Mercado financeiro estima inflação de 3,47% para 2020
As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país – caiu de 3,56% para 3,47%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do BC, que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos. Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 3,75%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,50% em 2022 e 2023. A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Selic Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com o boletim, a Selic deve cair para 4,25% ao ano até o fim de 2020. Quando o Copom reduz a Selic, como espera o mercado financeiro, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já a manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação. Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. Para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os períodos em 6,5% ao ano. Atividade econômica A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – se mantém em 2,31% para 2020. As estimativas das instituições financeiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%. A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,10 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021. (Da Agência Brasil)
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Pera do Vale do São Francisco chega à Serra Gaúcha
Uma tonelada de pera produzida no Projeto Público de Irrigação Nilo Coelho, em Petrolina, no Submédio São Francisco, foi enviada para o município de Farroupilha, na Serra Gaúcha. A pera é uma fruta de clima temperado, mas o seu cultivo no semiárido pernambucano é resultado de uma parceria firmada há dez anos entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Ao longo dos anos de pesquisa nós colhemos importantes resultados que nos mostram que é possível produzir pera em grande escala no Vale do São Francisco. Alguns anos atrás nós já víamos que a produção poderia chegar a cerca de 60 toneladas por hectare no quarto ano de cultivo, com possibilidade de duas safras-ano”, disse o engenheiro agrônomo da Codevasf Osnan Ferreira. O produtor Teófilo Ferreira, do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, plantou as primeiras 200 plantas de pera há sete anos. “Nós iniciamos com poucas plantas. Com a ajuda da Codevasf e Embrapa, fomos aprendendo. Fomos para 400 plantas, um hectare e, recentemente, expandimos para 2,3 hectares. Nós plantamos a pera triunfo e estamos gostando muito do resultado. A fruta é boa e, como se diz aqui, não dá pra quem quer”, afirmou. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a pera é a terceira fruta de clima temperado mais consumida no país, mas cerca de 95% do consumo nacional é importado. Para atender o mercado interno, o volume de importações chega a 217 mil toneladas. “Os resultados que já temos no Vale do São Francisco mostram que é possível aos produtores do nordeste brasileiro começarem a atender essa demanda”, avaliou o engenheiro agrônomo da Codevasf. Além da pesquisa com pera, a parceria entre Codevasf e Embrapa possibilitou o cultivo de outras frutas historicamente produzidas em regiões de clima temperado, como maçã e caqui, mas que já apresentam bons resultados no semiárido nordestino. No caso da maçã, que também é cultivada em lotes do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, prospecções apontam para uma produtividade de 40 toneladas por hectare. “A introdução de novas culturas nos projetos de irrigação da Codevasf permite aos produtores diversificar a exploração agrícola, tornando cada vez mais sustentável a atividade”, destacou o diretor da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Napoleão Casado. Culturas alternativas em áreas irrigadas O projeto “Introdução e avaliação de cultivos alternativos para as áreas irrigadas do semiárido brasileiro”, desenvolvido pela Embrapa e financiado pela Codevasf, teve início há dez anos. O objetivo era descobrir a viabilidade da produção de frutas típicas de clima frio no Vale do São Francisco. O investimento nas pesquisas foi de aproximadamente R$ 500 mil por ano. “A função primordial da Codevasf é promover o desenvolvimento dos vales do São Francisco e do Parnaíba. O financiamento desse tipo de pesquisa é essencial para o desenvolvimento da nossa região. Isso gera renda, diversifica a produção, dá emprego para o nosso povo e ainda gera riqueza para o país”, comentou o superintendente regional da Codevasf em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro. Foram realizados experimentos com pereira, macieira, caquizeiro, cacaueiro e outras culturas típicas de clima temperado nos projetos públicos de irrigação Senador Nilo Coelho e Bebedouro, ambos implantados pela Codevasf em Petrolina. As culturas escolhidas para os estudos foram aquelas produzidas sob irrigação e com bom potencial de retorno econômico. (Da Codevasf)
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Terça do Vinil desembarca no Carnaval do Marco Zero
O resgate à Música Popular Brasileira e uma verdadeira garimpagem de sons produzidos em Pernambuco e no país marcam o som que sai das pick-ups de Juniani Marzani, mais conhecido como DJ 440, desde a fundação da Terça do Vinil, projeto itinerante que conquistou os amantes da boa música há 12 anos. Na Terça-feira de Carnaval (25 de fevereiro), o projeto desembarca no Marco Zero e promete colocar foliões e turistas para dançar durante a noite de despedida do maior Carnaval de rua do Brasil. A iniciativa é inédita e vai levar, pela primeira vez, uma festa para integrar a programação do principal polo do Recife na folia momesca. As seletas de Juniani prometem incendiar a pista do Marco Zero em diversas apresentações ao longo da noite com duração de 20 minutos cada, costurando os shows Lenine, Alceu Valença, Elba Ramalho e Spok. O projeto, que busca promover o acesso à cultura do Vinil, aposta em sonoridades como samba, samba-rock, chorinho, guitarradas, carimbó, frevo e forró, entre outros tantos ritmos brasileiros. Com um acervo de mais de 3.600 discos, entre eles títulos nacionais raros, 440 promete uma seleta dançante para embalar o público e reafirmar o amor ao, como ele diz, "melhor da música brasileira imperecível”, para fechar a despedida da folia em grande estilo. A terça do Vinil – A festa surgiu em 2007, quando Juniani Marzani se reuniu com uns amigos para comemorar uma demissão de um emprego formal e escutar uma boa música numa antiga vitrola. Da brincadeira surgiu o início de um dos projetos mais representativos da sua carreira como DJ 440, que acumulou uma longa trajetória de iniciativas ligadas, prioritariamente, à pesquisa e difusão da música brasileira. Assim nasceu a Terça do Vinil. O projeto já ocupou vários espaços públicos de Olinda e Recife, além de várias cidades brasileiras, vindo a ganhar prêmios de melhor festa da cidade (Veja 2014, 2017), e a se tornar parte integrante do calendário turístico de Pernambuco, citada em diversas publicações nacionais de companhias aéreas que indicam destinos aos turistas que visitam o estado. Hoje, o projeto acumula 12 anos em exercício ininterruptos, e depois de percorrer vários locais em Pernambuco, também apresentou a música tropical brasileira pelo continente europeu no ano de 2018 e 2019, percorrendo as cidades de Madri, Barcelona, Lisboa, Porto, Paris e Berlim, além de chegar também aos Estados Unidos, se apresentando em Nova Iorque e Miami. Informações para a imprensa Todas as informações sobre o Carnaval do Recife estão disponíveis em https://site.carnavalrecife.com/. Imagens para uso livre dos meios de comunicação estão disponíveis em https://www.flickr.com/photos/prefeituradorecife
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MV lança o Command Center
A MV inaugurou na semana passada o primeiro Command Center de gestão em saúde do País. A estrutura faz parte de um suporte em gestão que faz uso de tecnologia baseada em algoritmos e inteligência robotizada para comunicar com sistemas implantados em hospitais e demais serviços de saúde. Uma equipe de especialistas da empresa estará à frente de uma grande central de informações para contato permanente com salas de controle montadas nos clientes. Ao fornecer esse auxílio em termos de eficiência, produtividade, qualidade e resultados assistenciais e econômicos, o Command Center MV promete acompanhar parâmetros para o alcance de alta performance exigidos pelo setor. “A complexidade da gestão, estabelecida pelo aumento contínuo dos custos, pelo envelhecimento populacional, pela necessidade intransferível do uso ostensivo de tecnologias, pelos controles finos da operação e pelo domínio das estratégias, representa um cenário que exige das instituições mais eficiência e melhores resultados econômicos. Assim, pelo conhecimento que temos do mercado, esse é o melhor caminho para apoiarmos nossos clientes a terem sucesso na difícil arte de fazer gestão”, comenta Alceu Alves, que há mais de 40 anos trabalha com gestão hospitalar e atualmente é vice-presidente da MV. A partir do monitoramento em tempo real das rotinas operacionais do cliente, o Command Center MV identifica os desvios dos padrões previamente estabelecidos e realiza a comunicação imediata da ocorrência para que haja as correções necessárias. Médicos, enfermeiros, administradores, farmacêuticos, bioquímicos e especialistas em faturamento, controladoria e processos de gestão estarão focados na análise de comportamentos e na necessidade de suporte a ações imediatas que levem hospitais e demais serviços de saúde a outro patamar. . “Para uma instituição montar estrutura semelhante a do nosso Command Center, o custo pode ser inviável. O novo serviço da MV, então, torna-se revolucionário e coerente com o nosso compromisso, a nossa história de pioneirismo e o nosso desejo de salvar vidas e de inaugurar um jeito mais eficiente e eficaz de fazer gestão, de promover sustentabilidade e de garantir a evolução da Saúde”, comentou o presidente da empresa, Paulo Magnus.
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Museu da Cidade do Recife lança Catálogo do Acervo Cartográfico
Um conjunto formado por 1.898 artefatos gráficos salvaguardados pelo Museu da Cidade do Recife - MCR, datados do final do século XIX ao século XX, será lançado em catálogo online e impresso, acompanhado por DVD, no dia 30 de janeiro, às 19h. O Catálogo do Acervo Cartográfico do MCR ficará disponível para download gratuito no site da instituição e será comercializado na loja do museu por R$ 30 reais, cuja venda será revertida para ações de preservação das coleções do MCR. O evento, aberto ao público e com acessibilidade em Libras, contará com a palestra “Cartografia do Recife: um acervo para a cidade”, ministrada pela equipe do museu e do projeto. Idealizado pelo pesquisador, fotógrafo e produtor cultural Josivan Rodrigues, o Catálogo do Acervo Cartográfico do MCR é fruto do incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - FUNCULTURA, da Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. Além de mapas e cartas, compõem o conjunto projetos urbanísticos (a exemplo da Praça de Casa Forte e o Parque 13 de Maio), arquitetônicos (Teatro de Santa Isabel e Biblioteca de Casa Amarela) e de mobiliário, gravuras e cartazes, entre outras tipologias. A mídia DVD incorporada à publicação impressa trará consigo todas as 1.898 imagens digitalizadas no Inventário do Acervo Cartográfico do MCR, assim como os seus respectivos índices, organizados por número de tombo, descrição e autor. De acordo com Josivan Rodrigues, se trata de um convite à sociedade para conhecer mais essa coleção que apresenta testemunhos essenciais da história social e cultural do Recife. "O catálogo impresso reúne uma amostra da diversidade deste acervo, com cinquenta artefatos reproduzidos em suas 52 páginas; já o DVD vem com a coleção completa. Os documentos, já reconhecidos por pesquisadores, podem agora ter seu público ampliado. Esse projeto é importante pois promove o acesso remoto ao passo que resguarda os originais do manuseio constante. Através do catálogo, será possível filtrar quando é realmente necessário ter em mãos os originais", explica o pesquisador. No plano de ação do projeto, está prevista como contrapartida a distribuição gratuita de parte da tiragem para bibliotecas e instituições públicas de ensino. Betânia Corrêa de Araújo, diretora do Museu da Cidade do Recife, assinala: o catálogo deverá ser utilizado pela equipe educativa da instituição nos próximos anos. "Agora é hora de comemorar e compartilhar o resultado, e também de arregaçar as mangas para as futuras - e incontáveis - etapas!", explica. A publicação a ser lançada foi precedida pelo trabalho de inventário e catalogação dos documentos, projeto também idealizado por Josivan Rodrigues com incentivo do Funcultura, quando foram detalhadamente observadas, descritas e digitalizadas as peças da coleção. Esta fase, por sua vez, foi antecedida pelo trabalho de higienização, planificação e acondicionamento realizado com o apoio da Caixa Econômica Federal. "Esse acervo documenta a mentalidade de cada época e como a cidade era pensada em determinados períodos. A maioria do nosso acervo é do século XX, e através dele é possível perceber as inúmeras mudanças pelas quais a cidade passou em prol do melhoramento urbano", orienta Sandro Vasconcelos, historiador do Museu da Cidade do Recife, responsável por coordenar a classificação, o inventário e a catalogação de todo o projeto. O pesquisador salienta a extrema importância da parceria da instituição com a sociedade civil em trabalhos do gênero. "Resultados como esse contemplam cada vez mais o público em geral. A possibilidade de criar desdobramentos a partir do acervo demonstra a capacidade do museu em levar adiante o compromisso de manter, preservar e divulgar os acervos. Quanto mais projetos assim, mais oportunidades de devolver para a sociedade produtos utilizáveis tanto para conhecimento, quanto para ideias lúdicas". Vasconcelos é mestre em história e coordenador do Núcleo de Pesquisas José Antônio Gonsalves de Mello do MCR. MUSEU DA CIDADE DO RECIFE Em quase 400 anos de existência, o Forte das Cinco, além de fortaleza, foi depósito, prisão e quartel militar. Desde 1982 é o Museu da Cidade do Recife e, devido a indicação da Unesco, pode se tornar patrimônio cultural mundial da humanidade. O acervo cartográfico do Museu da Cidade do Recife abrange 1.898 peças, já o acervo fotográfico é formado por mais de duzentas mil imagens. A quantia de 9.875 itens compõe o acervo arqueológico e tridimensional do equipamento cultural enquanto 2.126 títulos, entre livros e periódicos, estão disponíveis para consulta presencial no Núcleo de Pesquisas José Antônio Gonsalves de Mello, cujo acervo bibliográfico relaciona-se à arquitetura, história, cultura, artes, etc. Com entrada gratuita, o museu funciona de terça a sábado das 9h às 17h e aos domingos das 9h às 16h. O agendamento de escolas, universidades, faculdades, ONGs e outros grupos distintos deve ser realizado através do telefone (81) 3355-9558 ou pelo e-mail educativomcr@gmail.com, com a observação de que as visitas de agrupamentos não são realizadas aos domingos. SERVIÇO Lançamento do Catálogo do Acervo Cartográfico do Museu da Cidade do Recife e palestra “Cartografia do Recife: um acervo para a cidade” Quinta-feira, 30 de janeiro de 2020, às 19h. Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas, s/n, São José) Informações: (81) 3355-3108 Acesso gratuito. Valor do catálogo: R$ 30. 52 páginas, 21 x 21 cm, com DVD anexo.
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Telhado Verde e proteção social para jovens do Centro
Quem atravessa apressado pela Avenida Sul, pode passar sem perceber pelo casarão onde funciona a Comunidade dos Pequenos Profetas (CPP). Em contraste com o aspecto abandonado e com pouca vida de tantos edifícios no seu entorno, essa construção traz um “respiro” social e ambiental ao Bairro de São José. Na estreia do selo “Soluções Urbanas Criativas”, em que a Algomais passará a destacar iniciativas de alto potencial para revitalizar espaços urbanos, destacamos o projeto Telhado Eco Produtivo – semeando novos horizontes, que desenvolve uma produção agroecológica para a organização. A experiência, já reconhecida internacionalmente, faz um mix da promoção da alimentação saudável com a preservação do verde na cidade e a recuperação de jovens em condição de altíssima vulnerabilidade social. A história desse projeto se confunde com a do seu presidente Demetrius Demetrio. Ainda na juventude, após conhecer Dom Helder Camara e um projeto de apoio a moradores de rua, ele decidiu se dedicar a uma comunidade com a finalidade de recuperar crianças e adolescentes que cometem atos infracionais nas ruas do Recife. Trabalhar com esse público, no entanto, atraiu preconceito e rejeição ao casarão. O local já foi alvo de sete arrombamentos, sem que nenhum objeto de valor tenha sido levado. “As pessoas não queriam entrar aqui. Tinham preconceito porque acolhemos um grupo de crianças que cometem atos infracionais no centro da cidade. Não percebiam que quando estavam aqui, não estavam nas ruas”, conta Demetrius. O resultado disso foram invasões noturnas, por pessoas que destruíram tudo o que havia na casa e ainda jogavam a comida armazenada no telhado. As denúncias contra esses ataques não surtiram efeito. O que interrompeu esse ciclo de violência, que tanto sofrimento causava aos integrantes da organização, foi o telhado verde. Demetrius conheceu na Espanha os jardins na parte superior dos prédios. “Para não ficar com a energia negativa aqui dentro dos assaltos, veio o insight de fazer uma produção orgânica no telhado”. Ninguém acreditou no primeiro momento. Com o apoio de uma empresa parceira, ele conseguiu parte dos recursos necessários via um projeto da Petrobras Socioambiental, com investimento de R$ 250 mil. “Quando o projeto foi concluído, ficou mais evidente o ambiental porque no Estado não tem nenhum telhado verde como o nosso. Aqui são 400 m² de horta orgânica. Isso chamou a atenção das pessoas. Estamos no Centro da cidade, mas aqui é um oásis”, conta. Alface, salsa, berinjela, pimenta, sapoti, laranja, limão, entre outras variedades são colhidas na comunidade e servem tanto para o alimento das crianças e adolescentes que frequentam o espaço, como para doação para as famílias de baixa renda que vivem na região. Antes mesmo do telhado ficar pronto, a CPP recolhia garrafas PETs do Rio Capibaribe e plantava nelas mudas para uma horta vertical. Desde a sua implantação, uma tonelada desse material plástico já deixou as águas do Recife. Hoje, essas mudas seguem para as casas dos alunos, como uma forma de estimular a agricultura urbana e orgânica no bairro. Após a instalação do telhado orgânico, as invasões ao espaço cessaram. Hoje, pelo contrário, a organização recebe visitantes de diversos lugares para conhecer a experiência. A iniciativa, focada na questão ambiental e na alimentação saudável, acabou sendo importante também para a comunicação institucional da CPP na busca de novos parceiros. Com a produção orgânica no telhado e o preparo dos pratos na cozinha da própria casa, a CPP tem incentivado jovens a atuar na gastronomia, no qual Demetrius tem formação. Daniela Rodrigues, 19 anos, participa há três anos das atividades da CPP. Moradora do bairro, ela passa a maior parte do tempo na cozinha da instituição. “Quero ser uma chef. Aprendo muito sobre culinária saudável aqui. Sonho em seguir essa carreira e trabalhar ou criar um restaurante”, afirma. Como Daniella, outros jovens do projeto têm seguido essa carreira. A iniciativa foi reconhecida em dezembro pelo Prêmio de Direitos Humanos Nacho La Mata, do Conselho Geral da Advocacia Espanhola. Quem desejar ajudar ou conhecer de perto essa experiência, pode agendar visita pelos telefones (81) 3424-7481, (81) 8863-7718 ou pelo e-mail: cppclarion@uol.com.br. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)
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Pesquisa: Pernambuco melhora na geração de emprego formal
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou que entre janeiro e dezembro de 2019, o saldo empregos formais de Pernambuco foi positivo. O balanço publicado pelo Ministério da Economia foi de 9.696 postos de trabalho. O resultado é considerado o mais elevado dos últimos seis anos. De acordo com secretária executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico do Estado, Maíra Fischer, os setores em destaque na geração de empregos em Pernambuco são da agropecuária, comércio e serviços. "Na agropecuária, por exemplo, foram criadas 3,4 mil vagas em Pernambuco. É um setor que vem crescendo de forma constante nos últimos anos", afirmou. . LEIA TAMBÉM É o fim do emprego? O futuro é pra quem tem capacidade de aprender Qual o futuro do emprego, das empresas e dos mercados? Como não perder o emprego para robôs e algoritmos? As habilidades para o emprego do futuro . Ela avalia que o setor agropecuário pernambucano naveg.ou na oportunidade de mercado aberta com a alta do dólar e a sua consequente melhor competitividade no mercado externo. "É um cenário que tem estimulado a produção e crescimento de geração de vagas no sertão do São Francisco, principalmente. A fruticultura puxou muito esse resultado". Um destaque para a nova dinâmica do mercado de trabalho é o fenômeno da interiorização das oportunidades. Dos quase 10 mil empregos gerados em 2019, apenas 1,2 mil está na Região Metropolitana do Recife. "Isso é reflexo do trabalho do Governo do Estado, há algum tempo, voltado para interiorização do desenvolvimento. Tem cidades crescendo bastante no interior. Só no Sertão foram geradas 2,3 mil vagas", exemplificou a secretária. A atração de alguns investimentos privados em 2019 também contribuiu de forma significativa para o desempenho da melhoria no estoque de empregos. Estiveram no centro das estratégias do Governo do Estado para atração de novos negócios a chegada de empreendimentos como o Novo Atacadão, a Connect Cargo, além da expansão do Grupo Itaipava e da Ambev. "Aparecimento de setores que não estavam com geração tão crescente de vagas, como logística, que contribuiu com mil novos postos, foi algo bem positivo que já conseguimos identificar", falou Maíra. Após o anúncio recorde da atração de investimentos privados no ano passado, as expectativas da secretária para 2020 são otimistas. "Vimos que muitas das frentes de trabalho realizadas no Estado na geração de investimento no ano passado já refletiram na dinâmica do mercado de trabalho. E alguns resultados, de empreendimentos anunciados em 2019, começarão a acontecer já em 2020, com mais contratações. Há uma animação no mercado, se continuar assim, temos a perspectiva de um ano muito positivo para a geração de emprego", comentou Maíra. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)
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Nanoestrutura lipídica amplia eficácia de medicamento e reduz efeitos colaterais
Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram uma tecnologia capaz de aumentar o potencial terapêutico de fármacos e vacinas: nanoestruturas lipídicas que se atraem por pontes de hidrogênio. A inovação foi criada pelo pós-doutorando Wesley Luzetti Fotoran, bolsista da FAPESP, no laboratório do professor Gerhard Wunderlich, do Departamento de Parasitologia. Fotoran modificou partículas desenvolvidas por pesquisadores coordenados por Darrell Irvine no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Estados Unidos. As partículas originais possuem múltiplas camadas e ligações covalentes. Ao trocar essas ligações por pontes de hidrogênio, Fotoran criou estruturas cinco vezes menores, com menos camadas e que se atraem mutuamente. “Isso faz com que o fármaco ou o antígeno se estabilize no interior das partículas. Além de permitir que o medicamento atue por mais tempo no organismo, as nanoestruturas também ajudam a diminuir efeitos colaterais, uma vez que reduzem em 50% a dose necessária para o tratamento”, disse o pesquisador à Assessoria de Imprensa do ICB-USP. Esses resultados foram obtidos em testes feitos com camundongos infectados com parasitas causadores de malária das espécies Plasmodium falciparum e Plasmodium berghei. Os cientistas usaram as novas partículas para carrear um medicamento clássico contra a doença, a cloroquina, por meio de injeção. Desse modo, o efeito da droga foi multiplicado por cinco. A cloroquina já não é mais usada para tratar malária devido ao alto índice de resistência. Em outro ensaio, o grupo usou a artemisinina, droga mais prescrita atualmente, e observou resultados similares. De acordo com Fotoran, as partículas originais do MIT também são funcionais porque vão se desfazendo em partículas menores. “Nossa técnica permite entregar um conjunto de estruturas menores, que chegam rapidamente ao alvo e lá permanecem por mais tempo. A grande vantagem dessas nanoestruturas é a pluralidade de aplicações. É possível usá-las para carrear qualquer tipo de agente terapêutico e no tratamento de diversas doenças”, afirmou o pesquisador. O próximo passo é testar as partículas em outros modelos de estudo. Segundo o grupo, não é possível prever quando a inovação chegará ao mercado, pois ainda são necessários mais testes in vivo. * Com informações da Assessoria de Imprensa do ICB-USP.
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Desmate de fragmento da Mata Atlântica eleva temperatura local
Elton Alisson – Estudo feito por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp) revela que, se um fragmento de Mata Atlântica de aproximadamente um hectare tiver 25% de sua área desmatada, a temperatura local aumenta 1º C. Se todo o pequeno remanescente for desflorestado, portanto, o impacto na temperatura máxima local pode chegar a 4º C. Os dados foram divulgados na revista PLOS ONE. “Conseguimos detectar efeitos climáticos de aquecimento causado pelo desmatamento de florestas nessa escala de fragmentos da Mata Atlântica, muito comuns no Sudeste do país”, disse à Agência FAPESP Humberto Ribeiro da Rocha, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e coordenador do trabalho. A investigação foi conduzida no âmbito de dois projetos: um vinculado ao Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e outro ligado ao Programa BIOTA-FAPESP. De acordo com Rocha, já havia evidências científicas de que o desmatamento de florestas tropicais promove o aquecimento do ar em escala local, mas baseadas em medidas de grandes áreas desmatadas, obtidas principalmente de estudos feitos na Amazônia. “Não havia uma informação detalhada sobre o efeito do desmatamento em pequenos fragmentos, nem estudos que levassem em conta diferentes níveis de antropização [mudanças por ação humana]”, disse Rocha, membro da coordenação do PFPMCG. A fim de suprir essa lacuna, os pesquisadores analisaram a relação entre o grau de desmatamento e o aquecimento da temperatura local em remanescentes da Mata Atlântica situados na Serra do Mar, no litoral norte de São Paulo, por meio de estimativas da temperatura da superfície terrestre (LST, na sigla em inglês). Essas estimativas da temperatura superficial são feitas a partir de dados de emissão de fluxos de calor (térmicos) em todo o globo, registrados continuamente por sensores ópticos no infravermelho, como os acoplados aos satélites do Programa Landsat, da agência espacial americana, a Nasa. Com base nesses dados, foi calculada uma média anual de temperatura superficial de dezenas de milhares de amostras de áreas da Mata Atlântica com aproximadamente um hectare e com cobertura florestal variável do nível total até o desmatamento integral. Os fragmentos florestais também apresentavam diferentes graus de antropização, com variação de 1%. Os cálculos, feitos durante o doutorado da pesquisadora Raianny Leite do Nascimento Wanderley, sob orientação de Rocha, indicaram que as áreas com menor cobertura florestal apresentam temperaturas mais altas. Cada aumento de 25% na retirada da cobertura vegetal nativa resultou no aquecimento de 1º C na temperatura local, chegando a 4º C no caso de desmatamento total. “Esse padrão detectado é interpretado como uma caracterização de impacto da perda de cobertura florestal no microclima do ambiente”, disse Rocha. Impactos na floresta Segundo os pesquisadores, os fragmentos de Mata Atlântica abrangidos pelo estudo, situados em maior altitude, têm proporcionalmente maior quantidade de carbono estocado no solo em comparação com áreas da Amazônia. Dessa forma, o desmatamento dessas áreas pode comprometer o balanço de carbono da floresta. “A Mata Atlântica, que hoje está em equilíbrio ou talvez esteja marginalmente absorvendo carbono da atmosfera, pode passar a ser uma fonte emissora”, ponderou Carlos Joly, professor da Unicamp e um dos autores do estudo. O aumento da temperatura nesses fragmentos de floresta afeta mais a respiração do que a fotossíntese das plantas. Esse efeito também contribui para a liberação de maiores quantidades de carbono da floresta para a atmosfera, afirmou Joly, que é membro da coordenação do BIOTA-FAPESP. “A combinação desses dois processos cria uma sinergia maléfica para aumentar as emissões de carbono da floresta para a atmosfera”, acrescentou. De acordo com Joly, ainda não se sabe se os efeitos do aumento da temperatura nos fragmentos de Mata Atlântica em razão do desmatamento são iguais em todas as espécies de árvores. Normalmente, são as espécies pioneiras – que sobrevivem em condições desfavoráveis devido à alta capacidade reprodutiva – que apresentam maior capacidade de resistir a mudanças de temperatura, explicou o pesquisador. “Ainda não temos condições de prever em quanto tempo, mas no longo prazo certamente o aumento da temperatura em fragmentos de Mata Atlântica causado pelo desmatamento pode influenciar, de forma diferenciada, a sobrevivência de espécies de árvores na floresta”, disse. “Pode ser que ocorra uma diminuição de espécies típicas de uma floresta madura e aumente a proporção de espécies de maior plasticidade, que, em geral, são as pioneiras ou secundárias iniciais.” Funções comprometidas Considerada uma das florestas mais ricas e ameaçadas do planeta, a Mata Atlântica ocupa hoje 15% do território brasileiro, em região que abrange 72% da população do país. Dados recentes do Atlas da Mata Atlântica indicam que foram perdidos 113 quilômetros quadrados (km2) do bioma entre 2017 e 2018. O monitoramento é feito de forma contínua pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além dos impactos na biodiversidade, o desmatamento, ainda que em escala pequena, compromete importantes serviços ecossistêmicos prestados pela Mata Atlântica, entre eles a regulação térmica, ressaltam os autores. “A floresta é importantíssima para manter as temperaturas mais amenas em escalas local e regional. A mudança em seu funcionamento pode comprometer essa função”, disse Joly. O abastecimento de água também pode ser impactado. A Mata Atlântica abriga sete das nove maiores bacias hidrográficas do país, que são as cabeceiras de rios que abastecem reservatórios responsáveis por quase 60% da produção da energia hidrelétrica e fornecem água para 130 milhões de habitantes do país. “A Mata Atlântica não produz água, mas protege as nascentes e permite o armazenamento nos reservatórios para consumo, geração de energia, irrigação agrícola e pesca, entre outras atividades”, apontou Joly. Por estar situada em áreas extremamente íngremes, como as encostas, a floresta ajuda a evitar deslizamentos de terra, muito comuns em períodos de chuvas intensas. “A remoção ou a mudança no funcionamento desses fragmentos de floresta pode diminuir muito essa proteção”, afirmou Joly. Segundo o pesquisador, o Estado é o maior indutor do desmatamento na Mata Atlântica, hoje reduzida a 12,4% da área original, em razão da construção de obras de infraestrutura, como
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