Educação – Página: 2 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

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Astronomia: estudante do NE vende empadas para comprar telescópio

Da Agência Brasil ”Eu não estudo astronomia, eu vivo astronomia e cada dia aprendo uma coisa nova”. A declaração é de Arthur Felipe, estudante de 18 anos, morador da cidade de Martins, no interior do Rio Grande do Norte, medalha de ouro da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em 2017. Apaixonado pelo céu desde criança, Arthur Felipe mira um futuro na carreira espacial e em estudos em agências internacionais. “Sou apaixonado pela ciência desde pequeno. Aos 15 anos, fiz o primeiro telescópio reciclado de canos e lentes; em 2017, fui medalha de ouro na OBA”, diz. Hoje, Arthur estuda astronomia de forma independente – a dedicação a essa ciência o coloca entre os astrônomos amadores, que fazem observações a partir de instrumentos em casa, por exemplo. E é pensando em comprar um telescópio ”de ponta” que ele chegou a fazer uma vaquinha virtual e tem se dedicado à venda de empadas. “Eu vendo empadas para comprar um (telescópio) mais potente… Maior e mais potente. As empadas estão dando um dinheiro legal. Meu sonho é observar o céu profundo, nebulosas, planetas, além da Lua. Expandir o universo observável. A quantia em dinheiro servirá para o meu futuro, afirma. Apesar de os primeiros passos científicos de Arthur terem sido na escola municipal, ele lamenta não ter tido mais acesso a conteúdos sobre o universo ao longo dos anos. Para o professor do Observatório de Astronomia da Unesp, Rodolfo Langui, embora o currículo escolar no Brasil contemple a astronomia, o maior desafio ainda está na formação dos professores. ”Qual é o problema do nosso país? Por que a astronomia não é ensinada nas escolas? Há o problema para a formação dos professores. Não há ações para a formação de professores em relação à astronomia. E qual é a reação dos professores quando precisam ensinar em sala de aula? Pelo menos duas: Não ensinam porque não sabem ou procuram aprender, mas pela internet ou em livros didáticos que ainda contêm erros conceituais em astronomia. Então, o que temos é um problema de formação de professores.”, diz Langui. Langui, assim como Arthur que diz viver a astronomia, vê nessa ciência a possibilidade de ir além da física e da lógica. “Como é uma ciência muito antiga, tem uma interface sensacional com as outras disciplinas, inclusive com ciências não exatas como artes e até filosofia. Quando estudamos questões cosmológicas, buracos negros, origem do universo, motivo da nossa existência, então desperta mesmo as curiosidades existenciais. Essa ciência que tem mexido com minhas emoções até hoje. Fiquei emocionado.Sempre fico. Os astros tão distantes e que mexem com nosso íntimo.” Arthur está focado no futuro, quando cita a máxima: “A fórmula para conseguir sucesso é a soma de pequenos trabalhos para gerar um grande resultado e nunca desistir”. Langui, focado na ciência e de olho nas futuras gerações: “Imagina só o poder que tem uma simples visita a um observatório, um planetário, um museu de ciências. Uma criança que vê tanta coisa bonita sobre o universo, sobre ciência, que ele nunca mais vai esquecer esse dia. Pode ser preponderante para escolher sua carreira profissional.Então, a gente reconhece essa importância, do nosso trabalho de divulgação no observatório para despertar essa vontade.

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Lia Glaz: “O professor começou a encarar a tecnologia como aliada”

*Por Rafael Dantas Os novos desafios postos diante dos professores durante a pandemia foram o tema da edição 175.2 da Revista Algomais, publicada na semana passada. Uma das pesquisas que apresentou os principais problemas enfrentados e observados pelos docentes, que citamos na reportagem, foi desenvolvida pelo Instituto Península, uma organização social fundada pela família Abilio Diniz em 2010, que tem como foco a melhoria da qualidade da educação brasileira. Conversamos com Lia Glaz, gerente de projetos do Instituto Península, sobre os principais resultados desse estudo e sobre as possíveis soluções para os atuais dilemas do trabalho desenvolvido pelas escolas. Confira abaixo! Quais as principais dificuldades que têm levado os professores a aumentarem seu estado de ansiedade e de cansaço? A maior preocupação dos professores nesta quarentena (75%) é em relação à saúde emocional dos alunos, à frente até mesmo da sua própria saúde mental (54%). Na fase anterior a maior preocupação deles era em relação a saúde de seus familiares. Outro fator que preocupa os docentes é o retorno às escolas (Em uma escala de 0 a 5, na qual 0 indicava “nada confortável” e 5 “muito confortável” com o retorno ao ensino presencial, a média dos respondentes foi de 1,07) e o principal motivo, para 86%, é o receio de contaminação e de implementação dos protocolos sanitários. . . Quais os caminhos ou soluções para resolver essas questões? É necessário apoiar e acolher o professor, além de manter uma comunicação frequente e transparente acerca do retorno, dando visibilidade à adequação das escolas e treinamento para a implementação dos protocolos. A perspectiva sanitária, no entanto, não é suficiente. Como a retomada das aulas presenciais é algo que preocupa os docentes, o IP elaborou um documento de apoio à ação de Secretarias de Educação e unidades escolares na retomada das aulas, dentro de uma perspectiva integral de Educação e inspirados na Política de Humanização do SUS. A partir das informações levantadas com os dados dos questionários é possível pensar em um plano de ação que seja sensível às necessidades dos educadores de cada escola e dar início a rodas de acolhimento, um convite para compartilhar acontecimentos e sentimentos marcantes na vivência de cada um durante a pandemia. O passo seguinte é definir espaços individuais de escuta, ambientes de pensamento, duplas de suporte, realização de rituais e criação de grupos restaurativos. Muitos dos professores afirmam ser necessário ter conhecimento de novas ferramentas para fazer uma aula online, não basta transpor o conteúdo de uma aula presencial para a internet. Como ter essa competência? Os educadores se fazem ainda mais relevantes em um cenário de dados e informações em abundância, atuando como verdadeiros mediadores de conhecimento durante a aprendizagem. Por isso, são fundamentais políticas públicas voltadas à formação e capacitação dos docentes para os novos desafios. O interessante é que em abril e maio, na segunda fase da pesquisa, 83% dos professores afirmaram que não estavam preparados para o ensino virtual. Após a prática ter sido imposta pela pandemia, agora esse percentual é de 49% afirmando que a falta de formação é um desafio para ensinar remotamente. Como consequência, 94% dos professores indicaram que agora enxergam a tecnologia como muito ou completamente importante no processo de aprendizagem dos alunos. Antes, apenas 57% tinham essa percepção. . . A apatia dos alunos é outro fator que acaba por desmotivar também os professores. Quais os caminhos para transpor essa apatia? Realmente, constatamos que 64% dos professores relataram dificuldade para manter o engajamento de seus alunos e 41% deles teve a percepção de que poucos deles aprenderam o esperado nas atividades avaliativas. Um caminho para transpor essa questão é colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, buscando formas de personalizar o ensino, tendo a percepção da necessidade de cada aluno. Nesse quesito, alguns dos legados da pandemia levantados pelos professores foram a importância de estratégias pedagógicas com recursos de acessibilidade e estratégias de reforço/recuperação para alunos com dificuldade de aprendizagem. . . Com o retorno das aulas presenciais de forma gradual, há uma perspectiva de que o ensino híbrido se torne uma realidade no Brasil. Que novos desafios são colocados para os docentes em um cenário de convivência da educação presencial e remota? A terceira etapa da pesquisa mostrou que o próprio professor começou a encarar a tecnologia como uma aliada, sendo que ela é capaz de ampliar sua capacidade de ensino. Além disso, precisamos considerar os recursos educacionais digitais como parte essencial do processo educacional. Um grande desafio enfrentado pelos professores hoje, nessa situação de ensino remoto, é a barreira da conectividade, nem todos seus alunos possuem, internet ou um computador. Precisamos democratizar esse acesso para podermos realmente avançar na questão do ensino híbrido. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)       . LEIA TAMBÉM Patrícia Smith: “O cenário aponta para uma perspectiva híbrida: ensino presencial e remoto” Live Algomais discute se é hora de voltar às aulas   Educação que Transforma  

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Patrícia Smith: “O cenário aponta para uma perspectiva híbrida: ensino presencial e remoto”

A escola voltará a ser como “antigamente” quando passar o furacão da pandemia? Ou teremos uma nova realidade, com mais uso das tecnologias digitais? Com a proximidade do dia dos professores, conversamos com a pedagoga Patrícia Smith, que é docente da UFPE e Ph.D. em Educação pela University Of Newcastle Upon Tyne, para discutir sobre os desafios desse “novo normal” que está ainda sendo construído no ambiente escolar. Em muitos casos envolta de muitas dificuldades, mas com várias histórias de superação.   O estresse e a ansiedade são algumas das reclamações mais constantes dos professores nesse período de ensino remoto durante a pandemia. O excesso de trabalho também. Quais as principais causas desse cenário de tanto desconforto dos professores? PATRÍCIA SMITH – A pandemia e o isolamento social tornaram o ensino presencial inviável praticamente durante 2020 todo, no mundo e no Brasil. Os professores de todas as redes e níveis de ensino precisaram se adaptar ao chamado ensino remoto. Essa adaptação foi bastante grande e sistêmica: 1- A estrutura e funcionamento das escolas e redes passou a ser online, por meio de redes sociais, telefones ou com horário reduzido de atendimento. Isto alterou a gestão da escola e a forma como os docentes trabalhavam entre si, com as coordenações de áreas, com as direções das escolas e com os gestores das redes de ensino. Essa mudança forçada na forma de gerir a escola e as redes de ensino produziu diversas decisões sobre como a educação ocorreria no Brasil, desde novas legislações federais flexibilizando dias letivos, carga horária, atividades online ou remotas, até decisões bastante particulares de cada instituição de ensino sobre como o semestre iria ocorrer, os modelos e plataformas utilizadas para o ensino remoto, calendário, entre outros. Para mim este representou uma das causas para a ansiedade dos professores e de toda comunidade escolar: Até quando as escolas precisarão ficar fechadas? Vamos voltar às aulas normais? Vamos trabalhar remotamente? Como? Com uma pandemia sem precedentes, onde não é possível prever muita coisa, os docentes ficaram aguardando o reinício das atividades, sem saber ao certo como e quando e sem terem o mesmo grau de interação com seus pares, a fim de produzir uma solução colaborativamente. 2- Ainda nessa linha da gestão, Coordenadores, Diretores, Chefes tem se comunicado de todas as formas possíveis com os docentes. São reuniões online, diversos grupos de whatsapp, hangout, email, entre outros. Todos os trabalhadores remotos passaram a responder, em diversos canais, a todo momento, aos grupos gestores das instituições de ensino. Isso gerou e ainda gera uma sensação de sobrecarga, de que o trabalho nunca termina. Todos os trabalhadores remotos passaram a responder, em diversos canais, a todo momento, aos grupos gestores das instituições de ensino. Isso gerou e ainda gera uma sensação de sobrecarga, de que o trabalho nunca termina. 3- Quando o Ministério da Educação permitiu o ensino remoto, cada instituição e rede de ensino produziu sua solução e teve pouco tempo para formar os docentes para sua solução. Os sistemas brasileiros de ensino são, em sua maioria, presenciais. O Brasil tem know how no ensino presencial, seus sistemas de gestão, material didático, calendário, carga horária, estratégias didáticas são presenciais. Cada solução de cada escola alterou toda esta forma de trabalhar. Esta para mim é uma outra causa da ansiedade e do stress dos professores: migrar para o ensino remoto significa mudar tudo o que se sabia e fazia desde então! O espaço onde a aula se processa, os materiais utilizados, as estratégias didáticas, a mediação pedagógica, as avaliações de aprendizagem. As únicas coisas que permanecem são os conteúdos das matérias e o conhecimento do professor sobre esse conteúdo. 4- O Brasil tem realizado algumas ações nacionais e estaduais para formação docente para o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), como o Projeto UCA do MEC (Um Computador por aluno); o Professor Conectado e Aluno Conectado de PE, só para citar alguns. Porém estes, foram na perspectiva do uso das TDICS no ensino presencial e não no remoto, ou ainda na educação a distância. Não se promoveu formação em plataformas online, produção de material didático online, aulas televisivas, ou qualquer outro curso que permitisse uma preparação em larga escala para os docentes brasileiros. Este seria um outro motivo para o stress e a ansiedade dos docentes: toda a formação que tive não foi para o ensino remoto, portanto, embora em possa fazer adaptações não tenho certeza de que vão funcionar e gerar aprendizagem em meus estudantes. Estarei em grande grau testando, no ensaio e erro. Vale salientar que muitas instituições e sistemas promoveram cursos rápidos, terceirizaram certas atividades e criaram auxílios em serviço. Porém, não houve tempo do professor consolidar sua própria aprendizagem e a sensação é sim de pouco preparo. 5- Trabalhar online remotamente, de sua casa, implica em ter equipamentos adequados e não compartilhados, um local adequado e silencioso para dar sua aula, uma internet confiável e que suporte horas de conexão e tempo para preparar e dar suas aulas. O que observamos é que, em grande maioria, os professores não possuem equipamentos novos e potentes, a internet de casa é ruim e ainda compartilhada com a família, não há cômodos isolados em casa para dar as aulas (na verdade muitos dão aulas em seu próprio quarto), o tempo profissional do professor é bastante misturado com seu tempo familiar fazendo com que membros da família apareçam sem querer nas aulas e que tarefas domésticas às vezes vazem durante as aulas (roupas lavadas estendidas, comida no fogão etc). Este seria um outro motivo de grande desconforto, stress, uma sensação de improviso e de ter sua vida privada um pouco invadida. Diante de tudo isso quero dizer que a maiorias das instituições tentaram realizar processos de ensino e aprendizagem remotos. Com maior ou menor grau de sucesso, todos tentaram trabalhar de maneira remota apesar do enorme tamanho do desafio. Quais os caminhos/soluções para conseguir construir um trabalho de mais qualidade e até de menos sofrimento dos docentes? PATRÍCIA SMITH – Hoje

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Cinza do bagaço de cana-de-açúcar contribui para durabilidade do concreto

Por Larissa Valentim, da Ascom da UFPE Descrita no artigo científico “Assessing the pozzolanic activity of sugarcane bagasse ash using X-ray diffraction”, elaborado por pesquisadores e pesquisadoras do Laboratório de Tecnologia dos Aglomerantes (LabTag), do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UFPE, pesquisa indica a eficácia do uso das cinzas do bagaço da cana-de-açúcar como adição ao cimento no preparo do concreto. O produto melhora a qualidade da mistura “a partir do refinamento dos poros e redução do ataque de agentes externos, reforçando a propriedade pozolânica, aquela que favorece a aderência e o endurecimento da solução”. O estudo, que se propôs a caracterizar e avaliar essa capacidade das cinzas do bagaço de cana em diversos graus de moagem por meio de técnicas de difração de raios-X, revelou a possibilidade concreta de utilizar o material, desde que com o beneficiamento, como substituição parcial do cimento. Também avaliadas, as cinzas in natura não atenderam aos requisitos químicos. Em conclusão, esse refugo calcinado da cana “tem um grande potencial de incorporação como adição mineral, podendo, então, ser utilizada como pozolana em argamassas e concretos”. Originalmente, dava-se essa designação aos materiais provenientes de rochas de origem vulcânica, mas hoje pozolanas também são produzidos industrialmente. Segundo a pesquisa, “a principal propriedade da pozolana é a sua capacidade de reagir com o hidróxido de cálcio liberado durante o processo de hidratação do cimento, formando compostos estáveis de poder aglomerante, tais como os silicatos e aluminatos de cálcio hidratados”. Ou seja, esse produto melhora a qualidade do concreto, o mesmo que agora se constatou com as cinzas do bagaço da cana. O resultado desse novo processo são compostos estáveis com propriedades semelhantes à composição original. Autora principal da pesquisa, a mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFPE Sara Martins Torres contou com a colaboração dos doutorandos Victor Estolano, Priscilla Basto e Nilvan Teixeira Junior, e orientação do professor Antônio Acacio de Melo Neto. O artigo, publicado recentemente na Construction and Building Materials, periódico internacional de alto impacto na área de Construção Civil (Qualis A1), segundo o professor Acacio, “faz parte do esforço de pesquisa do LabTag e do PPGEC, que foca na utilização de materiais cimentícios suplementares na indústria da construção civil, visando à redução das emissões de CO² e do consumo de energia da produção do cimento Portland, com a destinação apropriada de resíduos”. QUESTÃO AMBIENTAL | O artigo ressalta que, no processo de extração do caldo da cana-de-açúcar a partir da moagem, é gerada uma grande quantidade de bagaço – em torno de 30% da cana moída, – e cerca de 95% desse bagaço são queimados em caldeiras para geração de vapor, produzindo, como resíduo, a cinza de bagaço da cana-de-açúcar (CBCA). Esse material, na maior parte das vezes, não é descartado da forma correta e pode causar sérios problemas ambientais. Neste sentido, o estudo sinaliza com os benefícios do reaproveitamento da CBCA na construção civil. “Dentre as vantagens com o reaproveitamento da cinza na construção civil estão a redução no volume de resíduos destinados a aterros sanitários, a diminuição no risco de contaminação do meio ambiente e a redução do volume de extração de matéria-prima necessária à produção de materiais para construção, preservando, assim, os recursos naturais não renováveis. Ademais, reduz significativamente a liberação de CO² para a atmosfera, gerado em grande quantidade durante a produção do cimento Portland”, destaca a pesquisa. Essa possibilidade de redução dos impactos ambientais deve-se à incorporação de resíduos da incineração da cana-de-açúcar ao cimento, o que demanda menor quantidade de clínquer por m³ de concreto/argamassa diminuindo, consequentemente, as emissões de CO². O clínquer é justamente o produto da calcinação de calcário e argila utilizado como matéria-prima para cimento, e que agora pode ser substituído pelo CBCA. “Dessa forma, as cinzas do bagaço da cana-de-açúcar podem ser consideradas um material alternativo para a produção de argamassas e/ou compostos cimentícios, com possibilidade de melhorar suas propriedades”, reafirma a autora do estudo.

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Alunas da rede pública são destaque de prêmio internacional

Vitórya Rebeca Edyvan Cavalcanti de Lima, 15 anos, e Ana Grazielly da Silva, 17 anos, foram reconhecidas pelo Prêmio Jovens Promessas, que é concedido pelo Colegio de Pós-graduados em Administração da República do México (Colparmex). A premiação tem o objetivo de reconhecer os jovens cientistas menores de 30 anos que tenham desenvolvido pesquisas em diversas áreas do conhecimento e que produzido um retorno social para suas comunidades. Vitorya é aluna do 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Olindina Monteiro de Oliveira França, que fica no bairro de Dois Unidos. Ela é orientanda do professor Edson Gomes e esteve como autora, coautora ou monitora nos seguintes projetos de pesquisa “Doces caminhos da Ciência” (2015), “Robótica integrada a acessibilidade” (2016) e “Tecnologias assistivas e robótica educacional: um olhar especial sobre a cidade (2017) e “Sustentavel leveza de ser Beberibe” (2017), “Um grito de Socorro – olhares sobre a automutilação homoafetiva nas escolas” (2018) e “Descartáveis de massa de pastel uma solução ambiental para o plástico dos rios” (2019). Essas pesquisas alcançaram destaques em eventos científicos regionais, nacionais e até internacionais.  “Ela é uma jovem que sempre demonstrou um interesse pela pesquisa cientifica, hoje pesquisa sobre a área de desenvolvimento de uma prótese robótica para pessoas portadoras de AVC ou Alzheimer”, afirma o professor orientador. Ana Grazielly, que hoje é aluna do Ensino Medio da Rede Estadual, é egressa da mesma escola. Ela está sem estudar em 2020 por não ter conseguido uma transferência do Cabo para Recife por conta da pandemia. “Ela teve papel fundamental nos mesmo trabalhos cientificos de Vitorya, com participação também em grandes eventos científicos. Seu apice foi pelo desenvolvimento do trabalho ‘Um grito de Socorro – olhares sobre a automutilação homoafetiva nas escolas’, pois elencou uma visão sobre a aceitação homoafetiva na escola e as sequelas da rejeição através da automutilação”, declarou Édson. A premiação do México, que foi realizada neste mês de forma virtual, ocorreu devido a dois trabalhos especificamente: ‘Um grito de Socorro – olhares sobre a automutilação homoafetiva nas escolas’ e ‘Tecnologias Assistivas e Robótica Educacional’. Neste foi desenvolvido um prototipo de bengala eletrônica para cegos e uma cadeira de rodas com a capacidade de subir o meio fio. “Tanto Vitorya como Ana são fontes de inspiração para outros alunos. Nestes anos juntos como orientador e orientandas desenvolvemos a máxima de que a ciencia que não é utilizada para a sociedade não é ciencia“, conta o professor.

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“As crianças têm demonstrado cansaço, ansiedade e desânimo com as obrigações online”.

O isolamento social, em especial para crianças e adolescentes, já atravessa mais de um semestre. Com a mudança para as aulas online, as privações de várias atividades de lazer e dos contatos presenciais, os estudantes de diferentes idades vivem um fenômeno semelhante ao dos adultos que estão no home office: sensação de cansaço, fadiga, ansiedade e desânimo. Conversamos com a psicóloga do Colégio Equipe, Suzi Moura, sobre os efeitos colaterais da maior exposição das telas no desenvolvimento e no aprendizado das crianças e adolescentes. Como essa vida mais digital pode afetar a saúde e a qualidade de vida das crianças e adolescentes? Ela pode afetar de várias maneiras, mas, quando substitui as relações do mundo presencial pelo virtual, isso se torna mais grave. Precisamos considerar questões fundamentais no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes que envolvem o uso da tecnologia. Uma delas refere-se à educação digital, que ajudará as famílias a lidar com essa realidade que está posta, que é real e em que todos estamos imersos, que é o mundo digital. Todavia, tem outros fatores para os quais precisamos atentar, como, por exemplo, a relação da criança com o brincar, fator estruturante para seu desenvolvimento. A partir do momento em que as crianças substituem esse tempo de brincar para ficar por um período muito longo expostas às telas, elas perdem um tempo que é importantíssimo no mundo real e concreto, onde conseguem, por meio da brincadeira, transitar para o mundo da imaginação, e construir suas fantasias e significados para o seu viver. Do ponto de vista psíquico, essa experiência pode ajudar na prevenção de transtornos mentais futuros. Quando se retira isso e se coloca apenas a experiência digital, torna-se complicado, pois a criança vai deixando de adquirir habilidades estruturantes e socioemocionais. Para os adolescentes isso também é problemático? Sim. Quando o tempo é demasiado e o adolescente não consegue permanecer distante das telas, poderá haver risco quanto à dependência tecnológica, comprometendo a qualidade de vida e a saúde física e mental. Temos visto muitos adolescentes com dificuldade de estabelecer relações interpessoais e para fazer amigos presenciais, bem como aumento de sintomas de ansiedade e de fobias sociais. Hoje, vemos o “desligamento de pessoas” acontecendo de forma corriqueira no mundo digital. Existe um mundo muito aberto, há muitas oportunidades, tem muitas coisas boas, mas muitas inapropriadas para determinadas faixas etárias. O acompanhamento dos pais é imprescindível nesse cenário. As referências identificatórias para os adolescentes, tão importantes nessa fase, precisam acontecer no mundo real, com pessoas reais, pois no mundo virtual há facilidade das coisas acontecerem de forma instantânea e serem desfeitas com a mesma velocidade. Muitos adultos tem reclamado de muito cansaço e de maior carga de trabalho no home office. Na experiência escolar, os estudantes têm demonstrado a fadiga diante de tantas vídeoconferências e obrigações online? Sim, eles têm demonstrado fadiga, cansaço, ansiedade, desânimo e muita falta do contato físico, do olho no olho e da interação com professores e colegas. Antes pensávamos que o tempo de distanciamento social seria menor, mas já estamos com 6 meses de aulas em casa e on-line, e isso tudo contribui para um esforço cada vez maior para se manterem ativos e atentos. Fica mais difícil para eles corresponderem, uma vez que estão expostos às aulas remotas por um longo período. O corpo se movimenta menos, as pessoas estão no mesmo espaço fazendo tudo ao mesmo tempo, os intervalos ou pausas das atividades se tornam menores. Se estabelece uma relação limítrofe entre o tempo que se dispõe e o que precisa ser feito. Sendo assim, é necessário se organizar, criar uma rotina para que as coisas funcionem melhor. Quanto mais estruturado e organizado for, melhor será esse processo. Como é possível atender as necessidades temporárias desse novo normal (antes da volta completa das aulas) de uma maneira mais saudável e menos dolorosa? Incluir na rotina atividades relaxantes, que não sejam necessariamente produtivas, mas que sejam reestuturadoras, é muito importante, bem como se abrir espaço para se fazer o que se gosta, mesmo que esse tempo seja um pouco menor. Também se deve atentar para o tempo e a qualidade do sono. Sabemos que o sono fica mais difícil e artificial porque o corpo se movimenta menos. É o movimento do corpo, a atividade física, que dá aquele sono mais gostoso, mais profundo. Dessa forma, para administrar esse período de turbulências com menos prejuízo, torna-se necessário reconhecer e expressar os sentimentos, falando das angústias, dos medos, das perdas e da dor. A desatenção às atividades virtuais e o desempenho dos alunos são fatores que preocupam os sistemas de educação? Com certeza. Já é possível é perceber algumas vunerabilidades na construção do conhecimento e no desenvolvimento sociemocional dos nossos estudantes. Desse modo, serão necessárias atividades de avaliação diagnóstica para identificar as lacunas de aprendizagem e construir estratégias que ajudem a superá-las, assim como promover um tempo de acolhimento e acompanhamento voltados para as questões do cuidado com a saúde mental de toda comunidade escolar.

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Campanha nacional apoia a alfabetização até os 7 anos de idade

No Brasil, mais da metade das crianças da rede pública de ensino não aprendem a ler e a escrever até os 7 anos de idade. Isso significa que até o final do 2º ano do Ensino Fundamental elas não estão alfabetizadas, apresentando sérias dificuldades de leitura e interpretação de texto. Foi pensando neste desafio que Natura Crer Para Ver em parceria com o Instituto Natura lançaram a campanha nacional #EuEscrevoEssaHistória, em apoio a alfabetização de todas as crianças até os 7 anos de idade. O Instituto Natura é o braço social da Natura responsável por gerir e investir os recursos nas iniciativas de educação. Desde 1995, os produtos Natura Crer Para Ver fazem parte da única linha não-cosmética da Natura que tem todo o lucro revertido para o apoio à educação pública, por meio da alfabetização das crianças, ensino médio de tempo integral para os jovens, além do desenvolvimento integral das Consultoras de Beleza Natura. Com a atuação principal em setembro, mês do Dia Mundial da Alfabetização e da Educação Básica no Brasil, a campanha #EuEscrevoEssaHistória tem como principais pilares a sensibilização para o cenário da alfabetização pública no país e a mobilização de todos, principalmente as Consultoras de Beleza Natura, para o apoio à causa. Conforme dados da última Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), de 2016, mais de 50% das crianças brasileiras não apresentam as habilidades esperadas de leitura e escrita para serem consideradas plenamente alfabetizadas. Por isso, a campanha oferece, por meio de seu site oficial, a assinatura da declaração a favor da alfabetização, a ser entregue para cada um dos secretários estaduais de Educação. A meta da campanha é atingir pelo menos 150 mil assinaturas em todo Brasil. Por meio de um cadastro simples, o público ajuda a reforçar a urgência da alfabetização das crianças, um dos compromissos de Natura Crer Para Ver e do Instituto Natura. Atualmente, já são dez estados que possuem parceria direta com o Instituto Natura para garantir a eficácia da política pública de alfabetização até os 7 anos de idade. “A campanha ‘Eu escrevo essa história’ é extremamente importante para a atual conjuntura educacional do país. Precisamos reforçar cada vez mais a alfabetização pública que precisa acontecer na idade certa, ou os impactos desse hiato na educação serão cada vez mais sérios a longo prazo, prejudicando os cidadãos e o Brasil como um todo. Este movimento é uma prova de que podemos contribuir para melhorar a educação do nosso país”, explica David Saad, diretor-presidente do Instituto Natura. Além disso, para reforçar a atuação da linha Natura Crer Para Ver, a campanha contará com a entrega de um exemplar do livro infantil “Um sonho feito de linhas” para todas as Consultoras de Beleza Natura ativas no mês – no total, serão distribuídos 750 mil livros. Em março de 2020, diversas Consultoras de Beleza Natura de diferentes partes do Brasil compartilharam relatos preciosos da sua infância e suas histórias de vida. Dessas histórias, nasceu o livro exclusivo escrito por Ana Carolina Carvalho e ilustrado por Andreia Vieira, destinado a essa rede de mulheres do Brasil inteiro. Todas as pessoas que assinarem a declaração receberão o livro na sua versão digital (e-book) e no formato de áudio-livro regional.

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UFPE obtém bom resultado no Times Higher Education 2021

O Times Higher Education (THE), revista de avaliação de educação superior global sediada em Londres, na Inglaterra, divulgou o ranking global de universidades 2021. A UFPE ficou na 14ª colocação entre as 52 universidades brasileiras avaliadas. Em comparação com a posição internacional, a UFPE figura na posição 1001+ — a classificação é organizada em grupos — mantendo a posição de 2019-2020. São incluídas no ranking instituições que mantêm cursos de graduação e com produção de, no mínimo, mil artigos científicos (indexados na base Scopus, da Elsevier) nos últimos cinco anos. As instituições devem ter produção de mais de 150 artigos indexados na plataforma. A universidade com mais de 80% de atividades concentradas em só uma área, das 11 áreas de trabalho avaliadas, é excluída. Em 2021, para o ranking de 2020, foram incluídas 1.527 universidades ao redor do mundo. Na edição 2019/2020, foram incluídas 46 universidades brasileiras; a UFPE ficou na posição 13, empatada com outras instituições. No ranking 2020/2021, foram 52 universidades brasileiras; a UFPE ficou na posição 14. A Universidade de São Paulo (USP), mais bem colocada do país neste ranking, subiu da posição 251-300, no ano passado, para a de 201-250 — a partir de 200 (a colocação é feita em grupos). A Universidade de Campinas (Unicamp), que aparece em seguida, passou da faixa 501-600 para a de 401-500. (Da Ascom da UFPE)

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Escolas reabrem nos EUA e cresce número de contaminados nessas instituições

Uma pesquisa realizada pelo New York Times, com 1.500 alunos e professores de 750 escolas e universidades norte-americanas, mostrou que houve um aumento no número de casos de Covid-19 nessas instituições, nas últimas semanas, quando as aulas recomeçaram. Desde o final de julho, foram mais de 20 mil contaminados. O surpreendente é que desde o início da pandemia foram registradas 26 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus nessas universidade e escolas pesquisadas. Portanto, em menos de um mês, com o surgimento desses casos adicionais, saltou para 46 mil o total de infectados nessas instituições, em razão da volta às aulas. Somente no Estado da Flórida, aumentou para 9 mil o número de crianças diagnosticadas com o novo coronavírus, duas semanas depois que as aulas recomeçaram. Os dados são do Florida Department of Health, mencionados numa reportagem da Newsweek. Para o professor e epidemiologista Jones Albuquerque, esses dados mostram o rigor que se deve ter ao retomar as atividades do setor de educação. O especialista, que participou, na última segunda-feira, da live “É hora de reabrir as Escolas?”, realizada pela Revista Algomais, ressaltou que a realidade norte-americana revela o perigo de adotar a volta às aulas num país com um número de casos de Covid-19 ainda elevado. “Precisamos redefinir completamente o que conhecemos como ‘ambiente escolar, sala de aula’, o nível atual de conhecimento da dinâmica da doença e os atuais riscos altos de infecção por COVID-19 em Pernambuco e no Brasil ainda não nos permite quaisquer tipos de aglomerações”, alerta o epidemiologista.

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Live Algomais discute se é hora de voltar às aulas

“É hora de reabrir as escolas?” É essa pergunta que conduzirá a live de hoje (24) da Algomais, que será transmitida a partir das 19h pelos canais do Facebook e Youtube da revista. Foram convidados para o evento virtual o diretor da Aba Global Education, Eduardo Carvalho, o presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco, José Ricardo Diniz, e o professor e epidemiologista da UFRPE, Jones Albuquerque. O debate será conduzido pela editora da Algomais, Cláudia Santos, e pelo repórter Rafael Dantas. Canal do Youtube da Algomais: https://www.youtube.com/channel/UCoK_DJUjcxsngY8HGNCXB1A Página do Facebook da Revista Algomais: https://www.facebook.com/revistaalgomais

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