Arquivos Cultura e história - Página 330 de 354 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Pensar criativamente: o Design Thinking criando possibilidades para o campo da educação

*Por Rozário Azevedo O que podemos pensar quando ouvimos a expressão “Design Thinking”? E “Design Thinking para Educação?” Certamente, somos remetidos à ideia de criação, de planejamento e de pensamento. O Design Thinkinkg (DT) é uma abordagem prática para pensar de forma diferente e criativa a solução de problemas por meio de um caminho mais humano, centrado nas pessoas. Voltado para Educação, o DT nos possibilita pensar soluções e aprendizagens colaborativas e contextualizadas. A criatividade vem como um dos pontos fortes da metodologia, desenvolvendo o protagonismo dos estudantes no percurso de aprendizagem e de construção de soluções coletivas. Difundido pela empresa de design e inovação IDEO, na Califórnia (Vale do Silício), o Design Thinking for Educator foi o primeiro material lançado voltado para especificidades da educação, ainda em 2012. No Brasil, a proposta já encontra reverberação em diversas experiências como o próprio Design Thinking para Educadores, versão da proposta IDEO e adaptada pelo Instituto Educadigital e a Escola de Design Thinking, da instituição ECHOs – Laboratório de inovação. A partir de etapas como conhecer previamente uma determinada questão; levantar informações sobre o problema; pensar protótipos para as soluções; experimentação dos modelos até chegar na versão “final” da solução, é desencadeada a construção de uma verdadeira sementeira de pensamentos e ações criativas. Essas diversas etapas permitem momentos de retroalimentação constante tornando o processo dinâmico e de múltiplas releituras. Outro aspecto importante do DT para a Educação é a valorização do processo não apenas o fim, mas também provocando constantes reflexões sobre o erro para assim avançar nas soluções pensadas, criando espaços de pensar/pratica, rever/recriar. O Design Thinking pode ser vivenciado como uma metodologia para compreender a polissemia da produção do conhecimento, a autonomia, a valorização do humano e o sentido colaborativo para a resolução de problemas. O trabalho pode alcançar desde os alunos até professores e à própria gestão pedagógica. O objetivo dessa proposta é ampliar as aprendizagens para além de disciplinas ou áreas específicas do conhecimento, tornando essas aprendizagens em movimentos colaborativos de soluções para a humanidade. O intuito é desencadear um pensamento cada vez menos individualista e individualizante, sem pensar que práticas como essas impossibilitam outras aprendizagens curriculares. *Rozario Azevedo é diretora pedagógica do Lubienska Centro Educacional e doutoranda em Educação na Universidade Federal de Pernambuco. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE (Formação docente e práticas pedagógicas), possui graduação em Pedagogia (UFPE).  Todas as segundas-feiras estamos publicando artigos sobre tendências da educação. LEIA TAMBÉM Reflexões sobre educação na contemporaneidade (por Henrique Nelson - Colégio Patrícia Costa) Educação Cidadã (por Eduardo Carvalho – ABA Global Education) Ensino x Aprendizagem (por Armando Vasconcelos – Colégio Equipe) Navegar é preciso, produzir também (por Jaime Cavalcanti – Colégio Boa Viagem) Algomais, a Revista de Pernambuco comprometida com a educação        http://www.revistaalgomais.com.br/noticias/algomais-na-final-do-premio-estacio-de-jornalismo

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Caruaru Shopping anuncia nova atração para diversão em família

Se você é uma daquelas pessoas que adora novidade, certamente não vai deixar de conferir o que acaba de chegar no Caruaru Shopping. Trata-se do Jump Mania, uma nova atração que promete muita diversão e boas doses de adrenalina para crianças, jovens e adultos. O Jump Mania é um parque de trampolins com várias camas elásticas, dispostas em área de cerca de 150 metros quadrados. A atração vem fazendo tanto sucesso ao redor do mundo que conquistou adeptos nos Estados Unidos, Canadá e Austrália e agora está à disposição do público de Caruaru e toda região. Crianças a partir de quatro anos de idade já podem embarcar na brincadeira. Além do mais, para garantir a segurança na hora da diversão, o parque de trampolins conta com monitores aptos a organizar a brincadeira e auxiliar os usuários sempre que necessário. De acordo com o gerente de Marketing do Caruaru Shopping Walace Carvalho, mês a mês o centro de compras e convivência investe em atrações diferenciadas para todo o público. “Essa é uma forma que encontramos de dinamizar o espaço para que toda a família possa aproveitar tudo o que o Caruaru Shopping tem para oferecer”, diz. A atração estará funcionando todos os dias em área próxima a entrada do cinema, sendo de segunda a sexta das 14h às 22h, aos sábados das 10h às 22h e aos domingos e feriados das 12h às 20h, incluindo todos os dias de Carnaval.

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Ação Sangue Bom promove mutirão para doação de sangue neste sábado

No próximo dia 18, das 8h às 16h, a rede cristã protestante Missão Urbana Recife (MUR) promove a ação Sangue Bom, mutirão para doação de sangue no posto do Hemope localizado no Hospital da Restauração. A iniciativa surgiu a partir de notícia publicada recentemente que afirma que o Hemope, principal hemocentro do estado, está com os estoques de sangue defasados às vésperas do carnaval, período em que a necessidade por esse tipo de serviço aumenta. Diante disso, os jovens que integram a rede decidiram mobilizar seus parceiros e amigos para promover um dia de doação coletiva. Qualquer pessoa interessada em contribuir pode integrar o mutirão. Para isso, basta se inscrever no link http://bit.ly/SangueBomMUR e cumprir os requisitos exigidos para doação pelo hemocentro. As principais exigências são: ter entre 16 e 69 anos, gozar de boa saúde, ter peso acima de 50kg e apresentar documento de identificação com foto. Além disso, é desejável estar bem alimentado e ter dormido pelo menos 6h na noite anterior à doação. Não pode doar quem já doou a menos de 90 dias, grávidas ou mulheres que estejam amamentado, quem fez tatuagens nos últimos 12 meses ou que esteja fazendo uso de medicação controlada. De acordo com Derick Raphael, idealizador da mobilização, a ação Sangue Bom visa a contribuir com a resolução de uma problemática que atinge a sociedade como um todo. “Faz parte da missão da Igreja evangélica o envolvimento com as questões socialmente relevantes. Estamos fazendo a nossa parte por entendermos que palavras sem ações são vãs. Convocamos os cristãos e a sociedade em geral para se engajarem nessa causa.”, afirma Raphael. O grupo estará no posto do hemocentro das 8h às 16h para uma recepção especial dos participantes da ação. Aqueles que não podem realizar a doação, mas quiserem participar da mobilização também serão bem-vindos na equipe de apoio. Para isso, basta entrar em contato pelo whatsapp 81 996537379. MUR – A Missão Urbana Recife é uma rede cristã protestante que reúne grupos, organizações, ministérios, igrejas e pessoas que estejam engajadas na manifestação da salvação e dos valores de justiça do Reino de Jesus Cristo no contexto urbano. A rede foi fundada em novembro de 2012 e, de lá para cá, investe na realização e fomento de intervenções e ações continuadas em missão urbana a fim de contribuir com a resolução de problemáticas sociais e em virtude do bem-estar integral da população. SERVIÇO SANGUE BOM – Mutirão para doação de sangue Data e horário: 18.02.2017, das 8h às 16h. Local: Hospital da Restauração – posto do Hemope (entrada pela portaria social, localizada no estacionamento) Inscrição: http://bit.ly/SangueBomMUR Contato: 81 996537379

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Carnaval Saudoso é programação no Aeroporto do Recife

O saudosismo e a poesia dos antigos carnavais vão dar o tom do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes na semana pré-carnavalesca. Para dar as boas-vindas aos passageiros que chegam à capital, no período de 16 de fevereiro a 1º de março, blocos líricos de Pernambuco e o músico Getúlio Cavalcanti vão fazer apresentações na área central do piso térreo (desembarque) do terminal recifense. A programação da ação Carnaval Saudoso, que é uma parceria da Infraero com diversos blocos tradicionais do Carnaval de Pernambuco, conta com o lirismo da Flabelo Encantado, Com Você no Coração, Flor do Eucalipto, Damas e Valetes, Flores do Paulista e Sempre Feliz. Além disso, na quarta-feira de cinzas (1º/3), o compositor e saxofonista brasileiro Getúlio Cavalcanti, conhecido autor de músicas carnavalescas, fará um pocket show para a despedida da Festa do Momo. "O nosso Carnaval é famoso pela diversidade de ritmos e de agremiações de rua. Além da nossa infraestrutura, queremos proporcionar aos nossos passageiros e usuários uma imersão na cultura pernambucana, através dos blocos líricos, tornando a passagem pelo terminal recifense inesquecível", afirmou o superintendente do Aeroporto do Recife, Carlos Antônio da Silva. Os blocos líricos. Acompanhados de uma orquestra de instrumentos como violão e bandolim, os blocos líricos têm como marca um coral de vozes femininas e de cordões de pastoras, pastores e crianças. Surgido na década de 20, esse tipo de agremiação se destaca pela beleza do seu conjunto, pelo ritmo compassado e pelas melodiosas letras de seus frevos. Famosos pelas fantasias bem-elaboradas, diferenciando-se dos clubes e troças, se inspiram nas tradições europeias. Programação: Quinta-feira (16) – 15h às 16h30 Flabelo Encantado Quinta-feira (16)– 17h às 18h30 Com Você no Coração Sexta-feira (17) - 15h às 16h30 Flor do Eucalipto Segunda-feira (20) – 15h às 16h30 Damas e Valetes Terça-feira (21) - 15h às 16h30 Flores do Paulista Quarta-feira (22) – 15h às 16h30 Sempre Feliz Sexta-feira (24) – 15h às 16h30 Flabelo Encantado Quarta-feira de Cinzas (1º) – 15h às 16h30 Getúlio Cavalcanti “O Último Regresso” - Flabelo Encantado

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Folia para a criançada no RioMar

O público infantil tem programação certa para brincar Carnaval no RioMar. A terceira edição do Folia Kids RioMar, nos dias 17 e 18 de fevereiro, acontece na área de eventos do Piso L3 com entrada totalmente gratuita. Serão shows, aulas de frevo e desfiles de blocos e maracatus dedicados às crianças, que podem caprichar na fantasia para curtir os dois dias de evento, sempre a partir das 16h. Para animar os pequenos foliões, no dia 17 de fevereiro a programação começa com uma aula de frevo ministrada por Erika Alves, seguida pela apresentação do Maracatu Nação Erê, bloco Balança Rolhinha e show da Bandalelê. Já no dia 18, Erika Alves volta para mais uma aula de frevo, seguida pela animação do bloco Com 7 & Serpentina e show das Fadas Magrinhas.

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Reflexões sobre a educação na contemporaneidade

*Por Henrique Nelson da Silva Se convencer uma criança ou adolescente a deixar os seus jogos eletrônicos e redes sociais um pouco de lado para acompanhar o almoço da família é difícil, imagina despertar o interesse desses jovens na escola. A Educação no século XXI exige dos profissionais da área a adoção de atitudes e posturas diferenciadas, e do enfrentamento de problemáticas. Primeiramente, atividade docente requer que os profissionais estejam atentos às mudanças nos usos da linguagem e da tecnologia, na verdade os dois aspectos estão interligados. A tecnologia exige uma comunicação cada vez mais rápida e suscita, ao mesmo tempo os estudantes contemporâneos gozam de um conjunto de informações imensamente maior que há cerca de vinte anos atrás. O grande desafio dos docentes, adequar a linguagem, torná-la dinâmica, dialogar com as tecnologias e explorar uma imensidão de informações sem, contudo, ser superficial. O caminho é se antecipar e usar a tecnologia ao nosso favor sempre que possível. O segundo aspecto refere-se à formação. Este talvez seja um ponto ainda mais sensível aos profissionais da Educação. De modo geral existe uma grande defasagem entre a produção das universidades, e o que está sendo ensinado nas escolas; acompanhar essas produções têm sido um grande desafio em qualquer campo de estudo. Investir em formação é uma tarefa que cabe aos governantes e aos próprios professores, que para isso precisam ter condições materiais para passar menos tempo em sala de aula para poderem estudar. O terceiro aspecto trata-se de uma visão essencialmente instrumental do conhecimento. Cada vez mais busca-se associar os saberes a uma ação produtiva específica. Em outros termos, esses saberes só podem ser reconhecidos se associados imediatamente a um produto. Se por um lado o discurso de que os conhecimentos ensinados precisam ter um sentido para os estudantes, esse discurso tem se tornado perigoso quando o termo sentido está diretamente associado a um objeto, a uma ação palpável, e pior, rentável financeiramente. E neste sentido observamos que os conhecimentos no campo das humanidades têm sido bastante questionados por parte da sociedade. É como se a construção de uma postura crítica, de instrumentos e conceitos não fossem importantes ao ponto de terem os seus lugares consolidados no mundo do conhecimento. E justamente por isso que nas pouquíssimas discussões sobre a reforma na Educação, chegou-se a questionar a permanência da Filosofia e Sociologia no currículo escolar. Aliás, a própria reforma no Ensino Médio já expressa uma perspectiva instrumental do conhecimento. Não temos dúvidas de que precisávamos realizar mudanças, todavia penso ser condenável um encaminhamento que pensa primeiramente no mundo profissional, onde a construção de sujeitos críticos, autônomos e com uma visão de mundo mais ampla devesse ser o objetivo central. Pensamos que um profissional qualificado começa pela construção de um ser humano com maior capacidade de leitura acerca do seu mundo. *Henrique Nelson da Silva é mestre em história e professor do Colégio Patrícia Costa de Olinda Todas as segundas-feiras estamos publicando artigos sobre tendências da educação. LEIA TAMBÉM Educação Cidadã (por Eduardo Carvalho - ABA Global Education) Ensino x Aprendizagem (por Armando Vasconcelos - Colégio Equipe) Navegar é preciso, produzir também (por Jaime Cavalcanti - CBV)

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Mestres de Nações promovem intercâmbio entre maracatus do Recife

Após 15 anos sob a batuta de Naná Vasconcelos, o histórico encontro de Nações de Maracatus de Baque Virado que abre o Carnaval recifense ganha um novo capítulo: em uma ação inédita, os mestres passaram a ser coadjuvantes nos ensaios umas das outras, ajudando a coordenar e apitar nos ensaios e conduzir os baques. O primeiro destes encontros aberto ao público acontece hoje (13), a partir das 18h30, na sede do Maracatu Estrela Dalva, que fica na Joana Bezerra (vide serviço) Segundo Paz Brandão, coordenadora do encontro das nações no Carnaval, a ação reforça o compromisso unânime assumido pelas nações em não haver substituto para o mestre Naná Vasconcelos, falecido em 2016 e que ficou 15 anos à frente das Nações. "O desafio foi lançado e eles estão fazendo o trabalho na prática, ajudando os colegas na marcação, ensinando baques e ajudando nos ensaios, gerando um clima de harmonia", ressalta, uma vez que, entre as Agremiações, não é raro sentir um clima de leve animosidade devido às disputas inerentes aos concursos do Carnaval. "O intercâmbio dos mestres coloca essa 'tradição' abaixo", pontua O Estrela Dalva - Fundado em 1990, a Nação azul e branca é formada por 30 batuqueiros sob o comando de Marconi Agripino. Ensaio aberto - Maracatu Estrela Dalva Onde: Via Pública, ao lado da estação Joana Bezerra e de frente para a delegacia Horário: 18h30 Contato - Maciel Agripino, presidente (81) 986303696 34470222

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O velho Raul Moraes

“(...) Na alta madrugada o coro ensaiava | Do bloco a marcha Regresso | E era o sucesso dos tempos ideais do velho Raul Moraes (...)” Nesses tão poucos versos, o grande Nelson Ferreira homenageou, na sua Evocação nº 1, Raul Moraes, aquele que está em um dos frevos de maior sucesso, mas que, mesmo assim, poucos sabem dele. Agora, se você está no rol dos que não sabem, nestas poucas palavras vai passar a saber. Para começar, o recifense Raul Moraes nasceu no dia 2 de fevereiro de 1891 e morreu no dia 6 de setembro de 1937. Acabou-se a narrativa? Não. É pelo que ele fez no intervalo entre as duas datas 46 anos demasiadamente breves, que na já falada Evocação o maestro Nelson Ferreira classificou o tempo em que ele viveu como os tempos ideais do velho Raul Moraes. Mas, afinal, quem foi Raul Moraes? Foi um compositor, instrumentista e regente que, graças ao seu talento, ganhou merecido reconhecimento. Músico formado na Alemanha, foi um dos principais compositores de frevo do início do século passado. Era o irmão mais velho do também músico Edgard Moraes, com quem participou de diversos blocos carnavalescos. No começo da carreira foi pianista, tocando nas grandes casas de diversões do Recife, entre elas, o Café Chic Juventude e o Cineteatro Helvética. Depois passou a atuar como pianista da dupla de cançonetistas Os Geraldos, com quem excursionou pelo País, percorrendo-o de norte a sul. No Sul, após apresentar-se em Porto Alegre, foi convidado para ministrar aulas na respeitada Academia de Canto Musical daquela cidade. Aceitou, e gostou tanto daquelas paragens, que lá viveu durante os 10 anos que se seguiram. Estava aclimatado, mas como a força do amor pela cidade onde se nasce e cresce é, muitas vezes, tão grande que se torna incontrastável, ele retornou ao Recife, onde passou a se dedicar integralmente à música. Teve início uma fase de vibrante criatividade, em que ele compôs marchas de Carnaval para inúmeros blocos da cidade, participou de vários festivais de música, trabalhou como maestro na Rádio Clube de Pernambuco, regeu as orquestras dos blocos Pirilampos de Tejipió e o Bloco das Flores e foi sagrado Príncipe das Marchas de Bloco. Aqui, Raul Moraes compôs algumas das suas mais belas melodias. Foram marchas, valsas, hinos religiosos, foxtrotes, dobrados e marchas patrióticas, das quais muitas vieram a ser gravadas por alguns dos maiores nomes da música popular brasileira de então. A canção Na praia, por exemplo, foi gravada na Odeon pelos Turunas da Mauriceia, com o cantor Augusto Calheiros como vocal. Em 1930, Francisco Alves, o Rei da Voz, naquela época o maior cantor do Brasil, gravou as marchas Cruzes...figa pra você e Aguenta quem pode. No mesmo ano, mais 10 das suas composições foram gravadas. Paraguaçu e Zilda Morais gravaram o samba Meu bem vem cá e o maxixe Tá tudo se acabando. Elsie Houston gravou a modinha Por teu amor, por ti. Januário de Oliveira gravou as marchas Eu só gosto é de você e Regresso, e em dupla com Elsie Houston gravou a marcha Tá zangadinha? Tem mais: a canção Rosa do sul foi gravada por Paraguaçu, a marcha Eu só digo a você, por Ildefonso Norat, a canção O beijo, por Abgail Parecis, e o coco Lenhadô, por Stefana de Macedo. Em 1999 a sua Marcha da folia foi gravada por Antônio Nóbrega no CD Na pancada do ganzá e em 2008, teve a música Valores do passado gravada por André Rio, no CD Cem Carnavais. Antes, em 1974, foi lançado pela então existente gravadora pernambucana Rozenblit o LP Edgar e Raul Moraes, contendo algumas das músicas de sua autoria, com destaque para Marcha da folia, Adeus pirilampos, Despedida e Batutas brejeiros, esta feita em homenagem ao Bloco Batutas da Boa Vista.Raul Moraes está presente na discografia brasileira desde 1918 com o samba carnavalesco Iaiá me Diga, gravado por Geraldo Magalhães e lançado pela gravadora Phoenix, hoje inexistente. Você, provavelmente, acaba de conhecer um pouco do compositor, letrista, pianista e arranjador Raul Moraes, um artista pernambucano que produziu um grande repertório de ritmos diversos, que compôs tango, valsa, foxtrote, marcha, frevo de bloco, fado, e que criou, além da música, classificações curiosas para as suas obras, tais como samba carnavalesco, canção regional, cantiga carnavalesca, marcha patriótica.. Adeus pirilampos, Aguenta quem pode, Batutas brejeiros, Cruzes... figa pra você, Despedida, Eu só digo a você, Eu só gosto é de você, Lenhadô, Marcha da folia, Meu bem vem cá, Na praia, O beijo, Por teu amor por ti, Regresso, Rosa do sul, Tá tudo se acabando, Tá zangadinha?, Valores do passado são algumas das suas músicas. Como se vê, trata-se de obra vasta, múltipla, versátil, que embalada nas asas das apresentações de Raul Moraes levou o talento pernambucano a diversos países, a exemplo de Argentina, Alemanha e Portugal. Foi uma criatividade que venceu limites, divisas e fronteiras. Raul Moraes pertenceu a um tempo em que o Carnaval era uma festa do corso, das batalhas de confete e serpentina, de amores que foram infinitos enquanto duraram e de outros tantos que duraram toda a vida, embalados pela beleza e poesia. Foi um tempo em que as letras das músicas não tinham duplo sentido, que simplesmente cantavam o amor e mais pareciam, assim, poemas musicados. Quer um exemplo? Atente para a letra da Marcha da folia e veja por que Raul Moraes está, eternamente, na memória do carnaval pernambucano: Bloco das Flores por onde passa/ Semeia com tal graça ao som de lindas canções/E os esplendores dessa alegria/ Que as almas extasia | E apaixona os corações./Viva a folia do Carnaval | Intensa alegria sem outra igual/Que olvidar faz a dor ferina/E nos ensina a sorrir e amar/Temos na vida só dissabores/Tristezas, amargores e a desilusão final/Mas de vencida o mal levamos/E esqueçamos que sofremos divertindo o Carnaval/ Viva a folia do carnaval|Intensa alegria sem outra igual/Que olvidar faz dor ferina | Que nos ensina a sorrir e amar. *Por Marcelo Alcoforado

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Romance de Alex Bezerra de Menezes tem impeachment como pano de fundo e reflete sobre a ética brasileira cotidiana

Que o Brasil não é para principiantes, todos sabemos. O mais antigo país do futuro parece condenado à eterna esperança de tempos melhores. Sem ordem, sem progresso, o sentimento geral de que nossos governantes não nos representam talvez esconda uma hipótese mais grave: a de que representa, sim, e muitíssimo bem. Fraude explica. Alex Bezerra de Menezes, especialista em Machado de Assis e Alexandre, o Grande, explora aquilo que estamos acostumados a chamar de “alma brasileira” (se é que ela existe) no romance Depois do Fim (Simonsen, 192 páginas, R$49,90). Será que o Brasil de ontem é o Brasil de hoje? Ele mesmo responde: “Acredito que exista no âmago dos valores da sociedade brasileira a resposta para cenários que se repetem. A discussão é polêmica, mas o intuito do livro não é trazer respostas prontas. Ao contrário, todas as respostas serão dadas pelo leitor, que poderá avaliar questões muito profundas sobre a ética cotidiana, nosso senso de valores, o famoso ‘jeitinho brasileiro’ e como estes fatores podem, de maneira assustadora, refletirem-se em toda a estrutura social do Brasil”. O desenrolar da trama se dá entre 1989 e 2003 – período marcado pela implementação da democracia política, pela queda do presidente Collor, pela estabilidade econômica do Plano Real e pela ascensão do presidente Lula –, em duas cidades aparentemente distantes em diversas esferas, mas que retratam um mesmo Brasil: a megalópole São Paulo e a pequena Sirinhaém, em Pernambuco. Um professor medíocre recebe uma suposta herança – um quadro do pintor holandês Frans Post, o primeiro pintor a registrar as Américas, em nosso Nordeste –, mas este é apenas o princípio do fim, pois a obra pictórica esconde um mundo de lendas, imprecisões, lacunas, fofocas e fantasias, reveladoras do real personagem principal do romance, o Brasil. A orelha é assinada pelo professor e historiador Leandro Karnal, na qual afirma que “Nossa moral cediça, nosso arranjos e acertos, nossos compromissos elásticos com a ética constituem parte da fascinante narrativa. Este é o Brasil que a Física Clássica não alcançaria; apenas literatura e seus espelhos podem dar pista do que somos e do que poderíamos ter sido”. Em evento de pré-lançamento para 200 pessoas, ele foi além na reflexão – que pode ser conferida em vídeo com mais de 65.000 visualizações (http://bit.ly/KarnalDepoisDoFim) – e foi também muito elogioso ao texto (“Um autor que nasce pronto”, afirmou) e ao projeto gráfico, que ficou a cargo do estúdio Bloco Gráfico, composto por ex-membros da CosacNaify. Depois do Fim é um romance feito para pensarmos em nosso País. E, acima de tudo, para que o futuro não repita o passado. Sobre o autor Alex Bezerra de Menezes nasceu a 21 de abril de 1972, em Pernambuco. É advogado por formação e ficcionista por devoção. Em 2005 publicou seu livro de estreia, Incandescências, de forma independente. Título: Depois do Fim Texto de apresentação: Leandro Karnal Autor: Alex Bezerra de Menezes Editora: Simonsen ISBN: 978-85-69041-14-6 Número de páginas: 192 Preço: R$49,90 Formato: brochura Capa e projeto gráfico: Bloco Gráfico

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Em Brasília, Paulo trata das obras da Transnordestina

O governador Paulo Câmara analisou como positiva a discussão, realizada nesta quarta-feira (08.02), no Palácio do Planalto, em Brasília, sobre a possibilidade de destravamento da Ferrovia Transnordestina. Durante a reunião, Paulo, os ministros Eliseu Padinha (Casa Civil) e Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação), os governadores Wellington Dias (Piauí) e Camilo Santana (Ceará), além do parceiro privado da intervenção avaliaram medidas que podem ser implementadas para desfazer os obstáculos para o prosseguimento das obras da via férrea. "Eu acho que demos um passo importante, a partir do momento em que todas as partes sentaram à mesa para iniciar um processo de busca de alternativas, de destravamento dos gargalos com uma obra que é fundamental, estruturante para três Estados do Nordeste e que servirá também para toda a região", destacou Câmara. Na reunião, os participantes acertaram que uma das primeiras ações do grupo será procurar o Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir o cumprimento de todas as etapas necessárias para a retomada da obras. "Vamos todos - os governadores, o Governo Federal e o parceiro privado - ao TCU dar os esclarecimentos necessários, solicitar que haja uma priorização nessa análise. E, ao mesmo tempo, vamos viabilizar o que for necessário no aspecto estrutural, no âmbito dos governos dos Estados, e buscar, tanto com a União quanto com o parceiro privado, que não haja mais nenhum tipo de entrave, nem de falta de recursos financeiros, para que essa obra seja concluída", destacou o gestor pernambucano. Paulo explicou que já há uma garantia de R$ 300 milhões, por parte do FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste), e mais R$ 130 milhões, do OGU (Orçamento Geral da União) para a conclusão da Ferrovia Transnordestina. "E há, ao mesmo tempo, um acordo entre o parceiro privado e o Governo Federal para que, em todo o andamento da obra, seja disponibilizado 50% de parte de cada item deste. Então, isso dá uma engenharia necessária para a finalização da obra", detalhou. A conclusão da Transnordestina, de acordo com Paulo, acena para o fortalecimento da economia nordestina, possibilitando benefícios à população. "Em um momento de crise como esse, no qual precisamos gerar emprego, precisamos gerar negócios, precisamos fazer com que o desenvolvimento da Região Nordeste seja uma prioridade, no âmbito das obras federais. A gente tem que colocar a importância da finalização dela, da geração de emprego. E para que a gente tenha, em um futuro próximo, condições de escoar muita produção. Produção que, pelo Porto de Suape, pode alcançar todo o mundo e pode alcançar todo o Brasil", salientou. O esforço que cada parte integrante deste debate precisa imprimir para resolver a questão da ferrovia também foi apontado como primordial pelo governador para a sequência da Transnordestina. "A gente tem que trabalhar, como gestor público, para que as obras inacabadas sejam finalizadas. Porque ela tem serventia, ela é fundamental para o desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste, e ela tem um olhar para o futuro. Então, obras como essa é que a gente quer priorizar, quer cobrar. E eu, como governador de Pernambuco, não vou me omitir em buscar soluções necessárias, tanto das concessões como também junto ao Governo Federal", enfatizou. "Uma obra que liga Eliseu Martins (no Piauí) até o Porto de Suape, passando por Trindade, Salgueiro, pelo Sertão e Agreste pernambucano. São mais de 1,2 mil quilômetros, então isso mostra claramente que precisa-se de uma ênfase, precisa-se de uma resolutividade. Ela é uma obra, hoje, parada, que já tem um avanço físico de mais de 50% e que agora precisa ser concluída", destacou o governador de Pernambuco. (Blog do Governo de Pernambuco)

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