Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 321 De 442

Rafael Dantas

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Depressão pós-parto na pandemia exige cuidados redobrados

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão pós-parto atinge de 12 a 20% das mulheres. No Brasil, segundo estudo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, o transtorno acomete mais de 25% das mães. Segundo a Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO; trata-se de um grave problema que costuma se manifestar nas primeiras 4 a 6 semanas após o nascimento do bebê. O quadro mais leve e transitório de depressão, conhecido como “blues puerperal”, chega a acometer cerca de 50% a 80% das mulheres no pós-parto. Os sintomas, como tristeza, choro fácil e alteração de humor, têm início nos primeiros dias após o parto, com duração que pode variar de 7 a 15 dias, desaparecendo espontaneamente. “Já a depressão é mais grave, e pode surgir antes mesmo do parto, no final da gestação. Os sintomas são similares aos da depressão comum, como tristeza, apatia, ideias de culpa, insônia e até desinteresse pelo bebê. Uma das principais causas é o desequilíbrio hormonal em decorrência do término da gravidez, mas o mecanismo fisiopatológico desta condição ainda não é totalmente esclarecido”, explica Karina. No cenário da pandemia Some este quadro de depressão ao momento atual. Se estas mães já estão sofrendo do transtorno, imagine em meio a uma pandemia, um cenário ainda cheio de incertezas e muito medo? “A tendência à depressão pós-parto depende da interação de vários aspectos, incluindo genética e alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e no pós-parto. Mas fatores externos também contribuem muito para motivar o transtorno. A situação atual de apreensão extrema, seja pela saúde como pela economia, torna mais agravante o estresse natural da maternidade”, afirma Karina Tafner. Psicose pós-parto Um dos riscos, segundo a especialista, é a evolução para um quadro pior, especialmente se a mulher já tiver pré-disposição para transtornos mentais. “A psicose pós-parto é um exemplo. Trata-se de uma condição grave que afeta principalmente as mulheres com distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto anterior”. Segundo Karina, os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, são: - Alterações do sono - Pensamento confuso e desorganizado - Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa - Mudanças bruscas de humor e comportamento - Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas - Pensamentos delirantes e irreais Como ajudar O isolamento familiar e social é um dos fatores que pode provocar a piora da depressão. “Como estamos dentro desta realidade, é preciso redobrar a atenção e focar em aspectos que podem amenizar os sintomas, como evitar a privação do sono, seguir uma dieta saudável e sentir o apoio da família, mesmo de longe. A ajuda constante do parceiro é fundamental, tanto para a mulher como para o recém-nascido, cujos cuidados ficarão prejudicados por parte da mãe”. De qualquer forma, Karina Tafner afirma que, na suspeita do quadro de depressão, a puérpera deve ser encaminhada ao psiquiatra imediatamente. “Uma abordagem individualizada deve ser realizada, levando em conta fatores psicossociais, desejos e expectativas da mulher”. O tratamento da depressão pós-parto é feito com medicamentos antidepressivos combinados com psicoterapia. As medicações são eficazes na redução dos sintomas a curto prazo. “A sertralina é a primeira escolha em mulheres que estão amamentando, por ser o antidepressivo com menos efeitos adversos”, diz a ginecologista. No caso de psicose pós-parto, pode ser preciso internação hospitalar. Durante o tratamento, é indicado afastar a mãe do bebê por certo tempo, para segurança de ambos. “Reconhecer que a depressão é uma doença como outra qualquer, e incentivar o tratamento, é a melhor maneira de ajudar o reestabelecimento da mãe. Se ela tiver todo o suporte necessário, nem a pandemia será capaz de prejudicar o deleite da maternidade”, finaliza Karina Tafner.

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Jáson Torres: "Recife está planejando a rápida expansão da malha cicloviária"

Jáson Torres, que é gerente geral de Territórios Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura da Cidade do Recife e associado especializado em mobilidade urbana da Centro de Atitudes, respondeu a três perguntas do repórter Rafael Dantas sobre as cidades no contexto pós-pandemia. Ele trata sobre as tendências da mobilidade urbana e, especialmente, do lugar das bicicletas no "novo normal". A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . .Há uma expectativa da continuidade desse recente aumento do home office após o isolamento. A provável redução de veículos é uma oportunidade para preparar as cidades com mais infraestrutura para ciclovias e pedestres? Já tem algum tempo, várias cidades do mundo vêm criando mais espaços para pedestres e ciclistas como forma de oportunizar meios alternativos ao carro particular e ao transporte público para os cidadãos e visitantes. Ocorre que, a grande maioria das metrópoles do mundo passou, ou vem passando, por mudanças substanciais desde o início da pandemia. No Recife não está sendo diferente. O chamado “novo normal” não é uma moda criada por uma agência de publicidade, mas sim uma realidade já vigente no mundo inteiro. Cada cidade está tendo que conviver com o seu novo normal, visto que a normalidade existente antes da pandemia não poderá ser restabelecida, muito em função da necessidade dos novos protocolos sanitários. O tele trabalho, ou home office, tornou-se, nas pressas, o formato adotado por grande parte das empresas e profissionais cujas atividades podem ser desempenhadas dentro de quatro paredes. O fato de tudo ter acontecido nas pressas não permitiu o planejamento adequado para que todos se estruturassem da maneira ideal, mas, por outro lado, mostrou que é possível, sim, viabilizar o tele trabalho e todos continuarem produzindo remotamente. No rastro de tantas mudanças ocorridas, onde residir, onde trabalhar e como se deslocar também precisam ser repensados. Todos nós temos visto, nos últimos meses, a enorme redução da poluição atmosférica dos grandes centros urbanos, assim como o quanto as emissões dos automóveis movidos a combustão contribuem para fragilizar a saúde das pessoas e suscetibilizar seus sistemas respiratórios. Não é mais concebível o incentivo a modos de transporte que não tenham como premissas a “coletividade” e a “saúde”, sendo, portanto, necessário inverter a prioridade do uso das vias urbanas, hoje voltadas para atender às demandas dos modos poluidores, para serem abertas aos modos ativos e coletivos. Sendo assim, nunca houve um cenário tão favorável para a experimentação como agora. Essa experimentação vai desde desoportunizar o uso dos modos poluidores, como também oportunizar infraestrutura para modos ativos e coletivos. O transporte público tem sido apontado como uma dos pontos de grande risco de infecção de coronavírus. Você tem informação de como tem sido o incentivo ao uso de bicicletas na mobilidade dos países que já estão em um estágio mais avançado de enfrentamento da pandemia? A questão do transporte público estar recebendo esse título de possível vilão precisa ser revista, visto que é o principal meio de transporte de grande parte da população e, como tal, precisa se adequar rapidamente à nova realidade de segurança sanitária. Afinal, quem mora distante de onde trabalha ou estuda precisa dispor desse modo para seus deslocamentos. Quero crer que os órgãos responsáveis por sua gestão estejam fazendo seus esforços para implantar as melhores práticas, de forma a reduzir significativamente os riscos de contágio da COVID-19. Apontar os possíveis riscos ao transporte público enquanto se incentiva a bicicleta poderia sugerir que a bicicleta seria um substituta ao ônibus, o que seria injusto e até imprudente. A bicicleta se apresenta sempre como uma alternativa a todos os modos de transporte para quem tem habilidade na sua condução e disposição a usá-la, bem como é recomendada para trajetos de até 10 quilômetros, ou a distância que seja mais confortável para quem a utiliza. Para tanto, é imperativo que haja infraestrutura adequada e segura para os ciclistas. O principal fato que tem motivado cidades do mundo a incentivarem o uso da bicicleta está mais relacionado à questão da saúde e do meio ambiente. O portal interativo com dados abertos, na Internet, “Pedestrian and Bike Information Center” é uma iniciativa bastante rica e aponta centenas de ações, que incluem: infraestruturas cicloviárias móveis e fixas em vias de grande fluxo; amento da malha cicloviária fixas; gratuidade de uso de bicicletas compartilhadas para parte da população; abertura de ruas para ciclistas e pedestres; dentre outros.   No "novo normal" seria recomendado às cidades investirem mais em mobilidade ativa (bikes e deslocamentos a pé)? Que tendências de adaptações do espaço urbano poderíamos pensar? O incentivo à mobilidade ativa vem norteando a grande maioria das gestões de metrópoles inovadoras, no mundo, conforme podemos ver nas ações do portal na Internet “Pedestrian and Bike Information Center”. O que mais tem ocorrido é a implantação das chamadas Pop-up Bike Lanes, que poderíamos traduzir como “ciclofaixas que surgem”, consistindo em ciclofaixas montadas, a princípio com cones, segregadores móveis ou apenas pintura, em vias que sejam atraentes para motivarem pessoas que não têm hábito de usar a bicicleta a passarem a usá-la, além de melhorar os deslocamentos dos ciclistas regulares. Essas ciclofaixas têm o propósito de criar um ambiente de experimentação, com forte possibilidade de se tornarem infraestruturas fixas e definitivas. O Recife também está planejando a rápida expansão da malha cicloviária, parte dela no formato Pop-up. . VEJA TAMBÉM Tullio Ponzi: “As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho” Compartilhamento de bicicletas melhora trânsito nas grandes cidades chinesas O uso da bicicleta como ferramenta para o estudo da paisagem No Dia Mundial Sem Carro, o desafio da bicicleta ganha cada vez mais adeptos  

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Rio Ave retoma atividades com metade das equipes

No plano de retomada gradativa de alguns setores, estabelecido pelo governo estadual, a Rio Ave está reiniciando suas atividades esta semana. A empresa adotou medidas de segurança para permitir a volta da metade de funcionários nos canteiros de obras e no escritório. De acordo com Álvaro Ferreira da Costa, sócio da Rio Ave, as práticas envolvem mudanças na estrutura dos ambientes, reforço na higienização e entrega de equipamentos de proteção individual (EPI) como máscaras, álcool em gel e borrifadores, tanto para o trabalho quanto para a ida e volta para casa, com mais proteção. No escritório, foi incentivada uma campanha de carona solidária para garantir a redução do uso de transportes públicos. Além de flexibilização para evitar os horários de pico. A Rio Ave também tem orientado todo o pessoal para haver mudança nos comportamentos. Nas obras, já foi feito treinamento prévio com toda a equipe de suporte como engenheiros, técnico de segurança, almoxarife, administrativo e portaria para coordenar e orientar a produção. A intenção é que haja distanciamento mínimo. Para aumentar a higienização, foram instalados dispensadores com álcool em gel e novas pias de acionamento, usando os pés, em locais estratégicos como próximo a ponto eletrônico e espaço para refeições. Outra medida foi a criação de novas áreas para realizar as refeições, com delimitação de espaço e sinalização no piso. Escritório. No escritório, as equipes foram divididas em grupos, em sistema de rodízio, e alternarão turnos presenciais e em home office. As áreas comuns de maior convívio e algumas estações de trabalho foram interditadas para permitir mais distanciamento entre as pessoas. Logo no início do expediente, também está havendo monitoramento diário da temperatura dos colaboradores. Outra medida preventiva é flexibilizar os horários de início e término do expediente, para evitar os picos de utilização de elevadores e transporte público e rodízio semanal, sendo divididas as equipes em grupos. A limpeza também está intensificada, principalmente nas áreas de maior possibilidade de contágio como portas, maçanetas, pontos eletrônicos e banheiros. E para minimizar o contágio, as refeições - que antes eram servidas no refeitório - serão disponibilizadas individualmente e cada colaborador poderá realizar nas suas estações de trabalho. As reuniões envolvendo mais de três pessoas continuarão a ser feitas via teleconferência. A empresa ofereceu, ainda, a aplicação de testes rápidos para sorologia de IGG e IGM para todos os colaboradores que tiverem interesse em saber se já foram infectados pela COVID-19.

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Pesquisa nacional aponta baixa contaminação no setor da construção civil

Da Fiepe Com a interrupção da atividade produtiva em razão da Covid-19 há mais de 70 dias, o setor da construção civil de Pernambuco se engaja neste momento para retomar a produção, sobreviver às estatísticas e mostrar que, tomando as precauções, a retomada das atividades não oferecerá maiores riscos aos trabalhadores. Essa constatação se baseia no estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que mostra que o número de infectados atingiu apenas 1,15% do total de 55 mil trabalhadores presentes nos canteiros do País durante o isolamento. A conclusão da pesquisa aponta ainda que os números de trabalhadores recuperados foi de 1,47% ou de 819 casos, resultado superior ao número de infectados. Já o levantamento dos casos por internação hospitalar atingiu 13 pessoas, o que representou 0,02% do total, e o dos óbitos se mantiveram em 8 casos, ou seja, representando 0,01% dos trabalhadores presentes nos canteiros. Importante ponderar também que não há como afirmar se os casos confirmados foram provenientes de contaminação nos canteiros das obras. A amostra contou com a participação de 36 empresas e representa grande parte das incorporadoras do setor. “Isso, sem dúvidas, legitima as ações que estão sendo feitas pelo segmento no sentindo de preservar a vida e garantir que o local de trabalho esteja apto para essa retomada”, explicou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco (Sindiscon-PE), Érico Furtado, que destacou ainda que, localmente, o setor já preparou uma cartilha em que sugere cuidados e métodos de prevenção contra a doença. Esse raio X aconteceu em todos os estados do País, exceto em Pernambuco e no Piauí – pois foram impedidos pelos governos de continuar com a operação durante a pandemia. “A conclusão que tiramos é que o pequeno índice de contágio nos canteiros das obras não aconteceu em razão apenas do isolamento, mas de ações efetivas de prevenção. Com a economia estagnada, precisaremos conviver com a doença sem esquecer da vida e também dos milhares de empregados pelos quais somos responsáveis”, complementou o presidente da Associação das Empresas Imobiliárias de Pernambuco (ADEMI), Gildo Vilaça. A mesma pesquisa sinalizou que 55 mil trabalhadores seguiram ativos nos canteiros durante a pandemia. DADOS DO SETOR A retomada em sua plenitude da construção civil é fundamental para evitar o efeito dominó do desemprego. Dados do Caged revelam que o setor sofreu com um saldo negativo de 3.047 postos de trabalho em Pernambuco, apenas no mês de abril. Vale reforçar que a indústria da construção civil no Estado vem sofrendo bastante com os efeitos da pandemia, tendo em vista que foi o único setor impedido de atuar durante o isolamento por ser considerado um serviço não essencial, penalizando mais 11 setores produtivos do Estado.

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Guedes promete a criar programa de renda mínima após a pandemia

Da Agência Brasil O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo federal criará um programa de renda mínima permanente, após a pandemia do novo coronavírus (covid-19), batizado de Renda Brasil. O ministro disse ainda que será criado um programa para geração de empregos formais, com a retomada do projeto Carteira Verde e Amarela. “Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho”, disse Guedes durante reunião ministerial coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o ministro, haverá a unificação de vários programas sociais para a criação do Renda Brasil, que deve incluir os 38 milhões de beneficiários do auxílio emergencial, de três parcelas de R$ 600, pago em razão da pandemia da covid-19. O ministro Paulo Guedes confirmou ainda que o auxílio emergencial será prorrogado por mais dois meses, conforme já havia sido anunciado por Bolsonaro e que, durante esse tempo, o setor produtivo pode se preparar para retomar as atividades, com a adoção de protocolos de segurança. “E depois [a economia] entra em fase de decolar novamente, atravessando as duas ondas [da pandemia e do desemprego]”, disse Guedes. A 34ª Reunião do Conselho de Governo, que aconteceu nesta terça-feira (9) no Palácio da Alvorada.

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HSBS oferece minicurso online gratuito de introdução à LGPD

A HSBS está com oportunidade para os profissionais de todas as áreas para entender o funcionamento e diretrizes básicas expostas na Lei Geral de Proteção de Dados. A empresa do Grupo Nagem oferecerá um minicurso online introdutório sobre LGPD no próximo dia 11 de junho, das 14h às 16h30. Tudo de graça e com certificação de participação. “A iniciativa é uma oportunidade de economia na qualificação não só de um setor, mas de toda a empresa, já que futuramente elas precisarão dessa evidência de que buscaram essa conformidade com a Lei”, explica o especialista em Sistemas da Informação e DPO ( Data Protection Officer) com certificação internacional, André Alves. Entre os assuntos que serão abordados para que as empresas estejam prontas quando a LGPD entrar em vigor - além de envolver os diversos setores (gestão, RH, atendimento ao cliente, vendas, TI e mais) em uma necessária ação conjunta - , estão o entendimento da Lei e do que ela trata; principais diretrizes e multas e sanções previstas. As inscrições podem ser feitas até o dia 11 de junho, dia do minicurso, através do link https://bit.ly/aprendalgpd

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Fique em casa, mas não fique parado

Entre os efeitos colaterais das medidas de isolamento social adotadas para conter a COVID-19 está o aumento do sedentarismo, que pode contribuir para a deterioração da saúde cardiovascular mesmo em curtos períodos de tempo. Idosos e portadores de doenças crônicas tendem a ser os mais afetados. O alerta foi feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) em artigo de revisão publicado no American Journal of Physiology. Segundo os autores, o apelo feito por governantes e profissionais da saúde para que as pessoas “fiquem em casa” é válido na atual conjuntura, sem dúvida. Mas deve vir acrescido de uma segunda recomendação: “não fiquem parados”. “Uma pessoa precisa fazer ao menos 150 minutos de atividade física moderada a intensa por semana para ser considerada ativa, de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde [OMS] e das sociedades médicas. O uso de academias e centros esportivos ficará limitado nos próximos meses, mesmo após o fim da quarentena. A atividade física realizada no ambiente domiciliar surge como uma alternativa interessante”, afirma Tiago Peçanha, bolsista da FAPESP de pós-doutorado e primeiro autor do artigo, que apresenta uma série de evidências científicas relacionadas ao impacto de curtos períodos de inatividade física sobre o sistema cardiovascular. Alguns dos estudos avaliados mostraram, por exemplo, que manter uma pessoa acamada durante 24 horas pode induzir atrofia cardíaca e redução significativa no calibre dos vasos sanguíneos em um período que variou entre uma e quatro semanas. Peçanha ressalta se tratar de um modelo agressivo, que não representa o que ocorre durante a quarentena. “Mas há outros experimentos relatados no artigo que são bastante representativos”, diz o pesquisador. Em um deles, voluntários foram induzidos a reduzir de 10 mil para menos de 5 mil o número de passos diários durante uma semana. Ao final, notou-se redução no diâmetro da artéria braquial (principal vaso do braço), perda da elasticidade dos vasos sanguíneos e danos ao endotélio (camada de células epiteliais que recobre o interior das veias e artérias). Há ainda experimentos em que os voluntários foram mantidos sentados continuamente durante períodos que variavam entre três e seis horas. O tempo de inatividade foi suficiente para promover alterações vasculares, aumento nos marcadores de inflamação e no índice glicêmico pós-alimentação. “Essas primeiras alterações observadas nos estudos são funcionais, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos dos voluntários saudáveis passaram a funcionar de forma diferente em resposta à inatividade física. Caso a situação se prolongue, porém, a tendência é que se transformem em alterações estruturais, mais difíceis de reverter”, explica o pesquisador. Se indivíduos saudáveis podem correr atrás do prejuízo – literalmente –, o impacto do sedentarismo prolongado tende a ser nefasto para pessoas com doenças cardiovasculares e outras condições crônicas de saúde, como diabetes, hipertensão, obesidade e câncer. No caso dos idosos pode também agravar a perda generalizada de massa muscular – quadro conhecido como sarcopenia – e aumentar o risco de quedas, fraturas e outros traumas físicos. O grupo da FM-USP publicou artigo a respeito no Journal of the American Geriatrics Society. “Essas populações mais vulneráveis aos efeitos do sedentarismo também integram o grupo de risco da COVID-19 e, portanto, precisarão se resguardar em casa durante os próximos meses. O ideal é que encontrem estratégias para se manterem ativas, seja realizando tarefas domésticas, caminhando até o jardim, subindo escadas, brincando com os filhos ou dançando na sala. As evidências científicas indicam que a prática de exercícios no ambiente domiciliar é segura e eficaz para controlar a pressão, melhorar as taxas lipídicas, a composição corporal, a qualidade de vida e de sono”, afirma Peçanha. Para os pacientes de maior risco, principalmente aqueles não habituados à prática de exercícios, o pesquisador recomenda supervisão por profissionais de saúde, ainda que a distância, por meio de câmeras, aplicativos de celular e outros dispositivos eletrônicos. “Estudos mostram que as pessoas tendem a aderir melhor à atividade física quando se cria um ambiente on-line que favoreça o suporte social e a interação entre os praticantes.” Novas evidências Dados divulgados nos últimos meses por empresas que comercializam relógios inteligentes e aplicativos para monitoramento de atividade física indicam queda no número de passos diários de seus usuários desde o início do confinamento. “A norte-americana Fitbit, por exemplo, apresentou em seu blog, em 22 de março, dados de 30 milhões de usuários que mostraram uma redução entre 7% e 33% no número de passos dados por dia. No Brasil, há um levantamento feito pelo pesquisador Raphael Ritti-Dias pela internet com mais de 2 mil voluntários. Mais de 60% afirmam ter reduzido seu nível de atividade física após o início da quarentena”, conta Peçanha. “Essas ainda são evidências preliminares, mas há estudos em andamento que visam medir o efeito para a saúde da inatividade física durante a quarentena.” Uma dessas iniciativas está sendo conduzida na FM-USP, pelo grupo vinculado ao Projeto Temático “Reduzindo tempo sedentário em populações clínicas: o estudo take a stand for health”, coordenado pelo professor Bruno Gualano, coautor do artigo publicado no American Journal of Physiology. “Acompanhamos alguns grupos clínicos no âmbito do Temático, como mulheres com artrite reumatoide, pacientes submetidos a cirurgia bariátrica e idosos com comprometimento cognitivo leve. O objetivo é induzir o aumento da atividade física nessas populações por meio de ações do cotidiano, como passear com o cachorro ou descer dois pontos antes ao andar de ônibus, e avaliar os efeitos na saúde”, conta Peçanha. Agora, durante a quarentena, os pesquisadores têm monitorado mais assiduamente o grupo das mulheres com artrite reumatoide para medir o nível de atividade física e comparar com o do período anterior ao confinamento. “As pacientes estão usando acelerômetros [dispositivo que permite medir a atividade física e distância percorrida pelo indivíduo durante um período de tempo] em casa e ligamos com frequência para saber como está a qualidade de vida e a nutrição. Um grupo de pesquisadores vai até a residência para fazer medidas de peso, composição corporal, pressão e coleta de sangue”, explica. Metade das voluntárias será submetida a uma intervenção

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Muhne lançará plataforma digital de fomento à arte popular nordestina

Para dar visibilidade aos artesãos e artesãs, a Fundação Joaquim Nabuco, por meio do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), lançará em julho o projeto “Artesão em Rede”, 1ª etapa. Será uma plataforma digital integrada ao site da Fundaj que promoverá o acesso e o conhecimento da população à arte popular da região Nordeste. Já a 2ª etapa terá o nome de “Arte em Rede”. A ideia é a mesma, mas nesse segundo momento haverá a divulgação de artistas plásticos e outros tipos de arte. A data do lançamento ainda não foi definida pela instituição. “O projeto digital vai enriquecer e ampliar ainda mais o acervo da casa. A plataforma que está sendo desenvolvida é uma ferramenta de pesquisa, divulgação e reconhecimento dos trabalhos artísticos nordestinos. O exercício da arte pode ser representado através de várias formas, como iremos mostrar na plataforma”, afirmou o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Em seu site, a Fundaj disponibilizará uma aba exclusiva para o “Artesão em Rede”, onde o público terá informações sobre artesãos e artesãs nordestinos e suas respectivas obras. A plataforma ainda permitirá que o artesão ou a artesã faça um autocadastro para a divulgação da sua ficha técnica e esculturas. A ideia da ação é justamente mostrar os trabalhos artesanais artísticos e estimular a venda de peças, além da criação de um banco de dados com as informações dos mestres e das mestras. Com isso, é possível fazer um mapeamento das diversas tipologias do artesanato e arte popular. “O projeto é de inclusão. O intuito é ajudar a fomentar o comércio da arte popular, fazendo com que a população chegue mais próximo do artesão/sã. Vamos criar uma plataforma que o artesão pode se autocadastrar. Com isso, faremos uma primeira seleção dos artesãos e depois disponibilizaremos no site da Fundaj para o público em geral. A outra questão é que o site não é momentâneo, ele vai além por ter todo um processo de cadastro e seleção. Então, pretendemos torná-lo permanente”, destacou o coordenador do Museu do Homem do Nordeste, Fred Almeida. A partir de uma seleção prévia, o projeto “Artesão em Rede” também possibilitará a realização de exposições virtuais pelo Museu do Homem do Nordeste. A instituição é responsável por proporcionar ações educativas e culturais voltadas para o interesse público, destacando-se o incentivo e a promoção da produção artística da cultural popular e do artesanato. “Além de aproximar o contato entre a população e o artesão, a plataforma é um facilitador para o desenvolvimento do museu, até porque a arte popular é um dos nossos temas. Com o projeto, podemos fazer exposições e toda uma catalogação dos artesãos de todo o Nordeste”, pontuou Fred Almeida.

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No mundo todo, 153 fármacos são testados em pacientes com COVID-19

Levantamento feito nas principais bases de dados sobre ensaios clínicos do mundo revela que 153 fármacos estão sendo testados em 1.765 estudos com pacientes que contraíram COVID-19. O número revela a dimensão do esforço científico global em curso para combater a doença, que conta ainda com outras frentes, como a compreensão dos mecanismos moleculares da infecção, o desenvolvimento de vacinas e a geração de dados epidemiológicos sobre a pandemia, por exemplo. Pesquisas relacionadas à busca de medicamentos e vacinas contra o novo coronavírus serão o tema do seminário on-line “Vetores saudáveis: Desenvolvimento de Medicamentos e Vacinas para a COVID-19 e os Desafios em Saúde no Brasil”, que será realizado nesta quarta-feira (10/06) pela Universidade de São Paulo (USP) e a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). O evento terá como expositores o médico Drauzio Varella; o pesquisador Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e diretor executivo da Aciesp; e Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). “Uma análise cuidadosa dos 1.765 estudos em andamento revelou algumas surpresas e curiosidades. Entre as 153 substâncias químicas registradas nos testes clínicos há antivirais, antiparasitários e medicamentos desenvolvidos para diferentes condições”, diz Andricopulo, responsável pelo levantamento. Foram analisados dados das quatro principais bases on-line de estudos clínicos do mundo: Clinical Trials, mantida pelos National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos (1.001 registros); EU Clinical Trials Register, da União Europeia (51 registros); ISRCTN, que segue diretrizes da Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos (ICTRP), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas ICMJE (39 registros), e Chinese Clinical Trial Registry, da China (674 registros). Estudos brasileiros e de outros continentes são registrados em algumas dessas bases. Andricopulo é pesquisador e coordenador de transferência de tecnologia do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID apoiado pela FAPESP no IFSC-USP. O centro busca atualmente potenciais antivirais para o tratamento de COVID-19 entre compostos sintéticos e produtos naturais da biodiversidade brasileira, além de realizar estudos voltados ao reposicionamento de fármacos já existentes (leia mais em: agencia.fapesp.br/33270/) . Diversidade de medicamentos Pela metodologia conhecida como reposicionamento de fármacos, são testadas moléculas já aprovadas para outras doenças ou que estão em fase avançada de testes clínicos. Por isso, entre as 153 moléculas que estão sendo avaliadas para a COVID-19, há uma grande diversidade de classes terapêuticas. Os antivirais aparecem na liderança, com 26 candidatos. Outros 18 são medicamentos anticâncer, 14 imunossupressores, 13 anti-hipertensivos, 12 antiparasitários e 12 anti-inflamatórios. Entre os outros 58 candidatos estão antibióticos diversos, antiulcerosos, anticoagulantes, antidepressivos, antipsicóticos, vasodilatadores, antidiabéticos, corticosteroides e redutores de colesterol. Um dos mais promissores, até agora, é o antiviral remdesivir, desenvolvido originalmente para combater o vírus ebola. O medicamento, no entanto, tem a desvantagem de só poder ser administrado na forma injetável. Por isso, duas outras moléculas têm se destacado como alternativas superiores a ele. A EIDD-2801 ataca a mesma enzima viral que o remdesivir, mas pode ser administrada por via oral, em comprimidos. Além disso, os testes realizados até agora mostram que ela pode ser mais eficaz contra as formas mutantes do vírus, evitando a criação de resistência ao medicamento. Outra molécula semelhante e mais simples, a EIDD-1931, atrapalha o processo de transcrição do material genético do vírus, levando à interrupção da replicação. O pesquisador ressalta, porém, que não há vacina nem medicamento específico aprovado para a COVID-19 e que, por isso, o levantamento acende um sinal de alerta. “Ainda estamos distantes de alcançar um tratamento com 100% de eficácia e é pouco provável que isso ocorra no curto prazo. E a pouca eficácia dos medicamentos em investigação clínica sugere que o tratamento da COVID-19 deva ser feito com uma combinação de fármacos, de acordo com a avaliação do quadro e das condições de cada paciente”, diz. O webinar terá abertura de Sylvio Canuto, pró-reitor de pesquisa da USP; Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) e presidente da Aciesp e Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. A mediação do debate será do jornalista Herton Escobar. O evento poderá ser acompanhado pelo site do IEA: www.iea.usp.br/aovivo. André Julião | Agência FAPESP

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Tullio Ponzi: "As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho"

O isolamento social esvaziou as cidades e expôs a necessidade de uma série de adaptações urbanas para o período Pós-Covid 19, em que haverá um maior relaxamento da quarentena, mas ainda sem a descoberta da vacina. Novos hábitos e inovações no espaço público poderão transformar as cidades do mundo inteiro. Sobre essas tendências, o repórter Rafael Dantas conversou com o Secretário de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, Tullio Ponzi. Ele fala sobre a experiência da capital pernambucana no enfrentamento da disseminação do novo coronavírus e apresenta algumas das mais significativas mudanças que as metrópoles globais estão promovendo no "novo normal". Confira! A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . Você tem trabalhado nos últimos anos com inovação urbana. As cidades e metrópoles tem características que são inconciliáveis com um cenário de prevenção de pandemias, visto que é baseada sempre em aglomerações. Que tendências urbanas o mundo já tem apontado para as cidades no "novo normal" pós Coronavírus? Até o surgimento de uma vacina ou de um tratamento eficaz, vai ser fundamental a humanidade aprender a conviver com o Coronavírus. São novos comportamentos, hábitos, valores, formas de se relacionar que pautarão esse novo mundo. Ele nos apresenta muitas incertezas, mas também muitas oportunidades. É como se o coronavírus fosse uma aceleradora de futuro. E sob a perspectiva das cidades não é diferente. A tendência mais marcante que se vê mundo afora é a da resiliência urbana, a adaptabilidade dos espaços urbanos, cada vez mais flexíveis, híbridos e “ressignificáveis”. Algumas cidades resolveram apostar na mobilidade ativa e na ressignificação de vazios urbanos. Quase que um “open” das ruas para as pessoas. Que passaram semanas em Lockdown e gritavam por essa necessidade de espaço urbano ou até mesmo descobriram que tinham. É como se as cidades mais do que nunca assumissem um papel de produtor de Oxitocina, o hormônio da felicidade nas pessoas. . Na prática, como têm sido essas experiências? São basicamente soluções urbanas estruturantes já previstas em planos de longo prazo, experimentais, com potencial de se tornarem definitivas, ou até mesmo transitórias, mas que de alguma forma estimulem uma mudança de comportamento coletivo para uma cidade mais sustentável.   Ações que dialogam com a necessidade do distanciamento social e estimulam as pessoas a viver a cidade, caminhar, pedalar, ou até mesmo trabalhar a pé ou de bicicleta, a exemplo de Paris que criou “a cidade a 15 minutos”, ou Bogotá que ainda durante a pandemia expandiu sua malha cicloviária provisória. É o carro de uma vez por todas perdendo espaço, a exemplo de Londres com a ampliação das Zonas Livres de Carros, só permitindo pedestres, ciclistas e o transporte público. . Quais outras iniciativas globais você destacaria? Uma das iniciativas mais interessantes por conta da escala já alcançada, do baixo custo, da facilidade de implantação e do alto impacto, é nos Estados Unidos. Em Seatle e Oakland com programas de fechamento provisório de ruas nos finais de semana para atividades de lazer e convivência, priorizando a escolha a partir da ausência de praças e parques nas proximidades. Chama atenção também urbanismo tático em Barcelona de alargamento das calçadas, e sinalizações lúdicas de caráter pedagógico e educativo, a fim de manter o distanciamento social, especialmente em lugares que possam gerar aglomeração, a exemplo de terminais ou locais de contemplação. . Você acredita que as transformações na vida urbana pós-pandemia poderá influenciar a decisão de onde as pessoas irão morar? A médio prazo, além do home-office, acredito que as pessoas tenderão a morar mais perto do seu trabalho, ir a pé trabalhar ou fazer tudo a pé. E os Bairros serão gradativamente redesenhados, cada vez mais uma bairro com todos os serviços, presencial ou online, ou seja, que funcione, mas que também aproxime as pessoas. Em resumo, é como se do ponto de vista urbano, a gente aqui no Recife tivesse uma janela de oportunidade para antecipar algumas metas do Recife 500 anos, nosso plano de Desenvolvimento de Longo Prazo. De antecipar o futuro para o presente. . A pandemia expôs mais do que nunca o drama das periferias, de falta de saneamento, acesso à água, entre ouros fatores. Nesse cenário pós-auge da pandemia o que pode e deve ser feito para garantir mais segurança sanitária para essas pessoas, visto que temos a expectativa de novas ondas da Covid-19 e também de outras pandemias? A dignidade de quem mora nas comunidades e a urbanização das favelas do Brasil mais do que uma agenda do Governo Federal, precisa ser um projeto de Nação. É um problema secular, que se arrasta há décadas e precisa ser de uma vez por todas priorizado. Não é apenas sobre tomar uma decisão política e investir algo, ainda que seja mais do que sempre se investiu, é sobre sabermos quando vamos realmente resolver, pra cada real a mais ou a menos investido. Não interessa se o investimento será público ou privado. O que interessa é que aconteça, que se priorize. Que se faça os dois. Aliás, a falta de saneamento, de acesso à água, e todos os outros problemas que existem nas periferias do Brasil, de infraestrutura e habitabilidade urbana, não são nem de direita, nem de esquerda. É preciso um Estado Social forte. O que não significa ser um estado anacrônico. Veja, não me refiro a tamanho, se mínimo, se máximo, também não interessa. O que interessa é a solução que o Estado apresenta para cada desafio. E nesse ainda o Estado brasileiro não apresentou.   Como tem sido a experiência do Recife no enfrentamento à Covid-19 em relação ao estímulo ao isolamento social? Aqui no Recife firmamos uma parceria com o ONU-Habitat, pioneira em todo Brasil, que aposta no engajamento comunitário para a conscientização sobre a importância do isolamento social, uso das máscaras, lavar as mãos e higienização. As ações foram realizadas pelos próprios moradores, que também fizeram novas

Tullio Ponzi: "As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho" Read More »