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Valexport alerta para risco de colapso nas exportações de frutas com nova tarifa dos EUA

Entidade teme desemprego em massa e perdas bilionárias no Vale do São Francisco caso medida não seja revista A menos de três semanas do início da safra de mangas e uvas no Vale do São Francisco, a Valexport – Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados da região – emitiu uma carta aberta às autoridades brasileiras e norte-americanas alertando para os impactos devastadores da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras de frutas. A medida ameaça inviabilizar a principal rota internacional da fruticultura nacional, especialmente no período de maior escoamento da produção. “É imperativo encontrar uma solução que permita a manutenção do fluxo de exportações, a preservação dos empregos, e o respeito ao esforço de milhares de famílias e empresas comprometidas com a produção sustentável de alimentos”, afirmou José Gualberto de Almeida, presidente da Valexport. Segundo a entidade, o setor movimenta anualmente cerca de US$ 500 milhões em exportações, com destaque para a manga, principal item da pauta da fruticultura brasileira, de acordo com dados do COMEXStat. A Valexport reforça ainda o peso social da cadeia produtiva, que gera aproximadamente 250 mil empregos diretos e 950 mil indiretos, segundo a EMBRAPA. “São trabalhadores rurais, embaladores, irrigantes, motoristas, técnicos agrícolas, pequenos produtores, comerciantes e famílias inteiras que encontram na fruticultura sua única fonte de renda e dignidade em uma das regiões mais desafiadoras e carentes do país”, destacou Gualberto. Para ele, o setor é uma barreira real contra o êxodo rural e uma das principais ferramentas de combate à pobreza no semiárido nordestino. O documento aponta que, sem uma revisão urgente da tarifa, os produtores serão obrigados a redirecionar a produção excedente para o mercado interno e europeu, que não têm capacidade de absorção suficiente. A consequência, segundo a entidade, será uma queda acentuada nos preços, o colapso da rentabilidade do setor e o aumento do desemprego na região. “Contamos com o bom senso, a responsabilidade institucional e o espírito de cooperação que sempre marcaram as relações entre nossos países”, concluiu o presidente da Valexport.

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Real Hospital Português moderniza parque de hemodiálise com investimento de R$ 6 milhões

Aquisição de 86 novas máquinas da B. Braun amplia capacidade e reforça liderança em nefrologia em Pernambuco O Real Hospital Português (RHP), em Recife, concluiu a renovação completa do seu parque de hemodiálise com a aquisição de 86 novos equipamentos da multinacional alemã B. Braun, referência global em soluções médico-hospitalares. O investimento de aproximadamente R$ 6 milhões consolida a instituição como o maior e mais moderno centro de diálise de Pernambuco. A estrutura modernizada permitirá a realização de cerca de 5.400 sessões mensais – ou 64.800 por ano – beneficiando mais de 450 pacientes regulares, entre atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada. A nova tecnologia já vem proporcionando ganhos em eficiência, segurança e conforto desde sua implantação, finalizada em dezembro de 2024. O parque agora conta com 74 equipamentos de hemodiálise e 12 de hemodiafiltração (HDF), modalidade voltada para casos mais complexos, que exige maior precisão na remoção de toxinas. Além da tecnologia, o projeto incluiu a capacitação de mais de 100 profissionais da equipe multidisciplinar, garantindo excelência no uso dos novos recursos. “Esse investimento reforça uma trajetória de quase cinco décadas dedicada à nefrologia no Real Hospital Português. Desde 1976, quando implantamos o primeiro serviço integrado de hemodiálise crônica e transplante renal da região e realizamos o primeiro transplante de Pernambuco e do Norte-Nordeste, a unidade vem crescendo de forma contínua”, destaca o Dr. Frederico Cavalcanti, gerente médico de nefrologia do RHP. O hospital mantém um programa de transplantes com resultados consistentemente acima da média nacional. A parceria com a B. Braun, iniciada em 2022, faz parte da estratégia de longo prazo da instituição para fortalecer sua atuação em alta complexidade, com foco em inovação e eficiência operacional. “A modernização do nosso parque de diálise representa um avanço importante em termos de qualidade e inovação. Sabemos o quanto é essencial que todos recebam tratamentos que aliam tecnologia de ponta e conforto, garantindo o máximo de segurança. A parceria com a B. Braun reflete a preocupação que temos com todos os nossos pacientes”, afirma Islan Moisalye, superintendente ambulatorial do hospital. Os novos equipamentos também marcam um avanço ambiental. Com tecnologia stand-by, as máquinas reduzem o consumo de água quando não estão em operação, contribuindo para um modelo mais sustentável em um processo historicamente intensivo em recursos hídricos.

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Exposição celebra a mandioca como símbolo da cultura alimentar brasileira

Mostra no Mercado Eufrásio Barbosa integra o Circuito Fenearte e destaca a tradição das casas de farinha A partir desta quinta-feira (17), o Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, recebe a exposição “Casa de Farinha - Mandioca, o Pão da Terra”, uma imersão nas tradições culturais, históricas e alimentares ligadas à mandioca e à farinha. A mostra, que segue em cartaz até 24 de agosto como parte do Circuito Fenearte, tem curadoria do antropólogo Bruno Albertim e da gastróloga Dianne Sousa, e propõe uma viagem sensorial pela importância desse ingrediente ancestral na identidade brasileira. A exposição ocupa o pavilhão central com uma reprodução cenográfica de uma casa de farinha tradicional, concebida pelos arquitetos Isac Filho, Amanda Piquet, Lucio Omena e Peu Carneiro. Estão em exibição instrumentos históricos de produção artesanal mantidos pelo Museu Carlos Cleber, de São Caetano, além de fotografias e vídeos sobre o universo da farinha. Entre os destaques, o projeto Feminino Farinha, da documentarista Luciana Dantas, que registra o protagonismo das mulheres nesse ofício ancestral. “Com a industrialização dos processos, a produção artesanal acabou por se concentrar nas mãos de mulheres cujas histórias de vida se confundem com a história da farinha”, afirma a autora. Além dos elementos visuais e históricos, o público poderá assistir ao vídeo-documentário “Farinhada Afroindígena”, sobre o Mestre Seu Lôro, figura central na preservação de saberes tradicionais no Sertão de Pernambuco. “A farinha é a camada primitiva, o basalto fundamental na alimentação brasileira”, escreveu o etnógrafo Câmara Cascudo, reforçando a centralidade desse alimento na formação cultural do país — um tema que a exposição busca evidenciar por meio de múltiplas linguagens. A mostra faz parte do Circuito Fenearte, iniciativa que busca descentralizar o acesso à arte e ampliar o alcance da feira. A programação também conta com um roteiro gastronômico: onze restaurantes de Recife e Olinda oferecem pratos inspirados nos derivados da mandioca até 20 de julho. A curadoria visual da mostra é assinada por André Santana e a produção geral é de Erika Gonçalves e Cíntia Couto. ServiçoExposição “Casa de Farinha – Mandioca, o Pão da Terra”📍 Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, Olinda🗓 De 17 de julho a 24 de agosto⏰ Abertura: 19h (quinta, 17) | Visitação gratuita🌐 Mais informações: fenearte.pe.gov.br/circuitofenearte

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“Hélio, o balão que não consegue voar” encerra festival com reflexão sobre o autismo

Espetáculo infantil valoriza empatia, inclusão e o poder transformador da arte. Foto: Ricardo Maciel O espetáculo “Hélio, o balão que não consegue voar” marca a despedida da 8ª edição do Festival Pintando o 7, com apresentações nos dias 18, 19 e 20 de julho, às 16h, no Teatro da Caixa Cultural Recife. Voltada para o público de todas as idades, a montagem pernambucana promove uma abordagem sensível sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), utilizando a metáfora de um balão que não consegue alçar voo para tratar temas como empatia, inclusão e o direito de ser diferente. Com dramaturgia assinada por Cleyton Cabral, vencedor do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia 2019, o espetáculo é dirigido por Marcondes Lima e encenado por Cabral, Fábio Caio e Luciana Barbosa. A peça já circulou por escolas e espaços comunitários, buscando ampliar o diálogo sobre o TEA e estimular o olhar acolhedor do público. “Queremos incentivar o pensamento crítico e a reflexão nos espectadores, para que eles conheçam os sintomas do autismo e se tornem possíveis agentes de transformação”, afirma Cabral. A importância da discussão é reforçada pelos dados do Censo Escolar de 2023, que mostram um aumento de 50% no número de estudantes com TEA em salas comuns, totalizando mais de 607 mil crianças. Apesar dos avanços na inclusão, ainda persistem obstáculos relacionados à adaptação e ao preconceito. Nesse contexto, iniciativas culturais como o Festival Pintando o 7 ganham relevância ao promover a conscientização por meio da linguagem artística. Além da peça, a programação inclui a oficina gratuita “Atenção: Boneco na Mão!”, ministrada por Fábio Caio na sexta-feira (18), das 10h30 às 12h. Voltada para crianças de 6 a 12 anos acompanhadas por um responsável, a atividade oferece uma introdução prática ao universo do teatro de bonecos. Fundado em 2017, o Festival Pintando o 7 tem como missão democratizar o acesso à cultura, promovendo espetáculos que dialogam com a infância, a diversidade e temas sociais urgentes. Serviço:Espetáculo “Hélio, o balão que não consegue voar”Dias 18, 19 e 20 de julho | 16h | Teatro da Caixa Cultural RecifeIngressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda no Sympla Oficina “Atenção: Boneco na Mão!”Dia 18 de julho | 10h30 às 12h | Gratuita | Vagas: 24 (12 duplas)Público: Crianças de 6 a 12 anos com responsáveis

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Instituto Conceição Moura leva oficinas e maracatu à Fenearte 2025

Ações promovem arte, cidadania e protagonismo juvenil com jovens de Belo Jardim O Instituto Conceição Moura marca presença na 25ª Fenearte com oficinas e apresentações que mostram o impacto transformador da arte na vida de crianças e adolescentes. Atuando em Belo Jardim, no Agreste pernambucano, a iniciativa leva à maior feira de artesanato da América Latina os resultados da formação gratuita oferecida pela sua Escola de Artes Integradas. As atividades ocorrem no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, entre os dias 17 e 19 de julho. Nos dias 17 e 18, no Espaço Cidadania, serão realizadas oficinas gratuitas voltadas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, em parceria com a Secretaria da Criança e Juventude de Pernambuco. Conduzidas pelo artista Wallace Cruz, as oficinas terão 40 vagas por dia e incluem a construção de instrumentos e vivência com ritmos da cultura pernambucana. No dia 19, sábado, às 14h, a Praça de Alimentação recebe o Grupo Percussivo da Escola de Artes Integradas, com 30 músicos e cinco dançarinos apresentando maracatu. Para a coordenadora executiva do Instituto, Lorena Tenório, a participação na Fenearte é um convite para reconhecer o poder da arte como ferramenta de transformação social. “A gente prova, na prática, como a cultura e a educação pode transformar destinos. Esses jovens chegam inseguros e descobrem talentos, força e sonhos novos. É bonito ver como eles se reconhecem como protagonistas das próprias histórias. É isso que vamos mostrar na Fenearte”, afirma. Criado em 2014, o Instituto Conceição Moura atende atualmente cerca de 140 jovens e se consolidou como um dos principais polos culturais de Belo Jardim, reunindo museu, cinema e praça pública. Inspirado pela visão de Dona Conceição Moura, o Instituto atua nas áreas de Primeira Infância, Educação de Qualidade, Formação de Jovens e Arte e Cultura, reafirmando o compromisso da Moura com o desenvolvimento social e humano. ServiçoOficinas e apresentação do Instituto Conceição Moura na Fenearte📍 Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda🗓 Oficinas: 17 e 18 de julho (Espaço Cidadania)🗓 Apresentação: 19 de julho, às 14h (Praça de Alimentação)

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Sobretudo severa

*Paulo Caldas "A vida é traição", obra recém-lançada por Raimundo Carrero, é uma novela crua e visceral; tal Solano, ser vivente do trair, que cumpre um ritual desde mundo que é o mundo do apanhar é preciso, cada qual com a sua farsa... afinal se nasce para apanhar e trair: agora ou mais tarde está na hora; sempre na hora de apanhar e trair. Os personagens concebidos, a exemplo de outros nascidos da verve deste notável escritor; Solano, Minervina, Miguelão do Pistão, do padre que grita e tantos mais protagonistas que habitam esta e demais obras de Carrero, compactuam imagens e gestos transcendentes da realidade. E dentre as cenas, obedientes ao mesmo espectro, destaca-se a da empregada Minervina, com o hábito esquisito de deitar no terraço, levantar a saia, abrir as pernas e exigir do personagem: “beija aqui nos joelhos, nos pés, na perna, vai menino beija! ela sempre levantava a saia para ele beijar os joelhos... e ele atendia, Solano sempre atendia”. A novela sobre o ponto de vista estético expõe, com naturalidade, o domínio do autor na arte do bem escrever. E assim incita o lado curioso do leitor. A publicação traz o selo da Editora Record e os exemplares estão disponíveis nas lojas da Livraria Jaqueira. *Paulo Caldas é escritor

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Ato artístico reúne ambientalistas em defesa da APA Aldeia Beberibe

Protesto contra construção de Escola de Sargentos do Exército denuncia risco de desmatamento e ameaça ao abastecimento de água Na última sexta-feira (11), o Bar Teatro Mamulengo, no Recife, foi palco de um ato cultural e político promovido pelo Movimento Gato-Maracajá, em defesa da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe. A mobilização denunciou os impactos da proposta de construção de uma Escola de Sargentos do Exército sobre a Bacia do Catucá, região que integra o bioma da Mata Atlântica e é considerada estratégica para o abastecimento hídrico da Região Metropolitana. De acordo com ambientalistas, o empreendimento pode resultar no desmatamento de cerca de 200 mil árvores e comprometer o fornecimento de água para mais de um milhão de pernambucanos. Classificada como um possível “crime ambiental”, a obra ameaça a fauna local, incluindo espécies em risco de extinção, como o gato-maracajá — que dá nome ao movimento organizador do protesto. O evento contou com apoio de artistas, parlamentares, coletivos e sindicatos. Estiveram presentes a vereadora Jô Cavalcanti e as sindicalistas Jussara Ribeiro e Sidineiva Gonçalves, além do historiador Cálaran Ribeiro, todos do Paraná. Do cenário ambiental pernambucano, participaram Vânia Fialho, do Fórum Socioambiental de Aldeia e da SAAB (Salve APA Aldeia Beberibe), e os representantes do coletivo Artistas Pelo Clima, Julia e Guilherme. Música, poesia e performances deram o tom à manifestação. A mobilização reforça a crescente articulação entre arte e ativismo ambiental na defesa de territórios ameaçados pelo avanço de grandes empreendimentos. Para os organizadores, o momento exige união e resistência diante da ameaça à biodiversidade e ao direito fundamental à água.

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Entre o Tao e o Estado: novo livro de Evandro Menezes propõe olhar chinês sobre governança

Obra analisa modelo político da China sob perspectiva filosófica e cultural própria, contrapondo-se às leituras ocidentais. Autor foi alvo de espionagem ilegal durante governo anterior. Doutor em Direito Internacional e um dos principais especialistas brasileiros em China, Evandro Menezes de Carvalho lança China: Tradição e Modernidade na Governança do País. A obra propõe uma compreensão do modelo chinês a partir de suas raízes filosóficas, culturais e históricas — como o confucionismo e o taoísmo —, afastando-se das análises ocidentais que predominam no debate político. O livro chegou ao topo das vendas na categoria Relações Políticas e Ciências Sociais da Amazon, reforçando o interesse crescente por leituras alternativas sobre a China. Com quase cinco anos de vivência no país asiático, o autor mergulha em temas como república, Estado de Direito, democracia de processo integral e política externa. “A lógica de pensamento chinesa é inspirada no taoísmo, revelando que os polos contrários se complementam, e que a base desse conceito é a harmonia a partir da diferença”, afirma. Ele aponta que o pensamento chinês é sistêmico, marcado pela coexistência dos opostos e pela busca de harmonia, o que explica a convivência entre elementos do capitalismo e do socialismo no país. O lançamento ocorre em meio à revelação de que Evandro foi alvo de monitoramento ilegal pela chamada “ABIN Paralela” entre 2019 e 2020, conforme relatório da Polícia Federal anexado ao Supremo Tribunal Federal. "Essa violência institucional revelada pela Polícia Federal apenas confirma a importância do trabalho que desenvolvo no fortalecimento das relações entre o Brasil e a China — uma parceria reconhecida pelo governo brasileiro, pelas frentes parlamentares Brasil-China presentes no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas dos estados", afirma o professor, que já foi condecorado pelo governo chinês e ocupa atualmente a Cátedra Wutong na Universidade de Língua e Cultura de Pequim. Carvalho argumenta que a China propõe um caminho próprio de globalização, mais plural, por meio do conceito de “comunidade de destino comum”. Segundo ele, esse modelo respeita a diversidade cultural e a autodeterminação dos povos, diferentemente da padronização imposta por potências ocidentais. O autor também sustenta que a filosofia política chinesa busca integrar o Estado de Direito a um “Estado de Virtude”, no qual a moral e o senso de justiça têm papel central na governança. ServiçoLivro: China: Tradição e Modernidade na Governança do PaísAutor: Evandro Menezes de CarvalhoDisponível na Amazon – formato digital e físico

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Serviços em Pernambuco recuam 3,9% em maio e destoam da tendência nacional

Segmento de transportes é o destaque positivo, enquanto outros serviços sentem efeitos da inflação e da renda disponível O volume de serviços em Pernambuco registrou queda de 3,9% em maio de 2025 na comparação com abril, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. O resultado interrompe o avanço de 5,4% observado no mês anterior e marca o terceiro recuo mensal do setor neste ano. O desempenho estadual segue na contramão do cenário nacional, que apresentou leve alta de 0,1% no mesmo período. Na comparação com maio de 2024, o recuo foi de 0,7%, mas o acumulado de 2025 ainda mostra leve alta de 0,2%. Já o acumulado em 12 meses, com crescimento de 3%, indica uma possível recuperação no médio prazo. O destaque positivo ficou com o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu em todas as bases de comparação: 2,1% sobre maio de 2024, 4,3% no acumulado do ano e 5,8% em 12 meses. Por outro lado, o grupo de serviços prestados às famílias teve retração de 3,4% no acumulado do ano e de 1,7% nos últimos 12 meses, mesmo com leve alta de 0,3% em maio. A queda pode estar relacionada à inflação e à redução da renda disponível no estado. Também apresentaram desempenho negativo os serviços de informação e comunicação (-3,6% no mês) e os profissionais, administrativos e complementares (-2,2% no mês), embora ambos ainda mantenham variações positivas no acumulado de 12 meses. A maior retração mensal foi registrada no grupo “outros serviços”, que inclui atividades como reciclagem, cobrança e serviços imobiliários, com queda de 4,6% em maio e recuo de 0,5% no acumulado do ano. Os dados reforçam a sensibilidade de determinados segmentos à conjuntura econômica local e destacam a importância de políticas voltadas à recuperação da atividade de serviços no estado.

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Sísifo veste farda: a escala 6x1 como o castigo do trabalhador atual

João Galamba* Imagine acordar todos os dias, de segunda a sábado, repetindo uma jornada exaustiva que consome corpo, mente e alma. Ao final da semana, um único dia é concedido como “descanso”, onde o trabalhador não repousa, ele apenas se prepara para sobreviver à semana seguinte. Agora, imagine que isso se repete indefinidamente, como um ciclo sem fim. Assim vive o trabalhador submetido à escala 6x1. Quem vive sob essa lógica sabe: o domingo não é repouso, é manutenção. Lava-se a roupa, compra-se comida, arruma-se a casa, visita-se a família. Prepara-se o corpo para mais seis dias. E quando o corpo não responde, é culpa do cansaço? Não do sistema! No mito grego, Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra até o topo da montanha, apenas para vê-la rolar de volta, num ciclo eterno, sem propósito ou recompensa. O esforço contínuo que não leva a lugar algum. Hoje, milhões de trabalhadores brasileiros vivem uma versão moderna desse castigo, disfarçada de legalidade: a jornada 6x1. No Brasil, Sísifo veste uniforme e bate ponto. Sua pedra é o turno de trabalho. Seu castigo é a repetição constante, sua liberdade é ficção. A cada semana vencida, não há vitória: há apenas o reinício do ciclo. A pedra rola de novo. O trabalhador acredita que está descansando, mas está apenas se preparando para recomeçar. Ele acorda cedo, enfrenta transporte precário, jornadas intensas e metas inalcançáveis. Quando finalmente chega o domingo, ele não vive: sobrevive. Tal como Sísifo, que via sua pedra rolar sempre de volta, o trabalhador vê a semana reiniciar, ainda mais pesada. E o mais perverso: acredita que isso é normal. Afinal, “sempre foi assim”. Mas naturalizar o excesso é aceitar a desumanização. É urgente discutir a redefinição da jornada de trabalho. Reduzir o tempo de labuta, garantir folgas reais e combater abusos que transformam o descanso em ficção. O trabalho não pode ocupar todos os espaços da vida. Se o tempo de viver se resume ao tempo de produzir, então não há liberdade e sim uma condenação. Sísifo não teve escolha. Mas o trabalhador tem. É hora de parar de empurrar a pedra. Repensar a escala 6x1 não é apenas uma questão de legislação. É uma questão de humanidade. *João Galamba é advogado especialista em direito do trabalho e sócio do escritório Galamba & Félix

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