Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 431 De 437

Rafael Dantas

Rafael Dantas

O cérebro morre cedo

É verdade! Sob o aspecto neurológico, o cérebro humano começa a morrer aos 27 anos. Uma descoberta feita na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, mostra que ele atinge o auge aos 22 anos, fica estável até os 27, e a partir daí começa a desmoronar. Aos 30 anos, várias funções do cérebro já estão bem mais fracas. Do ponto de vista evolutivo, o “trintão” já deveria ter se reproduzido e completado seu ciclo de vida. MISTÉRIOS DA MEGA-SENA Quando você joga uma aposta simples da Mega-Sena tem uma chance de acertar em 50 milhões. Em percentual, isso equivale a 0,000002% de possibilidade. Também significa repetir a mesma face da moeda 25 vezes seguidas num jogo de “cara ou coroa”. E mais: tem seis vezes mais probabilidade de morrer num acidente de avião e 12 vezes mais de ser fulminado por um raio. O MOTIVO DA LAMBIDA O cachorro lambe para demonstrar afeto. A vida do cão já começa com uma lambida da mãe. Daí o animal começa a relacionar o ato ao sentimento de afeto. Quando o cachorro lambe sua mão está dizendo: “Eu gosto de você!” O PREÇO DO BANDIDO Em Pernambuco, o custo com um preso é oito vezes maior do que com um aluno da escola pública. O encarcerado custa ao Estado R$ 3,5 mil ao mês. MAIS ÁGUA NO CHUVEIRO Chega ao mercado ainda este ano o chuveiro Nebia. Ele consome menos 70% de água. Um banho de cinco minutos, que gasta 48 litros, nele derramam apenas 14. O Nebia faz esse milagre através de um sistema que pulveriza a água em forma de gotículas, aumentando em dez vezes a área de contato dela com o corpo. Essa belezura vai chegar custando US$ 399.

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Em tempos de mosquito

Entre as mazelas socioeconômicas que assolam a região somam-se agora a seca, uma das mais implacáveis dos últimos anos, e o agravamento e ampliação das doenças de veiculação hídrica transmitidas pelo Aedes aegypti (quatro tipos de dengue, chicungunha e Zika). Isso representa um retrocesso nos ganhos de saúde obtidos por todos nós nos últimos 20 anos. As doenças veiculadas pelo mosquito atingiram com mais intensidade Pernambuco e dentro do Estado, Recife por razões que ainda não foram suficientemente explicadas pelas autoridades sanitárias. Este artigo examina os avanços obtidos pela área de saúde no município e argumenta como esses ganhos podem ser comprometidos pelas doenças transmitidas pelo mosquito. Destaca também os elevados custos econômicos e sociais, presentes e futuros, dessa epidemia. As componentes longevidade e saúde dos indicadores de desenvolvimento social, respectivamente IDH-M e Índice FIRJAN, indicaram que houve avanço na situação da saúde no Recife. Redução da mortalidade infantil e da mortalidade até 5 anos ampliaram a expectativa de vida dos recifenses para 75 anos, especialmente se sobreviverem às mortes violentas por causas externas que atingem sobremodo os jovens, especialmente pretos e pardos, de 15 a 29 anos de idade, A mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) no Recife caiu 63,5% entre 1991 e 2010. Dados para o período 2010-2013 (Datasus) mostram que o avanço permanece, embora mais timidamente. A queda na mortalidade infantil tem várias causas, mas destacam-se a melhoria dos serviços de pré-natal e neonatal e a maior cobertura dos programas de vacinação e da saúde da família. A melhoria dos serviços de saneamento é essencial para dar continuidade a esse avanço porque reduz as doenças infectocontagiosas de veiculação hídrica. Nesse particular Recife apresenta muitas vulnerabilidades não só pelo racionamento na adução de água limpa que leva a população a estocá-la de forma imprópria, mas também pela dificuldade na remoção de água suja e de resíduos sólidos que constituem habitat ideal para os vetores dessas doenças. Poderá haver uma maior rigidez à queda da taxa de mortalidade infantil, se não uma inflexão, em função da ocorrência de microcefalia decorrente da zika que conduz à morte, em alguns casos, ou ao comprometimento neurológico e cognitivo do recém-nascido de forma permanente. Avanço ainda mais significativo observou-se para a taxa de mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos). Essa taxa caiu mais de três quartos entre 1991 e 2010. Dados para o período 2010-2013 (Datasus) mostram que a tendência à queda continua. Usualmente quem sobrevive até os 5 anos e, posteriormente, à idade em que situações adversas geram alta mortalidade por causas externas, consegue viver até a velhice. Já a razão de mortalidade materna (por 100 mil nascidos vivos) é alta e crescente, evidenciando deficiências nos cuidados materno-infantis, usualmente associados à insuficiente atenção pré e neonatal que têm agora de ser reforçada pela presença do zika. Uma queda mais acentuada da mortalidade infantil e o combate à mortalidade materna requer maiores cuidados da atenção básica à saúde, especialmente neste momento em que a doença adquire caráter epidêmico. Além dos gastos, em tempos de crise fiscal, que o combate ao mosquito traz para o setor público, os custos sociais e privados são elevados tanto no presente quanto no futuro porque uma geração de crianças nascidas e comprometidas com microcefalia vão exigir das famílias recursos, cuidado e atenção por toda a vida. Governo e sociedade têm um novo e grave desafio pela frente.

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Pensar magro em 2016

Quando me perguntam sobre as perspectivas econômicas para o País, digo que, se fosse parlamentar, proporia uma emenda para incluir na Constituição a obrigatoriedade de ocorrência de uma crise intensa, no máximo, a cada 10 anos. Faço essa brincadeira porque, na prática, desde o Plano Real, em 1994, há mais de 20 anos, portanto, que não vivemos uma crise tão extensa e profunda, nem tão exigente para as empresas e famílias, como a atual. E, por conta disso mesmo, ocorreu uma espécie de “surfe na bonança”. As pessoas, de um modo geral, se acostumaram a gerir os ambientes familiares e empresariais com o “vento a favor”, sem grandes restrições externas. E isso, de certa forma, nos desacostumou da austeridade. O resultado foi, com certeza, no âmbito empresarial, um certo acúmulo de “gordura” que agora, na época das “vacas magras”, precisará ser revisto e reorientado. Esse é, certamente, se é que se pode dizer assim, o lado bom da crise: a necessidade de fazer mais com menos. De ser mais consequente, econômico e produtivo, seja do ponto de vista familiar seja, sobretudo, do ponto de vista empresarial. Essa é a própria essência da produtividade: utilizar da melhor maneira possível os recursos disponíveis (financeiros, humanos, materiais etc.), sem desperdício, procurando tirar-lhes o proveito máximo. Se conseguirmos fazer isso, a crise exercitará o seu papel pedagógico e quando ela passar, todos estaremos mais enxutos, mais eficientes, menos perdulários, em suma, mais competitivos. Tanto individualmente quanto coletivamente já que o País também estará mais eficiente e com os pés mais assentados no chão. Com certeza, nada disso é fácil de executar e requer pelo menos determinação, confiança e foco. Determinação para fazer o que precisa ser feito, por mais exigente que seja; confiança na recuperação quando a crise passar, por mais distante que pareça em determinados momentos; e foco naquilo que é essencial à sobrevivência, por mais difícil que seja fazer as escolhas certas. É verdade que se trata de um esforço mais de natureza mental do que de qualquer outro tipo já que para fazer diferente é preciso pensar diferente. No caso, “pensar magro”. Em muitas situações, reaprender a “pensar magro”. É isso aí! Saúde, sucesso e boas decisões “magras” em 2016!

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Uma princesa negra

Nestes dias em que o preconceito racial insiste em contrariar a razão, convêm alguns esclarecimentos. Para começar, diga-se que as etnias – ou raças, se você preferir – possuem características que as diferem graças a fatores como a adaptação aos diversos ambientes onde os agrupamentos humanos viviam. Já que os negros são os mais atingidos pela discriminação, pergunta-se: você sabia que a etimologia da palavra África significa algo como ensolarado...? É na luz solar que se pode entender o porquê da pele escura. A pele branca é característica dos que vivem em ambientes onde o sol é menos intenso, não significando, pois, que ser branco implique alguma vantagem. Acontece que a pele clara faculta sintetizar a vitamina D com menos claridade, enquanto as pessoas de pele escura precisam de mais sol para sintetizar a mesma quantidade da vitamina. Se fosse possível transpor todos os brancos para a África e todos os africanos para a Europa, os primeiros sofreriam o efeito decorrente da insolação, enquanto os africanos passariam a ter avitaminose D e suas consequências. Basicamente, então, está explanada a única função da pele clara. É apenas uma adaptação evolutiva, não havendo nenhum motivo para alguém se sentir superior pelo simples fato de ser alvo e ter os olhos azuis. Ademais, como é sabido, viemos de homens primitivos, negros, que migraram da África para a Ásia e a Europa. Então, a conclusão é lógica, praticamente não existe a decantada raça pura. Aliás, a ideia do arianismo, glorificada por um maníaco racista, resultou na Segunda Guerra Mundial com seus 85 milhões de mortos. Por que, então, o racismo? – você, com razão, há de perguntar. Desde a Antiguidade, os povos guerreavam e os perdedores, não importava a cor da pele, se tornavam cativos do vencedor. O preconceito era chauvinista e não racial, independentemente da cor dos indivíduos. Ocorre que o desenvolvimento europeu trouxe conquistas territoriais e culturais. Os louros de olhos azuis impunham aos vencidos cultura, religião e tudo o mais, restando para os que não se submetiam a morte que, por sua vez, realimentava o racismo nos vencedores e nos submetidos. Com o Renascimento ocorreu o domínio europeu em todo o mundo, alegando ser uma raça superior, destinada por Deus e pela história a comandar o mundo e dominar as raças que não eram europeias, portanto inferiores. Assim, quando os conquistadores portugueses chegaram à África, cristalizou-se a ideia da superioridade racial. Logo se intensificou o comércio de escravos que, naquela época, era aceito como uma forma de aumentar o número de trabalhadores numa sociedade. Daí resultaram fatos de que nem Deus duvida. Um deles foi a tese de que, assim como os índios, escravos não eram seres humanos, e que, como animais, não tinham alma, sendo justificada por Deus, pois, a sua exploração para o trabalho e os suplícios a que se submetiam. Daí ao entendimento de que os negros eram uma raça inferior, não houve demora. A discriminação passava a ter base racial. Em sua ignorância, os conquistadores não sabiam que brancos, amarelos, índios, negros, tinham todos os mesmos ancestrais. Foi nesse cenário de obtusidade que se destacou uma admirável mulher negra que viria a ser mãe de Ganga Zumba e avó materna de Zumbi dos Palmares. Seu nome, Aqualtune Ezgondidu Mahamud, uma princesa do Congo, que liderara, em 1665, dez mil homens na Batalha de Mbwila, havida entre o Congo e Portugal. Derrotada, ela foi escravizada e trazida para o Brasil. Muito bonita, tão logo chegou ao porto do Recife Aqualtune foi vendida como escrava reprodutora a um fazendeiro especializado em gado que, ao saber da sua origem nobre, a entregou à escória dos homens da fazenda. Engravidada, ela foi revendida para o engenho de Porto Calvo, onde ouviu falar de um tal Reino dos Palmares, criado por negros que, desde o primeiro momento da escravidão no Brasil, haviam fugido para o interior e criado centros de resistência. Em torno de 1606, um grupo de escravos conseguira se estabelecer nas montanhas de Pernambuco, e ali, na região conhecida como Palmares, formara um mocambo. O ideal de liberdade logo tomou forma. Surgiu na princesa negra a vontade de fugir e se juntar ao povo de Palmares. Assim fez. Com um grupo de escravos, destruiu a casa--grande e, em seguida, realizou uma bem-sucedida fuga para Palmares. Ao longo do caminho, mais escravos foram se somando ao grupo, registrando-se que com ela chegaram ao destino cerca de 200 escravos. Logo sua origem real teria sido reconhecida, e ela passou a liderar o reino. Foi ali que ela fundou o Quilombo dos Palmares, e deu à luz a dois filhos, ambos viriam a ser valorosos guerreiros, que também entraram para a história: Ganga Zumba e Ganga Zona, conhecidos pela sua coragem e liderança. Aqualtune também teve uma filha, Sabina, que mais tarde teve um menino chamado Zumbi, que anos depois ficaria famoso como Zumbi dos Palmares, reconhecido como um dos maiores líderes negros da história. Ganga Zumba e Ganga Zona se tornaram chefes de dois dos mais importantes mocambos de Palmares, um dos principais quilombos do período escravocrata, enquanto ela passou a governar um território quilombola onde as tradições africanas eram mantidas e cada mocambo organizava-se de acordo com suas próprias regras. Ali, os ex-escravos organizavam um Estado Negro abrangendo povoados distintos confederados sob a direção suprema de um chefe, mas em 1677 a aldeia de Aqualtune, que já era idosa, foi queimada pelas expedições coloniais. Não se sabe a data de morte da princesa negra, mas os quilombolas permaneceram lutando até serem finalmente derrotados, em novembro de 1695, pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. De qualquer forma, seu final da vida é controverso. Uns registram que ela teria morrido queimada na vila onde vivia com outros idosos da comunidade, enquanto outros asseveram que, como ocorrera em Porto Calvo, ela teria conseguido fugir. Houve também quem afirmasse que ela simplesmente morrera de doenças da velhice. Há uma lenda segundo a qual os deuses da África teriam tornado a guerreira imortal, um espírito ancestral

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Nos tempos do inquisidor (parte 2)

Naqueles anos finais do século 16 a próspera Vila de Olinda, sede da capitania de Pernambuco, era habitada por uma sociedade onde havia uma grande ausência de mulheres brancas, pois os portugueses em sua grande maioria deixavam suas mulheres legítimas em Portugal continental, aventurando-se viajar sozinhos em busca da fortuna em terras do Novo Mundo. Aos olhos do visitador da Mesa da Inquisição de Lisboa, Heitor Furtado de Mendoça (sic), chegado a Pernambuco em setembro de 1593, vão sendo desnudados os pecados daquela população, sobretudo os cometidos na intimidade dos lares, na luz soturna das alcovas, que davam lugar ao cometimento usual do pecado da carne, representado pelas relações extraconjugais (responsáveis por uma população de filhos bastardos), pela prática da poligamia, da sodomia (então chamada de pecado do nefando) e do lesbianismo; além da feitiçaria e culto judaico. Com tamanha falta de mulheres brancas, as jovens casavam logo na entrada da puberdade (com 12, 13 e 14 anos), e logo se enchiam de filhos. Das oito filhas da judaizante Branca Dias e do seu marido Diogo Fernandes, por exemplo, somente uma, por não possuir o uso da razão (Beatriz Fernandes), permaneceu solteira. O mesmo acontece com as muitas filhas de Jerônimo de Albuquerque, cunhado do donatário Duarte Coelho, naturais e legítimas, que vieram a fazer grandes casamentos. Da lista de sua descendência aparecem genros da mais alta estirpe: dois fidalgos e quatro portugueses bem-nascidos. A educação dos rapazes ficava a cargo do Colégio dos Jesuítas e dos Beneditinos, enquanto as moças eram educadas por professores particulares como Branca Dias e Bento Teixeira; este último autor da Prosopopea, que veio a ser o primeiro poeta a ter seu nome impresso em letra de forma no Brasil (1601). Ao contrário dos séculos que se seguiram, as mulheres não viviam tão segregadas, algumas delas chegavam a passar “toda à tarde na sua janela e sem trabalhar, à vista dos que passavam”; como Inês Fernandes, denunciada em 22 de novembro de 1593. Havia outras que praticavam, com regularidade, o exercício da leitura, como Maria Álvares e Inês Fernandes, “que costumavam estar aos sábados deitadas numa rede lendo por livros sem fazer nenhum serviço”. Naquele mundo povoado de magias, era comum a existência de feiticeiras, como Ana Jácome, denunciada em 29 de outubro de 1593, por ser dado a feitiçarias “capazes de matar as criancinhas recém-nascidas”. Lianor Martins, a Salteadeira, é denunciada, em 22 de novembro do mesmo ano, por trazer consigo “um buço de lobo e uma carta de Santo Erasmo, juntamente com uma semente que ela com outras suas amigas fora colher numa noite de São João, com um clérigo revestido, as quais coisas dizia fazer querem bem os homens às mulheres”. Da imensa lista, não poderiam faltar as chamadas mulheres do mundo (prostitutas), que praticavam a mais antiga das profissões, como Lianor Fernandes e Maria Almeida, a Flamenga, não faltando as que regularmente eram flagradas em adultério, como Isabel Bezerra e Clara Fernandes, que, na ausência dos maridos, “dormiam com quem lho pediam”. Nada escapava aos ouvidos do inquisidor que, como seu poder supremo, ia devassando os mais recônditos comportamentos mediante uma cadeia interminável de confissões e denunciações dos residentes na localidade intimados a comparecer à Mesa Inquisitorial mediante ameaças dos mais terríveis castigos. Assim surgiam casos de prática de lesbianismo, como as de Clara Fernandes com a sua escrava (4.11.1593), assim como Maria Lucena, mulher de Antônio da Costa (6.11.1593) ou Maria Rodrigues, que é flagrada por um vizinho em colóquio com a adolescente Ana “fazendo uma com a outra como se fora homem com mulher” (10.11.1593). O sapateiro Lessa, “homem alto de corpo e de uns bigodes grandes” que morava numa casa térrea próxima ao Recolhimento da Conceição, era dado à prática da pedofilia, sendo por isso denunciado por um rapaz de 15 anos, de nome João Batista, originário da Ilha da Madeira, que em certa tarde fora à sua oficina buscar um par de chinelas, ocasião em que foi atacado pelo sapateiro que, à força, tirou-lhe o calção e tentou possuí-lo (27 de maio de 1594). Baltazar Lomba foi acusado por Francisco Barbosa de cometer pecado de sodomia com outros índios e com um negro de nome Acahuy. O denunciado é descrito como “um homem solteiro, já velho de alguns 50 anos que costuma coser, fiar e amassar como mulher” (12 de janeiro de 1595). Os casos do cometimento do coito anal (pecado nefando) torna-se frequente entre pessoas do sexo masculino, não faltando, porém, a prática da sodomia entre casais, como a que releva, em 9 de dezembro de 1594, Manuel Franco, 43 anos, com sua mulher Ana de Seixas: “Está casado com a dita mulher e que haverá ora 12 anos e meio, pouco mais ou menos, que, uma noite, estando ele farto de ceia e vinho, cometeu a dita sua mulher por detrás com o seu membro viril, entrou e penetrou dentro no vaso traseiro dela..” Eram comuns os casos de bigamia, alguns deles chegando a notoriedade, como o de Antônio do Valle que, sendo casado em Estremoz (Portugal), voltou a contrair núpcias no Brasil com a filha de Jerônimo Leitão, capitão e governador da capitania de São Vicente (São Paulo). Outro bastante citado nos autos da Inquisição em Pernambuco é a figura do rico mercador João Nunes Correia, “uma das maiores fortunas existentes em Pernambuco nos últimos anos do século 16”; segundo José Antônio Gonsalves de Mello, fora ele por duas dezenas de vezes denunciado à mesa do Santo Ofício. Cristão-novo, nascido em Castro Daire, dizia modestamente “não ter ofício e viver nesta terra por sua fazenda limpamente com quatro cavalos na estrebaria”. Dentre as muitas denúncias que o imputaram uma veio escandalizar os inquisidores, segundo o escrivão do Santo Ofício, correu o mundo “pela boca de todos, altos e baixos, honrados e plebeus, religiosos, nobres e melhores da terra e toda a mais gente e o povo”, Em resumo o capitalista João Nunes vem a ser denunciado por um pedreiro, que estando a retelhar

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Combogó é nova agência de comunicação de PE

Liderada pela jornalista e especialista em Comunicação Empresarial e em Gestão da Inovação, Kássia Alcântara, parte da equipe que era da Signo Comunicação passa atuar, a partir deste mês, como a Combogó Comunicação e Estratégia. Um dos pontos de destaque da Combogó é que, mesmo sendo nova, a agência já nasce com um notável portfólio de trabalhos e de clientes, além de todo o know-how na área da comunicação corporativa conquistado ao longo dos mais dez anos de atuação dos seus integrantes no mercado. Os "combos", como estão se apelidando os integrantes da equipe - por somarem experiência com conhecimento multisciplinar e fazerem parte do dia a dia do cliente - atuarão junto aos clientes de forma estratégica, integrada e inovadora, promovendo resultados sólidos e de acordo com as necessidades de cada empresa. O desenvolvimento de ações e a produção de conteúdos estarão relacionados diretamente à estratégia do negócio do cliente. Entre as soluções oferecidas estão diagnóstico e planejamento em comunicação, produção editorial, comunicação interna/endomarketing, campanhas institucionais, design promocional, relação com a mídia, gestão da presença nas mídias digitais, entre outras. A empresa foi buscar inspiração para o nome e sua forma de atuação no mercado na forma popular de pronunciar a palavra cobogó, elemento construtivo estruturante e inovador da arquitetura moderna brasileira criado na capital pernambucana na década de 1920. "A imagem do combogó associa a tradição, experiência e solidez à inovação de sua origem, a comunicação entre o interno e o externo, entre as pessoas e o mundo. Seus elementos refletem a nova forma de gerir e de atuar das empresas de forma colaborativa, em rede, inovadora, que incentiva a troca e o aprendizado, e que estimula a criatividade. Um ambiente onde as barreiras são quebradas, a interação é maior e é comum um ganho de produtividade", explica Kássia. A empresária conta, ainda, que a escolha do nome também reflete os elementos que formam a palavra Combogó: "Com", de comunicação; bogo, do inglês Buy One, Get One (compre um, leve um) uma estratégia de marketing de origem americana; e de bogar, que em espanhol quer dizer remar para fazer avançar uma embarcação. Assim como nos projetos de sucesso desenvolvidos no antigo empreendimento que dirigia, Kássia vai poder contar com a experiência da jornalista Bruna Cruz, como coordenadora de atendimento, e do designer João Paulo Angelim, como diretor de arte, para continuar atendendo clientes como a Solar Coca-Cola, a Rota do Mar e a TOTAL Combustíveis. Entre as outras empresas e instituições que atendiam e que continuaram apostando na expertise e resultados alcançados estão o Moda Center Santa Cruz, o Urbano Vitalino Advogados, a Imobi, a Eletronord, a Procenge, a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES)/Projeto Recife 500 Anos, o Gabinete Português de Leitura, a SMF/TGI Editora, a Ara Empreendimentos, a Duarte Construções e o Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer - Pernambuco (GAC-PE). Outras informações: www.combogocomunicacao.com.br [1], FB/combogocomunicacao, contato@combogocomunicacao.com.br ou pelo telefone (81)3227.5513. .

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Cinco frevos para ouvir e reouvir

Fizemos uma seleção de 5 álbuns/projetos de frevo para você curtir enquanto se aquece para os dias da folia. Desde produções consagradas, que marcaram a história da nossa mais original manifestação artística, como alguns lançamentos. Maciel Melo, Maestro Forró, Asas da América, Spok e Getúlio Cavalcanti são os artistas indicados. Perfume de Carnaval O primeiro CD de frevo do cantor Maciel Melo é uma grande homenagem a Carlos Fernando. Foi lançado em 2015. Gravado de forma independente, o repertório traz parcerias com Geraldo Azevedo (Quatro dias de amor), Maestro Spok (O velho Nilo), entre outros. O cantor disponibilizou as músicas no seu YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=9KYhO1vGwTg Maestro Forró O álbum #CabeçaNoMundo, do Maestro Forró e da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério é um presente do músico da periferia recifense aos amantes da cultura pernambucana. O trabalho vem sendo reconhecido nacionalmente desde seu lançamento, sendo ganhador do Prêmio da Música Popular Brasileira na categoria melhor grupo regional. No CD constam 12 músicas que passeiam pelo frevo, ciranda, forró, cumbia e até um inusitado maracatu funkeado, entre outros ritmos No link você pode assistir o teaser: https://www.youtube.com/watch?v=JuxeKCudD4Q Asas da América O projeto de Carlos Fernando, iniciado nos anos 80, reuniu grandes nomes da MPB para cantar frevo. Foram vários discos, que tiveram regravações e até seleção dos clássicos. No link abaixo você pode ouvir a música Bom é Batuta, interpretada por Caetano Veloso: https://www.youtube.com/watch?v=PnJ2cQ5fmRM Spok O Maestro Spok disponibilizou no YouTube o álbum completo do seu show Passo de Anjo. Foi o primeiro álbum da Spok Frevo Orquestra, em 2004, sendo regravado mais tarde. https://www.youtube.com/watch?v=LaqjJFS-F4E Getúlio Cavalcanti Do consagrado cantor Getúlio Cavalcanti, os brincantes tem a disposição para download um álbum de comemoração de seus 40 anos de Carnaval, gravado em 2010. Traz clássicos como “Bloco das Flores” e “Último Regresso” http://www.ofrevo.com/2010/02/getulio-cavalcanti-40-anos-de-carnaval.html

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Cuidado com a saúde dos olhos no Carnaval

Muitas pessoas juntas, calor e suor. Consequentemente, menos higiene e mais contaminações. Para evitar que o Carnaval acabe antes da Quarta-feira de Cinzas, o cuidado com a saúde dos olhos é um dos itens que deve fazer parte da fantasia de cada folião. “O Carnaval é o período do ano no qual muitas viroses aparecem. Incluindo, as clássicas conjuntivites”, explica a oftalmologista Nara Galvão, do Hospital da Visão de Pernambuco – HVISÃO. Para as mulheres, os cuidados estão no uso de itens como óculos, cílios postiços e maquiagem. Ao usar sombra, rímel e purpurina, é importante prestar atenção à data de validade de cada produto, bem como não compartilhar ou pedir a maquiagem emprestada para evitar a disseminação de doenças oculares como conjuntivite e blefarite (inflamação que afeta as pálpebras). Nara dá um consolo para as foliãs: “Os cílios postiços, muito comuns nessa época, quando colocados por mãos experientes, colas adequadas e específicas para tal, não representam grande ameaça”. Segundo a profissional, quem for curtir a folia deve evitar colocar as mãos nos olhos. “Caso algo entre nos olhos, deve-se lavá-los de forma abundante com água mineral. Nada de pingar vinagre ou água salgada. Ardeu, ficou vermelho, use soro fisiológico, água mineral ou colírio lubrificante”, explica. É preciso ainda se proteger do sol. Tanto a pele, com o uso de filtro solar; como os olhos, a partir do uso de óculos e bonés. As crianças foliãs também precisam de cuidados. “Para elas, a proteção deve ser total, com óculos de sol e bonés. E cuidado com as pistolas de água e purpurina, por exemplo, para evitar o contato com os olhos”, diz. “Caso haja trauma, pancadas nos olhos e sensação de arranhão ou a pessoa apresente sensação de corpo estranho e secreção purulenta, deve-se procurar o oftalmologista o quanto antes para que o profissional decida o melhor tratamento”, afirma a oftalmologista Nara Galvão.

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O perigo da idolatria política

Por Thiago Oliveira Desde as eleições presidenciais de 2014, observamos que o debate político ficou muito mais acirrado. Por conta das redes sociais, muitos se aventuram em falar sobre política e expressam suas preferências partidárias e/ou ideológicas. Os cristãos evangélicos - uma fatia importante da sociedade - não ficam atrás. Se em décadas passadas evangélico e política eram duas coisas que não se misturavam de jeito nenhum, hoje, existe até uma bancada de políticos que representa a massa evangélica no Congresso Nacional. Pois é, os tempos estão mudados. Obviamente que o envolvimento político não é algo ruim em si. A política tudo permeia e é por isso que devemos estar atentos a ela. Os cristãos não são alienígenas. Os cristãos são cidadãos que pagam seus impostos e estão inseridos no convívio social, sendo concomitantemente produtores e consumidores no sentido econômico e também cultural. Mas há um detalhe: Estamos no mundo, porém, não pertencemos a ele. A Escritura nos diz que a nossa verdadeira cidadania é no Reino dos Céus, e quem a conquistou para nós foi Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Por conta disto, devemos ter um comportamento diferenciado daqueles que são do mundo. É justamente por não observarmos direito esse ponto que estamos pecando em nosso envolvimento político. A política mundana tomou para si ideologias que fazem de algum elemento da criação aquilo que salvará a humanidade. Vejamos os exemplos: Para o liberalismo, a salvação se dá pela liberdade. O socialismo vai eleger o Estado como seu “messias” e o nacionalismo coloca o povo como salvador de si mesmo. O messianismo político é pecado pelo simples fato de tentar salvar a humanidade deixando de lado o único e suficiente salvador, que é Cristo. Quando um dos elementos supracitados toma o lugar que pertence a Cristo, a política se tornou idólatra. Idolatria é uma abominação e muitos evangélicos não se dão conta que em alguns casos eles idolatram determinado político, partido ou ideologia. Se a esperança do cristão for depositada em qualquer outra coisa que não seja Cristo e a consumação de sua obra na segunda vinda, então ele - infelizmente - já foi envenenado pelo materialismo, que é ambidestro. Acreditando que algum elemento da criação seja capaz de tornar este mundo um lugar ideal, sem mazelas e sem injustiças, ele tira a prerrogativa de Jesus, pois, somente ele enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Logo, essa esperança vã deve ser chamada pelo nome que lhe é devido: idolatria. Em tempo de crise, muitos pendem para um lado e para outro na esperança de ver o Brasil sair do atoleiro de corrupção e má gestão em que se encontra. Não é ilícito desejar por mudança. Não é errado querer mudar. Mas acontece que os crentes estão mais preocupados em eleger “salvadores da pátria” do que dobrar os seus joelhos e interceder ao Senhor dos senhores para que a nossa nação seja curada. Parece também que esqueceram que são o sal da terra e a luz do mundo, pois, vivem em guetos eclesiásticos, nutrem uma subcultura e não promovem os valores do Reino. O Evangelho é para ser vivido, aplicado em qualquer área da vida, a política também está inclusa nisso. As ideologias de esquerda e direita são – ambas – mundanas. O que é espiritual é o Evangelho. Devemos discernir e confrontar todo e qualquer pensamento ideológico através das lentes da Escritura. A nossa cosmovisão, isto é, nossa maneira de ver o mundo, não deve abandonar a confessionalidade. Precisamos olhar para a política sabendo que Cristo é Senhor e que ele tem domínio sobre César, e não o oposto. Tome muito cuidado, antes de sair por aí dizendo que político ou partido X te representa. Procure assegurar-se de que está usando os óculos certos, os que trazem consigo as lentes da Escritura. Se envolva no debate político, escolha um partido. Só não se esqueça de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Confundir as bolas pode te deixar em maus lençóis com o Soberano. *Thiago Oliveira é teólogo, especialista em ciência política e membro da Igreja Evangélica Livre

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Mais de 360 mil assistiram "Quarto de Guerra”

A produção dos irmãos Kendrick, mesmos criadores de Desafiando Gigantes, À Prova de Fogo e Corajosos, cujo tema central é o versículo de 2 Crônicas 7:14, já inspirou mais de 360 mil pessoas nas telonas pelo país na semana em que o longa completa um mês no circuito. Além disso, o filme Quarto de Guerra ocupa o 4º lugar no top 10 Brasil entre os filmes com o melhor desempenho na semana de exibição, com um acréscimo de 31% no número de público na 5ª cine semana, sendo o único no ranking que não apresentou queda no número de público, segundo o Rentrak. Portanto, as perspectivas para as próximas semanas do drama cristão Quarto de Guerra são animadoras, pois, segundo a distribuidora Canzión Films, a produção segue para a 6ª cine semana (07/01 a 13/01) com a inserção da película em 85 salas, com sessões nos complexos: Cinemark, Cinépolis, Kinoplex, Cineplay, Cineflix, Cineart, Cineplus, Cinemaxx, Lui Cinematografica e Cine A. O público encontra o filme nas cidades de Araçatuba, Barueri, Bauru, Belém, Belo Horizonte, Betim, Blumenau, Botucatu, Brasília, Campinas, Campo Grande, Canoas, Cariacica, Contagem, Cotia, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçú, Goiânia, Guarulhos, Indaiatuba, Jaboatão dos Guararapes, João Pessoa, Londrina, Manaus, Marabá, Marília, Mogi das Cruzes, Natal, Osasco, Palmas, Petrópolis, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Gonçalo, São José, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Luís, São Paulo, Sorocaba, Taguatinga, Taubaté, Teresina e Vitória. Confira a lista dos cinemas mais perto de você, aqui! Com uma pitada de humor o drama filmado em Charlotte, na Carolina do Norte, demonstra ao público o poder da oração e a força da mulher que persevera em Deus, pois entende que é Ele quem faz o milagre. Além disso, convida a todos para compartilhar esta mensagem de fé que tem lotado os cinemas pelo Brasil.

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