprar uma jovem branca que corria no Central Park. Na época, Donald Trump, então magnata do setor imobiliário, atiçou a opinião pública com anúncios de página inteira pedindo a pena de morte para os acusados. O caso ficou conhecido como “Os Cinco do Central Park”. A minissérie Olhos Que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, conta essa triste e revoltante história. A produção denuncia não só os maus tratos sofridos pelos adolescentes enquanto estiveram presos, como também o caminho difícil de ressocialização que muitos deles tiveram de trilhar durante a condicional. Fruto de um sistema que impossibilita uma segunda chance aos que passaram por alguma condenação. Ava DuVernay é conhecida por dirigir o longa Selma: Uma Luta Pela Igualdade, que acompanha os bastidores da marcha das cidades de Selma até Montgomery em 1965, liderada por Martin Luther King Jr. pelo direito de voto dos negros nos EUA.   A 13ª Emenda   "Um em cada quatro seres humanos com suas mãos nas grades estão presos na terra da liberdade." Assim começa o documentário A 13ª Emenda, também dirigido por Ava DuVernay. A produção tem como pano de fundo o sistema carcerário americano e se baseia na 13ª alteração feita na constituição dos EUA, que tornou inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Mostra que o texto deixou uma brecha: "exceto como punição por crimes", o que possibilitou a prisão em massa de afro-americanos após o fim da Guerra Civil Amerciana. O documentário fala também sobre o polêmico filme O Nascimento de Uma Nação, de D. W. Griffith e a apologia que fez, na época, às atividades racistas do Ku Klux Klan. A 13ª Emenda foi indicado em 2017 ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o BAFTA, prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão.  

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Recife Assombrado: diretor conta detalhes do primeiro longa pernambucano de terror

Se você é de Recife e região, certamente já ouviu histórias sobre seres assustadores como a Perna Cabeluda e a Galega de Santo Amaro. Conhece lugares na capital pernambucana considerados, por muitos, assombrados como a Cruz do Patrão no Bairro do Recife. Na década de 50, muitas dessas histórias foram relatadas no livro Assombrações do Recife velho, do sociólogo Gilberto Freyre. Obra que serviu de inspiração para o filme de estreia do jornalista e produtor cultural Adriano Portela, o longa Recife Assombrado, primeiro longa de terror feito em Pernambuco. Em entrevista, Adriano conta detalhes do projeto, que chega aos cinemas em 21 de novembro.     Como surgiu a ideia para o projeto do Recife Assombrado? A ideia do filme surgiu em 2015, quando participei de uma oficina sobre monstros na literatura com o professor André de Sena, lá em Garanhuns. Eu já havia observado que existia muita coisa em formato pequeno, muitos curtas, mas não existia um longa catalogando todas essas assombrações, como Gilberto Freyre fez na década de 20 com o livro “Assombrações do Recife Velho”, na época que era editor do jornal “A Província”. O jornalista Oscar Mello fez uma série de reportagens sobre assombração e o tema depois virou pauta do livro de Gilberto Freyre. Dos filmes produzidos em Pernambuco, poucos são de terror. Por que a opção pelo gênero? A opção pelo gênero, primeiro é que sou apaixonado pelo tema assombração, desta história da oralidade que Freyre, Carneiro Vilela, Jaime Gris e outros autores vêm pesquisando há muito tempo. Fizemos também uma pesquisa sobre o que o público queria ver em Pernambuco. Observamos que os gêneros terror e suspense, mais especificamente, são muito solicitados por aqui.     Considerando a crise atual no audiovisual brasileiro, quais foram os principais desafios enfrentados do início à conclusão das gravações? O desafio maior sempre é conseguir um incentivo. O boom do cinema pernambucano facilitou a aprovação do projeto na Ancine em 2016. Do Nordeste, foram três projetos aprovados, Recife Assombrado, Organismo de Jeorge Pereira, que inclusive é diretor assistente do meu filme, e um projeto do Ceará. O dinheiro do incentivo só caiu na conta em 2017 e o restante para a finalização agora em 2019. Ao longo dos anos, desde a retomada da produção audiovisual em Pernambuco, marcada pela estreia do longa “Baile Perfumado”, os filmes produzidos por aqui têm chamado a atenção não só no Brasil, mas também lá fora. Como explicar essa vocação do estado para a sétima arte? Essa vocação está ligada à vontade de fazer, ver a coisa acontecer. Certa vez eu estava na Academia de Cinema em São Paulo e perguntaram como a gente fazia os filmes por aqui, pois, até então, só tinha curso de cinema na UFPE e Aeso. Respondi que a gente aprendia com a cabeça no sol mesmo. Pernambuco é um celeiro multicultural e é essa vontade de realizar, fazer arte e acontecer.  

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Crítica| Campo do Medo (Netflix)

As tramas e personagens criados por Stephen King costumam fazer sucesso não apenas na literatura de terror, mas também na tela grande. Algumas dessas adaptações são presença garantida em listas de melhores filmes, como Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre. Recentemente, It: A Coisa tornou-se o filme de terror de maior bilheteria da história do cinema. Pois bem, as adaptações não param de surgir: Campo do Medo, inspirado no conto homônimo escrito por Stephen King e o filho Joe Hill, é uma das novas apostas da Netflix. Na história, os irmãos Becky (Laysla De Oliveira) e Cal (Avery Whitted) são atraídos a um imenso matagal ao lado de uma rodovia, após ouvirem o grito de socorro de um menino. A dupla descobrirá que aquele lugar é muito mais sinistro e perigoso do que imaginam, uma espécie de labirinto verde dominado por uma força sobrenatural.     Campo do Medo é uma produção canadense, dirigida pelo diretor americano Vincenzo Natali, mais conhecido pelo cult de ficção científica, Cubo. Diferente de outras adaptações de Stephen King, a história não convence: previsível e com poucos sustos. O trabalho de edição feito por Michele Conroy é confuso e pouco ajuda (mais atrapalha) o desenrolar da trama. Conroy editou filmes como Pompéia e o terror cult Mama. A fotografia é uma das poucas coisas boas de Campo do Medo. As belas imagens aéreas do matagal são de encher os olhos e os enquadramentos fechados nas cenas dentro da mata potencializam o clima claustrofóbico proposto. Desde que estreou no catálogo da Netflix na sexta (4), Campo do Medo vem acumulando críticas negativas. No Rotten Tomatoes está com apenas 40% de aprovação, enquanto que no IMDb, alcançou, até o momento, a nota 5,6.  

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Excelsior! Antes da Bienal do Rio, outras HQs já sofreram preconceito

Parafraseando Thanos, em Vingadores Ultimato, seria INEVITÁVEL não falar sobre a censura da Prefeitura do Rio de Janeiro ao HQ "Vingadores: A Cruzada das Crianças". O gestor municipal determinou que a obra fosse retirada da Bienal do Livro do Rio de Janeiro em prol do “bem estar das crianças e adolescentes da cidade”. O motivo? Um beijo entre personagens de mesmo sexo. Mas a ação teve efeito contrário: até mesmo quem não conhecia a HQ saiu em busca da obra, com um exemplar chegando a custar, na Internet, a bagatela de R$ 250,00!   Esta não foi a primeira e nem será a última ação de órgãos públicos e da sociedade civil contra os quadrinhos, seus personagens e conteúdos. O cerne da questão aqui não é apenas a cena do beijo, mas a falta de entendimento sobre uma forma de expressão artística que faz parte de nossa cultura e, como tal, também é um espelho da sociedade e de suas transformações. As belas artes também já foram alvo de censura, pois até meados do século 20 se considerava pouco ‘prudente’ ou ‘nobre’ retratar o cotidiano e o cidadão comum nas telas produzidas por renomados pintores. As vanguardas artísticas quebraram com essa premissa, instigando a inserção de elementos prosaicos e populares. O preconceito, meu véi, é algo comum e prejudica a arte, a criatividade e a sociedade. “Free your mind!" Cada período histórico trouxe junto uma série de temas considerados tabus. Os problemas existiam mas não podiam ser retratados. O que, convenhamos, não era decidido pela sociedade como um todo. Mas por alguns cabras do lado negro da força. Vou então lembrar de alguns personagens cujos criadores foram ousados e corajosos porque, por meio de suas criações, mostraram de maneira lúdica seu posicionamento. Esses seres extrapowers incluíram a representatividade de grupos sociais e minorias políticas, pense numa galera arretada!  Bora lá para o ano de 1941, quando o psicólogo William Moulton Marston ousou criar a primeira personagem feminina com poderes do Pipoco de Zion, ou melhor, Pipoco da ilha de Temiscira, a nossa extrapower Mulher-Maravilha. Coragem da gôta! Entenda que ainda hoje, em pleno século 21, estamos debatendo e lutando pelo empoderamento feminino, estás vendo só como o cara estava à frente de seu tempo?! A Amazona da DC Comics sofreu, visse? A questão era o fato dela ser muito poderosa e, claro, mulher. Acredite, meu véi, ela chegou a perder os poderes e quase desaparecer do mundo dos quadrinhos na década de 1960. No mundo dos games, a coragem foi da desenvolvedora ‘Core Design’. Em 1996 ela apresenta a personagem principal do jogo “Tomb Raider”, uma protagonista arretada e ‘virada no mói de coento’, Lara Croft. Nessa época só tínhamos os caras exibindo os músculos, empunhando os gatilhos e lançando golpes mortais contra seus inimigos. Como guerreira, Lara Croft mostrou seu valor e se tornou um sucesso. A heroína segue brilhando no cinema e nos games até hoje. Se formos pensar em representatividade dos negros nas HQ, ai que lascou! Só começou mesmo na Era de Prata dos Quadrinhos, em 1966, com a aparição do Pantera Negra, herói idealizado pelo roteirista Stan Lee e o artista Jack Kirby. Só a título de comparação, Superman foi criado em 1938 e, na sequência, vieram Batman, Flash, Lanterna Verde, Aquaman, Capitão América, todos antes do final da década de 1940. E como chegamos na Era de Prata, precisamos recordar de um episódio deplorável - pra dizer pouco - no mundo das HQ, pois a intolerância de alguns grupos culminou em centenas de revistas rasgadas ou queimadas, personagens desaparecendo, estúdios de criação encerrando suas atividades, um verdadeiro apocalipse. O mesmo tipo de preconceito que os jogos digitais ainda sofrem nos dias de hoje.  Pois bem, o psiquiatra Fredric Wertham publicou um artigo, na edição de 29 de maio de 1947 do semanário Saturday Review of Literature, acusando os quadrinhos de serem “violentos e carregados de perversões sexuais”. Além disso, ele e outros caras provocaram uma campanha para banir as HQs da face dos EUA e da Terra, literalmente, produzindo estudos com resultados e metodologias questionáveis para provar que as HQs não eram boas para as crianças e adolescentes.  Em 1954, Werthan publica o livro "Seduction of the Innocent" e sua campanha toma proporções gigantescas. O livro levantava acusações contra personagens e foi uma das primeiras obras a dizer que Batman era gay, o que resultou na criação de mais um personagem, o mordomo Alfred, para ajudar na imagem do Bruce Wayne.  Esse foi um duro golpe aos quadrinhos. Como se juntassem Thanos, Darkseid, Satan Goss e Dormammu para devastar não apenas Superman, mas outros heróis, como Mandrake, O Fantasma, e as próprias empresas: DC Comics, Marvel ou qualquer outra. A ação também teve sérias consequências no mercado de quadrinhos independentes aqui no Brasil, pense numa bagaceira!  Muitos personagens tiveram que ter a sua origem alterada para poder se manter ainda vivo, a exemplo da criação de Barry Allen como novo protagonista para o papel de Flash, da DC Comics, em 1956. O herói original era Jay Garrick, que após fumar um cigarro ficou desacordado e terminou inalando gases num laboratório, onde obteve seu poder de supervelocidade. Jay Garrick foi criado em 1940, na Era de Ouro dos Quadrinhos (1938-1958).  Então imaginem se os criativos não mantivessem sua coragem e perseverança inabaláveis, possivelmente não teríamos nossos super heróis, não teríamos o Spiderman, Homem de Ferro, Hulk, Thor, Christopher Reeve como Superman - O filme em 1978. Ou Neo de The Matrix, Vingadores Ultimato nos Cinemas, não teríamos o Coringa ganhando o Leão de Ouro em Veneza, tu imagina isso véi???? Stan Lee criou Os Mutantes, em 1963, justamente para mostrar que todos são iguais e precisamos entender, conviver e amar as diferenças e a diversidade. A partir disso, a representação de outras minorias políticas surgiu nas HQ, a exemplo do casamento dos mutantes gays Estrela Polar e Kyle Jinadu, a lésbica Lucy in the Sky, também conhecida como Karolina Dean, da HQ 'Fugitivos', o primeiro mutante

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Netflix: filmes que participaram do Festival de Veneza disponíveis na plataforma

A edição deste ano do Festival de Veneza chegou ao fim no último sábado (7) consagrando o filme Coringa como o grande vencedor. O longa dirigido por Todd Philips, com Joaquin Phoenix elogiadíssimo no papel do Coringa, conquistou o Leão de Ouro, prêmio máximo do festival. J’Accuse, de Roman Polanski, levou o Leão de Prata, Grande Prêmio do Júri. O Brasil também fez bonito: Bárbara Paz ganhou o troféu por Babenco, Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, sobre o cineasta Hector Babenco. Ainda no clima do festival, indico aqui três filmes do catálogo da Netflix que fizeram história em Veneza.   Beasts of no Nation (2015)   A produção original da Netflix traz como pano de fundo uma sangrenta guerra civil que se espalha por um país da África Ocidental. É protagonizada por Agu (Abraham Attah), um garoto que se vê forçado a amadurecer antes do tempo e a lutar na guerra após perder pai e irmão. O longa acompanha a marcha de um grupo de soldados, em sua maioria, crianças, garotos perdidos da Terra do Nunca numa versão carregada de crueldade, maculada pela perda precoce da inocência. Beasts of no Nation faz dura crítica à guerra, denuncia suas consequências insanas e contradições. Destaque para a atuação soberba do ator britânico Idris Elba, no papel do sanguinário comandante do batalhão. O filme gerou grande polêmica na época por ter sido ignorado pela academia e não figurar entre os indicados ao Oscar em 2016. Por outro lado, além de Veneza, recebeu indicações ao Globo de Ouro, BAFTA e ao SAG awards.   Animais Noturnos (2016)   Exibido no Festival de Veneza em 2016, Animais Noturnos é daqueles filmes que prendem o espectador no sofá até a última cena. Na trama, Suzan (Amy Adams), dona de uma galeria de arte, recebe do ex-marido, Edward (Jake Gyllenhaal), o manuscrito do primeiro romance dele. No desenrolar da leitura, Suzan entende a história como um desabafo, um instrumento de vingança usado por Edward em função de sua conturbada relação no passado. Animais Noturnos entrelaça três subtramas: uma que acompanha os conflitos de Suzan com o atual marido, Walker (Armie Hammer) e os traumas do passado, os flashbacks que trazem detalhes da relação com Edward e, por fim, a história escrita por Edward, propriamente dita. Tom Ford, responsável por roteiro e direção, entrega um filme tenso e, ao mesmo tempo, inteligente, com um elenco de primeira e atuações marcantes.   Roma (2018)   Considerado um dos filmes mais intimistas e pessoais de Alfonso Cuarón, Roma provocou grande burburinho ao receber dez indicações ao Oscar 2019, entre elas a de Melhor Filme e de Melhor Filme Estrangeiro. Até então, nenhuma produção original da Netflix havia chegado tão longe. Mas antes do Oscar, Roma passou por outros festivais, entre eles, o de Veneza, onde foi o grande vencedor, conquistando o cobiçado Leão de Ouro. Aos desavisados, o título do filme não tem relação com a famosa cidade italiana, mas diz respeito a um bairro da Cidade do México, o Colônia Roma. Na história, acompanhamos Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe média da capital mexicana na década de 70. O diretor mexicano Alfonso Cuarón tem no currículo grandes sucessos de bilheteria, entre eles, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e Gravidade.

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Netflix: filmes exibidos no Festival de Cannes disponíveis no catálogo

Se por um lado o catálogo variado de filmes e séries é encarado como ponto forte da Netflix, por outro, pode ser também grande vilão na hora de escolher o que assistir. Sendo assim, sempre é bom quando surgem listas que apontam o caminho e facilitam a vida dos cinéfilos assinantes do serviço de streaming. Nesta lista, indico três filmes de nacionalidades diferentes que marcaram presença no Festival de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo.   Hell or High Water (2016)   Bem no estilo Onde Os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Coen, a produção americana Hell or High Water (no Brasil recebeu o título de A Qualquer Custo) é um faroeste moderno, impregnado da melancolia de um xerife prestes a se aposentar, Marcus Hamilton (Jeff Bridges), e sua caçada incansável a dois irmãos assaltantes de banco, Toby e Tanner Howard, interpretados por Chris Pine e Ben Foster, respectivamente.  Recebeu três indicações ao Oscar, entre elas a de Melhor Filme. Em Cannes, concorreu, em 2016, na categoria "Um Certo Olhar", mostra paralela à competição oficial.   A Criada (2016)   Considerado o Tarantino da Coreia do Sul, Chan-wook Park está entre os cineastas de maior prestígio do país. Seu trabalho mais conhecido é a Trilogia da Vingança, com os filmes Mr. Vingança (2002), Oldboy (2003) e Lady Vingança (2005). Seu último longa, A Criada, mantém o bom nível das produções anteriores. Carregado de erotismo e violência, apresenta uma trama marcada por grandes reviravoltas. Na história, a jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar como criada para Hideko (Kim Min-Hee), uma herdeira nipônica que vive em uma casa isolada com um tio autoritário. Mas Sookee tem outros planos para Hideko: planeja, ao lado de um vigarista, roubar a fortuna da jovem e prendê-la em um sanatório. Lazzaro Felice (2018)   Ganhador do prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2018, o filme italiano Lazzaro Felice acompanha a jornada de Lazzaro, um jovem doce, por demais ingênuo, cara de santo, como o próprio nome sugere, inspirado no personagem bíblico. O longa trata das relações de poder em uma mistura de realidade e fantasia. Surpreende o espectador ao dividir a trama em duas partes, com propostas bem diferentes. De cara, chama a atenção a bela cinematografia, trabalho realizado pela experiente diretora de fotografia francesa, Hélène Louvart. O longa foi todo filmado em 16mm. É o terceiro filme da diretora italiana Alice Rohrwacher.

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Parque de Dois Irmãos realiza enriquecimento sensorial com felinos neste fim de semana

Que tal deixar o concreto de lado e tirar o fim de semana para ficar perto da natureza e ainda conhecer mais sobre felinos? Essa é programação especial preparada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para quem for ao Parque de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. No sábado (24), haverá enriquecimento com Gatos-mouriscos e Jaguatirica, além da Anta. No domingo (25), será a vez das Sussuaranas e da Onça-preta participarem da ação focada no bem-estar dos animais. Tudo será acompanhado por monitores que explicam a prática para o público. O parque abre as portas a partir das 9h e, no sábado (24) pela manhã, os visitantes podem acompanhar um enriquecimento alimentar que será realizado com a Anta (Tapirus terrestris). O animal será estimulado com a distribuição das suas folhas preferidas por todos os cantos do recinto. Já à tarde, quem experimenta a atividade diferente são os Gatos-mouriscos (Puma yagouaroundi)  e a Jaguatirica (Leopardus pardalis). O enriquecimento é uma atividade desenvolvida dentro do recinto pelos biólogos e médicos, sendo aplicada de acordo com o comportamento de cada espécie. Para os interessados nos grandes felinos, a dica é se programar para ir ao zoológico no domingo (25), à tarde. Por volta das 15h, a equipe técnica do parque vai estimular as Sussuaranas e a Onça-preta, por meio do enriquecimento sensorial com ervas espalhadas pelos recintos. A intenção dessa prática é ativar o olfato dos animais usando cheiros especiais e diferentes em locais escondidos. Durante o final de semana, também haverá aulas de educação ambiental sobre o Leão (Panthera Leo). O rei das selvas é o bicho do mês do Parque, uma atividade que visa difundir conhecimentos a respeito da preservação da espécie na natureza, além de revelar  curiosidades como: o fato do seu rugido ser ouvido por até oito quilômetros de distância, e a função da juba. O Projeto Preguiça-de-garganta-marrom ainda vai mostrar como são feitos os trabalhos de reabilitação de alguns desses peludos para voltarem à natureza.   Mundo dos Répteis - Outra atração que promete muito aprendizado é a exposição “Mundo dos Répteis”, que mostra as curiosidades de 25 serpentes de 14 espécies, dois lagartos e uma cobra-de-duas-cabeças. A mostra está sendo realizada no Centro Vasconcelos Sobrinho de Educação Ambiental do Parque de Dois Irmãos, e é uma parceria com o Serpentário Mata Sul, localizado no município de Rio Formoso.   Confira a programação do Parque de Dois Irmãos Sábado (24/08) - 10h30 - Enriquecimento com a Anta   - 15h30 - Enriquecimento com os gatos-mouriscos e a jaguatirica Domingo (25/08) -15h30 - Enriquecimento com os grandes felinos: Onça-preta e Sussuaranas Onde: Parque Dois Irmãos, Praça Farias Neves, s/n, Dois Irmãos, Recife - PE. Ingressos: Preço único de R$ 2,00 por pessoa - gratuito para visitantes com mais de 60 anos, crianças até 1 metro de altura e pessoas com deficiência com seus acompanhantes. Exposição “Mundo dos Répteis” Horário: 9 às 16h Local: Centro Vasconcelos Sobrinho de Educação Ambiental do Parque Estadual de Dois Irmãos, na Praça Farias Neves, s/n - Dois Irmãos, Recife - PE Ingressos: R$ 3,00 (vendidos na entrada da exposição, separadamente do ingresso do Parque*). Visitantes com mais de 60 anos, crianças até um metro de altura e pessoas com deficiência e seus acompanhantes não pagam.   Crédito: Lu Rocha / Semas-PE

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Pesquisadores explicam trajetória do “rio de fumaça” que escureceu São Paulo

Dois sistemas que permitem o monitoramento de poluentes atmosféricos – desenvolvidos nas últimas duas décadas com apoio da FAPESP – estão ajudando cientistas a entender fenômenos raros observados na cidade de São Paulo na última segunda-feira (19/08): o escurecimento repentino do céu no meio da tarde e a chuva acinzentada observada logo depois em algumas partes da Região Metropolitana. Ainda no domingo (18/08), uma intensa pluma de material particulado com mais de 3 mil metros de altitude foi detectada por uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) por meio do sistema Lidar, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA). Posteriormente, com auxílio de imagens de satélites da Nasa – a agência espacial norte-americana – e de um modelo que prevê a trajetória percorrida por massas de ar, os pesquisadores concluíram se tratar de partículas provenientes de queimadas ocorridas nas regiões Centro-Oeste e Norte, entre Paraguai e Mato Grosso, abrangendo trechos da Bolívia, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Acrônimo para light detection and ranging (detecção de luz e medida de distância), o Lidar é um radar de laser que permite o sensoriamento remoto ativo da atmosfera para a detecção de poluentes. Vem sendo desenvolvido desde 1998 por Eduardo Landulfo, por meio de vários projetos  financiados pela FAPESP. “O sistema ilumina o céu e as partículas presentes na atmosfera refletem a luz, que captamos com um telescópio. Ao analisar esse sinal, conseguimos identificar o tipo de partícula e a distância da superfície em que ela se encontra”, explicou Landulfo. Segundo o pesquisador, a pluma de poluição começou a pairar sobre a Região Metropolitana de São Paulo entre 4 e 5 horas da tarde de domingo – resultado de queimadas que ocorreram muito provavelmente de quatro a sete dias antes. Como explicou Saulo Ribeiro de Freitas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a massa de ar poluído gerada pelas queimadas nas regiões Norte e Centro-Oeste geralmente é empurrada a 5 mil metros de altitude por ventos que sopram do Atlântico para o Pacífico (de leste para oeste), até esbarrar na Cordilheira dos Andes. A fumaça começa então a se acumular sobre o leste do Amazonas, Acre, Venezuela, Colômbia e Paraguai – até que o chamado sistema anticiclone, com ventos que circulam a 3 mil metros de altitude no sentido anti-horário, começa a transportar a massa poluída na direção sul, margeando os Andes. “O que ocorreu no início desta semana foi a convergência dessa massa de ar poluído que vinha do norte com uma frente fria vinda do sul. Os ventos convergiram e fizeram o rio de fumaça se curvar em direção à região Sudeste. Além da fuligem, outros poluentes presentes na atmosfera – como monóxido de carbono, dióxido de carbono, ozônio, óxido nitroso e metano – interagiram com as nuvens trazidas pela frente fria e potencializaram a formação de smog [termo em inglês que representa a mistura entre fumaça e neblina]”, disse. O transporte atmosférico de emissões de queimada sobre a América do Sul vem sendo monitorado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe desde 2003, por meio do sistema CATT-BRAMS (Coupled Aerosol and Tracer Transport model to the Brazilian developments on the Regional Atmospheric Modelling System), desenvolvido por Freitas em colaboração com Karla Longo e Luiz Flávio Rodrigues (ambos do Inpe) e com apoio da FAPESP. “Trata-se de um produto pioneiro que faz previsão para até três dias da qualidade do ar e que tem sido adotado em vários centros do mundo, entre eles o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos”, contou o pesquisador. As previsões da qualidade do ar feitas no CPTEC podem ser consultadas diariamente pelo endereço http://meioambiente.cptec.inpe.br. Nas imagens obtidas pelo modelo BRAMS (foto) é possível ver que no dia 16 de agosto o “rio de fumaça” descia no sentido sul, atingindo Porto Alegre (RS) e parte da Argentina. Aos poucos, vai sendo desviado para o Sudeste e, no dia 20 de agosto, já cobre boa parte do Estado de São Paulo. De acordo com o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo, durante sua trajetória rumo à região Sudeste, a pluma das queimadas interagiu com o vapor d’água na atmosfera, alterando as propriedades das nuvens. “As partículas funcionam como núcleo de condensação da água. Assim, gotículas de chuva menores são formadas, mas em grande quantidade e isso faz com que uma maior parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço, a ponto de escurecer o solo, como aconteceu no último domingo”, disse. Segundo Freitas, a chuva de cor acinzentada também foi resultado dessa interação da fuligem com as nuvens. “A fumaça entranhou nas gotículas de chuva, sendo depois depositada na superfície da cidade de São Paulo”, disse. Trata-se de um fenômeno esperado do ponto de vista da química atmosférica, afirmou Artaxo, e não deve causar alarde. “Essa chuva não faz mal para as pessoas. Apenas caiu de uma nuvem com alta influência de queimadas”, disse. Análises feitas com uma amostra da água turva colhida na Zona Leste da capital pela bióloga Marta Marcondes, professora da Universidade Municipal de São Caetano (USCS), revelaram uma quantidade de sulfetos 10 vezes maior que a média normalmente observada em águas pluviais. “Essas substâncias normalmente estão relacionadas com a queima de biomassa e de combustíveis fósseis. Também chamou a atenção a grande quantidade de material particulado que ficou presa no filtro e a turbidez sete vezes maior que o normal”, disse. Pesquisadores do Instituto de Química da USP identificaram na água da chuva a presença de reteno, substância proveniente da queima de biomassa e considerada um marcador de queimadas. O estudo foi coordenado pela professora Pérola de Castro Vasconcellos. A boa notícia, segundo os especialistas, é que, como a pluma de poluição estava a mais de 3 mil metros da superfície, não chegou a comprometer a qualidade do ar na capital paulista. De fato, monitores da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicaram boas condições na última semana.

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Crítica| Era uma Vez em... Hollywood

Estreia de filme com assinatura de Quentin Tarantino é sinal de muito burburinho e expectativa da crítica e dos fãs do cineasta. A passagem por Cannes não rendeu muitos prêmios ao Era Uma Vez em... Hollywood (ganhou apenas a Palm Dog, prêmio voltado à melhor participação canina do festival), mas a boa recepção em portais de crítica como o IMDb e o Rotten Tomatoes apontam para uma carreira de sucesso nas principais premiações do ano, forte candidato, inclusive, ao Oscar 2020. É o nono filme do diretor e, segundo o próprio, penúltimo da carreira. Era Uma Vez em... Hollywood é uma carta de amor de Tarantino ao cinema, de forma mais específica feito nos EUA no final da década de 60. O cineasta passou parte da infância em Los Angeles e presenciou o fervilhar cinematográfico da região, abalado na época pelo crime bárbaro cometido pela seita de Charles Manson, que tirou a vida da atriz Sharon Tate e de mais seis pessoas.     Anunciado como o filme de Tarantino sobre a seita de Charles Manson, na verdade, o longa dá destaque à história do decadente ator de faroeste, Rick Dalton (DiCaprio) e seu parceiro de longas datas e dublê pessoal, Cliff Booth (Brad Pitt). Manson e sua jornada até o crime que chocou a década de 60 seguem como subtrama. Leonardo DiCaprio está de volta à tela grande após um hiato de quatro anos, quando ganhou o Oscar de melhor ator por O Regresso. O ator está bem no longa e esbanja boa química com Brad Pitt. Esta é a primeira vez que atuam juntos. O cast tem outros grandes nomes como Margot Robbie, Al Pacino e Dakota Fanning. Este é o trabalho menos sangrento de Tarantino. O banho de sangue, ou melhor, de chamas, só aparece no terceiro ato. Tem algumas cenas memoráveis, entre elas, a que provocou grande polêmica entre Tarantino e a família de Bruce Lee. Grande performance de Mike Moh, conhecido por sua atuação em filmes da franquia Street Fighter e na série Inumanos. Era Uma Vez em... Hollywood chega esta quinta (15) aos cinemas.  

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Crítica| Sequestrando Stella (Netflix)

Após o retorno da série Dark, chega ao catálogo da Netflix mais uma produção alemã, o thriller Sequestrando Stella. Com direção e roteiro de Thomas Sieben, o longa tem uma premissa bem simples: dupla sequestra filha de ricaço em busca de recompensa. Max von der Groeben e Clemens Schick encarnam a dupla de sequestradores, Tom e Vic, respectivamente, e Jella Haase interpreta Stella. Os personagens são mal apresentados, planos, o que atrapalha na identificação do espectador com eles. O foco maior, a princípio, está no planejamento e execução do sequestro. O primeiro ato (geralmente o de apresentação) logo termina e pouco sabemos sobre os personagens.     No segundo ato descobrimos que a ligação entre Tom e Stella vai além da relação sequestrador/sequestrada. A trama segue, a princípio, numa crescente tensão psicológica, que mais adiante vai esvanecendo a cada tentativa frustrada de fuga de Stella. A coisa é tão clichê que, no início, até nos faz desconfiar que em algum momento a história sofrerá uma grande reviravolta. Mas o resultado fica aquém do esperado. Sequestrando Stella é um remake do filme britânico O Desaparecimento de Alice Creed, escrito e dirigido por J Blakeson (A 5ª Onda). Este bem melhor classificado no IMDb, com nota 6,7. A produção alemã alcançou ínfimos 4,9.  

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