Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 279 De 443

Rafael Dantas

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O raio-x das costureiras do agreste pernambucano

O agreste pernambucano é reconhecido como um dos polos têxtil do Brasil, mas sob os grandes números de produção existe uma realidade: mulheres que buscam o sustento e qualidade de vida para suas famílias em uma cadeia produtiva que apresenta muitas relações de trabalho desiguais e precarizadas. O Diagnóstico do Polo Têxtil do Agreste Pernambucano, elaborado pelo programa Tecendo Sonhos, da Aliança Empreendedora, constatou que em sua maioria são mulheres negras, com filhos, que trabalham em casa por conta própria com oficinas de costura, o que faz com que arquem com alguns custos como manutenção e conta de luz. Além disso, as jornadas somam, em média, de 10 a 15 horas por dia, que precisam ser equilibradas com a gestão da casa. Segundo o diagnóstico do Tecendo Sonhos, essas mulheres têm interesse em se formalizar, se cadastrando como Microempreendedor Individual (MEI). Mas muitas vezes falta tempo, recurso e até mesmo conhecimento sobre o tema. Para elas, saber mais de assuntos ligados ao negócio – como gestão financeira, separação das finanças do negócio, precificação, negociação e vendas, comportamento empreendedor, trabalho em rede e cooperativismo – ajudaria no dia a dia. Cerca de 70% das costureiras autônomas ganhavam até um salário mínimo por mês, sendo que 38% recebia apenas um quarto deste montante, cerca de 250 reais. Os acordos são orais, logo não existe contrato nem recibo pela entrega das peças, além dos períodos de sazonalidade da produção, o que dificulta a formação de uma reserva financeira ou planejamento futuro. Essa situação ficou ainda mais grave com a pandemia da Covid-19, com o impacto econômico no setor têxtil muitas dessas famílias ficaram sem renda. Capacitação Para melhorar a realidade da região, o Tecendo Sonhos, com o apoio do Instituto C&A, e em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres de Caruaru, realizou capacitação com mulheres empreendedoras do setor têxtil na cidade entre os meses de maio e junho. Com o início da pandemia do Covid-19, a capacitação gratuita, que seria presencial, foi adaptada completamente para o online. “Com o diagnóstico em mãos, o projeto identificou empreendedoras locais que foram fundamentais para o legado do Tecendo Sonhos na região, com o repasse e troca de conhecimento”, afirma Cristina Filizzola, coordenadora do programa na Aliança Empreendedora, que desde 2014 promove relações de trabalho dignas na cadeia têxtil da cidade de São Paulo. Ao todo 57 mulheres participaram do curso de empreendedorismo, que foi realizado via WhatsApp. Além disso, dez encontros on-line foram realizados pelo YouTube. A capacitação contou com quatro temas principais: Valorização do trabalho de artesãs e costureiras, empoderamento feminino, vendas online e finanças na crise. No fim do curso quatro mulheres foram selecionadas pela turma como Empreendedoras Destaque. Cada uma delas recebeu uma assessoria individual em comunicação, além de investimento com a produção de materiais de divulgação para seus negócios. Um treinamento também foi realizado com organizações e lideranças para que possam futuramente dar continuidade no apoio local com capacitações em empreendedorismo. A equipe da Aliança Empreendedora formou 46 pessoas para serem multiplicadores da metodologia de Cineclube para promover o empreendedorismo na cadeia da moda de forma digna em Caruru e Toritama. “Nós da Aliança acreditamos que todos podem empreender com dignidade, promovendo um trabalho descente. Com o Tecendo Sonhos, esperamos que o conhecimento permaneça como um legado para as organizações e lideranças locais e que as mulheres de Caruaru possam ter mais autonomia financeira e prosperar com os seus negócios”, comenta Filizzola. Histórias de superação “Nós mulheres empreendedoras as vezes nos sentimos inseguras porque é muita coisa, muita informação. E às vezes levamos prejuízo porque não temos o controle”, afirma a costureira e artesã Francismeire Silva Melo, que tem uma facção em casa, onde costura e monta roupas que vem de uma fábrica. Para ela, as mulheres empreendedoras precisam de ajuda com a administração do próprio negócio, que é muito complicada. “Não é fácil para você sair de emprego para administrar seu próprio trabalho, a gente não foi treinada para isso não. Eu nunca imaginava, que quando eu fui trabalhar para mim mesma, que iria ter o tempo fraco, que teria parada. Eu não me preveni para aqueles períodos. E fui quebrando a cara”, afirma. Francismeire afirma que a vivência proporcionada pelo projeto Tecendo Sonhos foi única. “A troca de experiências foi maravilhosa. Interagi com as meninas e elas me mostraram como que eu consigo interagir com possíveis clientes de modo online. Além disso vimos que podemos ser mais fortes trabalhando juntas, unidas”.

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Live Algomais discute se é hora de voltar às aulas

"É hora de reabrir as escolas?" É essa pergunta que conduzirá a live de hoje (24) da Algomais, que será transmitida a partir das 19h pelos canais do Facebook e Youtube da revista. Foram convidados para o evento virtual o diretor da Aba Global Education, Eduardo Carvalho, o presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco, José Ricardo Diniz, e o professor e epidemiologista da UFRPE, Jones Albuquerque. O debate será conduzido pela editora da Algomais, Cláudia Santos, e pelo repórter Rafael Dantas. Canal do Youtube da Algomais: https://www.youtube.com/channel/UCoK_DJUjcxsngY8HGNCXB1A Página do Facebook da Revista Algomais: https://www.facebook.com/revistaalgomais

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Luis Paiva: "Se quisermos uma proteção social mais robusta, temos que pensar em algo mais generoso que o Bolsa Família"

Luis Henrique de Paiva, sociólogo e pesquisador do Ipea, foi um dos entrevistados da última edição da Revista Algomais. Ele avaliou a importância do auxílio emergencial e tratou sobre a possibilidade do País construir um programa de longo prazo que garanta uma proteção social mais robusta no País. Mais generosa que o atual Bolsa Família, mas sustentável no médio e longo prazo, diferente do auxílio emergencial. Confira a entrevista. Como você avalia essa experiência brasileira de distribuição do auxílio emergencial?  O Auxílio Emergencial tem sido fundamental no período de pandemia. Do ponto de vista social, tem contribuído para manter dezenas de milhões de famílias protegidas contra a extrema pobreza. Do ponto de vista econômico, tem mantido a economia em movimento e evitando que muitos negócios fechem as portas. É algo sustentável no médio e longo prazo? Embora o papel do Auxílio Emergencial seja fundamental no curto prazo, ele não será o modelo de proteção social não contributiva de médio e longo prazo que o País precisa, porque seu custo é muito alto. Ele custaria mais de 7% do PIB se pago por um ano, e esse não parece ser um custo que possa ser absorvido pela sociedade brasileira. Se quisermos uma proteção social mais robusta, teremos pensar em algo que seja mais generoso que o Bolsa Família, mas que possa ser financiado no médio e longo prazos. Qual a proposta de renda básica que você faria para o Brasil? Conceitualmente, a renda básica tem alguns princípios. O primeiro, ela deve ser paga a todos, com base na cidadania ou residência, de forma indistinta. Ninguém precisaria ser pobre para receber a renda básica. O segundo princípio é que ela deveria ser incondicional. Não haveria obrigações das famílias beneficiárias para manter o recebimento do benefício. Do ponto de vista conceitual, portanto, a renda básica é muito diferente do Bolsa Família. O Bolsa é pago a famílias pobres e, para receber, as famílias precisam enviar seus filhos para a escola e frequentar os postos de saúde regularmente. A renda básica é um conceito. Nenhum país do mundo adotou um programa como esse. O Bolsa Família, ao contrário, é uma experiência bem sucedida. Uns 70 países do mundo já adotaram um modelo semelhante. Isso não significa que a gente tenha que ficar preso ao modelo do Bolsa Família para sempre. Podemos caminhar na direção de um programa mais generoso e universal. Um grupo de pesquisadores do Ipea, do qual eu faço parte, tem discutido muito sobre um modelo híbrido, que seja universal para as crianças, mas focalizado para os adultos. Esse modelo tem algumas vantagens, como proteger melhor as crianças da pobreza e lembrar aos mais ricos que seus filhos recebem o seu Bolsa Família, com o desconto por dependente no Imposto de Renda. As crianças formam o grupo social mais desprotegido. Um programa como esse seria mais caro que o Bolsa Família e, provavelmente, um pouco menos eficiente. Mas será mais eficiente que vários outros programas sociais, que são muito mal desenhados. O orçamento desses programas pode ajudar a financiar um novo benefício. A perda de eficiência em relação ao Bolsa seria compensada com o ganho de eficiência em relação aos outros programas. O resultado poderia ser positivo, e ainda seríamos mais efetivos no combate à pobreza. Quais os benefícios socioeconômicos dela? E qual a viabilidade de financiamento? Tudo depende do desenho e do tamanho do programa. Se o princípio for utilizar apenas recursos dos benefícios existentes, teremos algum ganho. Mas a ampliação seria pequena. Hoje, o Bolsa custa 0,45% do PIB. O novo programa teria algo como 0,70% do PIB. É um aumento importante, mas vamos lembrar que o Auxílio Emergencial custaria 7% do PIB ao ano. Ou seja, o novo programa seria 10 vezes menor do que o Auxílio Emergencial. Do ponto de vista institucional, seria muito complicado. Teríamos que acabar com o Abono Salarial, o que exige uma reforma constitucional, e equacionar a questão das deduções do imposto de renda, que não são uma despesa orçamentária, mas um gasto tributário. Trazer esses recursos para o novo programa afetaria a regra do teto de gastos. Enfim, o desafio institucional é enorme. Se o desafio é tão grande, o melhor seria ter um pouco mais de ambição. Um programa um pouco maior, que alcançasse, por exemplo, 2% do PIB, teria um impacto muito maior. Ele exigiria aumento da carga tributária, mas isso poderia ser feito de maneira suave, aproveitando a criação de um imposto sobre bens e serviços moderno, como o que está sendo examinado no Congresso, complementada pela elevação da alíquota marginal do Imposto de Renda e pelo fechamento de brechas que permitem que os muito ricos paguem poucos impostos.

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Sicredi Recife cresceu 20% no primeiro semestre

A Sicredi Recife constatou um primeiro semestre de 2020 bastante positivo, apesar da pandemia do novo coronavírus. O levantamento da instituição cooperativa financeira apontou um crescimento de 20%, entre janeiro e junho.  “É em momentos de crise que o poder cooperativismo se sobressai. Por não se erguer em práticas agressivas de mercado, a Sicredi Recife preza pelos seus associados, com atenção especial ao momento. Disponibilizamos taxas mais em conta, em comparação a outras instituições financeiras, e nossos cooperados recebem parte dos resultados e atendimento personalizado”, explica o presidente da Sicredi Recife, Floriano Quintas. Destaque entre as cooperativas financeiras do Norte e Nordeste, a Sicredi Recife ultrapassou a marca de meio bilhão em ativos, neste ano. Durante o primeiro semestre de 2020, os depósitos a prazo e os ativos da instituição expandiram, respectivamente, em 12% e 10%. “Os crescimentos que estamos percebendo ressaltam mais uma vez nossa solidez e credibilidade”, comenta Quintas. Presente em 54 municípios em Recife, Região Metropolitana, Zona da Mata Norte e Sul de Pernambuco, a Sicredi Recife atua como agente fortalecedor da atividade econômica no estado, visto que o crescimento da instituição simboliza o crescimento do seu associado e da região de atuação. Ações de assistência institucional, atividades educacionais e variado portifólio de produtos e serviço, além do maior retorno de lucro para os cooperados, permitem que o capital continue em negócios locais, fortalecendo e evitando maiores impactos econômicos regionais durante tempos de crise.

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Câncer de boca: um motivo para deixar de fumar

Devido à presença da nicotina, que causa grande dependência química aos fumantes, largar o cigarro é uma missão quase sempre muito difícil. Entretanto a manutenção dessa prática é responsável por causar uma série de problemas de saúde, principalmente na boca e na garganta: dentes manchados, doenças nas gengivas e até câncer de boca. Por isso, médicos fazem um alerta sobre os riscos e as consequências do tabagismo neste mês de agosto, quando se celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de boca está entre os dez tumores mais comuns do Brasil e estima-se que 90% dos casos sejam causados pelo consumo do tabaco. Ainda segundo o INCA, até 2022 o Brasil deve diagnosticar mais de 15mil casos de câncer de boca, sendo mais de 11mil deles em homens. Segundo o Ministério da Saúde, a doença afeta mais os homens, que representam mais de 76% dos casos. Geralmente o câncer de boca aparece a partir dos 40 anos de idade neles. Entre os sintomas podem ter lesões dentro da boca ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas ou brancas, rouquidão sem motivo aparente e caroços no pescoço. Nos casos mais avançados, torna-se difícil a mastigação e também engolir alimentos, a fala fica prejudicada e há sempre uma sensação de que há algo preso na garganta. De acordo André Raposo, que é cirurgião de Cabeça e Pescoço (especialidade da medicina responsável pela avaliação do câncer de boca e pela retirada do tumor), evitar ou abandonar o cigarro é a melhor forma de reduzir o risco para esse tipo de câncer e de uma série de outros problemas de saúde. “Muitas vezes é uma tarefa difícil, demanda muita força de vontade, por causa da dependência da nicotina, mas aqueles que conseguem deixar o tabagismo de lado reduzem muito as possibilidades de desenvolver um câncer de boca e orofaringe no futuro”. Quando não é mais possível evitar, o tratamento na maioria das vezes é cirúrgico, para as lesões pequenas e grandes. A avaliação do tumor é feita pelo cirurgião de Cabeça e Pescoço e é associada a exames complementares. TABAGISMO E COVID-19 Neste momento da pandemia da Covid-19, preocupa a relação entre o tabagismo e os casos mais graves da doença, já que as substâncias presentes no cigarro comprometem grande parte dos pulmões, tão necessários durante a infecção do novo coronavírus. Além disso, já é sabido que tanto o cigarro comum quanto o eletrônico aumentam a gravidade das infecções pulmonares. O risco do tabagismo para a Covid-19 é ainda maior porque o cigarro pode afetar também o sistema cardiovascular, outra região do corpo que também é afetada pelo coronavírus, já que ele é considerado cardiotóxico. De acordo com o INCA, no Brasil, os fumantes têm 45% mais chances de apresentar complicações da Covid-19 do que não fumantes.

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Último paciente do hospital de campanha dos Coelhos recebe alta

Da Prefeitura do Recife O Hospital Provisório Recife 2, localizado nos Coelhos, encerrou o atendimento após mais de quatro meses de funcionamento, colaborando para salvar vidas durante a pandemia de covid-19, no Recife. Com a alta do último paciente, a desmobilização do hospital, já anunciada pelo prefeito Geraldo Julio, entra na reta final, nesta semana. A unidade de saúde foi o maior dos sete hospitais de campanha construídos pela Prefeitura do Recife para tratar pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. A desativação do hospital de campanha foi possível após mais de cem dias de queda nos indicadores da pandemia, inclusive a diminuição do número de pacientes internados na rede pública. Após o início da retirada de equipamentos médico-hospitalares, nos últimos dias, agora começarão a ser desmontadas as estruturas das paredes, teto e pisos. Último paciente curado da doença no HPR 2, o policial militar da reserva Ivan Luiz Monteiro, 58 anos, deixou a unidade sob aplausos da equipe, depois de 12 dias de internação, com momentos difíceis na UTI. “Eu sou um felizardo. Primeiramente pela vontade de Deus, e segundo por vocês do hospital. Nunca pensei que iria chegar e ter um tratamento cinco estrelas aqui. Estou agradecendo sem demagogia a todos. Eu estou muito grato”, disse Ivan Luiz, que é morador da Várzea e iniciou a doença com febre, coriza, dores nas articulações e sem sentir cheiro. Casada com Ivan Luiz há 20 anos, Fabiana Alves de Andrade lembra dos momentos difíceis em que esteve ao lado do marido neste mês. “O levei três vezes para o Hospital da Polícia Militar. E, nesta última vez, ocorreu a transferência para o hospital dos Coelhos. Eu só pedia a Deus que nos desse um lugar seguro. Só tenho a agradecer aos médicos, enfermeiros e todos os outros profissionais de saúde. A Prefeitura do Recife está de parabéns. Meu marido foi muito bem cuidado aqui”. Maior hospital de campanha municipal, com mais de 8.000 m² de área construída em antigos galpões no Largo dos Coelhos, o HPR 2 chegou a ter 350 leitos ativos - 250 de enfermaria e 100 de UTI. Desde o dia 22 de abril, mais de 1.600 pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19 se trataram na unidade de saúde administrada pela Fundação Martiniano Fernandes, ligada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). “A sensação que temos é de dever cumprido. Estou aqui representando cada profissional que fez parte dessa história. A saída do nosso último paciente é uma vitória. Seu Ivan representa um ciclo que está se encerrando. É o fim de um processo de muitas lutas e vitórias”, disse a diretora-médica do HPR 2, Danielle Batista. Desde quando o prefeito Geraldo Julio anunciou o fechamento gradativo da unidade, no último dia 12, o hospital deixou de receber novos pacientes. No início de julho, a Prefeitura desmobilizou 90 leitos de uma das enfermarias do HPR 2. Nas últimas semanas, foram desativados os 260 leitos restantes, sendo 100 de UTI. As equipes da Sesau retiraram camas, respiradores, concentradores de oxigênio, desfibriladores cardíacos, monitores de sinais vitais e outros equipamentos médico-hospitalares que estão sendo levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias. Parte dos materiais ficará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais. Com o fechamento do HPR2, a PCR desativou um total de 560 leitos - 100 deles de UTIs. Agora, a Prefeitura do Recife está com 464 leitos em funcionamento, sendo 242 de UTI e 222 de enfermaria. O fechamento do maior hospital de campanha municipal construído durante a pandemia está sendo possível porque a ocupação dos leitos está baixa de forma consolidada. A Prefeitura do Recife tem registrado as menores quantidades de pacientes internados em leitos de UTI dos hospitais de campanha municipais, desde o início de julho, quando os leitos de terapia intensiva chegaram a ter 189 pessoas em estado grave. Depois de abrir cerca de mil leitos em sete hospitais de campanha e leitos de covid-19 em outras duas unidades de saúde, a Prefeitura do Recife desativou, no início de julho, 300 enfermarias em cinco hospitais de campanha. Além das 90 enfermarias fechadas no HPR 2, foram desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas. QUEDA NOS INDICADORES - A redução do número de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag) internados dos hospitais de campanha e o baixo percentual de moradores do Recife são reflexo de mais de cem dias de queda nos indicadores da pandemia na capital pernambucana. Em julho, o Recife foi responsável por apenas 16% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por 54% dos casos do Estado. Além da queda no número de pacientes internados, de óbitos e de casos de srag por covid-19, a Secretaria de Saúde do Recife também registrou queda de 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha. Enquanto em abril a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, no último mês, esse número caiu para cerca de dois mil. CAMPEÃ DE LEITOS - Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao isolamento social e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. O Recife foi a capital brasileira que proporcionalmente abriu mais leitos para pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19. De acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a

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Pernambuco tem saldo de empregos positivo em julho

Do Governo de Pernambuco Pernambuco teve um número positivo na geração de emprego no mês de julho, em meio a um ano atípico para todos os pernambucanos, em virtude do cenário de pandemia provocado pelo novo coronavírus. Ao todo, houve 26.453 admissões e 21.829 desligamentos no Estado, resultando num saldo positivo, totalizando 4.624 trabalhadores com carteira assinada, de acordo com dados divulgados pelo Caged. Em termos quantitativos, é o segundo melhor resultado do Nordeste. Comparado ao mês de junho passado, quando houve um saldo de - 3.264 empregos, os números revelam a desaceleração do desemprego no Estado, mostrando uma reação da economia. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve um avanço, segundo o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, Alberes Lopes. “Em 2019, neste mesmo período do ano, registrou-se um discreto saldo negativo de 96 empregos. Agora, apesar das perdas, apesar do nosso luto, apesar da pandemia, estamos reagindo, como determinou o governador Paulo Câmara. O Estado sinaliza que a reação está acontecendo e vamos ter dias melhores. Precisamos confiar e lutar, como a gente já está fazendo. Precisamos resgatar a esperança”, disse o secretário. Os setores que mais geraram empregos em Pernambuco foram indústria (2.470), agropecuária (1.252) e construção (1.095). O segmento de serviços, onde tradicionalmente o Estado tem muita força, ainda está negativo (-677 postos de trabalho). “Ainda temos um saldo negativo nos serviços, mas tenho esperança de que vamos retomar aos poucos. Por isso, é tão importante o uso da máscara no ambiente de trabalho. Para que possamos continuar firmes no nosso Estado, para que as pessoas continuem recuperando seus empregos”, disse Alberes Lopes. De abril a agosto, houve 622.126 acordos feitos por empresas em Pernambuco que, segundo o IBGE, mantiveram os empregos. Ainda no acumulado do ano, houve 175.907 contratações e 239.008 demissões, gerando um saldo negativo de 63 mil postos de trabalho no Estado. No Brasil - De acordo com o Novo Caged, o emprego celetista no Brasil apresentou expansão em julho de 2020, apontando saldo de 131.010 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.043.650 contratações e de 912.640 demissões. No acumulado do ano, foi registrado saldo de -1.092.578 empregos, decorrente de 7.821.801 admissões e de 8.914.379 desligamentos (com ajustes até julho de 2020).

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Receita abre hoje consulta a quarto lote de restituição do IR

Da Agência Brasil A Receita Federal abre hoje (24), às 9h, a consulta ao quarto lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2020. O crédito bancário para 4.479.172 contribuintes será realizado no dia 31 de agosto, totalizando o valor de R$ 5,7 bilhões. Desse total, R$ 248, 63 referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade legal: 6.633 idosos acima de 80 anos, 36.155 entre 60 e 79 anos, 4.308 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e 17.787 cuja maior fonte de renda seja o magistério. Foram contemplados ainda 4.414.289 contribuintes não prioritários que entregaram a declaração até o dia 19 de junho de 2020. Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deve acessar a página da Receita Federal na internet. Na consulta à página da Receita, no Portal e-CAC, é possível acessar o serviço Meu Imposto de Renda e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Nessa hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora. A Receita disponibiliza ainda aplicativo para tablets e smartphones que facilita consulta às declarações do IRPF e à ituação cadastral no CPF. Com ele será possível consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições e a situação cadastral de uma inscrição no CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá fazer requerimento por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no Portal e-CAC, no serviço Meu Imposto de Renda. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento pelos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

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Palestra gratuita com a ex-atleta olímpica Laís Souza na UniFBV

Para receber os alunos veteranos e calouros que ingressaram no segundo semestre, o Centro Universitário UniFBV promove, na próxima segunda (dia 24, às 20h), a versão online do evento “Welcome Day”, com a ex-atleta olímpica brasileira, Laís Souza, convidada para ministrar a palestra “Aprendendo juntos o caminho da superação”. A transmissão será feita pelo canal da faculdade no Youtube (@unifbvoficial) https://www.youtube.com/c/UniFBVWyden e será aberta para a sociedade em geral. Uma hora antes, os novatos participarão de uma palestra de integração, onde receberão as boas-vindas oficiais da reitoria, bem como apresentação dos setores e serviços ofertados pela instituição. O início das aulas ocorrerá de forma remota, por meio de plataforma particular, contratada pela instituição. O Welcome Day é um evento tradicional do UniFBV, realizado duas vezes por ano, para recepcionar os alunos a cada semestre, com atividades lúdicas e interativas, como ação de acolhimento. “Pela primeira vez estamos fazendo este nosso processo de integração de forma virtual, mas estamos fazendo tudo com o máximo de cuidado para ser uma expericnia incrível para nossos alunos. A palestra de Lais Souza vai ajudar no contexto que devemos ter força e foco para superar nossos desafios”, afirmou o reitor do UniFBV, Stephan Felippo. Sobre a palestrante Laís Souza dedicou-se à ginastica artística desde os 10 anos, tendo conquistado diversos títulos e medalhas e representado o Brasil em duas olimpíadas – Atenas 2004 e Pequim 2008. Esteve entre as quatro melhores atletas desse esporte. Em 2013, aceitou o desafio de começar em um novo esporte – esqui aéreo – e, no mesmo dia em que receberia a notícia da classificação para a Olimpíada de inverno de 2014, sofreu o acidente que mudaria sua vida. Laís venceu o risco de morte e o prognóstico era tetraplegia, respiração e alimentação, dependente de ajuda de aparelhos sem perspectiva de melhora. Mas foi cantando durante a sessão de fisioterapia que ela derrubou o parecer médico e respirou sem a ajuda de máquinas pela primeira vez. Daí em diante, novas “pequenas vitórias”, como Laís costuma se referir, iriam escrever uma história de superação. Hoje, ela divide as lições da vida de atleta e das conquistas pessoais por meio de palestras e mensagens de incentivo nas redes sociais.

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Sistema monitora presença do novo coronavírus no ar

Tecnologia desenvolvida por meio de uma colaboração entre a startup Omni-electronica e o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) permite capturar amostras do novo coronavírus no ar e, assim, monitorar a segurança de ambientes com grande concentração de pessoas. Os pesquisadores acreditam que o sistema poderá ser útil na retomada das atividades econômicas. A empresa é apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE) da FAPESP. Com o auxílio, a Omni-electronica – fundada por egressos da Escola Politécnica (Poli-USP) – já havia desenvolvido o sistema SPIRI, que integra diferentes sensores para monitorar a qualidade do ar em ambientes fechados. Agora, consegue detectar também o SARS-COV-2 (leia mais em: pesquisaparainovacao.fapesp.br/857). “Temos uma base de dados bastante robusta sobre a qualidade do ar em ambientes internos, sabemos como são transmitidos os vírus respiratórios e como as infecções se intensificam nos meses de inverno. Quando começou a pandemia do novo coronavírus, ficou bem claro para nós que a disseminação em ambientes internos era o cenário mais provável, embora isso ainda não fosse muito falado, nem mesmo pela Organização Mundial de Saúde [OMS]”, diz Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica e coordenador do estudo. A empresa oferece o SPIRI, serviço de monitoramento da qualidade do ar, por meio de uma assinatura. Um aparelho instalado no local com vários sensores integrados envia as informações para a central, que gera laudos on-line em tempo real. Os técnicos, então, podem instruir o cliente sobre a melhor forma de aumentar a circulação do ar quando ela não está adequada. Durante dois meses, o grupo de pesquisadores fez diferentes amostragens do ar no Hospital das Clínicas, com duas, seis e oito horas. A equipe utilizou, acoplado ao sistema SPIRI, um coletor que tinha, entre outros componentes, uma membrana filtrante de politetrafluoretileno (PTFE), capaz de reter unidades do vírus. A membrana era então enviada a um laboratório parceiro, que realizava os testes de PCR (que identifica o RNA viral) em tempo real, o mesmo feito em amostras coletadas da cavidade nasofaríngea de pacientes suspeitos de terem sido infectados. Mesmo em ambientes com alta incidência de bioaerossóis, como aqueles em que são realizadas traqueostomia e intubação, os pesquisadores só conseguiram capturar o vírus em amostragens acima de oito horas. A equipe contou ainda com os pesquisadores do Instituto Central do HC-FM-USP Alessandro Wasum Mariani, Renato Astorino Filho e Paulo Henrique Peitl Gregório. “O complexo do HC é antigo, com janelas em todos os ambientes. Mesmo sendo um local com alta incidência do vírus, a ventilação adequada faz com que ele não fique tanto tempo no ar”, diz Aikawa, que tem como sócios na empresa Matheus Manini e John Esquiagola, que também colaboraram na pesquisa. A empresa é residente na Incubadora USP/Ipen-Cietec. Indicadores de risco Os resultados do estudo estão sendo preparados para publicação em periódico científico. Além disso, a empresa desenvolveu um protocolo ainda mais completo de monitoramento da qualidade do ar. Apenas com o SPIRI, já era possível medir em tempo real a concentração de CO2, material particulado, temperatura e umidade. Esse protocolo inicial, por si só, já pode garantir a circulação adequada do ar e evitar a concentração de vírus respiratórios no ambiente. Agora, também é possível fazer testes regulares para detectar se houve circulação do novo coronavírus. “Os testes do SARS-COV-2 nesse protocolo são possíveis, mas difíceis de fazer em larga escala por questões de tempo e custo. São cinco dias apenas para o laboratório dar o resultado. O SPIRI sozinho, porém, é um indicador em tempo real para saber se estão sendo tomadas as precauções necessárias para que o ambiente fique menos propício para transmissão de vírus”, diz o empreendedor. Aikawa acredita que a integração do SPIRI ao monitoramento do vírus no ar de locais estratégicos, como estações de trem e metrô, pode contribuir para um retorno mais seguro às atividades econômicas. Baseados nos testes no HC, os pesquisadores criaram indicadores capazes de apontar diferentes graus de risco de contaminação de acordo com o que for detectado. Para mais informações sobre a empresa, acesse: https://en.omni-electronica.com.br/. André Julião | Agência FAPESP

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