Arquivos Cultura e história - Página 34 de 359 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

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Aramis Trindade faz apresentação única no Santa Isabel, neste domingo (31)

O Teatro Santa Isabel receberá neste final de semana o espetáculo "Romeu e Julieta, cordel de Ariano Suassuna". A peça teatral explora a visão de Ariano Suassuna sobre a clássica história de amor de William Shakespeare, mesclando o erudito com o popular. Sob a direção e texto de Aramis Trindade, o espetáculo é um tributo à cultura popular, revivendo um dos momentos marcantes da obra de Suassuna será apresentado no domingo (31), em apresentação única. No primeiro ato, Aramis Trindade realiza um monólogo, dando vida ao poema de 98 sextilhas, acompanhado por uma trilha sonora original de música Armorial, composta por Zé da Flauta. No segundo ato, Aramis "incorpora" Ariano Suassuna III, oferecendo ao público uma mini aula espetáculo, que explora a origem da história de Romeu e Julieta, as diferenças entre as versões de Shakespeare e Suassuna, além de temas como literatura de cordel, movimento Armorial e cultura popular. Com duração de 45 minutos e classificação indicativa livre, esta produção teatral representa um elo entre a linguagem cênica e a rica tradição da literatura de cordel, enriquecendo ainda mais sua conexão com a cultura popular brasileira. Os ingressos podem ser adquiridos pelo valor de R$ 80,00 (inteira) ou R$ 40,00 (meia-entrada) através do link: https://bileto.sympla.com.br/event/92264/d/246135.

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Artesa Leninha Nascimento foto Salatiel Cicero

Pesquisa revela o perfil e os desafios das artistas do barro de Tracunhaém 

“Mulheres do Barro” realizou um mapeamento cujos resultados serão apresentados de forma online no próximo dia 04 de abril. Na foto, a artesã Leninha Nascimento. Foto: Rúbia Batista O município de Tracunhaém, localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco e distante 62 km da capital Recife, é amplamente reconhecido como um importante polo cerâmico. Com menos de 14 mil habitantes, cerca de 50% da sua população está envolvida na transformação do barro em peças utilitárias ou obras de arte, o que lhe rendeu o título de Capital do Artesanato em Cerâmica pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. Com o intuito de compreender e destacar o trabalho das mulheres artistas de Tracunhaém, duas artesãs e produtoras culturais apresentaram, em primeira mão, uma prévia do projeto "Mulheres do Barro". Este estudo, considerado um censo cultural, realiza um mapeamento das mulheres artesãs da cidade, revelando suas técnicas, experiências e contribuições para a cultura local. A iniciativa foi viabilizada com o apoio do edital Micropojeto do Funcultura. Durante o período de novembro de 2023 a janeiro deste ano, as produtoras empreenderam uma busca ativa, visitando ateliês, olarias e residências em Tracunhaém, coletando dados por meio de questionários junto às mulheres artistas. Cerca de 50 artistas, predominantemente negras, foram entrevistadas, abrangendo uma ampla gama de habilidades criativas, todas utilizando o barro como matéria-prima. O lançamento completo dos resultados desse trabalho, destinado a preservar a memória da tradicional arte em cerâmica e das mulheres dedicadas a esse ofício, ocorreu nos dias 22 e 23 em Tracunhaém. Mas no próximo dia 04/04 haverá um lançamento digital no site do projeto mulheresdobarro.com.br  e no canal do Youtube https://www.youtube.com/@Mulheresdobarro, a partir de 11h, que poderá ser acompanhado de qualquer lugar do mundo.  Perfil das artesãs A faixa etária das mulheres mapeadas que trabalham com cerâmica em Tracunhaém é bem abrangente, vai dos 16 aos 95 anos. 34,04% das mulheres mapeadas são jovens adultas (estão entre 25 e 35 anos), e 23% delas são pessoas idosas (têm idades igual ou superior a 60 anos). "Uma nova geração de mulheres tem mantido a tradição com o barro na cidade, enquanto profissão e fazer artístico. Ao mesmo tempo, idosas ainda têm o barro como subsistência e também mantêm a tradição", esclareceu Gabriela Feitosa, pesquisadora colaboradora no Mapeamento Mulheres do Barro.  Em relação ao tempo de experiência das mulheres com cerâmica, a pesquisa identificou que 88,36% das mulheres mapeadas têm mais de dois anos de experiência com cerâmica. E 47% das mulheres estão atuando há mais de 10 anos na área, indicando que grande parte das artistas, de fato, têm prática no seu fazer artístico e profissional. No âmbito da maternidade, 74,5 % das mulheres mapeadas são mães; 54,29% delas têm mais de um filho e 44,7%, são chefes de famílias. “As mulheres que são mães têm maior dificuldade de permanecer e de se manter no mercado de trabalho, por isso esse grupo precisa de maior incentivo e fortalecimento. Os filhos dessas mulheres representam uma possibilidade de continuidade da tradição da cerâmica no território, essas pessoas devem ser apoiadas”, detalhou Silvia Ribeiro, coordenadora geral e idealizadora do Mulheres do Barro. Perfil econômico da atividade O estudo também mostra que a cerâmica é a principal fonte de renda para 80,09% das inquiridas. No que diz respeito ao local de trabalho delas, apenas 14,9% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em associações ou coletivos; 31,9% das ceramistas trabalham na própria residência e 31,9%, atuam em estruturas improvisadas. Do total, 53,2% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em ateliês familiares. "Poucas mulheres trabalham com o apoio de associações ou coletivos. Esses dados demonstram que, se houver investimentos em espaços coletivos, mais mulheres poderão se utilizar desses ambientes para se desenvolverem profissionalmente. As mulheres que trabalham em suas casas usam parte de pequenos espaços para o trabalho", explicou Cintia Viana, coordenadora pedagógica e idealizadora.  61,7% das entrevistadas, na pesquisa, desenvolvem peças autorais; e 38,3% das mulheres ouvidas não consideram suas peças autorais. “A imposição do mercado da cerâmica no território dificulta a possibilidade do desenvolvimento do processo artístico autoral das mulheres mapeadas, tendo em vista que na maior parte do tempo os trabalhos são desenvolvidos para atender a um mercado e sobra pouco tempo para o desenvolvimento autoral das artistas", analisou a pesquisadora Gabriela Feitosa. Dentro do mesmo cenário, 87,2 % das mulheres mapeadas têm interesse em se qualificar mais em relação à cerâmica, o que demonstra a necessidade de investimentos nas mulheres que atuam no ramo ceramista de Tracunhaém. Desafios para o segmento Para a equipe do projeto, a história da cidade da Zona da Marta Norte se mistura com a da sua arte, que é um verdadeiro patrimônio cultural de Pernambuco e do Brasil. Mas, nessa história, o papel das mulheres precisa ser evidenciado e o Estado deve apoiar cada vez mais essas artistas. Pois o apoio ao empreendedorismo feminino permite que as mulheres tenham mais controle sobre seus próprios meios de subsistência e se tornem cada vez mais economicamente independentes. Promoção de inclusão social e equidade de gênero é tarefa do poder público. Além disso, incentivos das instituições a essas pessoas podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Nordeste como um todo. Além da coleta de dados, o projeto também incluiu a produção de um documentário que foi gravado e montado entre fevereiro e março deste ano, intitulado "Mulheres do Barro". Nele as produtoras se unem a uma equipe de realizadores do audiovisual da Mata Norte, e contam como foi esse mapeamento mostrando a história de 12 artesãs da cidade de Tracunhaém. Realizado com recurso da Lei Paulo Gustavo do município, a obra pode ser vista na página oficial do projeto nas redes sociais e no Youtube.

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Espetáculo ​"Ariel: a Pequena Sereia" volta ao ​Teatro Barreto Júnior neste domingo (24)

Nova chance de se encantar com a história clássica da pequena sereia Ariel: a Humantoche Produções volta a apresentar o espetáculo no domingo, 24/3, a partir das 16h no teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos; Pina, Recife). ​Os portões serão abertos às 15h 30. ​Com diversos efeitos especiais em 4D, com​o chuva de bolinhas de sabão e iluminação especial, que transforma o teatro no próprio fundo do mar, o espetáculo ​​irá contar a clássica história da sereia que queria conhecer o mundo humano​ e se mete em diversas aventuras. Os ingressos estão disponíveis no Sympla ( ​https://www.sympla.com.br/evento/ariel-a-pequena-sereia-em-recife/2346335 ) ou na bilheteria (sujeito a lotação), com valores de R$ ​80 inteira ou R$ ​40 meia (a política de meia entrada: além de estudantes, professores, crianças de até 12 anos, PNE e idosos pagam meia). ​Os assentos são de livre escolha, de acordo com a ordem de entrada no ​teatro e o espetáculo é livre para todas as idades.

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Espetáculo Lumiar e sarau celebram 4º o Festival de Teatro Rosa dos Ventres

A celebração da 4ª edição do Festival de Teatro Rosa dos Ventres acontecerá nesta sexta-feira (22/03) no Armazém do Campo, em Recife/PE, a partir das 19h. O evento contará com a apresentação do espetáculo Lumiar, da artista da dança Marina Mahmood, e também com o “Sarau dos Ventres – Palestina Livre”. A entrada será mediante uma contribuição voluntária (pix solidário). A noite incluirá também a presença da DJ Cigana Cósmica e microfone aberto para mulheres que desejam participar do sarau, contando com a participação de diversas artistas já confirmadas. O espetáculo Lumiar busca resgatar a essência humana por meio do movimento do corpo, interação com o elemento fogo e estímulos sonoros. Criado pela dançarina Marina Mahmood, a performance inspira a potência interior, o amor e a magia de viver. O Festival de Teatro Rosa dos Ventres, que homenageia Julieta Inês Hernández Martinez, também conhecida como a palhaça “Miss Jujuba”, encerra sua 4ª edição neste evento. Este festival tem como propósito combater a violência contra as mulheres e destacar o protagonismo feminino na arte, promovendo diversas atividades desde o dia 1° de março em diversas cidades da Região Metropolitana do Recife e interior do estado, e é idealizado por Hilda Torres e realizado pelo Grupo Cria do Palco, com o músico e produtor cultural Márcio Santos como sócio e cofundador, em parceria com Áurea Luna, Anny Rafaella Ferli e Tiago Melo. SERVIÇO: Celebração da 4ª edição do Festival de Teatro Rosa dos Ventres Data: 22/03/2024 Horário: A partir das 19h Local: Armazém do Campo (Av. Martins de Barros, 387 - Santo Antônio, Recife/PE) Ingressos: Contribuição voluntária (pix solidário)

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Mariscada: Um potencial Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

A iniciativa liderada pelo Instituto Negralinda visa o reconhecimento deste prato tradicional como forma de impulsionar o Turismo de Base Comunitária em várias localidades pernambucanas. Uma receita que mistura os "frutos do mangue" com tradição e história, a Mariscada é um prato típico das regiões litorâneas do nordeste brasileiro. Em Pernambuco, ela se destaca não apenas pela culinária, mas também pelo seu impacto social. Com esta proposta, combinando gastronomia, preservação cultural, sustentabilidade e combate às desigualdades, o Instituto Negralinda lança no dia 20 de março a campanha "Oxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor!". O objetivo é elevar este prato ao status de Patrimônio Cultural Imaterial do estado. O evento de lançamento, reservado para convidados, será realizado no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, no bairro do Recife. A campanha já angariou apoio de parceiros como a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e o Sebrae. Em colaboração com o Instituto Negralinda, o Sebrae vem desenvolvendo nos últimos três anos o projeto socioambiental de empreendedorismo feminino "Marisqueiras Empreendedoras", beneficiando atualmente mulheres marisqueiras e pescadoras em 10 municípios do litoral pernambucano. Esta iniciativa contribui para combater desigualdades sociais, promovendo educação, saúde e bem-estar através do empreendedorismo colaborativo, beneficiando 850 mulheres. De acordo com o Cadastro de Pescadores Artesanais do Litoral de Pernambuco realizado em 2019 pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Semas), cerca de 11.367 pescadores e pescadoras artesanais atuam no estado. No entanto, o segmento enfrenta desafios relacionados à qualificação das organizações, aspectos sanitários (infraestrutura para beneficiamento e comercialização), problemas ambientais (pesca predatória) e de gestão e planejamento das colônias. Chef Negralinda “O nosso objetivo com a campanha é transformar a Mariscada em um prato regional reconhecido, para que por meio da Gastronomia do Mangue seja possível fortalecer a cadeia produtiva, capacitar as marisqueiras e criar mais lugares que forneçam a Mariscada, contribuindo também com o turismo gastronômico. O qual Pernambucano já é referência” Edy Rocha, diretor executivo do Instituto Negralinda “Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades que vivem da cadeia produtiva do marisco. Nosso objetivo é atender as necessidades urgentes da população pesqueira, como: acesso à inovação, capacitação, geração de renda, acesso ao mercado direto sem o atravessador, além de ajudar a promover a igualdade social e a inclusão de grupos vulneráveis. Ao fornecer para as marisqueiras e pescadores artesanais o acesso a qualificação, o Instituto Negralinda contribui para combater essas desigualdades e resolver os principais problemas referentes aos aspectos sanitários e segurança alimentar”.

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Bruna Pedrosa

"Corbiniano é um artista ímpar e merecia estar em espaços sacralizados como os museus"

Bruna Pedrosa, curadora da exposição sobre o artista plástico conhecido por suas esculturas de figuras longilíneas em alumínio e pelo painel Revoluções Pernambucanas, fala da trajetória dele e da importância da sua obra. Também ressalta a necessidade dele ser mais reconhecido no Estado e no País. (Foto: Arnaldo Carvalho) A exposição 100 anos de Corbiniano Lins – A Festa! que está no shopping RioMar é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais esse que é considerado um dos mais talentosos e importantes artistas plásticos de Pernambuco e do País. Negro, de origem humilde e nascido em Olinda, ele trabalhou com desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria, mas é mais identificado por suas esculturas. Elas foram produzidas com uma técnica muito particular, em que esculpia no isopor com faca de cozinha que era enterrado numa caixa de madeira, onde derramava o alumínio fundido. Os recifenses que não ouviram falar de Corbiniano, mas veem no dia a dia, monumentos criados por ele como Revoluções Pernambucanas, na Av. Cruz Cabugá, ou O Mascate, na Praça do Diário, ou mesmo algumas esculturas de mulheres na entrada de prédios da cidade, certamente vão reconhecer nas peças expostas seu traço fino e figuras longilíneas característicos do artista. Cláudia Santos conversou com a curadora da exposição Bruna Pedrosa, que falou sobre a mostra e a vida de Corbiniano. Ela destacou a participação dele no Ateliê Coletivo nos anos 1950, liderado por Abelardo da Hora, e que contava com artistas como Zé Claudio, Brennand e Samico. Apesar de sua importância, Bruna ressalta que Corbiniano ainda não desfruta de um reconhecimento como os demais colegas de seu tempo e credita isso ao racismo. Salienta, por exemplo, a lacuna existente em relação a livros sobre ele e o fato de suas obras não serem expostas em locais como museus. O que o público vai conferir nessa exposição, 100 anos de Corbiniano Lins - a Festa? Trouxemos um pouco de cada linguagem, uma pequena amostra de cada uma das técnicas desse artista que é conhecido pelas esculturas, mas tem outras linguagens e era bom em tudo. É impressionante! A festa — do título da exposição — remete à celebração do seu centenário e a um texto de Hermilo Borba Filho em um álbum com 10 serigrafias de Corbiniano que encontramos durante a pesquisa de curadoria. Neste álbum, intitulado Recife, de janeiro a janeiro, são retratadas manifestações da cultura popular, frevo, maracatu, caboclinhos, mostrando que somos um povo festeiro. Além do texto curatorial explicando essa temática, a exposição traz uma linha do tempo com marcos biográficos e principais obras, um texto chamado Técnicas e Temas e, em seguida, mostramos pelo menos uma obra de cada técnica usada por Corbiniano: desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria até chegar às esculturas. A figura feminina é bastante representada em suas esculturas em formas sinuosas e elegantes. Qual a relação das mulheres com a arte de Corbiniano Lins? O primeiro acesso dele ao universo artístico e artesanal da manualidade foi por meio das mulheres da família, que eram costureiras e trabalhavam com tapeçaria. Filho de um holandês que morreu quando ele tinha meses de vida, Corbiniano foi criado pela mãe e pelas tias e irmãs em Olinda. Começou a ajudá-las na tapeçaria aos 8 anos de idade e passou a se interessar pelo desenho copiando as gravuras dos tapetes. As mulheres foram importantíssimas nessa primeira formação, por isso ele tem uma relação forte com a representação da figura feminina. Quando adulto e mesmo casado, Corbiniano se relacionou afetivamente com muitas mulheres, era um boêmio como a maioria dos homens e artistas da época. Havia também as mulheres que posavam para seus desenhos e esculturas. Daí a diversidade de corpos em sua obra, mesmo predominando as figuras longilíneas, pernudas, de bumbum e seios fartos. Conviveu com mulheres artistas como Teresa Costa Rêgo e Ladjane Bandeira. Sempre expressou sua gratidão reconhecendo a importância de ter convivido com mulheres que também eram artesãs, artistas, em uma época ainda mais difícil que hoje, quando os homens sempre estavam à frente ocupando os espaços, sobretudo nas artes. Acho que tem essa admiração dele pelas mulheres dessa forma mais ampla possível, da mãe, às esposas, filhas, às modelos, às artistas, a todo o universo feminino com que ele conviveu tanto. Então, pelo fato dele estar rodeado de mulheres, de ouvi-las e observar suas personalidades conseguiu captar o universo feminino de forma profunda. Como foi sua trajetória artística? O primeiro contato com a arte foi, então, com a família, em Olinda? Sim, em Olinda, na primeira infância com as mulheres da casa, ele começa com tapeçaria e desenho. Na segunda infância, vai para o Recife e aprende outras técnicas, estudando em uma instituição pública federal, a Escola Técnica de Artes e Artífices. Na década de 1950, quando chega no Ateliê Coletivo, junto com Abelardo da Hora e outros artistas da época como Celina Lina Verde, passa do desenho para a arte tridimensional. Então, experimenta a escultura no barro, depois em terracota, em gesso e cimento até chegar à técnica da forma perdida, pela qual ele é mais conhecido. Nessa técnica, ele esculpia em tamanho natural no isopor usando uma faca de cozinha e palitos de churrasco, enterrava esse isopor numa caixa de madeira e derramava o alumínio, que ocupava o lugar do isopor se transformando nas famosas esculturas de alumínio fundido. Essa técnica vem da Europa, outros artistas já a usaram, mas poucos se identificaram tanto com ela quanto Corbiniano. Ele apaixona-se por ela, dando continuidade de forma mais profunda. Como um homem pobre, negro de Olinda, tornou-se um dos mais importantes artistas plásticos de Pernambuco e do Brasil? Por mérito da sua arte. Apesar de seu talento, sua trajetória é marcada por apagamentos do racismo. Há uma lacuna bibliográfica impressionante sobre ele, mesmo tendo esculturas e obras públicas espalhadas no Recife e em outros Estados que são cartões postais como A Sereia em Maceió e a Iracema em Fortaleza. É comum encontrarmos

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Basta soprar meu nome

* Paulo Caldas Neste "Basta soprar meu nome" Fátima Militão, já consagrada no livro “Cantos da casa”, impõe o domínio sobre a trama escolhida para cada conto e, com o mesmo zelo, modela a formação dos personagens, quando o perfil de cada um mostra caracteres compatíveis com as respectivas performances. Tal virtude, no entanto, quase nem é percebida pelo leitor. Nos trechos construídos na primeira pessoa - voz dos atores - é fácil perceber a consagração do simples, sem salamaleques. Em “Vinde a mim”, envolve a atmosfera do texto e mais, com delicadeza, mantém o pulso firme sobre os escritos, o que se revela no conto "Audiência" quando, no tecer das cenas, sutilmente conduz o leitor no acentuar sua crescente ansiedade. A publicação vem com o selo editora Confraria dos Ventos, editado por Karla Melo e Victor Paes, com projeto gráfico da Pranayana Design e imagens de capa das pontes do Recife, fotos de Roberto Ploeg. "Basta soprar meu nome" pode ser adquirido no site www.confrariadosventos.com *Paulo Caldas é escritor

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Aria Social estreia nova temporada do espetáculo “Capiba, pelas ruas eu vou”

Apresentação será no Teatro RioMar. (Foto: Alícia Cohim) O espetáculo “Capiba, pelas ruas eu vou”, do projeto Aria Social, volta aos palcos recifenses na próxima quinta-feira (14/03), às 20h, no Teatro RioMar, no Pina, zona sul do Recife. A nova temporada do musical, que conta a história do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa (1933-1997) e já foi visto por mais de 10 mil espectadores desde 2022, segue com apresentações no Teatro de Santa Isabel de 20 a 24 de março. Em abril, estará em cartaz no Teatro do Parque. Até julho, o público poderá escolher entre 14 sessões já confirmadas nesses três teatros recifenses.   Em cena, 45 bailarinos-cantores do Aria Social e 19 músicos apresentam a história de Capiba num espetáculo vibrante e envolvente, que une música, dança, canto, teatro, fotografia e cinema. “Capiba é o maior compositor de frevos pernambucanos, mas sua obra vai muito além desse ritmo, com valsas, choros, maracatus, sambas, marchas e música erudita, chegando a mais de 200 composições, entre elas a ópera ‘Missa armorial’, uma obra-prima. É isso que mostramos no espetáculo: a multiplicidade e a riqueza do legado de Capiba”, lembra a bailarina Cecília Brennand, presidente do Aria Social e diretora-geral do musical. A direção musical e a regência do espetáculo são da maestrina Rosemary Oliveira, vice-presidente do Aria Social, e a concepção, direção artística e coreografia são de Ana Emília Freire. Durante cerca de uma hora, o musical apresenta a trajetória do menino nascido em Surubim, no Agreste pernambucano, em 28 de outubro de 1904, filho de um mestre de banda, que antes de aprender a ler já lia partituras. Morou na Paraíba e veio para o Recife aos 26 anos, tendo se tornado funcionário do Banco do Brasil. Cursou a Faculdade de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão. Sua primeira composição foi “Valsa verde”, em 1931.

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10 fotos de Recife e Olinda Antigamente para celebrar o aniversário das cidades-irmãs

Para celebrar o aniversário das duas cidades, que acontece hoje (dia 12), a coluna Pernambuco Antigamente de hoje reúne algumas imagens de lugares e paisagens simbólicas do Recife e de Olinda. As fotos pertencem ao banco de imagens da Fundação Joaquim Nabuco, na Villa Digital, da Biblioteca do IBGE e do Museu Aeroespacial. Clique nas fotos para ampliar. Vista para as cidades de Olinda e Recife Obras da prefeitura de Olinda entre o largo do Amparo e o Largo de São João, em 1946 Estação de Trem em Olinda Prefeitura de Olinda em dia de Carnaval Foto: Passarinho/Pref.Olinda www.olinda.pe.gov.br Seminário de Olinda Bairro do Recife Avenida Boa Viagem Praça da República Praça da Independência Praça Rio Branco, no Marco Zero. * Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Fragmentos do Recife no século XX será lançado amanhã (13) no IAHGPE

Na celebração dos 487 anos da cidade do Recife será lançado o livro Fragmentos do Recife no século XX (Editora da UFRPE), no dia 13 de março, às 15h no Instituto Arqueológico Histórico e Geografia Pernambucano. A publicação é uma iniciativa do do Laboratório de Estudo e Ensino sobre o Recife (RecLab - UFRPE), sob a organização das professoras Mariana Zerbone, da UFRPE e Edvânia Torres, da UFPE. O evento é aberto ao público. A publicação revela histórias de um Recife que queria ser moderno através da execução de reformas urbanas e introdução de novas tecnologias, mas que perpetua a desigualdade social e a segregação espacial. A coletânea é composta por artigos provenientes de pesquisas acadêmicas nas áreas de história e geografia, que se articulam na intenção de desvendar estes fragmentos do Recife no século XX como parte de um processo único. A coletânea é composta por textos de Edvânia Torres (apresentação), Mariana Zerbone (Sobre fragmentos e paradoxos do Recife no Século XX: um convite à leitura), Rafael Arruda Silva (Rios, pontes, modernidade e impressionantes esculturas greco-romanas: Usos do passado e reformas urbanas, o caso da Ponte Maurício de Nassau), Gleicielly Barros (A Praça da Independência e a Modernidade em Recife), Pedro Felipe Ribeiro (Homens e Caranguejos: um aspecto histórico da produção do espaço urbano do Recife, na primeira metade do século XX), André Cardoso (O Recife vai de trem: a consolidação do sistema de trens urbanos recifense no início do século XX), Tales Pedrosa (Avenida Beira Mar: O crescimento do bairro de Boa Viagem pelos trilhos da Tramways), Camilla Aryana Monte (As diversas faces de um subúrbio: o bairro da Várzea no século), Sérgio Lima (Bem cultural e espaço público, contradições e ambiguidades, o caso do Conjunto Paisagístico do Sítio da Trindade).

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