Revista algomais, Autor em Revista Algomais - a revista de Pernambuco - Página 64 de 1031

Revista algomais

Revista algomais

É preciso internacionalizar para evoluir

*Por Gustavo Delgado Cada vez mais entendemos a importância de sermos, de fato, cidadãos do mundo, por várias razões e benefícios. Quer seja porque o mundo está cada vez “menor”; e mais conectado, quer seja porque está mais acessível o ir e vir entre os países, tornando o fluxo cada vez mais fácil. O fato é que este movimento é importante para aprendermos mais, entendermos melhor o que fazemos bem e o que precisamos aprender a fazer melhor. Sempre que posso, recomendo que as pessoas saiam do Brasil, vão conhecer outros países, independentemente do continente, pois sempre temos o que aprender. No mínimo, passaremos a enxergar melhor o nosso próprio país. Quantas vezes é de fora do Brasil que percebemos nossos problemas e nossas falhas, que por tantas vezes já se tornaram nossa rotina e já não mais as percebemos? Nós nos acostumamos com o ruim e com o bom. Logicamente, também são nestes momentos em que valorizamos o que temos de bom, por menor que seja: nossa peculiaridade, nosso clima, nosso jeito de nos relacionarmos. Independentemente disso, sempre que tiver a oportunidade, vá para fora deste nosso lindo Brasil e nos veja de lá! E perceba o quanto aprendemos com isso. Obviamente, volte! No âmbito da educação, isso vale ainda mais. Participar de uma “graduação sanduíche”, ou ainda fazer uma imersão de idiomas no exterior, é uma experiência que deveria ser obrigatória no processo de formação. Existem várias oportunidades e empresas que fazem esse trabalho, é verdade. Entes públicos já promoveram e promovem ações em que estudantes de instituições públicas de ensino ganham o mundo para terem uma formação cada vez melhor. Acompanhei e conheci vários desses projetos e vi de perto o impacto, a mudança de comportamento e de visão de mundo. Mas também é importante receber esses estudantes e profissionais estrangeiros, fazer o caminho contrário. Não vemos tantos programas para receber e apresentar aos outros países do mundo nossas instituições de ensino, nossas importantes empresas e nossa gestão. Mostrar ainda criatividade brasileira, a nossa “cor”, nossa tropicalidade. É preciso desenvolver cada vez mais essa possibilidade em nossas terras tropicais, por que não? Seria nossa “síndrome de vira-lata” que não nos faz pensar nisso? Que acha que o bom só está lá fora? Não creio nem espero que seja verdade. Temos muito a mostrar, afinal ainda nos orgulhamos muito de ser brasileiros. Quem sabe não podemos e devemos criar programas para receber estrangeiros em nossas instalações, conectando-os aqui em nosso clima quente, com nossos polos de tecnologia e criatividade, mostrando a eles como sobreviver na adversidade, imersos na cultura tão própria de nosso povo? Isso também é internacionalizar! Agora é internacionalizar nosso país! Como profissional que trabalha no processo de internacionalização das empresas há mais de 20 anos, penso sempre neste outro aspecto. Vejo as potencialidades locais nossas, comparo as empresas e produtos que conheço fora do Brasil com os nossos… E posso dizer que não deixamos a desejar em nada. Como diz um amigo, Alexandre Noronha, em seu livro “Pontes para o Mundo”: “Interagir com o mundo não é mais uma questão de oportunidade, é uma questão de necessidade!” *Gustavo Delgado é Consultor de comércio exterior e de internacionalização de empresas, Diretor de inovação da ABDAEX, Coordenador de MBA em Comércio exterior e Coordenador dos cursos de Gestão da UNIFBV.

É preciso internacionalizar para evoluir Read More »

Evento Diabetes Pernambuco apresenta as mais recentes atualizações científicas

Nos dias 5 e 6 de julho, o evento médico Diabetes & Metabolism Pernambuco in Debate 2024 será realizado no Mar Hotel Conventions, em Boa Viagem, zona sul do Recife. Com o objetivo de promover a atualização em temas relacionados ao diabetes e às doenças metabólicas, além de incentivar a pesquisa através das sessões de trabalhos científicos, este evento se destaca como o mais internacional da endocrinologia brasileira neste ano, contando com a presença de oito palestrantes estrangeiros. O Diabetes Pernambuco é organizado pela Unidade de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Agamenon Magalhães (UED-HAM), pela Unidade de Cardiologia da Secretaria de Saúde do Estado e pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (FCM/UPE). O evento recebe apoio de instituições como o CNPq, CAPES e IMIP. A coordenação geral está a cargo do endocrinologista Francisco Bandeira, professor da FCM/UPE e coordenador da UED-HAM, com o apoio dos endocrinologistas Fabio Moura, Érico Higino de Carvalho e Leonardo Bandeira na comissão organizadora. Este evento anual, que já teve quatro edições em parceria com a American Association of Clinical Endocrinologists (AACE), atrai participantes de todo o Brasil e convidados internacionais. Para esta edição, os palestrantes estrangeiros incluem profissionais de renomados hospitais, centros de pesquisa e universidades dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, que abordarão temas como diabetes, obesidade, tireoide, osteometabolismo e riscos cardiovasculares. Detalhes completos do programa e inscrições estão disponíveis no site oficial do evento. O programa completo está no site https://diabetespernambuco.org.br/ onde as inscrições podem ser feitas.

Evento Diabetes Pernambuco apresenta as mais recentes atualizações científicas Read More »

Bom Jardim inaugura Parque Municipal da Pedra do Navio

Nesta sexta-feira (dia 5), o prefeito de Bom Jardim, João Francisco da Silva Neto, inaugura o Parque Municipal da Pedra do Navio, um espaço de 8.320 metros quadrados com diversas atrações. O evento contará com a presença da governadora Raquel Lyra e do secretário de Turismo de Pernambuco, Paulo Nery, além de toda a população local e regional. O parque visa estimular a geração de emprego e renda, a prática esportiva, o lazer e a contemplação da natureza. O parque oferece áreas para atividades esportivas, exposição e venda de artesanato local, espaços para eventos, quiosques para lanches, ginástica e um espaço infantil. Localizado estrategicamente a cerca de 100 quilômetros de Recife, Caruaru e Campina Grande, o parque promete ser uma grande atração para as famílias da região. João Francisco, conhecido como Janjão, destaca que o parque será um marco na transformação da cidade, ampliando o turismo regional e contribuindo para o desenvolvimento econômico local. Com um investimento de R$ 4,8 milhões, o parque inclui uma praça de alimentação com seis quiosques, áreas para prática esportiva e equipamentos para exercícios, além de um palco para eventos. A preservação da natureza foi uma prioridade, com o plantio de 40 árvores adultas. Em paralelo, a prefeitura firmou parcerias com o Sebrae para capacitação em empreendedorismo e formação de guias de turismo, visando incluir Bom Jardim nos principais roteiros turísticos de Pernambuco e do Brasil.

Bom Jardim inaugura Parque Municipal da Pedra do Navio Read More »

Letras com ternura

*Paulo Caldas Seria uma saga, caso fosse uma obra ficcional, bem à feição do autor. Contudo, “Todos os amores de Lourdes- volume I” é um romance nascido do talento de Sidney Nicéas com a verossimilhança de Lourdes Alencar, reunindo fatos que só "a literatura ajuda a criar os laços que transcendem à percepção comum da realidade”, conforme revela verve do autor. Não obstante a obediência ao universo real, há trechos abraçados ao imaginário quando, por exemplo, resgatados da memória infantil da biografada, conforme revela o autor. Das letras enfileiradas afloram frases concebidas com absoluta naturalidade e o texto possui ternura, um jeito manso de conquistar o leitor desde a gênese, quando a menina brinca de viver e já desperta olhares lascivos, até a certeza que trabalho e amor têm o mesmo significado. Afinal, só o amor faz mover o mundo. O livro traz as orelhas e revisão da escritora Geórgia Alves, edição de Sidney Nicéas, Carlos Sierra e Ricardo Mituti, concepção de capa de Sidney Nicéas, pesquisa de Júlio Sartori e impressão da FacForm Gráfica. Os exemplares podem ser adquiridos com o autor pelo contato, fone/whatsapp 98833-8730. * Escritor

Letras com ternura Read More »

Paulo Roberto Cannizzaro lança “Ainda há tempo Contemplando o Sol”

O consultor de empresas, advogado, escritor e poeta Paulo Roberto Cannizzaro lança seu mais novo romance, "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol". A obra, editada pela portuguesa Ipê das Letras, é uma narrativa envolvente sobre os deslocamentos de pessoas pelo mundo, um tema universal presente em todos os ciclos da experiência humana. Neste novo livro, Cannizzaro explora a rica miscigenação do Brasil, um dos países mais diversificados do mundo desde a colonização pelos portugueses até meados do século XX. Através de uma prosa cativante, o autor retrata a essência dessa diversidade, destacando a contribuição de vários povos na formação da identidade brasileira. Desde os indígenas, os primeiros colonizadores portugueses, até os imigrantes subsequentes, como franceses, holandeses, italianos, japoneses, alemães, entre outros, e os africanos trazidos como escravos, cada grupo deixou sua marca indelével na cultura e na sociedade brasileira. "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol" já foi lançado em Portugal e agora chega ao Brasil, trazendo consigo uma reflexão profunda sobre a formação e a riqueza cultural do país. O livro promete tocar o coração dos leitores e oferecer uma nova perspectiva sobre a história e a identidade brasileira através dos olhos de Paulo Roberto Cannizzaro. Confira abaixo um batepapo com o autor. Qual é o principal tema abordado no romance "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol"? Paulo Roberto Cannizzaro - É um romance simples, uma história singela e que o contexto é de um emigrante que sai fugido do Estados Unidos por ser um negro que se casa com uma branca, de uma família empresária americana. O pai é de origem de migrantes italianos, que também migraram para os Estados Unidos Quais são alguns dos povos mencionados que contribuíram para a formação da identidade brasileira, segundo o seu novo romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Portugal, Itália, embora a imigração histórica no Brasil seja diversa, também de alemães, japoneses, e árabe, em períodos distintos. Como a sua origem familiar se relaciona com a história do romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Minha família é de origem italiana, especificamente da Sicília, da cidade de Agrigento, com influência grega, Aragas, o número histórico. Agrigento é a cidade do Vale dos Templos dos deuses, que migraram para Juiz de Fora, Minas Gerais, para o exercício da profissão de alfaiates, uma profissão na época muito nobre na Europa. A escolha de Minas deve-se a dois fatores. Juiz de Fora tem algumas características parecidas com Agrigento, e tinha uma indústria têxtil nascente no Brasil. Num determinado momento histórico Juiz de Fora foi um polo importante industrial no Brasil. Qual é a principal crítica de Darcy Ribeiro à ideia de "democracia racial" de Gilberto Freyre? Como esse ponto se conecta com o novo romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Darcy defendia a importância da miscigenação racial do Brasil, com imigrantes. O Brasil tem historicamente um ciclo de embraquecimento da identidade do brasileiro, oriundo dos negros e escravos, e dos índios, e depois com a imigração de estrangeiros o país adquire uma série de novas características culturais. Darci chamava que essa miscigenação é responsável pela nova originalidade embora isso devesse promover uma miscigenação econômica capaz de eliminar as desigualdades raciais. Freire não abordou essa realidade com tanta ênfase da perspectiva econômica, relevando muito mais a dimensão racial mesclada. Em que período histórico seu romance foca para abordar a imigração italiana para o Brasil? Paulo Roberto Cannizzaro - No último século. A imigração no Brasil se deu em várias épocas, de 1860 a 1960 imigraram cerca de 20 milhões de italianos, principalmente para os Estados Unidos, Brasil e Argentina. Esses ciclos se deram em vários momentos históricos, seja na primeira guerra, no colapso da crise americana, depois fortemente na segunda guerra mundial, e na sequência. Qual foi a profissão exercida pela sua família que inspirou o seu novo romance ao emigrar para o Brasil? Conte-nos um pouco dessa história. Paulo Roberto Cannizzaro - Todos os homens da minha família foram alfaiates, e a profissão de Alfaiataria se concentrou inicialmente em Campinas e em Juiz Fora, com dois desbravadores no Brasil, atividades que alimentou o mercado de São paulo e Rio de Janeiro, com a fundação de várias confecções e principalmente de malharias, e produção de roupas de "costumes", como eram conhecidos os trajes dos homens. Isso foi feito no início com tecido importado e depois com tecidos nacionais. Meu pai trabalhou numa das grandes malharias, meu avô fundou uma Alfaiataria que ficou famosa, chamada ALFAIATARIA CANNIZZARO No seu livro, no contexto histórico o senhor informa que o fim do tráfico de escravos incentivou a imigração europeia para o Brasil. Está correto? Paulo Roberto Cannizzaro - Muito, foi determinante, e principalmente pela melhor mão de obra nas plantações de café, no açúcar, e depois no processo de industrialização, no início do século, no trabalhismo de Getúlio, na indústria nacional com Juscelino. O Brasil não tinha mão-de-obra especializada. Quem foi Bernardo Mascarenhas e qual foi sua contribuição para a cidade de Juiz de Fora? Paulo Roberto Cannizzaro - Um visionário empresário que monta uma indústria têxtil em Juiz de Fora, e uma usina de energia que alimenta o estado de Minas, a energia para as indústrias, é a primeira usina elétrica na América Latina. Como o romance conecta a história de amor entre um negro e uma mulher branca com a imigração e a industrialização no Brasil? Paulo Roberto Cannizzaro - Estão vinculados uma história de um negro que foge dos Estados Unidos pela chaga do preconceito de uma família americana branca, da grande elite social, a necessidade do homem trabalhar, em emprego escasso, a perspectiva do Brasil ser um país que está empregando, e que acolhe imigrantes com maior facilidade. É possível dizer que o Brasil ainda é uma das nações mais acolhedores do mundo para imigrantes, e que nosso preconceito seja muito mais econômico do que racial, mesmo que se reconheça haver preconceitos, no entanto, muito menos acentuado como a sociedade americana, por exemplo; O senhor cita que Juiz de Fora foi chamada de "a Manchester brasileira"? De alguma

Paulo Roberto Cannizzaro lança “Ainda há tempo Contemplando o Sol” Read More »

Festival Pernambuco Meu País terá 24 dias de shows

O Festival Pernambuco Meu País vai reunir artistas regionais e nacionais em apresentações gratuitas realizadas em cidades do Agreste e Sertão, de 12 de julho a 1º de setembro. Entre os artistas que irão se apresentar estão os pernambucanos Alceu Valença, Duda Beat e Lenine. Vanessa da Mata, Chico César, Carlinhos Brown, Ana Carolina e Maria Gadú são outros nomes na programação. O evento vai percorrer as cidades de Taquaritinga do Norte (12 a 14 de julho), Bezerros/ Serra Negra (19 a 21 de julho), Gravatá (26 a 28 de julho), Pesqueira (2 a 4 de agosto), Caruaru (9 a 11 de agosto), Triunfo (16 a 18 de agosto), Arcoverde (23 a 25 de agosto) e Buíque (30 de agosto a 1º de setembro). O festival vai homenagear dois pernambucanos: o artista plástico Abelardo da Hora e o percussionista Naná Vasconcelos. Além das apresentações musicais, o evento conta também com exposições e atividades de artes visuais; exibição de filmes, atividades de circo; apresentações de dança; atrações de design e moda; debates e palestras sobre o mercado de arte e cultura; além de mostras de fotografia; gastronomia; ações de literatura; de teatro e ópera; e feiras de artesanato. Confira a programação no site da Secretaria de Cultura do Estado (https://abrir.link/ToHlo)

Festival Pernambuco Meu País terá 24 dias de shows Read More »

Camila Bandeira: "A Fenearte está cheia de novidades"

Diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe, Camila Bandeira, fala dos programas lançados na feira de artesanato que este ano terá ingressos vendidos pela internet, um concurso de moda e o queijo coalho será tema das atividades gastronômicas. Ela também informa sobre ações da sua gestão no setor audiovisual. Olhar a cultura como um negócio capaz de proporcionar uma transformação social tem sido a visão de Camila Bandeira como diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). Essa característica é perceptível nas mudanças que introduziu na edição deste ano da Fenearte, evento do qual é a diretora-executiva. Durante o feira, por exemplo, será lançado o Programa Pernambuco Artesão que vai oferecer oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura para fomentar a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Outra novidade é a Escola de Economia Criativa que vai proporcionar qualificação ao setor, um gargalo detectado na sua gestão. A moda, amplia sua participação nesta edição com o lançamento do concurso Desafio Mape para estudantes de moda e design do Estado. “O intuito é revelar novos talentos”, explica Camila. Também haverá um desfile diferenciado que o especialista Nestor Mádenes fará com peças expostas na feira. Outra inovação que vai agradar aos visitantes é a compra de ingressos por internet, o que deve reduzir as tradicionais filas para o acesso da feira que acontece de 3 a 14 de julho e que recebeu investimentos de R$ 15 milhões. A expectativa é renovar os bons números alcançados no ano passado, quando foram registrados recordes de público, com cerca de 315 mil pessoas, e impacto econômico de R$ 52 milhões. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Camila fala dessas inovações da Fenearte e de outras áreas da economia criativa, como a retomada da Câmara Setorial do Audiovisual da Adepe. Ainda este ano será feito um mapeamento da cadeia produtiva do setor e realizada uma rodada de negócios. “O audiovisual emprega muita gente, é uma indústria maior do que a automobilística”, ressalta. O tema da Fenearte, este ano, é Sons do Criar, Artesanato que Toca a Gente. Você poderia explicar esse conceito? Este ano, estamos homenageando todas as artesãs e artesãos, por meio da sonoridade, porque o artesanato toca a todos eles, literalmente, traz à tona os sonhos que surgem a partir do ofício. O talhar da madeira, o bater no barro, o ferro sendo polido, isso gera sons que tocam todos os artesãos, independente da técnica, da tecnologia. O tocar a gente, seja o toque físico ou sonoro, nos emociona, nos sensibiliza. Este ano, Nicinha de Caruaru e Saúba de Jaboatão dos Guararapes passaram a integrar a Alameda dos Mestres. Você poderia falar um pouco do trabalho deles? Nicinha desenvolve um trabalho em Caruaru, há cerca de 60 anos, que envolve também a questão social e política. Ela trabalha com o barro, a cerâmica e integra toda uma comunidade de mulheres e crianças por meio desse ofício. Ela forma pessoas e, inclusive, tem uma associação, no Alto do Moura, chamada Flor do Barro. Nicinha já é mestra reconhecida, mas ainda não havia estado na Alameda dos Mestres. E Saúba é uma figura! Ele também é mestre e seu trabalho é em madeira, com brinquedos populares, como o rói-rói e o mané- -gostoso, que são super-reconhecidos. Ele vai abrilhantar a Alameda com esse lado lúdico. Durante a Fenearte será lançada a Escola da Economia Criativa. O que vem a ser esse projeto? A Fenearte, este ano, está cheia de novidades. A Escola de Economia Criativa é uma delas. A ideia surgiu há um ano porque entendemos que a qualificação era um gargalo, não só para o artesanato, mas em todos os setores da economia criativa. Então, estruturamos o projeto, conversamos com especialistas e demos o primeiro passo dessa escola na Fenearte, com foco no artesanato. Vamos estudar a participação das prefeituras e associações na feira, onde haverá uma curadora com esse olhar, registrando, conversando e entendendo como os municípios que estão presentes trabalham o artesanato para culminar nessa exposição, nessa comercialização. A partir disso, ao longo do ano, desenvolveremos alguns cursos voltados para os gestores públicos municipais e estaduais, para gerar resultados na próxima Fenearte ou nas próximas feiras e mercados em que eles estiverem presentes. Pretendemos ampliar o leque da Escola de Economia Criativa para além do gestor, trabalhar com o empreendedor, o artesão, mas esse primeiro passo é voltado para gestores públicos, porque acreditamos que, dessa forma, há um poder de disseminação mais rápido e eficiente. Outro programa lançado é o Pernambuco Artesão. Qual é o objetivo dele? O objetivo é fomentar a cadeia produtiva do artesanato, tendo como centro o artesão. Desenvolveremos ações de formação em convênio com a Adepe e em parceria com o Sebrae. Haverá oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura, por exemplo. Dessa forma, a gente fomenta a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Por meio do convênio do programa levaremos alguns artesãos para expor e vender seus produtos em feiras nacionais e internacionais. Além disso, vamos concluir o mapeamento da cadeia produtiva do artesanato. Será a conclusão da pesquisa que iniciamos na Fenearte do ano passado. Essa segunda etapa da pesquisa vai a campo, aos territórios, para termos uma visão completa. Será feito um mapeamento do setor de artesanato em todo o Estado? Isso. Por incrível que pareça, não existem dados locais com foco no artesanato. Há alguns trabalhos a nível nacional, mas não existe um mapeamento da cadeia produtiva de artesanato em Pernambuco. Então, vamos levantar essas informações. A importância desse estudo é nos direcionar para a tomada de decisões e realização de ações mais assertivas com base nessa realidade. Essa pesquisa tem quatro vertentes: o mercado, o artesão, o produto e o território. Com isso, teremos um olhar completo do artesanato do Estado. Esse mapeamento será divulgado na Fenearte do ano que vem.

Camila Bandeira: "A Fenearte está cheia de novidades" Read More »

Real completa 30 anos com desafio de manter poder de compra

(Da Agência Brasil) Prestes a sair da feira do Largo do Machado, na zona sul do Rio de Janeiro, a servidora pública Renata Moreira, 47 anos, sente toda semana o desafio da manutenção do poder de compra do real, que completa 30 anos nesta segunda-feira (1º). Cada vez mais a mesma quantia compra menos. “Com R$ 100, eu saía com pelo menos seis ou sete sacolas do mercado. Hoje em dia, sai com apenas uma. Fui ao hortifruti anteontem e gastei R$ 70. E nem comprei tanta coisa”, constata. A redução do carrinho de compras é sintoma da inflação acumulada nos últimos anos. De julho de 1994, mês da criação do real, a maio de 2024, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 708,01%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que R$ 1 na criação do real valem R$ 8,08 atualmente. Ou que é preciso gastar R$ 100 hoje para comprar o mesmo que R$ 12,38 compravam há três décadas. Frequentadora da mesma feira no Largo do Machado, a aposentada Marina de Souza, 80 anos, também experimenta a redução gradual do poder de compra. “Cada dia a gente vê que eles estão assim, aumentando os preços aos poucos. Todo mês, vêm R$ 2 a mais. Aí vai somando para você ver, né? E assim é que eles tiram da gente. O tomate, a banana, o arroz, que dava para fazer uma boa feira com R$ 50, hoje não faz mais. Uma folhagem, que custava R$ 1 há dez anos, hoje custa R$ 4”, reclama. Ela sente que, de um ano para cá, o problema piorou. No aniversário de 30 anos, o real enfrenta o desafio de manter o poder de compra, num cenário de inflação global crescente. “A inflação alta no pós-pandemia [de covid19] é perfeitamente explicável e abrange todo o planeta. Tivemos problemas sérios, de rompimento de cadeias produtivas, uma mudança geopolítica mundial, com guerras regionais, e mudanças climáticas que pressionam principalmente a oferta de alimentos”, explica a professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco. Economista-chefe da Way Investimentos e professor do Ibmec, Alexandre Espírito Santo diz que a inflação pós-pandemia é complexa, que desafia os Bancos Centrais em todo o mundo. “Tivemos um choque de oferta, com a quebra de cadeias produtivas no mundo inteiro que ainda estão se recompondo. Além disso, os bancos centrais injetaram muito dinheiro na economia global, dinheiro que ainda está circulando. A inflação no pós-pandemia tem várias causas e ainda vai durar muito tempo”, diz. Salários Outra maneira de interpretar a inflação acumulada de 708,01% seria dizer que o real perdeu 87,62% do valor em 30 anos. Isso, no entanto, não quer dizer que a população tenha ficado mais pobre na mesma proporção. Isso porque o poder de compra é definido não apenas pelo nível de preços, mas também pela elevação dos salários. “A inflação depende de muitos fatores. No médio e no longo prazo, a economia se adapta às variações, inclusive à alta recente do câmbio que estamos experimentando. Existe a reposição dos salários e a interação do preço de um insumo com o restante da cadeia produtiva”, diz o economista Leandro Horie, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na prática, a reposição do poder de compra é influenciada pelo crescimento econômico. Em momentos de expansão da economia e de queda do desemprego, os trabalhadores têm mais poder para negociar reajustes salariais. Segundo o Dieese, 77% das negociações salariais resultaram em aumento real (acima da inflação) em 2023. Até maio deste ano, o percentual subiu para 85,2%. Com os reajustes acima da inflação, os preços se estabelecem num nível mais alto, sem a possibilidade de retornarem aos níveis anteriores. Novos instrumentos Em relação à inflação no pós-pandemia, o economista do Dieese concorda com a complexidade do problema e diz que os instrumentos atuais de política monetária, como juros altos, têm sido insuficientes para segurar o aumento de preços. Isso porque a inflação não decorre apenas de excesso de demanda, mas de choques externos sobre a economia, como tragédias climáticas e tensões geopolíticas. “No regime atual de metas de inflação, o Banco Central atua como se a inflação fosse meramente de demanda e elevando juros para reprimir a demanda interna. Só que a inflação, principalmente nos tempos atuais, é de uma natureza de choque de oferta, que a gente chama. A grande questão que tem de ser colocada, em nível global, é que outras formas os governos podem usar para segurar os preços, até porque a inflação envolve centenas de itens”, diz Horie. Ao longo de três décadas, o real enfrentou três picos de inflação anual de dois dígitos. O primeiro em 2002, quando o IPCA ficou em 12,53%, influenciado pelas eleições presidenciais daquele ano. O segundo ocorreu em 2015, quando o índice atingiu 10,67%, após a retirada de subsídios sobre a energia. O mais recente foi em 2021, quando a inflação encerrou em 10,06%, após a fase mais aguda da pandemia de covid-19. Perspectivas Em 2024, a inflação começou o ano em desaceleração. O IPCA, que acumulava 4,51% nos 12 meses terminados em janeiro, caiu para 3,69% nos 12 meses terminados em abril. O índice, no entanto, acelerou para 3,93% nos 12 meses terminados em maio, por causa do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e da seca na região central do país. Para os próximos meses, a previsão é de novas altas, com alguns preços influenciados pela recente alta do dólar. Alheios às oscilações econômicas e aos debates teóricos, os consumidores sentem os efeitos da inflação no bolso. “A gente sabe que muito da inflação é um efeito colateral da pandemia, que vai reverberando ao longo de toda a cadeia, mas acho que a comida, os bens de consumo em geral e os serviços também aumentaram. Está tudo um pouco mais caro no geral. Todo mundo vai aumentando o preço para tentar sobreviver e conseguir pagar o resto. As contas também”, diz

Real completa 30 anos com desafio de manter poder de compra Read More »

1824: uma confederação contra o autoritarismo e por uma alternativa política

*Por Rafael Dantas No dia 2 de julho de 1824, Pernambuco proclamava pela segunda vez a independência do restante do País. Apenas sete anos após a Revolução de 1817, o Estado mais uma vez se insurgiu. Não se tratava de um simples movimento separatista. Era uma revolução que defendia um modelo republicano com maior autonomia para as províncias. Além de alcançar uma parcela significativa do Nordeste, abrangendo Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e até o Ceará, a Confederação do Equador convidava as demais regiões do Brasil para aderirem a esse projeto alternativo. A revolta que gerou a separação do Nordeste oriental tem motivações claras e pautas políticas ainda não resolvidas pelo País, 200 anos depois. O estopim do movimento acontece por um conjunto de medidas autoritárias e centralizadoras de Dom Pedro I, que sufocam a autonomia das províncias e os outros modelos de País que estavam em construção. DOIS POLOS, DOIS PROJETOS DE PODER Se o Brasil no Século 21 fala-se tanto em polarização, no País em construção ainda no Século 19, havia uma divisão de ideais. Pouco tempo após a proclamação da independência de Portugal, havia um modelo em desenvolvimento que atendia mais o interesse do imperador Dom Pedro I, centralizado e mais conservador. Por outro lado, um grupo mais liberal defendia a República, a instituição de uma confederação – o que conferia mais autonomia às províncias – e possuía um caráter nacionalista. ”Na própria Independência do Brasil existiam projetos distintos de nação e o vencedor foi o da Corte do Rio de Janeiro, que as províncias tiveram que aceitar. É o projeto das elites pernambucanas, alinhadas à Corte. Esse é o grande problema dessas rupturas e em 1824 aconteceu a mesma coisa. Um projeto conseguiu sufocar o outro que estava sendo gestado”, afirmou Bruno Câmara, historiador e professor da UPE. Em Pernambuco, a liderança intelectual que endossa o pensamento republicano e confederativo é de Joaquim da Silva Rabelo, o Frei Caneca. Havia naquele início de século a circulação da literatura europeia e dos ideais políticos de superação da monarquia em Pernambuco, que tinha forte conexão com o mundo a partir do seu porto. Muitos filhos da elite pernambucana estudaram na Europa e foram influenciados pelas ideias liberais, o que não foi o caso de Frei Caneca. Mas é do religioso que virão as palavras que influenciam as lideranças da época a tomar posições contrárias ao império em direção a um outro modelo de País. “Era um projeto radical de República, com uma Constituição e que deveria ser federalista. Isso é muito importante, porque era liberal, contra governos despóticos, enfatizava a sociedade civil e menos o estado, que deveria ser mínimo”, explicou a historiadora Socorro Ferraz, professora emérita da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Para a Corte, o estado deveria ser “máximo”, com o imperador com bastante poder. “Essa é uma grande diferença entre esses dois modelos de nação, dos liberais radicais de Pernambuco e dos liberais do Sudeste, que queriam um estado mais forte. A Revolução de 1824 é uma resistência ao processo de formação do Estado Nacional, como Pedro I e os liberais conservadores sugeriam como projeto de nação para o País”, analisa a professora. Além de federalista, a revolução tinha um perfil nacionalista. Isso também a diferenciava da ala conservadora, pois Pedro I era herdeiro do trono português e ainda propôs, na época, uma aliança com os militares de Portugal. Entre os líderes da revolução, Frei Caneca, Manoel de Carvalho Paes de Andrade, presidente da Província de Pernambuco na época, e outros integrantes já tinham participado da Revolução Pernambucana de 1817. O Estado havia assinado três anos antes, inclusive, a Convenção de Beberibe, que expulsara o último governador português garantindo a ascensão de Gervásio Pires. Pernambuco era, portanto, um caldeirão de ideias que polarizaram com a Corte do Rio de Janeiro, onde estava Dom Pedro I. AUTORITARISMO À PROVA Outra palavra muito associada ao sistema político brasileiro nos últimos anos foi o autoritarismo, também presente nos primeiros anos da Independência do Brasil. O País começava a escrever a sua Constituição quando Dom Pedro I, insatisfeito com as discussões, destituiu o parlamento constituinte. Pouco tempo depois, ele apresenta às províncias a Constituição de 1824, que seria outorgada, isto é, imposta pelo monarca sem a participação dos parlamentares, muito menos da população. Esse movimento de D. Pedro era uma afronta, que não passou sem resistência pelos pernambucanos. “São vários motivos que levam à Confederação do Equador, mas podemos colocar como principal o fechamento da Assembleia Constituinte e logo em seguida a outorga da Constituição de 1884. Ela é extremamente centralizadora e traz ali o Poder Moderador”, afirmou o historiador Bruno Câmara. Ameaças de fechar o parlamento e a escalada de tensão entre os poderes, são outras características perceptíveis na conjuntura atual. Contrariando os ideais de maior autonomia das províncias, o Poder Moderador introduzido por Dom Pedro I na primeira Constituição conferia a ele mesmo uma autoridade superior aos três poderes tradicionais (Executivo, Legislativo e Judiciário). Além da capacidade de intervir e arbitrar conflitos entre esses poderes, Bruno Câmara lembra que o próprio imperador também era quem dava as cartas no Poder Executivo. O debate da centralização e do Poder Moderador, aliás, são elos das pautas políticas de 1824 e 2024. O almejado Pacto Federativo, com uma distribuição mais equilibrada do orçamento e das atribuições da União, estados e municípios até hoje não se realizou e a disputa pela autonomia, que originou a revolução, permanece como um problema não resolvido. O próprio slogan "mais Brasil, menos Brasília" tem relação com essa reivindicação dos revolucionários. A concentração de recursos e poderes no ente federal é uma crítica recorrente em cada pleito eleitoral. O movimento municipalista, enquanto esforço das entidades representativas das cidades para fortalecer a autonomia, a capacidade financeira e administrativa dos governos locais, e o Consórcio Nordeste, que reúne os governadores dos nove estados da região, por exemplo, se relacionam com essa pauta de dois séculos atrás. Não necessariamente de ruptura, mas de um fortalecimento dos governos

1824: uma confederação contra o autoritarismo e por uma alternativa política Read More »

Presença alarmante de microplásticos no litoral pernambucano, revela estudo do IATI

O Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI) divulgou hoje (29/06) resultados preocupantes de uma pesquisa que mapeou a presença de microplásticos nas praias do litoral pernambucano. Sob a coordenação do biólogo Múcio Banja e da pesquisadora Jéssica Mendes, o estudo revelou uma contaminação significativa que exige ações urgentes para mitigar seus impactos ambientais. Iniciada em 2019, a pesquisa focou inicialmente em naufrágios na costa pernambucana. A partir de 2022, as coletas de sedimentos se expandiram para diversas praias, incluindo Paiva, Suape, Porto de Galinhas e Tamandaré. Os resultados indicam uma média alarmante de mais de 300 fragmentos de microplásticos por amostra de 200 ml de sedimento, destacando uma contaminação disseminada. Surpreendentemente, a praia do Paiva, uma área pouco habitada, apresentou a maior quantidade de microplásticos, com 695 fragmentos, superando até mesmo praias com intensa atividade turística como Porto de Galinhas. Além de analisar sedimentos, o estudo também investiga a presença de microplásticos em organismos marinhos, como esponjas filtradoras. Os dados preliminares mostram uma quantidade preocupante desses resíduos acumulados nesses animais, indicando sérios riscos para a fauna marinha e, consequentemente, para a saúde humana. "A quantidade de microplásticos encontrados em nossas amostras é extremamente preocupante," afirmou Jéssica Mendes. "Essa contaminação representa um sério risco para o ecossistema marinho e para a saúde humana." Impacto dos Microplásticos e Necessidade de Ação Imediata Os pesquisadores do IATI destacam que o impacto dos microplásticos no meio ambiente é frequentemente subestimado. "Esses pequenos fragmentos representam uma ameaça real à vida marinha e ao equilíbrio dos ecossistemas costeiros," alertou Múcio Banja. Os resultados atuais são apenas o início de um estudo mais abrangente, mas já apontam para a necessidade de ações imediatas para mitigar os efeitos negativos dos microplásticos no litoral pernambucano. O estudo utilizou técnicas avançadas, como a coleta de sedimentos por mergulho autônomo e análise granulométrica, para identificar e classificar os microplásticos presentes. Das 1.406 partículas encontradas, o nylon azul representou 63% do total, com todas as praias estudadas mostrando registros significativos desses poluentes. A pesquisa também identificou uma correlação direta entre a presença de microplásticos e a dinâmica costeira, com a praia do Paiva se destacando como uma área particularmente sensível aos impactos antrópicos. O IATI está desenvolvendo tecnologias inovadoras para separar microplásticos dos organismos marinhos, utilizando métodos que incluem vibrações e produção de microbolhas ultrassônicas para otimizar os resultados. Esses avanços tecnológicos são essenciais para aprofundar a compreensão sobre a extensão da contaminação e desenvolver estratégias eficazes de mitigação.

Presença alarmante de microplásticos no litoral pernambucano, revela estudo do IATI Read More »