Revista algomais, Autor em Revista Algomais - a revista de Pernambuco - Página 68 de 1031

Revista algomais

Revista algomais

Explosões do período junino cria estresse para os Pets

Fogos de artifício e estalinhos usados em festas juninas podem prejudicar os animais domésticos Soltar fogos de artifício e brincar com estalinhos, aqueles artefatos que fazem barulho ao serem jogados no chão, estão entre as brincadeiras preferidas durante o período junino. Mas, infelizmente, eles representam perigo para animais domésticos. Especialistas alertam que o barulho produzido nessa prática pode causar estresse, medo, estimular comportamentos de agressividade e, em casos extremos, ocasionar até a morte do animal. A médica veterinária da Wyden, Fernanda Karollyn, explica que o estresse causado pelo barulho deixa os animais em estado de alerta constante. “O animal nessas condições pode fazer as suas necessidades em locais inadequados e também sofrer alterações de apetite", alerta a veterinária.E os perigos não acabam por aí. “Há também o risco de fuga e acidentes, já que muitos animais tendem a ficar desorientados e tentar escapar de suas casas ou pular de janelas devido ao grande estresse causado pelo barulho dos fogos", explica. CUIDADOS Existem diversas técnicas e produtos recomendados para acalmar os pets durante os momentos de maior barulho. "Deixar o animal ir para seu local de conforto, como embaixo da cama ou atrás do sofá e forrar esse local com panos limpos e almofadas pode ajudar bastante", sugere a veterinária. Já para os pets que costumam ficar fora de casa, proporcionar um abrigo é essencial. "Pode ser feito com caixas de papelão grandes cobertas com lençóis", completa Fernanda. As medidas preventivas e a atenção aos sinais de estresse são fundamentais para garantir o bem-estar dos pets durante o período junino. "Com paciência e as técnicas adequadas, podemos ajudar nossos animais de estimação a passarem por essa época do ano de forma mais tranquila e segura", finaliza.

Explosões do período junino cria estresse para os Pets Read More »

Como incluir a pessoa com autismo nas festas juninas?

A psicóloga Frínea Andrade traz orientações de como as escolas e as famílias podem promover comemorações inclusivas A chegada do mês de junho marca o início das festas juninas, muito conhecidas pelas fogueiras, os fogos de artifício, as comidas típicas, as músicas e as danças empolgantes, como forró, xote e o baião. Por ser uma das festas mais queridas e tradicionais do Nordeste, as celebrações precisam ser inclusivas para garantir a participação de todas as pessoas, inclusive de crianças neurodivergentes. Considerando os diversos estímulos sensoriais destes festejos, a psicóloga Frínea Andrade, especialista em Transtorno do Espectro Autista e em Análise do Comportamento Aplicada, traz orientações de como tornar as celebrações mais inclusivas, evitando possíveis incômodos no corpo e na mente de pessoas autistas. “As pessoas neurodivergentes fazem parte deste mundo e elas precisam vivenciar as festividades, não somente as juninas, mas todas as comemorações do nosso calendário cultural, para ter a oportunidade de sociabilização, desenvolver laços comunitários e incorporar a nossa cultura”, destaca a psicóloga. Como as escolas podem promover festas juninas inclusivas? “Em todo evento é importante fazer uma aproximação sucessiva da criança, que nada mais é do que, gradativamente, apresentar o novo à pessoa com autismo. Para isso, as escolas, as famílias e a comunidade terapêutica devem, em conjunto, preparar a criança para vivenciar aquele momento através de estratégias como histórias sociais com o uso de imagens, comunicar a criança sobre os ensaios, fazer uma contagem regressiva do dia do evento com o calendário, aumentar o som da música gradativamente durante os ensaios para irem acostumando. Para as crianças que tiverem sensibilidade auditiva é importante que a família ou a escola disponibilize um abafador”, explica Frínea Andrade, que também é diretora do Instituto Dimitri Andrade. Como as famílias podem preparar as pessoas atípicas para as vivências juninas? “Como as pessoas com autismo costumam ser pensadores concretos, a apresentação e a antecipação das coisas que acontecerão na festa através de imagens e vídeos, o que chamamos de história social, ajudam na organização mental do autista. Uma outra orientação super importante é que os pais cheguem na festa cedo, quando a pista está mais vazia, para a criança ir se adaptando ao ambiente”, destaca a especialista. O que fazer nos casos em que a pessoa com autismo se desorganiza? “O episódio de desorganização deve ser tratado de maneira muito tranquila. Então, se a minha criança se desorganizou, eu tenho que passar pra ela segurança e ser empático. A primeira coisa é afirmar para ela que entende que ela está passando por uma sobrecarga sensorial e que está tudo bem. É importante retirar do ambiente de forma acolhedora, levar para um ambiente com menos estímulos, como uma sala preparada para isso ou para dentro do carro, fazer pausas, sair e voltar à medida que a criança se reorganizar”, orienta Frínea Andrade, que também é mãe de adolescente com autismo. A especialista ainda chama atenção para a importância de evitar utilizar fogos de artifício barulhentos. “Devido à sensibilidade auditiva, pessoas com autismo podem ser fortemente impactadas por esses barulhos e se desorganizar. Pensando também nos animais, nos idosos e nas pessoas que estão hospitalizadas, o ideal é não soltar fogos”, diz Frínea Andrade.

Como incluir a pessoa com autismo nas festas juninas? Read More »

Exposição Imersiva no Instituto Ricardo Brennand sobre a Arte de Frans Post

Mostra do artista holandês ficará exposta na Pinacoteca até 28 de julho O Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, é conhecido por seu acervo impressionante e em parceria com o Ministério da Cultura apresenta uma exposição dedicada às obras do pintor holandês Frans Post. Denominada de Exposição Frans Post: o primeiro olhar – uma imersão na paisagem do Brasil holandês, esta mostra oferece uma experiência única, transportando os visitantes para o Brasil do século XVII através dos olhos de um dos mais renomados artistas da da pintura flamenga, e ficará em exibição até 28 de julho, em um espaço reservado da Pinacoteca. Frans Post: O olhar do novo mundo sob o nosso continente Frans Post, nascido em 1612 na cidade de Haarlem, é amplamente reconhecido como o primeiro artista a retratar as paisagens do Brasil. Ele chegou ao Brasil em 1637, acompanhando a expedição do governador holandês João Maurício de Nassau-Siegen, durante a ocupação holandesa no Nordeste brasileiro. Ao longo de sete anos, Post produziu uma série de pinturas, desenhos e gravuras que capturaram a exuberância e a peculiaridade das paisagens e a diversidade da flora e fauna brasileiras. Essa exposição, que conta com uma sala imersiva, busca criar uma experiência sensorial completa. Projetores de alta definição, efeitos sonoros e recursos interativos permitem que os visitantes "entrem" nas obras de Post. As paisagens tropicais, as cenas do cotidiano e as vistas arquitetônicas dos fortes e engenhos são apresentadas com detalhes ampliados que revelam a maestria técnica do artista. Além de admirar as obras em um formato inovador, os visitantes têm a oportunidade de interagir com telas. Uma mesa digital permite explorar informações sobre o Livro Barleus (1647), raríssimo e luxuoso exemplar colorido da primeira edição de 1647, com o frontispício decorado e o retrato de João Maurício de Nassau. O livro contém 56 mapas e gravuras, a maioria destes de autoria de Frans Post. As 17 principais gravuras feitas por Frans Post demonstrando o local por onde os holandeses dominaram serão expostas em backlights e no livro virtual já existente na exposição do Brasil Holandês. Uma curiosidade que compõe a mostra e chama atenção é uma miniatura do navio Zutphen, que integrou a esquadra holandesa da Comitiva de Nassau e foi executada em madeira e com detalhes em tecido e que passou a fazer parte da coleção do Instituto Ricardo Brennand, após doação realizada em 2011 pela Coleção Santander Brasil. Raridades Expostas: – Tela Fort Frederik Hendrik (1640): revela um panorama da ilha de Antônio Vaz, trazendo ao fundo o Fort Frederik Hendrik, conhecido como Forte das Cinco Pontas, onde se instala nos dias de hoje o Museu da Cidade do Recife. Primeira imagem pintada do Recife mostrando a ligação íntima do quadro com a cidade. – Tela Ruínas do Convento do Carmo em Olinda (1664): obra de elevado apuro, característica da terceira fase, em que o artista passa a repetir a mesma meia dúzia de temas, neste caso, as ruínas de Olinda, capital de Pernambuco incendiada pelos holandeses em novembro de 1631 e que permaneceu em ruínas durante o período no qual Frans Post viveu no Brasil (1637 a 1644). – Gravura Mauritiopolis (1645): Gravura dupla, tomada dos arrecifes, retratando a povoação do porto do Recife e a Cidade Maurícia (Mauritsstadt), Pernambuco. ServiçoExposição Frans Post: o primeiro olhar – uma imersão na paisagem do Brasil holandêsOnde: Instituto Ricardo Brennand, na Alameda Antônio Brennand, s/n, VárzeaQuando: De 11 de junho a 28 de julhoHorário: De terça a domingo a domingo, das 13h às 17hIngressos: Inteira - R$ 50,00 / Meia - R$ 25,00 / Crianças até 07 anos, mediante apresentação de documentação a entrada é gratuita. Compra pelo site www.institutoricardobrennand.org.br ou na bilheteria.Mais informações: (21) 2121.0365/0334

Exposição Imersiva no Instituto Ricardo Brennand sobre a Arte de Frans Post Read More »

Inauguração da Galeria RAIZ com a Exposição Coletiva "Identidades"

O Coletivo de Arte RAIZ anuncia a inauguração oficial da sua Galeria, marcada para o dia 20 de junho de 2024, às 17h50, no espaço localizado na Rua da Moeda, 71, Recife Antigo. No evento, será apresentada a primeira exposição coletiva intitulada "Identidades", que celebra a diversidade e a autenticidade dos artistas do coletivo, trazendo à tona suas raízes, pesquisas e conceitos. A Galeria RAIZ se propõe a ser mais do que um espaço expositivo. Ela promete ser um ponto de encontro da economia criativa e de convivência para todos os amantes das artes visuais. A exposição "Identidades" permitirá aos visitantes apreciar obras contemporâneas que capturam a essência da cultura local, expressas através de diversas técnicas e estilos. Integram o coletivo Alexandre Freitas, Abraão Figueiredo, Aa Maria, André Luiz Santana, Clériston, Camilo, Camila Brito, Cláudia Matos, Diana Tenório, Clélia Barqueta, Elielce Soares, Gabriela Dias, G Castro, Heleno Neves, Inês Castro, Jenner Albuquerque, Paulo Profeta, Mauricio Figueiroa, Zé Monteiro, Ceça Nunes, Teatreiros, Robertson Rodrigues, Rodrigo Ferrario Costa, Ricardo Artes Impressionistas, Sandra Buarque de Macêdo, Vânia Notaro e Victor Dreyer e Passavante. Além da exposição, os artistas expositores estarão presentes para conversar sobre seus trabalhos e processos criativos, proporcionando uma oportunidade única de interação com os criadores e um aprofundamento na arte que pulsa no Estado.

Inauguração da Galeria RAIZ com a Exposição Coletiva "Identidades" Read More »

Profissão assombrólogo

*Paulo Caldas O Nordeste não se atrela a outras culturas. No quesito mal-assombro como fonte das formas de expressão das artes, por exemplo, aqui temos fardos e fardos, carros de boi carregados de histórias, casos, lendas, cenas, protagonistas, personagens e figurantes que ocupam mais espaço no trato do tema que os nascidos nos castelos medievais da Europa. Se alguém duvida, espie as caminhadas de Roberto Beltrão, expert no mundo das assombrações e por longo tempo condutor do site "O Recife (capital dessas esquisitices) Assombrado". Já com a patente de assombrólogo, espanta o povo dando luz às entranhas do imaginário popular e da literatura fantástica. Este "Geografia dos sítios insanos" que reúne os textos "Lajedo Santo", "Sétimo Dia", "Rasga mortalha", "São Bartolomeu", "Maré cheia" e "Cruz das almas", vem se somar à família dos horrores já formada por "Histórias medonhas do Recife assombrado” ( 2002), "Malassombramentos" (2010),  e ao livro de crônicas "Estranhos mistérios do Recife assombrado" (2008). Em 2013 lançou a primeira edição de "Na escuridão das brenhas", reunião de sete contos de assombração e lendas do interior de Pernambuco e em 2014 criou o "Almanaque pernambucano de causos, mal-assombros e lorotas", escrito a quatro mãos com a folclorista Rubia Lóssio. Os exemplares podem ser adquiridos pelo Instagram: https://www.instagram.com/beltraobeto?igsh=MTlmbHp5em1uanoydQ== *Paulo Caldas é escritor

Profissão assombrólogo Read More »

Sertão recebe projeto cultural de formação de cordelistas

Projeto cultural “Ciclo do Cordel” formará cordelistas em escolas públicas do Sertão do Pajeú Tabira e São José do Egito receberão as formações, que têm incentivo do Governo do Estado através do Funcultura; o sarau de culminância será online e aberto para todos os interessados em literatura de cordel O projeto "Ciclo do Cordel", coordenado pelo grupo "Clube do Cordel", está oferecendo formação gratuita em cultura popular nas escolas Municipal Adeildo Santana Fernandes (Tabira) e Municipal Helena Maria De Siqueira Brito (São José do Egito), no Sertão de Pernambuco. As formações, que já estão em andamento, continuarão até o dia 21 de junho, culminando em um sarau online no dia 22 de junho às 16h. Os alunos estão recebendo instrução teórica e prática sobre a origem da Literatura de Cordel, suas especificidades técnicas de criação (métrica, rima e oração), escrita criativa, meios de circulação e outros aspectos técnicos dessa manifestação popular. Cada oficina terá uma carga horária total de 40 horas. Os integrantes do Clube do Cordel, Natália Oliveira, Carla Santana, Francisca Araújo, Thaynnara Queiroz e Nilson Gonçalves, estão conduzindo as oficinas. O projeto foi proposto por Francisca Araújo e idealizado por Luna Vitrolira para o Funcultura, com produção executiva de Taciana Enes. A iniciativa conta com o apoio do Governo do Estado de Pernambuco, através do Funcultura. Durante a formação, os alunos conhecerão os principais cordelistas do repertório popular, com destaque para a produção literária feminina. O curso também inclui a criação (diagramação) e impressão de folhetos de cordel. O projeto culminará em um sarau apresentado pelos poetas do Clube do Cordel, promovendo a oralidade e a escrita na poesia popular. O "Ciclo do Cordel" é uma estratégia para promover a escrita literária através da produção de textos de cordel, ressaltando os aspectos estéticos da métrica poética e valorizando a cultura popular e a identidade cultural dos participantes. O ciclo de oficinas, idealizado por Luna Vitrolira, será realizado em várias cidades do Pajeú Pernambucano. O "Clube do Cordel" é uma iniciativa similar a um "Clube de Assinaturas", que organiza editais e promove a impressão de diversos tipos de cordel de artistas independentes. Mais de 30 novos projetos foram lançados, e diversos alunos de diferentes faixas etárias e formações foram qualificados no universo do cordel. A parceria entre Luna Vitrolira e o "Clube do Cordel" visa formar ainda mais cordelistas pelo interior de Pernambuco. Para mais detalhes sobre o projeto, acompanhe o perfil no Instagram @clube.do.cordel, e a culminância das formações pode ser assistida no canal do YouTube.

Sertão recebe projeto cultural de formação de cordelistas Read More »

Sudene anuncia R$ 561 milhões em investimentos no Nordeste

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) incluiu 25 novos empreendimentos em seu programa de incentivos fiscais, conforme autorizado na 522ª reunião da Diretoria Colegiada. Foram registrados R$ 561 milhões em investimentos privados distribuídos por nove estados, excluindo o incentivo concedido. O coordenador-geral de incentivos e benefícios fiscais da Sudene, Silvio Carlos, informou que foram aprovados 22 pleitos para uma redução de 75% no IRPJ, dois projetos para reinvestir 30% do imposto devido e um projeto futuro. No total, esses empreendimentos geram 5.566 empregos, incluindo 737 novos postos de trabalho, com 413 diretos e 324 indiretos. Entre os estados beneficiados, o Ceará liderou com sete projetos aprovados, seguido por Alagoas com cinco, Espírito Santo com quatro, e Pernambuco com dois empreendimentos. Os estados de Rio Grande do Norte e Minas Gerais também tiveram dois projetos cada, enquanto Sergipe, Bahia e Maranhão contaram com um projeto cada um. Os incentivos cobrem diversas modalidades, como oito implantações de empreendimentos, 12 processos de modernização, três diversificações de linhas de produtos e dois projetos para complementação de equipamentos. Segundo o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, esses incentivos fortalecem o setor industrial, aumentando a atratividade da região e permitindo que empreendedores modernizem suas infraestruturas e desenvolvam novos produtos. Dentre os investimentos, destacam-se o aporte de R$ 390,2 milhões da Itacel Terminal de Celulose no porto de São Luís (MA) e os R$ 45,4 milhões investidos pela Transportadora Associada de Gás (TAG) em Linhares, Espírito Santo, ambos direcionados à modernização e expansão de suas operações. Um projeto futuro foi apresentado pela Companhia de Gás do Ceará, prevendo um investimento de R$ 7 milhões para diversificar as atividades de movimentação de gás canalizado em Fortaleza, com início das atividades previsto para 2025. Heitor Freire, diretor de gestão de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos da Sudene, destacou a diversidade dos setores beneficiados, que incluem indústrias de transformação de plásticos, alimentos, calçados e infraestrutura, refletindo a ampliação dos segmentos atendidos pelos incentivos da autarquia.

Sudene anuncia R$ 561 milhões em investimentos no Nordeste Read More »

"A UFRPE hoje precisa de R$ 18 milhões para fechar o ano"

A reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Maria José de Sena conta como a instituição tem enfrentado a crise orçamentária que assola as instituições de ensino superior no Brasil. Ela também analisa a qualidade do ensino a distância no País e a participação das mulheres na academia e nas pesquisas científicas. Em seu terceiro mandato à frente da reitoria da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a professora e médica veterinária Maria José de Sena enfrenta uma conjuntura muito mais desafiadora do que nas suas duas primeiras gestões. Assim como as demais instituições de ensino federal, a Rural enfrenta uma grave crise orçamentária, que se intensificou nos últimos anos. Nesta entrevista a Cláudia Santos e Rafael Dantas, a reitora salienta que as causas que levaram à atual greve das universidades públicas não se resumem às questões salariais mas, também, abrangem as reivindicações por um orçamento que viabilize melhorar as estruturas e as condições de trabalho nas instituições. Maria José de Sena comenta ainda a qualidade do ensino à distância e a participação das mulheres na academia e na pesquisa. Como a Universidade Rural enfrenta a crise financeira do ensino superior no País? Algumas instituições divulgaram que o orçamento só vai durar até setembro. Essa também é a situação da UFRPE? Sim. Todas as 69 universidades estão na mesma situação. A UFRPE tem hoje um entrave orçamentário muito forte. O que temos não dá para inovar em estrutura, comprar equipamentos. Temos que buscar investimentos em outras instâncias, NCTI (Núcleo de Comunicação e Tecnologia da Informação), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Há algum tempo vivemos, na universidade, para manter o que existe, isso é muito ruim. Assim, a gente não consegue cumprir nosso papel. Temos as políticas públicas criadas pelo próprio governo que precisam ser implementadas, e chegamos a um momento em que não conseguimos executá-las. A UFRPE hoje precisa de R$18 milhões para fechar o ano. Sempre estivemos em todo o Estado, com estações de pesquisa, da capital ao sertão. Mas hoje temos unidades de formação que precisam de ensino, pesquisa, extensão e administração oriunda da expansão de 2004 e ainda não conseguimos consolidar essa expansão, porque o orçamento não acompanha esses avanços. Assim, é difícil manter o padrão necessário à universidade, enquanto celeiro da construção cidadã, da construção profissional. O papel da universidade perante a sociedade é fundamental, 95% das pesquisas que são postas em prática, que se transformam em políticas públicas, saem dessas instituições. Então, é preciso olhar para dentro delas. Vivemos hoje essa instabilidade de funcionamento. Durante muito tempo, o que é proposto de orçamento para que a universidade funcione o ano todo não é atendido. Sempre há cortes. E nós, gestores públicos das instituições de ensino superior, colégios e institutos federais, temos que viver batendo nas portas dos gabinetes dos deputados de Brasília, pedindo suplementação. Se vivemos assim, é porque não há planejamento orçamentário para a gente. Não há como manter a dignidade das instituições dessa forma. Imagina como se sente um gestor que tem compromisso com seu cargo, com sua universidade e com a sociedade, nessa situação, sem ter como manter todos os estudantes de recorte social dentro das suas políticas públicas para que fiquem aqui, em um ambiente bom, com boa alimentação e uma boa biblioteca? Por isso, chegou-se a essa situação de greves nas universidades federais em todo Brasil. Não é só a questão salarial, é também por melhores condições de trabalho, por uma reestruturação de carreira no caso dos técnicos administrativos, por mais orçamentos para as universidades. Essa falta de olhar responsável pela educação independe de governo seja de direita, de centro, de esquerda. A postura é a mesma, a educação fica sempre à margem. Em relação à evasão dos estudantes, quantos alunos a Rural perdeu? A nossa evasão está dentro da média nacional, em torno de 25%. Mas temos históricos de universidades em que a evasão chega a 35%. Comparando o sistema público de ensino com o sistema privado, no privado é acima de 50%. Mas a gente ainda perde estudantes porque eles não têm condições de se manterem na universidade. Cerca de 80% dos nossos estudantes são de recorte social e essas pessoas precisam ser atendidas por alguma política. Mas não conseguimos atender essa comunidade. E estou falando dos estudantes de pós-graduação também que, mesmo recebendo bolsas de mestrado ou doutorado, o valor não é suficiente para viver bem porque muitos vêm do Sertão, por exemplo, e não têm rede de apoio. Então, uma bolsa de R$ 2 mil para mestrado e R$ 3 mil para doutorado não é suficiente porque eles precisam pagar moradia, alimentação, transporte. E ainda há os que passam na seleção de mestrado e doutorado, mas não conseguem bolsa, porque não há bolsa para todos. Então, perdemos essas pessoas que poderiam estar aqui, mas não têm condições de se manter. Que tipo de suporte os estudantes precisam para evitar a evasão? Precisam que as políticas públicas que criamos sejam implantadas na totalidade. Temos estudantes aqui, por exemplo, que moram longe, mas se nós não tivéssemos criado um aporte financeiro de auxílio-transporte, teríamos perdido muitos alunos porque, como são da Região Metropolitana, não têm direito à Casa do Estudante porque ela é para os que estão fora da RMR. Também criamos um auxílio-alimentação. Então, a gente cria essas políticas para não perder mais alunos. Além disso, eles precisam de apoio psicológico, a maioria não tem plano de saúde. Por isso, temos um departamento de qualidade de vida com médico e psicólogo. Nas nossas gestões, investimos muito nesse departamento porque as pessoas estão cada vez mais adoecidas. A universidade é uma cidade que tem que dar conta de educação, saúde, transporte, alimentação, saneamento. Nos últimos anos, a imprensa destacou a abertura de campus no interior como marcos importantes, mas que não tinham estrutura para funcionar. Como está a interiorização da UFRPE? Temos os campi de Garanhuns e Serra Talhada que estão consolidados mas com necessidades de abrir

"A UFRPE hoje precisa de R$ 18 milhões para fechar o ano" Read More »

Municípios querem criar entidade representativa no Brics

(Da Agência Brasil) Municípios dos países que fazem parte do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão se articulando para criar uma associação representativa no bloco. Um dos objetivos do novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Eduardo Tadeu Pereira, no próximo dia 21, na cidade de Kazan, na Rússia, deverá ser oficializado um documento para a fundação da Associação de Municípios dos Brics. Uma comissão de prefeitos da ABM irá ao encontro. “A ideia é que a gente possa trocar experiências de como os municípios resolveram alguns problemas e poder buscar financiamento conjuntamente. No caso do Brics, a gente acha que é importante que os municípios tenham acesso ao banco que é um novo mecanismo de financiamento internacional”, disse, nesta segunda-feira (17), na capital paulista, em entrevista durante o primeiro encontro do Urban20 (U20), grupo que concentra cidades do G20 formado pelas principais economias do mundo e co-presidido pelos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável no Brics e em outras economias emergentes, o NDB, até o início de 2023, tinha cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões estavam investidos no Brasil, principalmente em projetos de rodovias e portos.   No mês passado, o Novo Banco de Desenvolvimento – que atualmente é presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, destinou US$ 1,115 bilhão, ou cerca de R$ 5,750 bilhões, para o Rio Grande do Sul. Dificuldade de Financiamentos Em discurso no U20, o coordenador-geral do Brasil no G20, o diplomata Felipe Hees, ressaltou que os financiamentos para projetos sociais no mundo, principalmente aos de combate à fome, são muito reduzidos. “É um número que é impressionante. O volume de recursos que são destinados ao financiamento é de só 2%, que realmente beneficiam políticas públicas que visam atacar esses problemas”. Ele lembrou que o aumento dos financiamentos internacionais para combater a fome é um dos pilares da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, tema que é prioridade da presidência brasileira do G20. “Não é mais um fundo de recursos que os países doadores têm que colocar. O objetivo da Aliança Global é identificar todas as possíveis fontes de financiamento que podem ser mobilizadas para beneficiar políticas públicas destinadas a atacar o problema. Existem organismos internacionais com sua carteira de fundos variados. Nesse caso, uma das maneiras de você financiar políticas públicas é procurar assegurar que essas carteiras desses organismos internacionais tenham um determinado percentual fixo, assegurado, desses recursos todos, 5% para serem destinados a políticas sociais”, disse.

Municípios querem criar entidade representativa no Brics Read More »

Edifício Trianon e Cine Art-Palácio são desapropriados para novo IFPE

O prefeito João Campos assinou, na tarde desta segunda-feira (17), o documento de desapropriação dos prédios do Edifício Trianon e do Cine Art-Palácio. Estes imóveis, agora sob posse da Prefeitura do Recife, serão doados ao Ministério da Educação, que se encarregará das obras para a construção do novo campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). Esta iniciativa faz parte do programa Recentro, que visa a revitalização do centro da cidade. Benefícios para a Educação e Cultura De acordo com o prefeito João Campos, a transformação do Edifício Trianon e do Cine Art-Palácio em um campus do IFPE beneficiará diretamente mais de 1.400 alunos e permitirá a reabilitação da sala de audiovisual do Cine Art-Palácio, que será utilizada como auditório e sala de cinema. O prefeito destacou a importância dessa ação para a cidade do Recife, que preservará os prédios históricos para um uso educacional. Detalhes do Projeto e Valorização do Patrimônio O documento assinado pela prefeitura marca a transição dos prédios para o controle municipal, com a próxima etapa sendo a doação ao Ministério da Educação para a execução das obras. A Carta Compromisso, já enviada ao MEC, detalha as ações de apoio à implantação da unidade de ensino, que faz parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). O projeto inclui a requalificação da sala de projeção do Cine Art-Palácio, preservando sua memória cultural e mantendo viva a tradição cinematográfica do Recife. O Edifício Trianon e o Cine Art-Palácio, com seu valor histórico e arquitetônico, estarão prontos para receber o novo campus do IFPE, beneficiando a educação e a cultura local.

Edifício Trianon e Cine Art-Palácio são desapropriados para novo IFPE Read More »