Arquivos Cultura e história - Página 318 de 354 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Amparo 60 recebe a coletiva Voragem

A Galeria Amparo 60 recebe, a partir do próximo dia 22 de julho, a sua segunda exposição coletiva deste ano, intitulada Voragem, em sua nova casa no Edifício Califórnia. A mostra, que tem curadoria de Eder Chiodetto, reúne tanto artistas que fazem parte do casting (Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca, Gilvan Barreto, José Paulo, Lourival Cuquinha, Paulo Bruscky e Isabella Stampanoni), como outros convidados especialmente para essa ocasião (André Hauck, Ivan Grilo, Jonathas de Andrade). Chiodetto conta que já havia trabalhado em outras exposições cujos artistas participantes refletiam sobre a relação entre o poder institucionalizado e as pessoas mais desassistidas. Mas o atual momento vivido no Brasil foi o impulso para conceber Voragem para a Amparo 60. O nome da mostra remete aos redemoinhos que se formam nas águas, arrastando tudo para baixo, de forma truculenta. “O nome Voragem vem justamente desses ciclos de movimentos à direita, à esquerda, instantes de maior liberdade civil e tolerância racial, religiosa, comportamental e outros momentos de refluxos que levam parte dessas conquistas para trás sob a sombra do obscurantismo”, explica o curador. O ponto de partida foi a obra Postcards from Brazil, de Gilvan Barreto, que ganhou recentemente o Prêmio Pierre Verger. A obra mapeia as belezas naturais que serviram de cenário para crimes da ditadura militar e toda a sua violência institucionalizada, a tortura e o desaparecimento de corpos. "Gilvan trabalha de modo contundente a forma dissimulada com a qual os brasileiros lidam com o passado, especialmente com os assassinatos cometidos durante o período da ditadura militar. A série propõe imagens muito bem articuladas, capazes de expor as feridas do mal estar histórico que continuamente voltam a cobrar uma tomada de posição, uma coerência, uma reflexão sem concessões", diz Chiodetto. Partindo da ideia de apagamento, ocultação e esquecimento, o curador foi em busca de artistas cujos trabalhos trouxessem esse debate social e político. Esses corpos que não importam, que são esquecidos e marginalizados, estão presentes na mostra, ainda que não apareçam diretamente. Os trabalhos reunidos apontam que, apesar deles não encontrarem legitimação social, de serem excluídos, eles não desaparecem. “Ao ocultar os corpos o silêncio ficou ensurdecedor. O grupo de trabalhos é muito incômodo. Não se trata de uma exposição contemplativa, é um barril de pólvora com o pavio aceso e alguns coquetéis molotov à espreita. Falamos do ocaso da política, do diálogo, da mediação, da temperança”, reflete Chiodetto. AMPARO 60 CALIFÓRNIA Desde março, a Galeria Amparo 60 funciona na sobreloja do Edifício Califórnia. A estreia do novo espaço aconteceu com a exposição coletiva Evoé, que reuniu obras dos mais de 30 artistas do casting e ficou em cartaz até o fim de junho. A galerista Lúcia Costa Santos acredita que esse novo espaço consegue integrá-la ainda mais à cidade e aos mais diversos públicos. “Teremos um espaço mais enxuto, porém com um maior diálogo com a cidade, num ponto onde circulam mais pessoas. O projeto arquitetônico é mais moderno e prático, facilitando o funcionamento diário da galeria. Estamos agregando cultura e arte num espaço interessante do Recife”, diz. SERVIÇO Voragem - Curadoria: Eder Chiodetto Artistas: Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca, Gilvan Barreto, José Paulo, Lourival Cuquinha, Paulo Bruscky e Isabella Stampanoni, André Hauck, Ivan Grilo, Jonathas de Andrade. Abertura 22 de julho de 2017, a partir das 17h – Só para convidados Visita guiada pelo curador às 18:30 Visitação de 24 de julho a 3 de setembro de 2017. Terça a sexta, das 10h às 19h. Sábados das 11h às 17h. Galeria Amparo 60 Califórnia Rua Artur Muniz, 82. Primeiro andar, salas 13/14 Boa Viagem, Recife – PE

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Projeto Concertos para Juventude apresenta música erudita para jovens

Com o objetivo de formar novas plateias para a música erudita na cidade, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura, apresenta mais um concerto voltado para os jovens. Hoje (18), a partir das 10h, a Orquestra Sinfônica do Recife sobe ao palco do Teatro de Santa Isabel para mais uma edição dos Concertos para Juventude. O projeto, realizado uma vez por mês, apresenta clássicos da música erudita para jovens plateias, numa animada e interativa aula de cultura. Na apresentação desta semana, o programa contemplará o célebre compositor Beethoven, com sua primeira sinfonia, além de Felix Mendelssohn, de quem será executada a composição Sonhos de uma Noite de Verão, escrita em várias etapas, a partir da peça de teatro escrita por William Shakespeare. A aula-concerto tem iniciativa e coordenação do maestro titular da Orquestra Sinfônica do Recife, Marlos Nobre, e acontece sempre na véspera dos concertos oficiais da Orquestra Sinfônica do Recife, no Teatro de Santa Isabel. Para participar, é necessário fazer inscrição prévia pelo telefone: 3355-3323. Os Concertos para Juventude têm como objetivo atuar na formação musical de jovens do Recife, apresentando um estilo musical desconhecido para muitos, além de oferecer a alguns a oportunidade de conhecer o Teatro de Santa Isabel, equipamento secular inaugurado 1850 e tombado pelo Iphan em 1949 como patrimônio histórico e cultural da humanidade. CONCERTO OFICIAL – Na quarta-feira (19), o compromisso da Orquestra Sinfônica do Recife é com recifenses de todas as idades. A partir das 20h, a mais antiga orquestra em atividade ininterrupta do Brasil volta a subir ao palco do Santa Isabel para realizar o quinto concerto oficial do ano. A apresentação é aberta ao público e gratuita. O repertório será o mesmo tocado para os estudantes. Para assistir, basta retirar o ingresso no teatro uma hora antes da apresentação. (PCR)

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Fenearte supera expectativas em sua 18ª edição e terá um dia a mais em 2018

A 18ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) encerrou-se no domingo (16/07) no Centro de Convenções de Olinda. Um grande público de mais de 310 mil pessoas passou pela Feira em seus onze dias de realização. Apenas neste domingo, cerca de 29 mil pessoas passaram pela feira que este ano exaltou Pernambuco, um dos mais importantes celeiros criativos do País, com o tema “A Arte é a Nossa Bandeira”. Mais um ano, a Fenearte foi palco para a demonstração mais genuína das nossas riquezas culturais. Arte, cultura, decoração, gastronomia, moda e música apresentaram a diversidade de estilos e tradições de todos os estados brasileiros e de 33 países. O governador do Estado, Paulo Câmara, que chegou logo no início da manhã de hoje ao Pavilhão do Centro de Convenções, entregou o certificado de participação da Feira aos artesãos que integraram a Alameda dos Mestres. "Este ano já tivemos mudanças estruturais com a ampliação dos corredores e a setorização da feira. Mas a Fenearte, em 2018, irá crescer, e ganhará mais um dia, totalizando 12 dias de feira", anunciou o governador. Manoel Eudócio, Patrimônio Vivo de Pernambuco falecido em 2016, foi o homenageado. A Fenearte reverenciou um dos mais importantes mestres da arte popular brasileira, um cronista do seu tempo, reconhecido por moldar no barro as cenas da vida nordestina. Na tradicional Alameda dos Mestres, a família do artesão recebeu um espaço diferenciado com exposição e comercialização de obras assinadas pelo último discípulo de Vitalino e pelos seus herdeiros. A maior Feira de artesanato da América Latina recebeu mais de 5 mil expositores que ocuparam cerca de 800 espaços, numa área de 30 mil m². Uma oportunidade única para o público conferir a diversidade artística que a pluralidade cultural pode proporcionar. Com investimento de R$ 4,5 milhões e geração de cerca de 2,5 mil vagas de empregos temporários, a expectativa é que a feira tenha movimentado entre R$ 40 milhões e R$ 42 milhões ao longo de onze dias. RODADA DE NEGÓCIOS// Responsável por realizar encontros de negócios entre artesãos e atacadistas, o Sebrae Pernambuco divulgou neste domingo o fechamento dos negócios gerados durante a Fenearte. Ao todo, 39 lojistas participaram de 722 encontros que geraram R$ 5.611 milhões em vendas. O número representa um incremento de 5% em relação a 2016. Nos próximos dias o Sebrae deverá divulgar ainda o volume de vendas diretas realizadas ao público dos artesãos nos espaços dedicados ao Sebrae. "A Fenearte deste ano superou nossas expectativas e como Governo do Estado estamos felizes em ter realizado com êxito mais esta edição. Os visitantes ganharam em ter a oportunidade de visitar uma feira tão rica culturalmente, e os artesãos tiveram espaço para comercializar seus produtos e fechar negócios que gerarão renda depois do evento", comentou o coordenador geral da Feira, Thiago Angelus. Juntamente com o Centro de Artesanato de Pernambuco, entre outras iniciativas do Governo de Pernambuco, a Fenearte tem como objetivo valorizar e difundir os saberes tradicionais, estimular o potencial de crescimento dos artesãos e artesãs, funcionando como importante elemento estruturador da cadeia produtiva do artesanato local. PRÊMIO ACLAMAÇÃO// Durante os 11 dias de realização da Fenearte, o público pode votar nas obras que integram o Salão de Arte Popular Religiosa, o Salão de Arte Popular Ana Holanda e a Galeria de Reciclados. Na noite de hoje foram anunciados os respectivos vencedores: Obra São Jorge e o Dragão - Nildvan dos Santos Moraes (417 votos); Obra Cozinha Sertaneja Completa de Adriana Dourado Carneiro (695 votos) e Escultura Vaqueiro de Vicente Silva (783 votos). Os ganhadores receberão prêmio de R$ 2 mil.

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Projeto Quartas da Dança apresenta mais dois espetáculos a partir de hoje

Nesta quarta-feira (12), às 20h, os admiradores da dança e da arte poderão assistir a mais dois espetáculos que fazem parte do Projeto Quartas da Dança. O teatro Barreto Junior, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, recebe o espetáculo O Homem Sambaqui, da Trapiá Cia de Dança, e o Teatro Arraial Ariano Suassuna será palco para Os Guerreiros, do Balé Afro Raízes. O Quartas da Dança é uma parceria entre a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, e o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. O projeto dedica a pauta de equipamentos culturais da cidade à cena local de dança, com condições especiais. Os grupos selecionados têm direito à bilheteria das apresentações, pagando apenas 10% da arrecadação pela ocupação dos teatros. Em cena amanhã, O Homem do Sambaqui propõe uma releitura do Brasil atual, convidando o público a se questionar sobre as causas que levaram à turbulência que o país atravessa. O projeto contou com uma rigorosa investigação através de trabalhos desenvolvidos por antropólogos e historiadores brasileiros. A encenação fica em cartaz nas quartas-feiras 12, 19 e 26 de julho, sempre às 20h, no Teatro Barreto Junior. O espetáculo Os Guerreiros, do Balé Afro Raízes, retrata a história da luta pela sobrevivência nas tribos africanas, além das tradições daquele aguerrido povo, que faz da dança e de suas crenças as maiores armas para enfrentar as dificuldades cotidianas. A encenação fica em cartaz nas quartas-feiras 12, 19 e 26 de julho, às 20h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna. Serviço - Quartas de Dança O Homem do Sambaqui, Trapiá Cia de Dança Onde: Teatro Barreto Junior Quando: 12, 19 e 26 de julho, às 20h Os Guerreiros, Balé Afro Raízes Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna Quando: 12, 19 e 26 de julho, às 20h   (PCR)

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Recife recebe exposição internacional “As Meninas do Quarto 28”

Adaptada do livro da jornalista alemã Hannelore Brenner, a exposição internacional “As Meninas do Quarto 28” cumpre temporada no Recife, a partir do dia 11 de agosto, na Galeria Janete Costa, Parque Dona Lindu. Vista por mais de 40 mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, a mostra, que chegou ao Brasil após passar por diversos países da Europa e Israel, relata o dia a dia de cerca de 50 meninas que viveram por dois anos no campo de concentração de Theresienstadt, na República Tcheca, durante a 2ª Guerra Mundial. Com entrada franca, fica em cartaz até 29 de outubro. São 50 desenhos e uma réplica de 18m² do quarto em que as meninas judias ficaram aprisionadas, além de painéis com detalhes históricos da época. Das mais de 15 mil crianças, entre 12 e 14 anos, que viveram no campo de concentração, de 1942 a 1944, somente 93 sobreviveram – 15 delas sobreviventes do Quarto 28. “Trouxemos uma exposição para o Brasil que emociona muito. É tocante ver o poder transformador da arte, mesmo para aqueles que viveram numa realidade tão difícil. Por todos os lugares que passou, a mostra teve uma excelente receptividade, tem algo humano que ela transmite e que foi inteiramente compreendido pelos visitantes nas quatro edições que fizemos”, explica Karen Zolko, familiar de uma das meninas que habitou o Quarto 28 e representante da exposição no Brasil ao lado da sócia Dodi Chansky. OS DESENHOS – A situação miserável, desde o racionamento de comida ao onipresente medo de ir para o “Leste” (Auschwitz-Birkenau), não foi capaz de abalar os prisioneiros que encontraram na arte uma maneira de sonhar com um futuro melhor. Coube aos professores, compositores e artistas – todos judeus presos em Theresienstadt – manterem a esperança viva na imaginação daquelas crianças. A artista plástica Friedl Dicker Brandeis foi uma das precursoras nesse trabalho. Deportada para o campo de concentração tcheco em 1942, ela levava na bagagem poucos pertences pessoais e muitos materiais artísticos, pois percebeu logo cedo que a arte seria uma ferramenta fundamental para ajudar os pequenos a lidar com a dor da perda, o medo e a incerteza do futuro. Para isso, dava aulas técnicas de desenho e pintura para a ala infantil do campo. Enquanto contava histórias, as crianças faziam ilustrações com base no que ouviam. As narrativas em nada retratavam o terror vivido diariamente pelos presos nem eram relacionadas à realidade do campo de concentração. Nos quase dois anos em que esteve presa, a artista conseguiu esconder os cinco mil desenhos dos seus alunos antes de ser levada para Auschwitz, em 1944. Dez anos depois, o material foi encontrado e encaminhado para um museu em Praga, na República Tcheca. Das meninas que passaram pelo Quarto 28, foram encontrados cerca de 500 desenhos – 40 foram selecionados para fazer parte da mostra. Em 2013, a exposição foi escolhida pela União Europeia para a tradicional homenagem realizada anualmente no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em 2014, a Organização das Nações Unidas também a elegeu para lembrar as vítimas do genocídio cometido pelos nazistas. RELAÇÃO COM O BRASIL – Não foi à toa que Hannelore Brenner, a idealizadora e detentora dos direitos da exposição e autora do livro “As Meninas do Quarto 28”, lançado pela Editora LeYa, incluiu o capítulo “Ecos Tardios do Brasil” em sua obra. A relação entre o país e essa história de amizade e amor à arte está intimamente ligada por conta de Erika Stránská, filha do primeiro casamento do judeu George Stransky. Em 1938, a mãe deixou Erika aos cuidados do pai para sair em busca de melhores condições de vida na Inglaterra. George acabou se apaixonando por Valeria, então primeira bailarina do Teatro de Viena, com quem se casou e teve Monika, sete anos mais jovem que a meia-irmã. As duas costumavam brincar juntas até que Erika e seu pai foram levados para campos de concentração mantidos pelo regime nazista. Ele foi para um campo de trabalho forçado e Erika foi encaminhada para Theresienstadt, mais precisamente para o Quarto 28. Enquanto a mãe e a filha mais nova se refugiaram na pequena Boskov, George conseguiu escapar do campo de trabalho e ir ao encontro delas. Após o final da guerra, ele começou a procurar por Erika, chegando, inclusive, a ir até a Suíça atrás de uma pista de seu paradeiro. Mas acabou descobrindo que sua filha mais velha tinha sido deportada para Auschwitz, onde foi morta numa câmara de gás. Após a tragédia, a família tentou retomar a vida da maneira que podia e, em 1946, mudou-se para São Paulo. Alguns anos depois, a caçula se casou com Gregorio Zolko, criando seu próprio clã: as filhas Sandra e Karen Zolko e os netos André, Adriana e Lara. Em 1974, viajaram para a antiga Tchecoslováquia (que se desmembrou em República Tcheca e Eslováquia) e, durante um passeio pelo Museu Judaico de Praga, visitaram uma exposição de desenhos de crianças feitos durante a 2ª Guerra Mundial no campo de concentração de Theresienstadt. A enorme surpresa se deu quando Monika reconheceu a assinatura da sua irmã, Erika Stránská, em um deles. Começou, então, a busca por detalhes de como teria sido a sua vida. Mas quase nada foi descoberto naquela época devido ao regime comunista que vigorava. Em 2012, incentivada por um amigo, Karen Zolko resolveu mais uma vez procurar informações sobre o paradeiro da meia-irmã de sua mãe. Com a dissolução da Tchecoslováquia e as facilidades da internet, a brasileira conseguiu entrar em contato com o diretor do museu e descobriu que lá não estava apenas um desenho de Erika, mas sim 30 deles. “Montar esse quebra-cabeça era um presente que eu queria dar para a minha mãe. Consegui 70 anos depois, com a ajuda fundamental de amigos e familiares”, conta Karen Zolko. Além de um link para acessar as imagens, o diretor do museu mandou uma lista de contatos de pessoas que poderiam ajudar com mais informações sobre a

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Cascabulho lança vinil e faz audição do álbum no Recife

“Soaram as primeiras batidas do tamborim. Foi um prenúncio do improvisado sambista. Em forma de círculo, postaram-se todos e cada um dando vida e voz a agogôs, cuícas e cavaquinhos. E lá permaneceram, sem piscar, a batucar e cantarolar. Esta era a prioridade, o foco. Não havia olhos tampouco ouvidos pra nada mais. Até que o grito de ‘está na mesa’ ecoa na voz de Dona Maria. Era ela, a feijoada, a única capaz de ousar confronto direto com a soberana roda de samba daquele quintal, até então, absolutamente dona da história. E o fez. Chamou pra briga, a danada, e venceu. E em menos de dez segundos, esvaiu-se o círculo e gritou o silêncio para que se formasse a fila em linha reta à mesa em beneficio dos estômagos vazios”. Esta foi a cena que deu nome ao quarto álbum da banda pernambucana Cascabulho,“O dia em que o Samba Perdeu pra Feijoada”, considerado o mais importante da carreira da banda em 19 anos completados de estrada. Não por acaso. O grupo, no novo trabalho, mixado e produzido pelo primoroso JR Tostoi, tendo o projeto gráfico criado pelo guitarrista e artista plástico Neílton Carvalho, mostra o fruto de um processo criativo maduro, criterioso e cuidadoso, parte de um hiato de quase seis anos desde o último CD, quando a banda dedicou-se aos palcos e aprofundou suas referências sonoras em diálogos mais além com o mundo. E “O dia em que o Samba perdeu pra Feijoada” tem um significado muito maior que apenas o quarto disco da banda – é longe de ser mais um. Tem, na sua essência, um Cascabulho denso, original e reinventado, que larga por definitivo os apelos das confrontadas referências iniciais entre a musicalidade Rural e Urbana para aceitar a provocação da música pop, que entra de vez neste caldo como tempero indispensável da panela. Em todas as faixas de “O dia em que o Samba perdeu pra Feijoada”, a percepção não é de negativa quanto à origem, tampouco de recusa desta natureza conflituosa do cascabulho.com.br Rural unido ao Urbano – que deu o devido reconhecimento à banda nos idos do Manguebeat e que continua imexível. A própria faixa que batiza o álbum revela no som e na letra esta sintonia das referências históricas iniciais e atuais, que quando unida a outras como “Santas São”, “Negra Beleza” e “Retratista” (esta última canção de autoria do cantor Otto) surpreende por delatar este novo Cascabulho, que recita versos, brincando como se fossem mantras, acolhendo uma melodia que, agora, desfila muito mais feminina, fluida e comunicativa. Trata-se de uma releitura antropológica, um momento onde se assume esta condição híbrida iniciada em 2008, com o terceiro álbum, “Brincando de Coisa Séria”, quando já era possível flagrar o flerte com estas novas sonoridades do mundo pop. Nele foram iniciadas estas experiências, no entanto, fundamentadas, aprofundadas e cristalizadas somente hoje, motivo de sobra pra um Cascabulho em celebração por um ano inteiro, de álbum novo até a chegada dos 20 anos, e no aguardo dos muitos mais festejos e dos muitos temperos ainda por vir.

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4 álbuns para conhecer a música instrumental pernambucana (dicas do Maestro Spok)

Trazemos hoje a indicação de quatro álbuns para conhecer a música instrumental pernambucana. O nosso roteiro musical foi escolhido pelo saxofonista pernambucano Spok, o maestro da SpokFrevo Orquestra. De clássicos da nossa cultura até produções mais recentes estão nessa lista.   Teatro Instrumental (Antúlio Madureira) O disco produzido em 1993 por Antúlio Madureira foi gravado no Estúdio do Som, no Recife, e tem a maioria do repertório com canções próprias (9 das 11). O trabalho traz ainda duas músicas de Heitor Villa-Lobos (Ária das Bachianas nº 5 e O Trenzinho do Caipira), além da faixa final, que encerra com Frevos para Marimbau: Hino do Elefante de Olinda (Clídio Nigro), Fogão (Sérgio Lisboa), Vassourinhas (Mathias da Rocha). Veja abaixo um vídeo com a música Cavaleiro do Sol, que é o tema de Abertura do Auto da Compadecida.     Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco O álbum é o trabalho do grupo pernambucano criado por Cussy de Almeida ainda na década de 1980. Como diferencial, o grupo misturou violas sertanejas com bandolins, cavaquinho, violão, percussões e contrabaixo. A produção do grupo seria uma continuidade do trabalho realizado pela Orquestra Armorial na década de 70. O disco foi gravado em 1984 e ganhou uma versão em CD no ano de 1997, gravado pela Funarte/Atração Fonográfica/Instituto Itaú Cultural. A produção foi de Maurício Carrilho.   Confira a música Cipó Branco de Macaparana, gravado nesse disco. (Confira mais músicas no YouTube neste link).   Frevos de Rua - Os melhores do Século  Spok indica também a coleção Frevos de Rua - Os melhores do Século, que foi gravada pela Orquestra do Maestro Duda e produzida por Luiz Guimarães.   Confira abaixo uma das músicas em destaque da coleção.       Renato Bandeira e Som de Madeira O álbum mais recente dos indicados por Spok é "De ponta cabeça", de Renato Bandeira & Som de Madeira. O Quarteto instrumental pernambucano é formado por Renato Bandeira (viola, violão e guitarra), Augusto Silva (bateria), Hélio Silva (baixo) e Júlio César (acordeom). O grupo tem influência da Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, Banda de Pau e corda, Quinteto Violado, Sivuca, Dominguinhos, Hermeto Pascoal entres outros grandes nomes da nossa música. Confira abaixo o vídeo da música De ponta cabeça. O CD/DVD pode ser adquirido na Passa Disco.     *Rafael Dantas – repórter da Revista Algomais (rafael@revistaalgomais.com.br)

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Período de inscrições da segunda edição do som na arena na reta final

O período de inscrições da segunda edição do concurso Som na Arena está na reta final. Previstas para se encerrarem no dia 15/07, de acordo com o edital do concurso, as inscrições foram abertas no dia 15/06. A primeira edição do Som na Arena ocorreu em 2016 e contou com 120 bandas inscritas, sendo 18 selecionadas para se apresentarem no palco. Em 2017, o esquema se repete: 18 bandas serão selecionadas por uma curadoria especializada e, posteriormente, começam a se apresentar no dia 6 de agosto. O Som na Arena terá duração de seis domingos, desde a primeira eliminatória até a finalíssima. O concurso não restringe estilos: bandas e artistas de quaisquer gêneros musicais podem se inscrever. As apresentações das bandas ocorrem na Arena de Pernambuco, durante o projeto Domingo na Arena. Além da oportunidade de mostrar seu trabalho para um público que beira os sete mil presentes em média a cada domingo, os grupos concorrerão a prêmios. O terceiro colocado ganhará uma apresentação no Domingo na Arena, com cachê de R$1.500. O grupo vice-campeão ganhará duas apresentações em municípios pernambucanos a serem definidos, com cachê de R$2.000 por apresentação. A banda campeã ganhará, além de três shows em cidades do Estado a serem definidas, com cachê de R$3.000 por apresentação, terá também custeada a gravação de um CD com 10 músicas. Para realizarem a inscrição, cantores(as) e bandas devem seguir as instruções do edital, presente no link http://bit.ly/EditalSomnaArenaII (Governo do Estado de Pernambuco)

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Artistas de Noronha participam da 18ª Fenearte

Artistas do arquipélago de Fernando de Noronha estarão presentes na 18ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), considerada a maior da América Latina. O evento vai ser realizado de 6 a 16 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco. Seis artesãos noronhenses ficarão responsáveis pelo estande que vai expor cerca de 400 peças, de mais de 20 artistas da ilha, com trabalhos variando entre R$ 5 e R$ 400. A Superintendência de Cultura da ilha fez a curadoria dos produtos em conjunto com a Associação dos Artistas Plásticos de Fernando de Noronha. Entre os trabalhos expostos estão bolsas, bijuterias, abajures, esculturas, imagens de santos, quadros, peças utilitárias, entre outras. Grande parte do artesanato é feito de material reciclado. “Como o tema desse ano é a arte religiosa, vários artesãos tiveram sua inspiração em produzir peças com essa temática, o que também se reproduz na ambientação do estande e no fardamento da equipe”, diz Daniela Alecrim, superintendente de Cultura, Esporte, Lazer e Eventos do arquipélago. Fernando de Noronha participou de todas as edições da feira, sempre apresentando a rica cultura da ilha. Para a artista plástica e artesã Ariandna Campos participar da Fenearte é motivo de alegria. “A nossa expectativa é positiva em relação a feira, por ser um local onde se pode mostrar para muita gente a cultura noronhense, de pessoas que se dedicam as artes com muito amor”, destaca. Morena, como a artista é conhecida, mora em Noronha há 30 anos e vive dos trabalhos que produz há 46 anos. “Vamos expor trabalhos diversificados, com a especialidade de cada artesão. Essa diversidade sempre chama bastante atenção, sobretudo, para aqueles que nunca foram ao arquipélago”, diz Morena. A Fenearte deste ano tem mais de 5 mil expositores, com trabalhos de todos os estados do país e de 33 países. Compõem a comitiva de Fernando de Noronha os seguintes artesãos: Mary Macedo, Mônica Ferreira, Ida Korossy, Emanuel Almeida, Ariadna Sampaio e Hosana Pereira. (Governo do Estado de Pernambuco)  

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Artesãs do Artesanato Cana-Brava na Fenearte 2017

A produção do Artesanato Cana-Brava, localizada na praia de Ponta de Pedras, em Goiana, é ampliada e diversifica os produtos para apresentar novas linhas exclusivas na 18ª edição da Fenearte, que acontece entre os dias 6 e 16 de julho, no Centro de Convenções. Para encontrar os produtos, as artesãs estarão no estande 182. Além das tradicionais cestas inspiradas no "covo", uma espécie de caixa retangular utilizada na pescaria artesanal da região, o coletivo, formado unicamente por mulheres, apresenta variadas peças decorativas à base de papel reciclável, e artigos para casa e moda de estamparias influenciados pelo dia-a-dia da praia. As artesãs recebem apoio do laboratório de design da UFPE, o Imaginário, que atua na transformação da atividade artesanal num modo de vida sustentável através de ações geradores de trabalho, renda e inclusão social, com moradores de diversas comunidades de baixo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. Para a coleção deste ano, um dos destaques são as almofadas com estampa peixes e acabamento com detalhes em coco. Nos produtos à base de papel reciclado, resultado de uma pesquisa com materiais encontrados localmente, desenvolvidos pela pesquisadora Suzana Azevedo, colares, frutas e quadros. Com o apoio do laboratório de design desde 2003, a comunidade praieira de Ponta de Pedras, atua diariamente em salas no Centro Cultural José Romualdo Maranhão. O local leva desenvolvimento à região, que é rota de turismo, e serve hoje a diversos grupos produtores de artesanato.A produção do Artesanato Cana-Brava, localizada na praia de Ponta de Pedras, em Goiana, é ampliada e diversifica os produtos para apresentar novas linhas exclusivas na 18ª edição da Fenearte, que acontece entre os dias 6 e 16 de julho, no Centro de Convenções. Para encontrar os produtos, as artesãs estarão no estande 182. Além das tradicionais cestas inspiradas no "covo", uma espécie de caixa retangular utilizada na pescaria artesanal da região, o coletivo, formado unicamente por mulheres, apresenta variadas peças decorativas à base de papel reciclável, e artigos para casa e moda de estamparias influenciados pelo dia-a-dia da praia. As artesãs recebem apoio do laboratório de design da UFPE, o Imaginário, que atua na transformação da atividade artesanal num modo de vida sustentável através de ações geradores de trabalho, renda e inclusão social, com moradores de diversas comunidades de baixo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. Para a coleção deste ano, um dos destaques são as almofadas com estampa peixes e acabamento com detalhes em coco. Nos produtos à base de papel reciclado, resultado de uma pesquisa com materiais encontrados localmente, desenvolvidos pela pesquisadora Suzana Azevedo, colares, frutas e quadros. Com o apoio do laboratório de design desde 2003, a comunidade praieira de Ponta de Pedras, atua diariamente em salas no Centro Cultural José Romualdo Maranhão. O local leva desenvolvimento à região, que é rota de turismo, e serve hoje a diversos grupos produtores de artesanato.

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