Claudia Santos - Página: 125 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Claudia Santos

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A cerveja que combina com a culinária nordestina (por Rivaldo Neto)

Nordeste, praias, calor... e uma gastronomia de dar água na boca. Da galinha à cabidela a uma buchada, passando por um sarapatel, uma peixada e uma caldeirada, são tantas iguarias que a cultura nordestina proporciona. O que podemos incluir para acompanhar nossos pratos com cervejas artesanais, importadas e também as tipicamente pernambucanas que estão indo muito bem obrigado. Começaremos por uma galinha à cabidela que é um excelente prato tradicional da cozinha colonial do Brasil. O sangue da ave é coletado no abate e fica avinagrado no preparo, esse processo proporciona a coloração escura do molho. Também chamado de “Galinha ao Molho Pardo”. Difícil realmente é não gostar. É servido basicamente com arroz, farofa e feijão verde. Para acompanhar a dica é uma cerveja escura e leve para se degustar. Opte por uma Brooklyn Brown Ale que tem uma coloração marrom, mas límpida, frutada e com um amargor muito equilibrado e com 5,6%Vol, sendo também leve e adocicada (com menos álcool que as tradicionais Brow Ale) bom aroma causando assim uma refrescância gratificante combinando com o molho. Outro prato que contém sangue no seu preparo é o sarapatel, guisado de sangue, tripas e miúdos de porco ou carneiro ou bode (até mesmo de galinha), bem condimentado. Possui sabor mais intenso que a galinha cabidela e também bem mais gorduroso. Uma curiosidade também é que em Portugal existe uma prato semelhante chamado Sarrabulho. Com uma dica, se você gostar de um sarapatel apimentando opte por uma cerveja com amargor intenso. A cervejaria pernambucana Debron Bier, lançou uma excelente IPA com 6,8%vol e 70 IBU (índice que mede o grau de amargor da bebida) combina perfeitamente. E quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue combinar bem o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato quanto da bebida. Partindo para uma Buchada, que é feita com as entranhas (rins, figado e vísceras) de bode originalmente, mas também é feita de boi ou porco. As partes são lavadas, fervidas, cortadas, temperadas e cozidas em bolsas (que medem cerca de 8 cm de diâmetro), feitas com o próprio estômago do animal e acompanha arroz um pirão feito do molho das carnes cozidas. Por ser um prato mais “pesado” experimente comer com uma American Lager, como a Serra Malte, com 6,0%Vol, e possui uma cor forte, baixa fermentação, amargor acentuado, composto de extrato primitivo extra. Com boa quantidade de lúpulo essa cerveja harmoniza muito bem com pratos mais condimentados como é esse o caso.     Mas se vamos comer frutos do mar como uma boa peixada pernambucana, onde o peixe é cozido com verduras e legumes ou uma caldeirada , contendo camarão, sururu, marisco, lagosta e outros frutos do mar, podemos harmonizar com os estilos witbier ou munich helles. A The White IPA, da cervejaria Dortmund é uma excelente opção. Muito refrescante, cítrica na medida certa, muito aroma, mas nada exagerado, com 50 IBU, com dry-hopping de lúpulo cascade e 4,5%Vol. E pra Munich Hells ou também chamada Münchner Hell, que significa Clara de Munique, temos a da pernambucana cervejaria Ekäut, perfeita para acompanhar esses tipos de pratos, com 4,7%Vol, refrescante, leve e translúcida.    Não é a toa que o consumo de cerveja no nordeste foi impulsionado em 40% nos últimos três anos, tanto pela efervescência do mercado, quanto pela clima que proporciona o consumo da bebida, e nada como também ter uma gastronomia que ajude! Alguém duvida?! MUNDO CERVEJEIRO Grand Mercure Summerville promove fins de semana dedicados à cerveja Sempre inovando no quesito entretenimento, esportes e lazer para todas as idades, o Grand Mercure Summerville Resort - localizado em Muro Alto, Porto de Galinhas (PE) - investe em finais de semana temáticos com programações especiais, exclusivas para os hóspedes, no seu “Pub Sport Bar”. O espaço, que tem inspiração inglesa e foi concebido em parceria com a Eisenbahn, marca de cerveja da Brasil Kirin, promove, nos dias 23 e 30 de setembro, atrações destinadas exclusivamente para os adultos envolvendo experiências sensoriais com a popular bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de cereais. Dentre os assuntos abordados nos workshops promovidos pelos Mestres Cervejeiros especialistas da marca Brasil Kirin, Christian Teixeira de Carvalho e Guilherme de Oliveira Gusmão, estarão “Origem e história da cerveja”, “Descrição das famílias e estilos de cerveja”, “Caracterização dos principais ingredientes utilizados na fabricação de cerveja” e “Explicação de cada etapa do processo de fabricação de cerveja”. Além das aulas, os participantes vão poder fazer degustação de diferentes rótulos assinados pela brand. Contato para reservas: (81) 3302-4446 *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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José Teles lança o livro inspirado em canções dos Beatles

Um livro com um conceito de disco, composto por 12 ou 13 contos (como define o autor), listados como faixas musicais. Isto define a publicação despretensiosa que o jornalista, crítico de música e cronista José Teles lança, no domingo (25), às 17h, no bar Rock and Ribs. O livro Acordei Esta Manhã Cantando Uma Velha Canção dos Beatles, da Editora Bagaço, tem capa idealizada pelo jornalista Marcos Toledo e reúne uma coleção de contos curtos inspirados direta ou indiretamente em canções dos Beatles. O lançamento contará com show da Revolution Band, que na ocasião apresentará os sucessos que inspiraram os textos de Teles. O autor afirma que a ideia do conto inicial surgiu por acaso, a partir de uma foto que uma amiga postou nas redes sociais. Os demais foram surgindo naturalmente. “Escrevi o livro num tempo muito curto, um mês, se muito. Relutei bastante antes de tornar os contos públicos. Costumo escrever ficção para mim mesmo”, disse. Os contos não são obrigatoriamente inspirados em canções dos Beatles, mas têm geralmente relação com o título, ou uma vaga ligação com a letra da canção. O título do livro são versos de It's a Long Way, de Caetano Veloso (do disco Transa, 1972). No original, o verso é em inglês. Cada história é feito um curta: o enredo é comprimido em poucas palavras. "A maioria dos contos tem origem em um episódio realmente acontecido e devidamente fantasiado, valendo-se do célebre ditado: quem conta um conto aumenta um ponto. No meu caso, vários pontos", completa o autor. O livro, na verdade, se pretendeu a LP, mas acabou como um compacto e, como tal, é de leitura rápida. Na publicação, o leitor encontra trechos de Lady Madonna, Revolution, Eleanor Rigby, The End, entre outros hits do Fab Four. Teles não se preocupou com técnica literária nem escolas, mas embutiu nos contos as influências de autores que ele leu - de Charles Dickens a J.D Salimger e Machado de Assis, sobretudo pelo estilo leve e bem humorado. “Não gosto de publicar ficção. Ponho-me no papel do leitor e nunca acho que o texto está suficientemente bom. Desta vez, porém, são textos tão despretensiosos, curtos, superficiais, que não devem ser levados a sério, nem é este o meu propósito. Se forem lidos, já tá de bom tamanho”. E, apesar de ter o perfume dos garotos de Liverpool, o livro tampouco é uma obra voltada para os beatlemaníacos - embora o autor seja um e tenha todos os discos do grupo. “Não é um livro para fã. Mas tem muito dos Beatles, das citações (em inglês) aos versos de canções do quarteto enxertados nos textos. Ou em situações que estão nas letras, ou ainda por meio de citação de músicas que não são do grupo, mas que já fizeram parte do seu repertório no início da carreira”. JOSÉ TELES - É jornalista, crítico de música e cronista do Jornal do Commercio. É autor dos livros Do Frevo ao Mangue Beat (Editora 34, SP); O Frevo Rumo à Modernidade (2008, prêmio de ensaio nos 100 Anos do Frevo, pela Prefeitura do Recife); O Frevo: De Borboleta Não é Ave a Passo de Anjo (Funcultura/ Governo de Pernambuco, Edições Bagaço). Ainda pelas Edições Bagaço, publicou as biografias Lá Vemos Violados: Quinteto Violado 40 Anos; O Malungo Chico (sobre Chico Science); Cuma É o Nome Dele: Manezinho Araújo; Siri na Lata: 30 Anos de Anarquia, Folia e Negócios (história do Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata); e o livro de viagem Eu e Meu Ray-Ban, Uma Viagem, além de seis livros de crônicas e mais duas dezenas de infantojuvenis. REVOLUTION BAND - Com mais de 30 anos de Beatles Songs, a Revolution Band foi a primeira banda de tributo aos Beatles surgida na cidade do Recife, em meados dos anos 1980. Mesmo com o amor pela obra inimitável deixada pelo quarteto de Liverpool, a Revolution Beatles Band sempre buscou em sua consistência musical apresentar a arte dos Beatles com sua própria postura.

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Diálogo com a cidade é tema de oficina no Hermilo Borba Filho

Estão abertas as inscrições para a oficina Land, ministrada pelo ator e performer português Bruno Humberto, que vem pela primeira vez ao Brasil. Com a proposta de buscar um diálogo com a “nossa” cidade, a oficina é direcionada para atores e dançarinos. Eles têm até esta quinta (22) para confirmar participação através de envio de carta de intenção para o email land.oficina@yahoo.com. A oficina acontece no Teatro Hermilo Borba Filho, de 26 a 30 de setembro. Integrando a programação comemorativa pelos 54 anos de fundação do Teatro Experimental de Arte (TEA), Land é uma oficina e espetáculo de dança-teatro comunitário, que convida os participantes a explorarem a paisagem urbana e arquitetônica da cidade, para nela imprimirem micro-histórias que refletem nossa relação com os lugares para além de seus prédios. A ideia parte do princípio de que o espaço público e o patrimônio são habitados por narrativas pessoais, e durante a oficina, o público em movimento é convidado a “reimaginar” a sua relação com um bairro, através de coreografias efêmeras e instalação no tecido urbano. Os alunos serão estimulados a explorar o pulsar de uma “terra interior”, material comum a todos, que antecede a qualquer tipo de construção civil, social e cultural. Segundo Bruno Humberto, “becos, ruelas, escadarias, portais, são os pequenos palcos para intervenções que nos falam da nossa relação com o que rumoreja desde o chão da cidade”, comenta. O público também está convidado a participar, através de uma demonstração prática do conteúdo produzido durante a atividade, que acontece no final da oficina.

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Professor vai ajudar a diagnosticar câncer infatojuvenil

Cerca de 500 docentes docentes da rede municipal de ensino participaram de uma formação ministrada pelo Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer – Pernambuco (GAC-PE) para que possam ajudar no diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Como as crianças passam grande parte do dia em sala de aula, o GAC percebeu que os professores podem ser decisivos na identificação precoce dos sinais e sintomas do câncer, que é a primeira causa de morte por doença em crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Fruto de uma parceria do GAC com a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Educação, a formação foi realizada na Escola de Formação Paulo Freire, na Madalena. A iniciativa faz parte da segunda edição da campanha do GAC "Fique Atento: Pode ser Câncer!", que integra a programação do Setembro Dourado - mês de conscientização sobre o câncer infantojuvenil. "Muitos pais saem cedo para trabalhar e só chegam em casa à noite, quando têm contato com os filhos. Já os professores convivem com as crianças grande parte do dia e com certeza poderão ajudar a identificar os sinais do câncer de forma precoce. Estamos felizes em celebrar mais essa parceria de sucesso com o GAC", disse o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira. Em sua palestra, a médica Vera Morais, presidente do GAC-PE, destacou alguns sinais e sintomas que podem ser indícios de câncer infantojuvenil: febre persistente, sangramento, dor de cabeça e dor no corpo, palidez acentuada e perda de peso, entre outros. "Esses sintomas não são fáceis de identificar porque se confundem com doenças comuns. Pode não ser nada, mas também pode ser e por isso os professores precisam ficar atentos. É muito bom poder contar com mais essa categoria profissional envolvida nessa causa. Estamos apostando muito nisso, já que, hoje, a única forma de combater o câncer é identificando-o de forma precoce", afirmou. Além de fazer os docentes ficarem atentos a algumas mudanças de comportamento das crianças em sala de aula, a formação também serviu de preparação para os docentes trabalharem o assunto com os alunos no mês de novembro. Em 2016, o tema escolhido para o ano letivo foi o protagonismo infantojuvenil, e o subtema do mês de novembro será Combate ao Câncer – Sorria para a Vida, para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, em 23 de novembro. PARCERIA - No início da formação desta segunda, foi apresentado um balanço do primeiro ano de funcionamento da primeira classe hospitalar de Pernambuco, fruto de outra importante parceria do GAC com a Prefeitura do Recife, através das Secretarias Municipais de Educação e Saúde, Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e Instituto Ronald McDonald. Instalada no Centro de Onco-Hematologia Pediátrica do Oswaldo Cruz (Ceonhpe/Huoc), a Classe Hospitalar Semear garante a continuidade dos estudos dos pacientes internados para tratamento de câncer, desde 2015. Em seu primeiro ano de funcionamento, a sala de aula instalada no 5º andar do Huoc fez com que 19 alunos passassem de ano em suas escolas de origem e quatro fossem alfabetizados, entre os 28 que foram atendidos por uma professora da rede municipal de ensino do Recife desde a inauguração do espaço, em março do ano passado. Especialista em atendimento pedagógico hospitalar, a pedagoga Cristiane Pedrosa divide seu dia entre as aulas na sala da classe hospitalar, que tem capacidade para oito alunos por vez , e as aulas individuais no leito, inclusive na UTI, para os pacientes que não estão em condições de ir até a sala.

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Inflação e desemprego: duas maldições

Inflação e desemprego são terríveis males econômicos quando vistos individualmente. Um ou outro já derrotaram muitos candidatos a altos cargos eletivos em todo o mundo. São, por conseguinte, antipopulares e implacáveis com os governantes que os geraram ou que com eles tergiversaram. Todavia, mais estragos fazem à economia quando se apresentam conjuntamente, de mãos dadas. Infelizmente esse é o caso brasileiro. E Pernambuco não é exceção. Esse quadro, típico do que os economistas denominam de estagflação, ou seja, a combinação perversa de estagnação (na verdade recessão) com aumento persistente, em patamar elevado, do nível geral de preços, tem sido uma das características mais marcantes da atual crise econômica brasileira, a mais profunda e longa desde a década dos 30 do século passado. É fato que os preços estão crescendo menos rapidamente, mas isso não nos conforta dado que não apenas a inflação se situa em nível alto, em torno de 8,74% nos últimos 12 meses até julho, mas que também vem perdendo folego muito lentamente. O custo social é elevado, comprometendo a qualidade de vida de milhões de brasileiros. O desemprego retira renda nominal das pessoas que perderam seus postos de trabalho enquanto a inflação retira renda real (perda de poder de compra) de todos os brasileiros, quer estejam ou não ocupados. Isso alimenta um círculo vicioso segundo o qual mais desemprego e menos renda conduzem à queda na massa salarial que leva a menos consumo, menos produção e a mais perdas de postos de trabalho. Os dados para inflação e desemprego são inequívocos. O IPCA-15, para o Brasil como um todo, apontou uma inflação de 0,45% em agosto último, inferior a de julho (0,54%), mas ainda maior do que a observada no mesmo período do ano passado (0,43%). Isso conduziu a uma inflação acumulada em 12 meses até meado de agosto de 8,95% e a acumulada no ano a 5,66%. Os mesmos dados para o Recife que teve em agosto uma inflação três vezes menor (0,15%) do que a média nacional (0,45%) foram, respectivamente, 8,51% e 5,69%. Observe que para este ano no Recife a inflação acumulada até meados de agosto está acima da média do País. Alimentos e bebidas são os principais vilões. A taxa de desemprego brasileira no segundo trimestre de 2016 subiu para 11,3%, alcançando cerca de 13,4 milhões de pessoas. Entre estas estão as que perderam o emprego e que estão tentando reconquistar uma ocupação, e aquelas que entraram pela primeira vez ou que reentraram no mercado de trabalho. Entre as macrorregiões do País o Nordeste viu a taxa de desemprego elevar-se de 10,3% para 13,2% em relação às observadas no segundo trimestre de 2015. Em Pernambuco, a taxa alcançou 14%, a terceira maior do País. Para o Brasil e suas macrorregiões as taxas são maiores entre as mulheres do que entre os homens e também mais alta para os jovens, especialmente entre os que situam na faixa etária entre 14 e 24 anos de idade, atingindo com muita força aqueles que têm ensino médio completo ou equivalente. Portanto, o desemprego atinge as pessoas de forma diferente, por idade, sexo e grau de instrução, penalizando os mais vulneráveis, especialmente os jovens, as mulheres e aqueles com pouca educação. Portanto, Pernambuco e Recife apresentaram até o primeiro semestre deste ano dois números malditos e preocupantes: desemprego de 14% e inflação de 8,51%, respectivamente. O desemprego não é maior porque o País está vivenciando fenômeno demográfico que tem reduzido o crescimento do número de pessoas buscando emprego. Com menos filhos por mulher em idade reprodutiva (1,7 em 2016, inferior à necessária para manter a população constante) a taxa de crescimento da população brasileira caiu de 1,1% ao ano, entre 2004 e 2009, para 0,9% entre 2009 e 2016. Entre esses dois períodos a taxa de crescimento da força de trabalho reduziu-se de 1,9% para 1%. Como está crescendo menos, os empregos disponíveis vão encontrar menos jovens a sua procura. Contudo, esta janela de oportunidade vai se fechar em breve. Se esse fenômeno inexistisse, as taxas de desemprego agora enfrentadas pelo País seriam ainda maiores. A demografia, e não o Governo, está evitando que o drama do desemprego seja ainda maior. Enfrentar preços altos e crescentes junto com desemprego elevado e seletivo é desafio para políticos, governos e sociedade. O que os políticos que são candidatos agora e em 2018 têm a dizer sobre isso?

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Pernambuco depois da crise

A julgar pelos indicadores que vão sendo publicados pela imprensa nacional, a crise está começando a ficar para trás embora muito ainda precisará ser feito para que se dê a retomada do crescimento econômico. O governo federal tem diante de si a tarefa gigante de promover o ajuste fiscal indispensável à retomada da confiança dos agentes econômicos para que se disponham a voltar a investir e a consumir, fazendo com que a roda da economia volte a girar novamente. Acredito que mais cedo ou mais tarde esse ajuste fiscal se fará e o ciclo virtuoso do crescimento será retomado. A análise da série histórica dos índices de desempenho do PIB no País, desde 1900 quando as medições começaram a ser feitas, evidencia isso: após cada recessão há uma retomada do crescimento que atinge os patamares de antes da crise (no caso recente, de 2,5 a 3% de crescimento ao ano). No que diz respeito a Pernambuco, após o ciclo de investimentos estruturadores do início do Século 21, a desaceleração já estava de certa forma contratada. Acontece que, junto com essa queda projetada, veio o coice da crise nacional que terminou por afetar o Estado de maneira muito forte. Tão forte que nós da TGI entendemos ser necessário retomar a Pesquisa Empresas & Empresários realizada desde 1990 com inúmeros levantamentos, seminários, relatórios e três livros básicos publicados: Pernambuco Afortunado (passado), Pernambuco Competitivo (presente) e Pernambuco Desafiado (futuro). Acontece que depois da dupla crise (do final dos investimentos estruturadores e da recessão da economia nacional) o futuro de Pernambuco mudou e precisa ser revisitado. Daí, a necessidade de dar prosseguimento ao estudo dos setores dinâmicos da economia pernambucana pesquisados e publicados no livro Pernambuco Competitivo: (1) Sucroalcooleiro; (2) Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); (3) Turismo e Cultura; (4) Metalmecânico; (5) Varejo Moderno; (6) Moda e Confecção; (7) Logística; (8) Construção Civil; (9) Fruticultura e Vitivinicultura; e (10) Serviços Modernos. Além do Automotivo e do Petroquímico que vieram depois. Ao caso atual de Pernambuco aplica-se com propriedade a frase do poeta francês Paul Valéry: “O problema do nosso tempo é que o futuro não é mais o que costumava ser”.

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Sobre coragem

Medo de tomar decisões todos temos. Mas coragem vale a pena. Lembro daquela disputa de pênaltis nos jogos internos do Colégio Atual. O ano era 1990. Éramos 8ª série. Nem sei como chama isso hoje. Acho que é “nono ano”. Ninguém quis bater o último. “Deixa que eu bato”, gritei. A perna tremia. Mas fui lá e... Se você acha essa decisão fácil é porque nunca jogou uma partida na quadra do colégio repleta de gente, estando ali todos os seus amigos, professores, paqueras, familiares e adversários. Aos 15 anos, meu universo era aquele. Minha decisão, portanto, era do tamanho do meu mundo. Talvez a mais importante por mim já tomada, até aquele momento. Quantas bolas na marca do pênalti nos deparamos ao longo da vida? Ter outro filho. Abrir aquele negócio. Mudar de endereço. Convidá-la ou não para jantar. Fazer aquele mestrado em outro país. Entrar naquele avião. Terminar aquela sociedade. Parar de fumar. Fazer aquela cirurgia. Mudar de profissão. Morar sozinho. A vida requer coragem. Se não tomarmos decisões importantes nessa vida, em qual vida tomaremos? Eu não tenho lá tanta certeza de que haverá outra chance. O importante é ser quem realmente somos. Ou você quer passar o resto da vida sendo quem as pessoas querem que você seja? Puxa, acabo de me dar conta que este é um texto de autoajuda. Daqueles que são vendidos em livraria de aeroporto. Quem sabe não ganhe um dinheirinho com isso. Dizem que a literatura mais frutífera é essa. Mas a tentativa era falar sobre vida. Graciliano Ramos dizia que para escrever você tem que fazer igual às lavadeiras de Alagoas, que contorcem, esfregam e batem a roupa sobre a pedra, dezenas e dezenas de vezes, até atingir o ponto ideal. Aqui parece que contorci pouco, porque me sai um texto de autoajuda, ora bolas! O intuito era falar sobre essa coisa que acontece entre o dia em que você nasce e o dia em que você morre. Felicidade era sobre o que tentava escrever. Mas lembrei que até para ser feliz é preciso tomar decisões. Para ser feliz é preciso ter coragem. Não conheço covarde feliz. Abandonar tudo aquilo que te põe para baixo ou que te tira o sagrado sono. Livrar-se de tudo o que faz mal à saúde. Afastar-se de quem te arranca a autoestima. Mudar hábitos que te prejudicam. Largar coisas e pessoas que te diminuem. Tudo isso requer coragem. São bolas na marca do pênalti que precisam ser chutadas. Há decisão mais corajosa, por exemplo, do que resolver ter hábitos simples na vida? No mundo do consumo considero-a revolucionária. Daquela que pode nos libertar das armadilhas mundanas. Lembro de conversa que tive com meu pai. Um médico bem-sucedido que recebeu o convite de um partido político para concorrer a cargo parlamentar. Pronto, a bola na marca do pênalti. O cabra aperreado para decidir. Abandonar uma carreira bem-sucedida para entrar para a política? Quantas pessoas já se depararam com situações análogas? Aparentemente, errou meu pai. Elegeu-se vereador e perdeu a clientela. Mais tarde, os mesmos “parceiros” que fizeram o convite fritaram o coitado. Assim é a política. Assim é a vida. Ora peixe-vivo, ora peixe-frito. Mas meu pai não se arrependeu nenhum dia da decisão que tomou. Seu sonho era a política. Sonho realizado. Ah! A propósito daquele pênalti no colégio, meti a bola na trave. Ter coragem também é isso. Tomar decisões e errar. Mas, quer saber? Não me arrependo nem um segundo. Jamais me arrependerei da coragem que tive.

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A última do português (por Joca Souza Leão)

Antigamente, as piadas eram de português, Juquinha e papagaio. Português burro, Juquinha safo e papagaio irreverente. Juquinha era um garoto esperto da idade da gente, suponho, porque ainda estudava com professora e não com professor como os meninos mais velhos do ginásio. “Quem desenhou isso aqui?” – a professora pergunta por perguntar, pois já sabia quem tinha desenhado o grande pênis no quadro-negro. “Vão todos para o recreio. Menos Juquinha!” – diz ela, trancando a porta da sala de aula. “Dessa vez, ele tá ferrado” – pensam os colegas. Passado algum tempo, abre-se a porta e sai Juquinha todo prosa, atacando a braguilha: “Nada como uma boa propaganda.” O “currupaco, paco” pontuava a fala do irreverente e sacana papagaio de anedota. Brasileiríssimo. Tanto latia, imitando cachorro pra afugentar ladrão de galinha (bons tempos, aqueles, em que ladrões roubavam galinhas), quanto imitava a fala da empregada assediada pelo patrão, para denunciá-lo à esposa ameaçada de traição. E a última de português, pá, é ganhar dinheiro da gente, os brasileiros sabidos das piadas de antigamente. Seguinte. Os portugueses, que não são burros nem nada, preservaram suas cidades. Não uma ou outra, mas todas. Preservaram a história, os monumentos, casas, aldeias, ruas e becos. Preservaram sua identidade. Lá, há o que ver. Aqui, nós, os remediados, moramos empoleirados em edifícios sem graça e os endinheirados vivem confinados em condomínios, ameaçados pela violência, resultante da brutal desigualdade social. Lá, moramos no primeiro andar de um sobrado. Compramos frutas e verduras na quitanda da esquina. Hoje, quem tem uma graninha, não precisa nem ser muita, prefere ter uma casinha em Portugal a uma casa de campo ou de praia por aqui. Se, nas férias, em vez de subir as Ruças (subir as “russas” também é bom, mas é outra coisa), você decidir subir para Montesinho, em Trás-os-montes, Norte de Portugal, vai gastar menos do que indo pra Gravatá, pá! Em ’78, voltando para o Brasil depois de quatro anos em Londres, pensei ficar em Portugal. Portugal recém-saído da Revolução dos Cravos. Tudo era efervescência política e intelectual. Fim do salazarismo e libertação das colônias. Se tivesse encontrado com meu amigo Duda Guennes, que não estava em casa porque tinha viajado de férias, talvez tivesse ficado. A vida, por certo, teria sido outra. Eu nem estaria aqui pra contar. E, no final das contas, sabe lá se teria sido melhor ou pior! Sabe lá, pá!

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Campanha exibe filme sobre Alzheimer

Para conscientizar a população sobre a doença e alertar para a importância do diagnóstico precoce, a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) promove o Mês do Alzheimer em setembro, em parceria com o Aché.  Entre as atividades está a exibição nesta semana e na próxima do filme "Para Sempre Alice", com a atriz Juliane Moore, que aborda a doença. Após as sessões haverá um debate com profissionais de saúde. No mundo, cerca de 45 milhões de pessoas são impactadas pela Doença de Alzheimer (DA), segundo estimativa da organização Alzheimer's Disease International (ADI). Só no Brasil, a doença impacta 1,2 milhão de pessoas. Em todo o Brasil, serão cerca de 100 iniciativas em 18 estados em que a ABRAz atua, com atividades durante o mês. No Recife e em Olinda (PE), a campanha contará com ações informativas sobre o tema, grupo de apoio, além de mobilização no Dia Mundial da Doença de Alzheimer - 21/9 (mais informações abaixo). Em 2016, a ABRAz está presente nas cinco regiões do país, atendendo mais de quatro mil familiares por mês. As ações promovidas em todo o Brasil buscam chamar a atenção da sociedade e dos governos para a situação da Doença de Alzheimer no país e para os direitos dos doentes. "Também é fundamental alertar para os problemas enfrentados pelos cuidadores, que são pessoas que contribuem com o tratamento dos pacientes, sejam familiares ou profissionais", explica Maria Leitão Bessa, presidente da ABRAz. Segundo Thais Cuperman Pohl, neurologista e gerente Médica da área de Sistema Nervoso Central do Aché, um dos efeitos mais preocupantes da doença é a perda do funcionamento cognitivo. "A Doença de Alzheimer responde pela metade das causas de demência no mundo", afirma. De acordo com a ADI, a cada quatro segundos um novo caso de demência é detectado no mundo – e a previsão é de que, em 2050, haja uma ocorrência a cada segundo. Para a especialista, a campanha é fundamental, pois leva informações para as pessoas lidarem da melhor forma com a doença e alerta para a busca pelo diagnóstico precoce e o tratamento. "No Brasil, apenas 14% da população com a doença recebe tratamento adequado. Se detectada no início da doença, a progressão da DA pode ser desacelerada e os sintomas da doença podem ser melhor controlados, permitindo que o indivíduo viva com mais qualidade de vida", explica Thais.   Programação de atividades em Pernambuco:   Grupo de Apoio Exibição do Filme "Para Sempre Alice" Data: 19/9 Moderadores: Dra. Luisiana Lamour (Nutricionista), Dr. Igor Bruscky (Neurologista) e Cleonice Albuquerque (Conselheira Familiar) Local: Hospital Geral de Areias. Programa de Atenção ao Idoso. Estância. Recife - PE Horário: 14h30 Mobilização do Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer   Data: 21/9 Local: Praça da Preguiça, Carmo, Olinda. Horário: 8h às 12h Grupo de Apoio   Data: 29/9 Moderador: Dra. Carla Núbia Borges (Geriatra) Local: Hospital da Aeronáutica, Av. Bernardo Vieira de Melo, 606, Piedade, Jaboatão/PE. Horário: 9h

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Tristeza não é frescura

No mês da campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio é  uma oportunidade para o público conhecer os sinais que indicam quando uma pessoa está com depressão.  Diego Tavares, psiquiatra e pesquisador do programa de transtornos afetivos (GRUDA) do Hospital das clínicas da USP, informa sobre os 3 principais sinais de alerta para identificar quando uma tristeza passa a ser depressão. 1- Alteração no humor por pelo menos 2 semanas Quando o estado de humor se altera de forma persistente e diferente do temperamento normal da pessoa fazendo ela se sentir para baixo e sem esperança na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos 2 semanas, pode estar ocorrendo uma desregulação cerebral de áreas relacionadas ao humor, impulsos (vontade) e energia. Esse quadro pode ser engatilhado por algum evento negativo na vida da pessoa ou pode aparecer espontaneamente, não importa muito se o quadro apresentou algum "desencadeante" porque sabemos hoje que uma parte desses quadros se segue a um estressor psicológico ou de vida, mas muitos não. "Isso acontece porque cada vez mais sabemos que depressão pode ocorrer mesmo em pessoas que passaram por eventos aversivos ou negativos na vida, a diferença é que se a pessoa não tem predisposição a um transtorno do humor, o cérebro se adapta a situação estressora sem alterar seu funcionamento, ao passo que no depressivo, a vivência de estresse e tristeza normal se prolonga para um quadro persistente e distorcido que compõe junto com outros sintomas uma síndrome cerebral psiquiátrica que denominados de depressão", diz Dr. Diego. 2- Cansaço excessivo Os níveis de energia da pessoa caem e ela se torna fadigada e sem forças, mesmo estando descansada e sem ter feito muita coisa, essa sensação persiste. "Tudo isso porque tanto a energia quanto a disposição física, estão no cérebro, que é o órgão responsável por fornecer o vigor físico e na depressão isso fica reduzido", comenta o médico. 3- Sem vontade nem para falar Os impulsos e a vontade do individuo ficam reduzidas. A pessoa fica mais indecisa pra fazer as coisas, procrastina tudo, se isola, não faz quase nenhum plano, se retrai mais, tem menos ânimo pra tomar banho ou se alimentar e normalmente fica sem vontade para falar, para interagir, para se divertir, para fazer exercícios e até para viver. "Esses sintomas indicam que a pessoa precisa de ajuda médica, já que ela não se sente bem por estar sentindo isso, mas não consegue dar a voltar por cima. O principal a entender é que pessoas com depressão devem ser tratadas como doentes, assim como aquelas que sofrerem de qualquer outra doença física, a única diferença é que depressão não é visível, como por exemplo, um pé quebrado que impede tanto quanto, uma vida normal", completa o psiquiatra.  

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