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O pólo turístico do Sertão Pajeú: uma proposta viva

*Por Geraldo Eugênio (Foto: Rafael Dantas) Os municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo, em Pernambuco e Princesa Isabel, na Paraíba, contam com todos os atributos para se tornar um polo regional de turismo, seja de ponto de vista paisagístico, histórico, culinário, turístico, educativo e de saúde. PERSONAGENS MARCANTES Em se falando de história não há como não considerar o mais importante personagem do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, nascido em Serra Talhada em 1987. O cangaço foi um movimento social, político e cultural que teve seu apogeu entre os anos 20 e 40 do século passado. Caracterizou-se pelo terror causado por seus bandos resultando em saques, mortes, estupros, agressões. Tais grupos eram formados à margem da sociedade, por motivos pessoais, familiares, crimes contra a honra, assassinatos, questões fundiárias, roubo de gado e outros motivos que faziam parte da sociedade local. A população sofrida e sem contato com os governos estava dividida entre os que acobertavam os crimes cometidos pela polícia e os “coiteiros” dos cangaceiros. Uma guerra surda que se estendia por grande parte do território nordestino consumindo recursos, vidas e a paz. A questão é que este Billy the Kid sertanejo se tornou em misto de justiceiro e bandido, alguns o vendo como um vingador e outros que o consideravam um simples meliante que cultuava a violência pela violência. Nesta região, o segundo ator a ser lembrado é o Coronel José Pereira Lima, de Princesa do Agreste, município paraibano contíguo a Triunfo que se tornou reconhecido por liderar a Revolta de Princesa, em 1930, contra o governo local e federal. Uma figura controversa, líder absoluto da região, eleito deputado estadual pela Paraíba por quatro mandatos. Dentre os aspectos mais interessantes e pouco elucidado em sua vida é a relação ambígua que exercia com o cangaço. Quando conveniente, dava proteção ao grupo ou os rejeitava. Foi um administrador meritoso e produtivo, havendo investido em várias obras públicas na região. Marcou época e seu nome está definitivamente ligado ao coronelismo que exerceu forte influência na região na primeira metade do século passado em todo Nordeste. O terceiro personagem é o escritor Ariano Suassuna. Paraibano com raízes culturais e efetivas em Pernambuco, local que adotou e foi adotado. Ariano deu vida a São José do Belmonte com seu romance O Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, uma saga que não é apenas um livro, mas um manifesto à identidade nacional. A obra mescla, em sua narrativa, um megalomaníaco que se diz rei, um local de sacrifício e a espera eterna pelo retorno de D. Sebastião, o jovem monarca português que ao morrer em uma batalha no Marrocos, em 1578, e que por séculos cultivou o sentimento de redenção e da volta do messias em Portugal e no Brasil. Este rochedo, a Pedra do Reino está localizada nesse município, que também é um dos mais importantes centros de produção de energia fotovoltaica em todo o País. INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA Não dá para se falar em turismo sem levar em conta o fator logístico. O turista para chegar a este reino encantado terá que viajar do Recife a Serra Talhada pela rodovia BR-232, cujo estado de conservação deixa a desejar. Além disso, um projeto de duplicação dessa espinha dorsal de Pernambuco foi negligenciado por mais de 20 anos, desde que, no segundo mandato de Jarbas Vasconcelos como govenador, essa via foi duplicada entre o Recife e o município de São Caetano, com uma extensão de 147 quilômetros. Atualmente o percurso Recife- -Serra Talhada, de 410 km é realizado ao redor de seis horas, o que poderia ser um tempo bem mais curto, contando-se com uma estrada apta a um tráfego sem interrupções e engarrafamentos. Como alternativa, há um fato importante e positivo, o aeroporto municipal de Serra Talhada. A cidade conta com voos diários para o Recife, à exceção dos dias em que o voo é cancelado sem aviso prévio. O que há de novo é a conclusão das obras de alongamento da pista, cercas e estacionamento, o que permitirá o uso de aeronaves com maior capacidade de transporte. Chegando-se em Serra Talhada, as distâncias são mínimas para esse percurso turístico. Até Princesa Isabel, 55 quilômetros; Triunfo, 31 quilômetros; Santa Cruz da Baixa Verde, 29 quilômetros, ao norte; e São José do Belmonte, 66 quilômetros, a oeste. A região conta com uma infraestrutura de hospedagem consolidada, particularmente devido ao fato de Triunfo, por sua história, clima e cenários, se constituir em uma atração por si só. Serra Talhada, em sendo um polo de desenvolvimento regional, tem uma rede hoteleira com aproximadamente dois mil leitos. Logo, a região oferece as condições básicas para passar a ter no turismo uma opção econômica real. HOSPITALIDADE E CULINÁRIA Há uma característica ímpar por parte do sertanejo, seu caráter cordial e hospitaleiro, algo que todo turista quer e se sente recompensado. Sem falar na culinária típica que envolve a galinha de capoeira, o arroz vermelho, o bode assado, o angu, o manguzá salgado, o cuscuz, a carne de sol, a rapadura, o mel, os queijos de coalho e manteiga artesanais, o caldo de mocotó e uma tilápia frita especial. COM TUDO ISTO, O QUE FALTA? As lideranças locais devem avaliar o ativo com que contam. Lampião, por exemplo, com Padre Cícero, Luiz Gonzaga e Antônio Conselheiro fazem o universo das figuras mais cults no Sertão. Mas, por incrível que pareça, não tem sido objeto de ação turística, a exemplo do que ocorre com seu nome em todo o Nordeste e em especial no Estado de Sergipe, onde foi morto na Grota de Angicos e em Alagoas, onde ele passou boa parte de seu tempo de cangaço nas barrancas do São Francisco. *Geraldo Eugenio é professor titular da UFRPE-UAST (Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada).

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Os minilivros de Joca

*Por Paulo Caldas Vinda a público em 29 de novembro último, no Parque da Tamarineira, a trilogia “Minicontos & Gracejos”, contidos em minilivros (14x10cm) e assinada pelo escritor Joca Souza Leão, oferece ao público leitor temas concebidos no âmbito da política, cotidiano e relações afetivas, com doses de bom humor nascidas da elogiável verve do autor. Cada um dos volumes, com a capa em cores diferenciadas, abriga um conteúdo. O amarelo traz minicontos e gracejos, historinhas miúdas e divertidas, como define Joca. O de capa vermelha, reúne os textos libidinosos e safadinhos, e o terceiro, capa azul, apresenta a capacidade de síntese do autor em cada uma das composições: “Olavo, negacionista, morreu de Covid. Ninguém nega”.   Joca revela que a obra nasceu da leitura de “O Dinossauro” de Augusto Monterroso e os minicontos de Dalton Trevisan. “Assim, escrevi os meus próprios minicontos. Cheguei a produzir dois cadernos deles. Há mais de um ano, começaram a surgir alguns motes que fui anotando e cerca de 300 deles estão nesta trilogia”, comentou. A publicação tem o projeto gráfico de Ricardo Melo, capa de João Souza Leão e obedece à coordenação editorial de Deborah Echeverria. O prefácio é assinado por Luiz Arraes e a leitura crítica por Paulo Santos. Os exemplares podem ser adquiridos nas principais livrarias da cidade. *Paulo Caldas é escritor

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Cartilha destaca o patrimônio histórico e o direito à cidade no Recife

Lançamento acontece na Academia Pernambucana de Letras com debate e exibição de filme de Kleber Mendonça. Foto: Renata Victor de Araújo O Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE) lança, na próxima quinta-feira, 12 de dezembro, às 17h, na Academia Pernambucana de Letras, a cartilha “Por um espaço público cidadão: o patrimônio (ainda) está nas ruas”. O evento, gratuito e aberto ao público, busca estimular a reflexão sobre o patrimônio histórico urbano do Recife e o direito à cidade, reunindo engenheiros, arquitetos e especialistas na área. A publicação será distribuída gratuitamente durante o lançamento. Assinada por 12 autores, a cartilha aborda temas como urbanismo, planejamento e construção da cidade, destacando a importância de preservar e valorizar o patrimônio histórico. “Esta é a terceira cartilha de um conjunto de publicações que entregamos à população, visando esclarecer questões fundamentais sobre a construção e gestão do espaço público”, explica Eloisa Moraes, presidenta do Senge-PE. A iniciativa conta com o patrocínio do Conselho Federal e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. O evento contará também com a exibição do filme Retratos Fantasmas, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, que explora a história do centro do Recife através das antigas salas de cinema que marcaram o século XX. Estudantes, docentes e gestores públicos foram convidados para o debate, que promete enriquecer as discussões sobre planejamento urbano e patrimônio cultural. ServiçoLançamento da cartilha: “Por um espaço público cidadão: o patrimônio (ainda) está nas ruas”📍 Local: Academia Pernambucana de Letras – Av. Rui Barbosa, 1596, Graças, Recife📅 Data: 12 de dezembro (quinta-feira)⏰ Horário: 17h📲 Informações: Instagram @senge.pe | Site: sengepe.org.br

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Então é Natal! E o que você fez?

*Por Manu Siqueira Fracassei. E fracassei com sucesso. Dezembro é meio assim. A gente fracassa o tempo todo. Existe até uma síndrome batizada de Síndrome de Fim de Ano, que coloca em ebulição, sentimentos confusos ou mal digeridos como ansiedade, cansaço, exaustão, fadiga, estresse e tristeza. Eu perdi prazos. Não dei conta de tudo. Esqueci de tomar o suco verde pela manhã e de fazer aquele exercício matinal para diminuir as dores da Fascite Plantar. Na correria, mal tive tempo de produzir o texto desta coluna, que segue bem atrasada. Dezembro é ligeiro como um raio, repleto de confraternizações, presentes para comprar, ceia de Natal para fazer, filas quilométricas e abomináveis pra absolutamente tudo. Engarrafamentos por todo o lado. Piscamos e terminou o ano. Você também tem a sensação de que o mundo está ao contrário e ninguém reparou? Sim, precisamos sair do piloto automático, de estar disponíveis 24h pelo WhatsApp, de tentar dar conta de tudo o que já sabemos que não daremos conta. Equilíbrio. Sei que nem sempre conseguimos, mas é possível. Esta semana, em meio a tantas e infinitas tarefas do meu dia a dia, desliguei o celular por meia hora, fiz um café e comi com bolo de cenoura no final da tarde, assistindo uma novela na televisão. Foi a meia hora mais feliz do meu dia. Este texto é um lembrete para você não se deixar levar pela correria do cotidiano, que nos engole cruelmente, às vezes. É só pra te lembrar de largar um pouco o celular, tomar um chá ou alguma bebida refrescante enquanto olha o pôr do sol pela sua janela. Também vale aquela caminhadinha até a padaria para comprar pão fresquinho. Ah! E deixo o celular em casa. No caminho, sempre gosto de observar os muros das casas, as janelas, se a rua é arborizada, sempre encontro alguma árvore mais frondosa para olhar a sua copa, ver se ela está carregada de frutos ou flores. Gosto de ver o encaixe das pedras na calçada. Sempre encontro algo bonito no caminho. E é isso que te desejo em 2025: que você sempre encontre algo bonito no seu caminho. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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Petrobras avança com pacote de editais para o Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima

Petrobras avança com pacote de editais para o Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada em Ipojuca, no Grande Recife, dará um importante passo rumo à ampliação de suas operações com a publicação de sete editais pela Petrobras. O projeto, que envolve a construção do Trem 2 da refinaria, representa um investimento de mais de R$ 8,4 bilhões e tem potencial para gerar milhares de empregos e movimentar a economia de Pernambuco. A iniciativa reforça o papel estratégico da Rnest no desenvolvimento econômico regional e nacional. Os editais abrangem desde serviços de construção, montagem e ajustes até fornecimento de bens para diversas unidades do Trem 2. Entre eles, destaca-se o maior pacote, orçado em R$ 2,9 bilhões, que inclui a construção das unidades de coqueamento retardado, tratamento cáustico regenerativo e subestações. Outros pacotes variam entre R$ 1,6 bilhão e R$ 700 milhões. Uma das licitações também contempla a desmontagem e limpeza de áreas na refinaria. Com a conclusão do Trem 2, a capacidade de processamento da refinaria será duplicada, atingindo até 260 mil barris de petróleo por dia. Segundo Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, os editais foram estruturados com base em aprendizados anteriores para aumentar a competitividade e atrair uma maior diversidade de fornecedores. As licitações, publicadas no Diário Oficial da União, reforçam a retomada dos investimentos na refinaria, conforme anunciado em cerimônia realizada no início do ano. Mais informações sobre os editais estão disponíveis no site oficial da Petronect (www.petronect.com.br).

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Principais ameaças cibernéticas para 2025: IA, IoT e cadeias de suprimentos

CEO da TrueSec destaca a sofisticação dos ataques e a necessidade de proteção proativa. Foto: Freepik A segurança cibernética enfrentará desafios ainda mais complexos em 2025, com destaque para ataques baseados em inteligência artificial (IA), dispositivos IoT e cadeias de suprimentos. De acordo com Alberto Oliveira, CEO da TrueSec, a evolução tecnológica impulsiona cibercriminosos a explorar novas vulnerabilidades, tornando ataques cada vez mais sofisticados. “IA, ataques à cadeia de suprimentos e dispositivos IoT como as tendências mais preocupantes para a segurança cibernética nos próximos anos. A sofisticação dos ciberataques, como os impulsionados pela IA, torna o reconhecimento e a resposta cada vez mais difíceis”, afirma o especialista. Um estudo da Keeper Security revelou que 51% dos líderes de segurança apontam a IA como a principal ameaça, enquanto 35% admitem não estarem preparados para enfrentá-la. Ferramentas de IA generativa têm sido usadas para criar phishing altamente personalizado e enganosamente realista. “Com o refinamento dos ataques, o phishing ainda tende a se espalhar por canais diversos, além dos tradicionais e-mails, como mensagens instantâneas e até telefonemas automatizados via IA”, destaca Oliveira. Essa estratégia aumenta a taxa de sucesso de cibercriminosos, dificultando a identificação de fraudes. Outro ponto crítico são os ataques às cadeias de suprimentos, que exploram fragilidades de fornecedores e parceiros para atingir empresas. “A previsão é que mais cadeias de suprimentos digitais sejam comprometidas, com hackers cada vez mais focados em vulnerabilidades não diretamente controladas pela empresa”, alerta Oliveira. Exemplos como o da National Public Data, nos EUA, que declarou falência após um ataque cibernético, evidenciam as graves consequências desses crimes. O crescimento do uso de dispositivos IoT também abre novas portas para invasões cibernéticas. Estudos da Gartner indicam que até 2025, 25% dos ataques a empresas envolverão dispositivos IoT. “Dispositivos inteligentes, como assistentes virtuais e monitores de bebê, podem ser infectados, permitindo o roubo de dados e até mesmo monitoramento invasivo”, explica Oliveira. Ele reforça que soluções como monitoramento contínuo, capacitação de equipes e estratégias de acesso de confiança zero (ZTNA) são fundamentais para proteger empresas contra essas ameaças emergentes.

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Festival Canavial inicia programação com cinema, mamulengo e cordel em Aliança

Evento oferece uma mostra de cinema, espetáculo de mamulengo e oficina de literatura de cordel para alunos da Escola Rural Chã de Câmará, na Mata Norte de Pernambuco. Foto: Hans von Manteuffel Nesta sexta-feira, 13 de dezembro, a 17ª edição do Festival Canavial será aberta no Ponto de Cultura Estrela de Ouro, localizado na Zona Rural de Aliança, na Mata Norte de Pernambuco. O evento, que faz parte do esforço contínuo para preservar e valorizar a cultura popular do estado, terá sua programação iniciada com atividades voltadas para os alunos da Escola Rural Chã de Câmará. A ação é organizada pelo Movimento Canavial e coordenada pelos produtores Afonso Oliveira, Claudia Lemos e Selene Caetano. A programação inclui uma mostra de cinema infantil, com filmes que tratam de temas como identidade racial, diversidade e empoderamento. Dentre as exibições, destaca-se o curta-metragem ‘O Lápis Cor da Pele’, que conta a história de Dudu, um garoto negro que reflete sobre padrões de representatividade ao ouvir a frase "lápis cor da pele" de sua professora. O filme abre um debate sobre identidade e autoestima, que será continuado em rodas de conversa com a equipe pedagógica, incluindo as mediadoras Carlita Roberta e Izabel Farias, além da produtora Andréa Lima. Outro destaque da programação é o documentário ‘Parece Comigo’, que aborda a escassez de bonecas negras no mercado brasileiro e apresenta as iniciativas de bonequeiras que, por meio do artesanato, desafiam padrões da indústria. O documentário promove um debate sobre representatividade e pertencimento desde a infância, incentivando os estudantes a refletirem sobre o papel da cultura e do trabalho artesanal na transformação social. O evento também contará com o espetáculo Mamulengando Alegria, da Mestra Cida Lopes, que traz para os alunos o universo do teatro de bonecos. Com histórias que mesclam humor, emoção e crítica social, o espetáculo destaca o rico legado dos mamulengos e sua conexão com as tradições culturais nordestinas. Além disso, haverá uma oficina de literatura de cordel com o poeta Paulo Matricó, que compartilhará sua experiência e ensinará aos estudantes a estrutura do cordel e suas origens, explorando também temas do cotidiano e da cultura local. O Festival Canavial tem apoio da Funarte/MinC, da Prefeitura de Aliança e do Funcultura, e é realizado pelo Ponto de Cultura Estrela de Ouro, Maracatu Estrela de Ouro e Associação Reviva.

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Atos de Habitar: performance urbana propõe novas perspectivas sobre o espaço e o meio ambiente

Com dança e intervenção no centro do Recife, o projeto aborda temas como crise climática, especismo e o direito à cidade. Foto: Gabriela Oliveira O projeto Atos de Habitar - Onde a Vida Insiste é uma criação itinerante que integra dança, intervenção urbana e provocações artísticas. Com coreografia e performance dos artistas Guilherme Allain e Isabela Severi, e intervenções de Gabi Holanda, a performance acontecerá nos bairros de Santo Antônio e São José, no Recife. A ação se desdobrará em dois trajetos sensíveis, percorridos coletivamente com o público, que será convidado a interagir com o ambiente urbano através da presença simbólica das "ervas daninhas", "fungos" e "liquens". O projeto busca oferecer uma nova experiência da cidade, conectando a natureza com a paisagem urbana. Com a crise climática como pano de fundo, os artistas propõem uma reflexão crítica sobre a maneira como habitamos o espaço urbano, chamando a atenção para as questões ecológicas e a construção subjetiva e política da cidade. A performance busca envolver o público em um olhar mais sensível e atento ao que nos cerca, convidando-o a repensar o cotidiano e a relação com o meio ambiente. “Queremos explorar uma experiência de cidade que abrange o encontro com essas existências não-humanas e suas poéticas de habitar o espaço urbano”, afirmam os artistas. As apresentações ocorrerão nos dias 13 e 14 de dezembro de 2024, com pontos de encontro na Praça da República, no Bairro de Santo Antônio, e na Praça Sérgio Loreto, no Bairro de São José, sempre às 15h30. Os ingressos podem ser adquiridos gratuitamente pela plataforma digital Sympla, com mais informações disponíveis no Instagram da @acasadaninha.

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IoT traz boas perspectivas para o setor de tecnologia de Pernambuco

Com a redução do custo dos equipamentos e aumento da demanda por dados, setor de tecnologia local, que já produz hardwares e softwares, vislumbra cenário promissor com internet das coisas. *Por Rafael Dantas O Recife tem trilhado um caminho ainda tímido, mas crescente de empresas no segmento de Internet das Coisas. A IoT, como é conhecida, é a conexão de objetos físicos à internet, permitindo que eles coletem, compartilhem dados e interajam entre si e com os usuários. Tudo isso de forma inteligente, automatizada e nos últimos anos com várias soluções made in Pernambuco. Em diferentes vertentes, várias empresas locais têm construído suas histórias nessa atuação que perpassa entre os hardwares e a inteligência de dados. Diferente do desenvolvimento de softwares e aplicações, em que Pernambuco tem algumas centenas de startups e empresas atuando, no segmento de IoT o número de players é pequeno. Porém, as expectativas são grandes nesse mercado, com a redução do custo dos equipamentos e o aumento da demanda de dados para a tomada de decisões em todos os negócios e serviços. “O mercado global de IoT está em rápida expansão e analistas, como a GlobalData, projetam que ele possa ultrapassar US$ 1,1 trilhão até 2024, impulsionada pela automação e pela necessidade de dispositivos conectados. Temos algumas iniciativas promissoras em IoT em Pernambuco, mas a maior representatividade está nas universidades e nos projetos de governo. Universidades como a UFPE e o Instituto Senai de Inovação promovem pesquisas importantes e incubam startups, enquanto o Porto Digital fomenta projetos com IoT”, afirmou o professor da UniFBV Wyden Marcello Mello, que é PhD em Educação Tecnológica e mestre em Ciências da Computação. Diante do aumento da produção em escala desses equipamentos, o professor afirma que os custos dos sensores e módulos de comunicação diminuíram consideravelmente, permitindo que mais empresas e consumidores acessem essas tecnologias. Alguns dos produtos mais populares são os assistentes domésticos, como o Alexa. Além disso, várias soluções de automação residencial estão se tornando mais acessíveis. Esse avanço começa a ser percebido no Estado, segundo o CEO da Parlacom, Clóvis Lacerda. “Nós temos empresas que fabricam equipamentos em Pernambuco. Empresas genuinamente pernambucanas. Isso é importante porque no mundo inteiro se discute a questão do circuito integrado, porque é uma questão de estratégia nacional. No Recife temos no Porto Digital empresas de programação, muitos desenvolvedores… Mas agora a gente tem a união do software com hardware”, destacou. TECNOLOGIAS À SERVIÇO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA Um dos players locais no segmento é a BottomUp, que nasceu em 2011 em uma incubadora no Itep (Instituto de Tecnologia de Pernambuco). Hoje a empresa tem uma planta instalada na Várzea e já está com planos para levar suas operações para o Parqtel (Parque Tecnológico de Eletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco). O novo espaço representará um salto pois terá uma estrutura quatro vezes maior que a atual. A empresa é uma fábrica de hardwares, com 60 funcionários. A corporação dispõe de um setor interno de Pesquisa & Desenvolvimento, uma área de design industrial e muitos produtos no mercado. O principal segmento de atuação da BottomUp é de equipamentos voltados para os serviços de iluminação pública. Pequenos hardwares instalados nos postes da cidade ajudam a evitar que as lâmpadas queimem, diante da oscilação de eletricidade, por exemplo. “Nós temos um equipamento que é instalado e se o poste vazar corrente, o sistema desliga apenas aquele poste. A equipe da prefeitura fica sabendo qual poste foi desligado e está com problemas. Dessa forma, ninguém leva choque”, exemplificou Fred Braga, CEO da empresa. Caso as luminárias parem de funcionar, o sensor também emite um alerta para a gestão municipal. Além disso, uma funcionalidade bem típica desses equipamentos é a medição do consumo de cada ponto. Como se trata de uma solução de interesse das municipalidades de todo o País, os equipamentos da empresa pernambucana estão espalhados para além das fronteiras do Estado. Só aqui na Região Metropolitana, por exemplo, vários desses hardwares estão em uso nas cidades do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, em Goiana, entre outras. Apenas nesse exemplo da iluminação, é possível perceber a inversão de lógica nos serviços públicos que a IoT abre caminho. “O município deixa de ser reativo e passa a ser proativo”, afirma Fred. Antes dessas tecnologias, as empresas que prestam esse serviço público recebem as notificações de luminárias queimadas dos cidadãos. Com a inovação, a autoridade municipal já recebe a informação antes mesmo do aviso da população. A empresa, no entanto, não atua apenas nesse segmento, tendo soluções também de telegestão de ambientes (para condomínios residenciais e comerciais), Smart Parking (para identificação de vagas em estacionamentos), telemetria (de água, gás e energia), entre outros. Um dos produtos da BottomUp, por exemplo, foi o Botão do Gás, comercializado para a Supergasbras. A empresa pernambucana fabricou 132 mil unidades do equipamento que, ao ser acionado, faz o pedido automático de compra do botijão. Além desses serviços já em uso, o desenvolvimento do setor no suporte às smart cities – cidades inteligentes – aponta para muitas novidades nos próximos anos. IOT NO SUPORTE À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Com precisão na medição de dados em soluções de IoT, a XP Energy vem se destacando no segmento de monitoramento e controle de energia. Fundada em 2019, a startup pernambucana desenvolve tanto o hardware quanto o software necessários para acompanhar o consumo energético em tempo real, disponibilizando informações detalhadas aos clientes diretamente pela nuvem. Essa tecnologia integrada permite que empresas identifiquem padrões de uso, otimizem processos e reduzam despesas. A plataforma da XP Energy permite às empresas acompanhar os custos de energia em tempo real e acessar relatórios detalhados para um planejamento financeiro mais eficaz. A solução beneficia médios e grandes consumidores de energia, com contas superiores a R$ 10 mil, para quem a redução de desperdício e a eficiência energética são fundamentais. “O benefício de IoT em geral e dos nossos serviços é a redução de custo, automação de processos, digitalização e velocidade no acesso a dados para tomada de decisão”, afirmou o

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"A questão financeira é um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência"

Titular da Secretaria da Mulher, da Prefeitura do Recife, Glauce Medeiros fala dos programas que contribuem para a população feminina gerar sua própria renda, que tem beneficiado vítimas de violência doméstica. A iniciativa tem colecionado prêmios, o mais recente, Chamada de Boas Práticas para Políticas Locais de Gênero, foi entregue na 29ª Cúpula de Mercocidades, na Argentina. E m 2020, o recém-eleito prefeito João Campos anunciou um secretariado com paridade de gênero. As fotografias do primeiro escalão da gestão, tradicionalmente masculinas, ganharam uma nova face naquele ano. A escolhida para a função de Secretária da Mulher foi a socióloga Glauce Medeiros. Feminista, vinda dos movimentos sociais, e pesquisadora de gênero, ela já estava como interina após a saída de Cida Pedrosa da pasta para a disputa eleitoral naquele ano. Quatro anos depois, além de avançar no trabalho mais típico desses órgãos, que é a prevenção e o enfrentamento à violência contra as mulheres, a secretaria registrou experiências exitosas no campo da promoção da autonomia financeira, especialmente no apoio ao empreendedorismo feminino. Motivações para isso não faltaram. No ano da pandemia, nada menos que 99,5% das baixas de carteira assinada foram de mulheres. Além disso, a percepção de quem está no atendimento direto à violência doméstica e sexista aponta que um dos fatores que mantém as mulheres convivendo com os agressores é a falta de renda. Os projetos ganharam reconhecimento nacional e internacional e culminaram na instalação do Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, que não é focado em vítimas de violência, mas é aberto a todas as recifenses que pretendem se capacitar para o mercado de trabalho, seja para disputar vagas ou para montar seus negócios. A maioria das ações que acompanhamos das Secretarias da Mulher distribuídas pelo País focam apenas no enfrentamento à violência. O Centro Marta Almeida, que foi inaugurado neste semestre, faz uma atuação no fortalecimento econômico das mulheres. Por que vocês fizeram essa virada de chave? Esse é o primeiro equipamento municipal de políticas para mulher da gestão da Secretaria da Mulher que atua no fortalecimento sociopolítico, e que contribui para a promoção da autonomia financeira das mulheres. A iniciativa apoia as empreendedoras e aquelas que buscam vagas de trabalho, com objetivo de criar oportunidades para que elas se empoderem do ponto vista político, social e econômico. O Centro Marta Almeida é para todas as recifenses, não apenas as mulheres em situação de violência. Na gestão de Cida Pedrosa (atual vereadora do Recife) foi idealizado esse espaço de formação e qualificação. Contudo também é uma política de prevenção e enfrentamento visto que a questão financeira é, muitas vezes, um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência. Não é que a mulher quando tem recursos não fique em situação de violência. Essa situação acontece independentemente de raça ou classe. Mas aquelas que não têm autonomia financeira tendem a sofrer mais violências e enfrentam mais barreiras no processo de saída. A violência doméstica e a psicológica são muito cruéis, retiram a identidade de sujeito político e de cidadã das mulheres. É fundamental fortalecer a mulher para que se entenda como cidadã, se previna da violência doméstica ou que possa dar os passos para sair desse ciclo. Uma pesquisa recente do DataSenado revelou que 85% das mulheres negras sem renda convivem com agressores. Essa percepção da relevância do fortalecimento econômico das mulheres é recente? Essa é uma bandeira histórica do movimento de mulheres. Há bastante tempo lutamos pela inserção delas no mercado de trabalho e igualdade salarial, a promoção da autonomia financeira contribui diretamente com o fortalecimento da cidadania e com o seu empoderamento. E não é que os governos não tinham essa percepção da importância da autonomia financeira, mas é que os equipamentos em geral são voltados à questão do atendimento à mulher em situação de violência. E a gente precisava ter um outro espaço para dar conta dessa outra dimensão da vida e também fortalecer essas mulheres que sofrem violências. Eu não tenho dúvida de que com esse trabalho vamos chegar também a várias mulheres que sofrem violência. Muitas que têm receio em acessar a rede, no Clarice Lispector (o Centro de Referência da Prefeitura do Recife que atende mulheres em situação de violência de gênero), já chegaram no Centro Marta Almeida e participaram de formações. Aqui elas perceberam que não estão sozinhas, que existe uma rede de apoio e juntas somos mais fortes, mesmo. Já ouvimos: “melhorei minha autoestima e agora sei que tenho valor.” Como tem sido a procura das mulheres por essas oportunidades de formação no Centro Marta Almeida? A gente divulga a abertura dos cursos, tem um processo de inscrição, fazemos as formações de cidadania, direitos das mulheres e humanos. Todo curso tem na carga horária de uma aula de fortalecimento, uma oficina bem lúdica, e buscamos a conexão com as oportunidades. A procura tem sido muito alta e com uma boa distribuição por RPA (Região Político Administrativa). Mesmo com poucos meses de inauguração e com restrições de divulgação, devido ao período eleitoral, 701 mulheres já foram matriculadas no centro e 457 delas se formaram em uma ou mais de uma capacitação. Qual o perfil dessas mulheres e de onde elas estão vindo? A gente tinha um receio de que a mulher que mora na periferia não conseguiria chegar aqui na unidade, que ocupa dois imóveis restaurados da Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife. Mas a experiência tem mostrado que nesse bairro tão central da cidade elas conseguem chegar. Das mulheres que chegam ao Centro Marta Almeida, 74% são pretas ou pardas. A maioria recebe até um salário mínimo, se somar com o público que tem renda de até dois salários mínimos, chegamos a quase 90%. Essa é a população que a gente tem focado. Que tipo de formação está sendo oferecida no Centro Marta Almeida? O Centro Marta Almeida tem um foco importante na formação e qualificação profissional. Nosso objetivo é capacitar as mulheres para que possam alcançar autonomia financeira, oferecendo

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