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Festas juninas impulsionam turismo e aquecem economia em Pernambuco

Comércio, serviços e turismo regional devem registrar crescimento expressivo durante o São João 2025, aponta pesquisa da Fecomércio-PE O São João de 2025 promete movimentar a economia pernambucana, com destaque para o turismo regional e o aumento da demanda por bens e serviços relacionados às celebrações juninas. Segundo levantamento da Fecomércio-PE, em parceria com o Sebrae, 27,4% dos consumidores planejam viajar no período, sendo que 86,4% optam por destinos dentro do estado. Caruaru aparece como o principal destino (31,9%), seguido por Gravatá (12,1%). Entre os que pretendem viajar para fora do estado, a Paraíba, com destaque para Campina Grande e João Pessoa, lidera as preferências. A pesquisa mostra que as festividades populares seguem como a principal atração: 64% dos entrevistados pretendem participar de eventos públicos, como shows gratuitos e concursos de quadrilhas. Já os eventos privados atraem um público menor (8,3%), enquanto bares e restaurantes devem receber 14,4% dos consumidores. As celebrações domiciliares continuam fortes, com 52,6% das pessoas planejando reunir familiares e amigos em casa. O setor hoteleiro também será impactado, com 5,4% dos consumidores indicando que pretendem se hospedar durante o período. O consumo de bens pessoais também tende a crescer. Mais da metade dos entrevistados (56,1%) pretende fazer compras para o São João, com foco em roupas (43%), calçados (21,5%) e acessórios (20,7%). O ticket médio estimado é de R$ 225 por pessoa. Em relação à alimentação fora do lar, o gasto previsto é de R$ 207 por consumidor. Nos pagamentos, o cartão de crédito lidera como forma preferida (46,4%), seguido pelo PIX (37,1%). O setor empresarial também se prepara para o aumento da demanda. A pesquisa aponta que 12,5% dos lojistas do varejo planejam contratar trabalhadores temporários para o período. No setor de alimentação, o número sobe para 15%, com destaque para os estabelecimentos tradicionais (18,8%). Já nos shopping centers, a expectativa de contratação é mais modesta, com apenas 5,4%. Para o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, “as festas juninas têm um papel essencial no fortalecimento do nosso setor de comércio, serviços e turismo”. Já o economista Rafael Lima destaca o papel estratégico do turismo regional: “A data se consolida não apenas pelo volume de consumo, mas também pela mobilidade dos consumidores dentro do estado”. A expectativa é de crescimento de 13,5% nas vendas do varejo e de 10,9% no setor de alimentação durante o São João 2025.

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Futuro dos planos de saúde em debate no 13º Fórum de Saúde Suplementar de Pernambuco

Relator da reforma da Lei dos Planos de Saúde participa de evento promovido pelo Sindhospe e Defensoria Pública de Pernambuco O Sindicato dos Hospitais Particulares de Pernambuco (Sindhospe) e a Defensoria Pública do Estado promovem, na próxima terça-feira (17), o 13º Fórum de Saúde Suplementar de Pernambuco, um dos principais encontros sobre saúde privada no estado. O evento será realizado das 9h às 16h, no auditório da Faculdade Senac, no bairro de Santo Amaro, em Recife. Um dos destaques da programação é a participação do deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA), relator do Projeto de Lei 7419/2006, que propõe mudanças significativas na legislação dos planos de saúde no Brasil. Entre os pontos em debate está a criação de planos segmentados, com cobertura restrita a procedimentos de baixa complexidade. O tema é controverso e levanta preocupações sobre o acesso da população à saúde suplementar. “É preciso encarar os problemas e encontrar caminhos que sejam proveitosos para todos os lados”, afirma o presidente do Sindhospe, Dr. George Trigueiro. O evento também contará com a presença da presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Dra. Carla de Figueiredo Soares, e do Defensor Público Geral de Pernambuco, Dr. Henrique Seixas. A programação inclui painéis sobre os cenários da saúde suplementar em 2025, impactos da verticalização e concentração do setor, além da inclusão do homecare no rol da ANS. Especialistas e autoridades nacionais debaterão os desafios e oportunidades para prestadores, operadoras e usuários. O encontro reforça o papel do Fórum como espaço de articulação entre os diferentes agentes do setor e a sociedade. As inscrições estão abertas no site www.sindhospe.org.br, com vagas limitadas.

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Thays Medusa foto Nena Callejera Yastricia Santos e Julia Bione da esquerda para a direita foram as premiadas no Recital de poesia com Slam das Minas PE

Festival Literário das Periferias ocupa ruas e corações do Recife com arte, poesia e protagonismo negro

Segunda edição do Fliperifa promove programação gratuita com oficinas, mesas, recital e atrações culturais nos bairros do Totó e Arruda, valorizando a literatura e os espaços periféricos Com o tema “Leia a Rua”, o Festival Literário das Periferias do Recife (Fliperifa) chega à sua segunda edição ocupando, em junho, escolas públicas e espaços culturais nas Zonas Oeste, Sul e Norte da cidade. A programação gratuita segue neste domingo (15), a partir das 14h, no Cores do Amanhã, ONG situada no bairro do Totó, e na quinta-feira (19), no Ladobeco, centro cultural no bairro do Arruda. Com foco em crianças e adolescentes, o evento promove rodas de diálogo, oficinas, feira de livros, espaço infantil, recital de poesia com o Slam das Minas PE e atrações como o Coco de Água Doce e o Coletivo Família Malanarquista. Idealizado por Palas Camila, pedagoga e produtora cultural, e com curadoria da escritora Bell Puã, o Fliperifa nasceu como um compromisso com o direito à leitura e à cultura nas periferias. Em 2025, o festival homenageia duas mulheres negras de trajetória periférica: Maria Cristina Tavares, do Ibura, e Joy Thamires, do Coque, ambas reconhecidas por sua atuação em educação, arte e militância antirracista. Entre os destaques da programação estão a “Malateca”, biblioteca móvel criada pela arte-educadora Magda Alves, que percorreu escolas públicas com contação de histórias e recital poético, e as oficinas “Ancestralidade guiando nossos versos”, com Joaninha Poeta, e “Vivências de mapas afetivos e poesia”, com Cris Venceslau. As atividades também ampliam o acesso por meio de intérprete de Libras e ações de acessibilidade comunicacional. Financiado pela Lei Aldir Blanc Recife (PNAB) e realizado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, o Fliperifa reafirma o protagonismo da arte literária nas periferias como um ato de resistência, imaginação e transformação social. Serviço📍 15/06, a partir das 14h – Cores do Amanhã (Av. Garota de Ipanema, nº 02, Totó)📍 19/06, a partir das 14h – Ladobeco (Av. Prof. José dos Anjos, nº 121, Arruda)📲 Programação e inscrições: bit.ly/447DRpN | Instagram: @fliperifape

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Liderança feminina em tempos de cuidado: a hora das mulheres

*Por Luciana Almeida No mundo pós-pandemia, algo profundo mudou: o ato de cuidar passou a ocupar um lugar central nas discussões sociais, políticas e organizacionais. Essa transformação, longe de ser apenas simbólica, tem se refletido diretamente nas exigências do mundo do trabalho. O aumento expressivo dos índices de adoecimento mental e do afastamento por questões emocionais nas empresas brasileiras é apenas um dos muitos sinais de que o cuidado – com as pessoas, com os vínculos, com o ambiente – tornou-se uma necessidade estratégica. Foi diante desse cenário que a socióloga Débora Diniz afirmou: “Chegou a hora das mulheres.” Mas o que exatamente ela quis dizer com isso? Historicamente, às mulheres foi atribuído o papel social do cuidado. Desde muito cedo, meninas são educadas para assumir responsabilidades emocionais e práticas dentro da família: cuidar dos irmãos, da casa, dos idosos, dos sentimentos dos outros. Esse padrão se estende ao ambiente profissional onde, não raramente, as mulheres são associadas a funções de apoio, escuta, acolhimento, organização e articulação – habilidades muitas vezes invisibilizadas, mas essenciais para a saúde de qualquer ambiente de trabalho. Dados recentes reforçam essa realidade: entre meninas de 14 a 21 anos, 84% já assumem algum tipo de responsabilidade de cuidado dentro da família (dados da ONG Plan International Brasil, 2023). Essas experiências geram impactos profundos. Ao longo da vida, essas mulheres desenvolvem competências emocionais e sociais que hoje são cada vez mais valorizadas dentro das organizações: sensibilidade, empatia, flexibilidade, construção de vínculos. Pesquisas apontam que, comparadas aos homens, mulheres tendem a priorizar mais o coletivo e o bem-estar do outro, enquanto os homens são educados a pensar em performance individual e resolução racional de problemas. Essa diferenciação – ainda que atravessada por estereótipos de gênero – não pode ser ignorada quando falamos de inteligência emocional, uma das habilidades mais desejadas no mercado de trabalho contemporâneo. Hoje, falar em saúde mental nas empresas vai além de oferecer planos com psicólogos, gincanas corporativas ou ergonomia. Nada disso será eficaz se os relacionamentos dentro das equipes estiverem adoecidos. E é aqui que o cuidado – historicamente desprezado como “habilidade feminina” – se revela essencial para o futuro do trabalho. Saber cuidar passou a ser uma competência de liderança. E as mulheres, por sua trajetória e socialização, chegam neste momento com uma bagagem poderosa, forjada em desafios muitas vezes invisíveis. Reconhecer e valorizar essa presença feminina em cargos de liderança é mais do que uma questão de equidade de gênero: é uma resposta inteligente a um novo tempo, quando resultados e relações caminham juntos. Se antes cuidar era visto como algo secundário, hoje é, sem dúvida, estratégico. E talvez por isso, como disse Débora Diniz, esta seja mesmo a hora das mulheres. *Luciana Almeida é consultora e sócia da TGI

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Medalha do Merito Industrial

FIEPE homenageia empresas e empresário que impulsionam a indústria pernambucana

Cerimônia entregará comendas da FIEPE e da CNI a nomes que se destacam pelo protagonismo no setor A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) realiza no próximo dia 18 de junho, às 18h, a solenidade de entrega das Medalhas do Mérito Industrial da FIEPE e da Ordem do Mérito Industrial da CNI. A cerimônia, sediada na Casa da Indústria, reunirá importantes representantes do setor e marca a primeira edição sob a liderança do novo presidente da entidade, Bruno Veloso. Três empresas que vêm se destacando no cenário industrial pernambucano receberão a Medalha do Mérito Industrial da FIEPE: Interlândia LTDA – Dragão, Maje do Nordeste e Comércio de Materiais Elétricos LTDA – Mec-Tronic e Moura Dubeux Engenharia S/A. Elas representam segmentos distintos, mas têm em comum o compromisso com a inovação, o desempenho consistente e a contribuição ativa para o desenvolvimento regional. A Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) será entregue ao empresário Gilberto Tavares de Melo, presidente do Grupo Olho D’Água. À frente de um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Nordeste desde 2004, Gilberto representa a continuidade de uma história empresarial iniciada por sua família há mais de um século, com a fundação da Usina Central Olho D’Água, em 1920. Para Bruno Veloso, a cerimônia tem um valor simbólico importante. “Esta comenda nasceu com uma missão clara de reconhecer publicamente aqueles que, com esforço, inteligência, coragem e espírito empreendedor, contribuem de maneira decisiva para o desenvolvimento da indústria no nosso Estado”, afirmou o presidente da FIEPE. Mantido pelo setor produtivo, o Sistema FIEPE atua com um ecossistema integrado que reúne FIEPE, SESI, SENAI e IEL. Juntos, oferecem soluções em defesa de interesses, formação profissional, serviços de saúde e educação, inovação e desenvolvimento de carreiras, reforçando a competitividade da indústria pernambucana. Serviço:Solenidade de entrega das Medalhas do Mérito Industrial da FIEPE e da Ordem do Mérito Industrial da CNI📅 Data: 18 de junho🕕 Horário: 18h📍 Local: Casa da Indústria – Recife (PE)

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REC’n’Play 2025 promete agitar o Recife com inovação, cultura e negócios

Festival gratuito chega à sétima edição com novas arenas, foco em internacionalização e circuito de música independente O maior festival de tecnologia e inovação do Brasil já tem data marcada para transformar o Bairro do Recife em um polo efervescente de criatividade e conexões. De 15 a 18 de outubro, o REC’n’Play 2025 realiza sua sétima edição com mais de 600 atividades gratuitas, distribuídas entre os eixos de Cidades, Economia Criativa, Negócios e Tecnologia. Este ano, o tema central é “O Futuro Feito por Gente”, destacando a relevância das relações humanas por trás das inovações e transformações digitais. Entre as grandes novidades está a estreia da Arena de Inovação, inspirada no sucesso da Arena IA em 2024. O novo espaço oferecerá experiências imersivas e interativas, voltadas à criatividade e às mais recentes tendências tecnológicas. Outra aposta é a expansão da Arena de Negócios, que dobrará de tamanho e deverá reunir cerca de 200 startups de todo o país, fomentando conexões estratégicas e novas oportunidades de mercado. A Arena de Negócios também será palco de uma aguardada batalha de startups, na qual as expositoras mais bem avaliadas disputarão prêmios que incluem acesso a ambientes de inovação no Brasil e no exterior. Já a internacionalização ganha um espaço exclusivo na edição de 2025, com conteúdos voltados à inserção de negócios em mercados estrangeiros, especialmente o europeu. As atividades abordarão desde estratégias comerciais até aspectos culturais e de estilo de vida fora do país. Na área musical, o Let’s Play deixa de ser seletiva e ganha status de festival. O novo formato amplia o protagonismo da música autoral pernambucana com 20 apresentações ao vivo em diversos pontos do Bairro do Recife. Artistas independentes de todo o estado poderão se inscrever para compor a programação, que será curada com foco na diversidade e inovação sonora. A abertura das inscrições será anunciada em breve no site oficial. Com mais de 90 mil inscritos em 2024 e 737 atrações, o REC’n’Play se consolida como o “Carnaval do Conhecimento”, reunindo empresas, criadores, investidores, estudantes e o público em geral. “O evento transforma o Bairro do Recife em um grande campus a céu aberto, onde empresas, criadores, estudantes, investidores e o público em geral se encontram para compartilhar conhecimento e impulsionar novos negócios. Nenhum outro festival no Brasil combina, na mesma escala, acesso gratuito, impacto urbano, diversidade temática e volume de conexões geradas”, afirma Pierre Lucena, presidente do Porto Digital. Serviço:REC’n’Play 2025Data: 15 a 18 de outubroInscrições gratuitas: https://recnplay.peLocal: Bairro do Recife, Recife (PE)Programação: Mais de 600 atividades nos eixos de Cidades, Economia Criativa, Negócios e Tecnologia.

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Daniela Levy Foto Leopoldo Conrado Nunes

“O conhecimento dos judeus influenciou Pernambuco nos ideais democráticos e humanistas”

Entrevista com Daniela Levy: A saga dos judeus que chegaram ao Recife com os holandeses é abordada em livro lançado pela historiadora. Ela conta como eles influenciaram o Estado em vários aspectos e ajudaram a difundir aqui ideias democráticas e diz que a saída deles da cidade foi digna de um enredo de novela, com ataque de piratas, naufrágios e enfrentamento da Inquisição até chegarem em Manhattan. Foto: Leopoldo Conrado Nunes Para a historiadora Daniela Levy, a saída dos judeus do Recife, no final do governo do Brasil Holandês, é comparável a um roteiro de novela. A pesquisadora não está exagerando. Ao embarcarem no navio Valk, rumo a Amsterdã, um grupo de 23 pessoas lutaram contra piratas, sobreviveram a um naufrágio, foram parar na Jamaica – à época colônia espanhola – onde enfrentaram a Inquisição. A única alternativa viável para sair de lá seria rumar para Nova Amsterdã, na América do Norte, a colônia holandesa mais próxima. Tempos depois, a cidade passa a se chamar Nova York e abrigar a maior comunidade judaica da diáspora. Doutora em história social pela USP (Universidade de São Paulo) e autora de vários textos sobre esse período histórico, Daniela é paulista, esteve no Recife para participar de um congresso e lançar o livro Do Recife para Manhattan – Os Judeus na Formação de Nova York, editado pela Cepe. Na ocasião conversou com Cláudia Santos sobre a participação dos judeus no Brasil Holandês, a influência que tiveram na implantação dos ideais democráticos em Pernambuco e no surgimento do capitalismo. A historiadora também detalhou a saga que realizaram para ajudar a construir uma das maiores metrópoles do mundo. A história dos judeus que saíram do Recife para Nova York ainda é pouco estudada. O que a levou a realizar essa pesquisa?   Sou judia e paulista. Morei uns anos em Nova York e, ao voltar, entrei no mestrado na USP.  Na busca por um tema de pesquisa, aceitei a sugestão da professora Anita Novinsky de estudar a história de judeus que saíram do Recife para Nova York. Aí, juntei a história dos judeus, que era algo do meu interesse, com Nova York, uma cidade que tenho apego emocional.  Mergulhei nos arquivos na Jewish Historical Society, na parte de manuscrito da New York Library. Pesquisei, conheci descendentes de judeus que viveram no Recife. Ou seja, as coisas foram acontecendo para que eu desenvolvesse a pesquisa. A missão de contar essa história foi um presente na minha vida. Ela havia sido levantada a primeira vez por um historiador norte-americano chamado Jacob Rader Marcus. Depois dele, ninguém estudou mais o assunto.  Eu usei a bibliografia dele, fui levantando documentos e, assim, descobri essa história. Há outros historiadores norte-americanos, como [Leo] Hershkowitz, que estudou sobre Asser Levy, um dos principais pioneiros que saíram do Recife, mas, ainda assim, é uma história pouco estudada. Entretanto, é muito intrigante, parece um enredo de novela, tem ataque de piratas, naufrágio, revolta dos indígenas norte-americanos, tem um pouco de tudo.  O que levou os holandeses, predominantemente protestantes, a firmarem parceria com os judeus? Que interesses tinham em comum? Quando o reino português passou a ser domínio da Espanha (período conhecido como União Ibérica),a Holanda era inimiga da Coroa Espanhola. Por isso, o rei da Espanha proibiu os holandeses de comercializarem o açúcar, que era enviado de Portugal para ser refinado e distribuído pela Holanda. Em resposta, os holandeses montaram a Companhia das Índias Ocidentais – que era uma companhia de expansão comercial das colônias do além-mar – e resolveram vir para o Brasil. Mas precisavam de mão de obra, pessoas que conhecessem a língua portuguesa e o território brasileiro.  A primeira vez que vieram para o Brasil, foram para a Bahia, mas não deu muito certo porque tinham poucos aliados que nem conheciam o território e nem falavam português. Na segunda vez, precisavam de soldados e contrataram mercenários de todas as nacionalidades: escoceses, ingleses e judeus portugueses que haviam fugido para Amsterdam, na Holanda, em 1536, para não serem presos pela Inquisição e poderem retornar ao judaísmo naquele momento. Isso porque no governo holandês havia liberdade religiosa. Então, a questão da língua foi importante para os negócios.  No livro, a senhora conta que os judeus sofreram muita discriminação no Recife por parte de protestantes e cristãos. Além das diferenças religiosas, esse comportamento também envolveu interesses econômicos, o temor da concorrência? Quando os judeus chegaram aqui, o governo holandês prometia a liberdade religiosa, mas veio também um grupo de protestantes conservadores que tinham certa reticência em aceitar judeus. No início, era algo mais ligado a questões religiosas, depois começou a haver uma rivalidade, não só desse grupo religioso, mas dos holandeses em geral.  No começo, os holandeses precisavam dos judeus, que conheciam a língua portuguesa e faziam a intermediação. Com o passar do tempo, eles começaram a falar português e não precisavam mais pagar comissão aos judeus para intermediar os negócios. Além disso, havia os portugueses católicos, que também tinham uma questão religiosa com os judeus. Isso porque os judeus falavam tanto com os luso-brasileiros, quanto com os holandeses que viviam aqui, tinham facilidade nos negócios devido a essa rede comercial que estabeleceram. Então, para os católicos e para os protestantes, era uma concorrência desfavorável, eles achavam que era injusto e, assim, criou-se essa rivalidade.  Apesar das diferenças, muitos senhores de engenho, num primeiro momento, aliaram-se aos holandeses. Por quê? Os senhores de engenho acabaram negociando com os holandeses por uma questão de sobrevivência. Além disso, muitos deles eram parentes desses judeus e, por isso, tinham facilidade de negociar melhor o seu açúcar e tiveram um bom relacionamento com o governo holandês, principalmente na época de Nassau. Ele era um homem de grande tolerância, um grande humanista, entendia que a boa convivência era importante para o desenvolvimento.  Com o passar do tempo, uma das promessas da Companhia das Índias Ocidentais era a de que quem viesse com eles poderia adquirir terras no Brasil. Isso era proibido aos judeus na Europa desde a Idade Média. Então,

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O Hoje do ontem de Augusta e Lia 

*Paulo Caldas Como possível seria conter o caminhar inexorável do último ciclo da vida? Nesse arranjo ficcional, onde o tempo rege a partitura, Clarice Freire instrumentaliza a execução, em ritmo plural e bom tom, o cotidiano com memórias de dores e conflitos contidas neste “Para não acabar tão cedo”.  O texto revela, com absoluta intimidade, os hábitos de Augusta repetidos em compassos mecânicos: abrir a janela para a vida das manhãs, umedecer flores, afagar o bichano… nesta composição, o talento da autora concede o andamento do destino de Augusta ante o espelho, que destaca o semblante rabiscado de traços distantes do agora. À irmã protagonista, Lia, que antes exibia cabelos cacheados em fios castanhos dourados, coube, punida pelo longo viver, uma cadeira de rodas e o tornar-se cativa dos cuidados da irmã.   Com destreza, ao seguir Gustave Flaubert, autora guarda a convicção de que o cenário fala, e na composição dos ambientes, revela o perfil das protagonistas: um apartamento feito de antiguidades. Coisas adormecidas que são detalhes certificadores do dia a dia: – móveis de madeira escura, plantas, livros, pratos e cristais, xícaras, taças e inúmeras fotos em porta-retratos que não combinam entre si, além da imagem do rosto de Jesus crucificado. A publicação traz a orelha da escritora Michelliny Verunchk, os cuidados gráficos da renomada Editora Record e concepção de capa da própria Clarice.  Os exemplares estão nas livrarias de todo o Brasil, on-line em sites como a Amazon e afins. *Paulo Caldas é escritor

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BNB amplia crédito e lança novas soluções para o agronegócio

Anúncios foram feitos durante a Bahia Farm Show, com foco em ampliar acesso ao financiamento e modernizar o setor (Foto: Paulo Eduardo Oliveira) O Banco do Nordeste (BNB) anunciou nesta quarta-feira (11), durante a Bahia Farm Show, um pacote de ações estratégicas para impulsionar o agronegócio em sua área de atuação, que inclui os nove estados nordestinos, além de parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. As medidas foram detalhadas pelo presidente da instituição, Paulo Câmara, no auditório da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), em Luiz Eduardo Magalhães (BA). Entre as novidades, destaca-se o aumento do limite do Cartão BNB, que passa de R$ 10 milhões para R$ 30 milhões, além da criação de uma central de análise de crédito exclusiva para o setor agropecuário. “Estamos seguindo a orientação do presidente Lula que é de ampliar o apoio às atividades produtivas e o Agronegócio é um dos principais setores da nossa economia. Devemos financiar mais de R$ 11 bilhões para a agricultura empresarial no Plano Safra 25/26, 15% a mais do que no exercício anterior”, afirmou Paulo Câmara. O banco também lançou o Giro Flash Agro, linha de crédito com capital de giro e contratação simplificada, voltada especialmente para produtores do agronegócio, com crédito pré-aprovado. “O Giro Flash Agro é uma resposta a um setor que opera com alta tecnologia e precisa de crédito rápido, confiável e personalizado. Estamos reforçando nossa atuação com produtos sob medida para o agronegócio”, destacou Pedro Lima Neto, superintendente estadual do BNB na Bahia. Até o momento, o BNB já movimentou na edição atual da feira o mesmo volume de negócios registrado no evento do ano anterior, quando contratou R$ 280 milhões. A expectativa da instituição é alcançar até sábado um crescimento de 50% em relação a 2024, impulsionada pelas novas soluções apresentadas.

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Serra Talhada celebra Lampião com festa cultural e shows populares

Tributo a Virgolino destaca os 128 anos do Cangaço e os 30 anos dos Cabras de Lampião com xaxado, música e tradição Entre os dias 4 e 6 de julho, Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, será palco de uma grande celebração da cultura nordestina com o Tributo a Virgolino – A Celebração do Cangaço. O evento, que homenageia os 128 anos do nascimento de Lampião e marca os 30 anos do grupo de xaxado Cabras de Lampião, contará com apresentações de mais de 300 brincantes e nomes consagrados da música regional, como o mestre Assisão, Trio Nordestino e George Silva. A programação será realizada no terreiro da Casa de Lampião, no Sítio Passagem das Pedras, e reunirá manifestações populares como o xaxado, maracatu, coco, capoeira e dança de São Gonçalo. “Desde 1994, o Tributo a Virgolino celebra o nascimento e a morte de Lampião, nosso filho mais famoso. Junto a Maria Bonita, formou o casal que mudou a história do sertão. Amados por uns, odiados por outros, eles seguem despertando paixões. Lampião é símbolo do Nordeste: herói para alguns, bandido para outros. Mas o certo é que nenhum brasileiro passa indiferente à sua história”, afirma o pesquisador e produtor cultural Anildomá Willians de Souza. Além dos shows e das danças, o público poderá aproveitar a Feira de Artesanatos, a gastronomia típica e uma programação voltada para a valorização da cultura local. Estão previstas atividades como a Feira de Livros do Cangaço e Cordel, a exposição “Lampião por Ele Mesmo – Bilhetes de Lampião” e mostras de artes visuais promovidas pelo Ponto de Cultura Lany’s e pela Gallery Art. O Tributo a Virgolino é mais que uma festa: é um gesto de resistência cultural, de fortalecimento da identidade sertaneja e de preservação da memória coletiva. Com apoio do Funcultura, Fundarpe, Secult-PE e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), a iniciativa reforça o papel da cultura popular como ferramenta de cidadania. ServiçoTributo a Virgolino – A Celebração do Cangaço📍 Casa de Lampião – Sítio Passagem das Pedras, Serra Talhada (PE)📅 4 a 6 de julho de 2025🔗 Programação completa: museudocangaco.com.br📱 Instagram: @museudocangacost

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