Z_Exclusivas - Página: 362 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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A hora de vender os destinos de PE

Com a alta do dólar, um dos setores que ganha força – mesmo em meio à crise – é o do turismo. O câmbio desfavorável para viajar ao exterior faz com que os brasileiros voltem os olhos com mais carinho para os destinos nacionais. E os pernambucanos para o interior do Estado. Além desse público interno, a desvalorização do real torna as cidades turísticas brasileiras atrativas para os gringos. E nessa disputa pela clientela, Pernambuco está bem posicionado. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, 73,2% dos brasileiros preferem conhecer uma cidade no Brasil, sendo que 45,1% deles escolheriam ir para o Nordeste. Outro estudo, encomendado pelo site Viajanet, apontou o Recife como o destino nacional mais desejado pelos paulistas na hora de decidir viajar. Apenas Nova York e Miami tiveram índices maiores de interesse por parte dos viajantes do Estado mais populoso do País. O site Hotel Urbano também registrou no primeiro semestre do ano um aumento de viajantes para Pernambuco de 45%, a maioria interessada em Porto de Galinhas, seguido pela capital e por Fernando de Noronha. Frente às restrições financeiras, além de optar pelos destinos nacionais, os brasileiros têm feito ajustes, como reduzir a quantidade de dias de viagem e escolher opções menos onerosas de lazer. Essa é a avaliação da diretora da agência Pontes Tur, Kathia Pontes. “As viagens ao exterior diminuíram muito. Muitos brasileiros que planejavam passar o reveillón em Buenos Aires, por exemplo, hoje querem vir para Pernambuco. Avaliamos que nossos destinos se tornaram mais conhecidos e divulgados após a Copa do Mundo”, destacou. O arquipélago pernambucano segue como favorito dos estrangeiros que vêm para o Estado. Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, além da questão do câmbio, que favorece todos os destinos nacionais, há um cenário favorável para o Estado que foi construído nos últimos anos. Ele aponta que a política de incentivo a novos voos para o Aeroporto Internacional dos Guararapes, através da redução do ICMS sobre o querosene da aviação, surtiu efeitos. “Isso incrementou a quantidade de voos para Pernambuco. Outras rotas ainda virão como fruto desse benefício fiscal”. Carreras mencionou rotas como um novo voo para São Luiz, através da Gol; e voos da Azul para Aracaju e para o interior do Ceará, que são destinos emissores. De olho no interesse do turista oriundo de São Paulo para os destinos pernambucanos, o secretário comemora também parcerias com essas companhias em voo charter desse que é o principal emissor de viajantes para o Estado. Os voos internacionais também sinalizam o bom momento para o turismo no País. A rota Recife-Buenos Aires tem alcançado uma ocupação média de 90%, sendo 80% de argentinos. Há uma movimentação do Governo do Estado junto a Tam e as operadoras de turismo para conseguir outra frequência semanal para a capital argentina. Uma conquista mais recente, lembrada por Carreras, é o voo para o Cabo Verde, que possui conexões para Amsterdã, Paris e Lisboa. Além das articulações com as companhias aéreas, o Estado terá um investimento em publicidade nos principais destinos emissores de turistas do exterior para o Brasil. As ações serão em outdoor, revistas e mídias digitais em cinco países: Itália, Espanha, Alemanha, França e Portugal. Essa ação será realizada em parceria com a agência que desenvolve as peças da TAP, com um investimento previsto de 200 mil euros. Os recursos são provenientes de uma promessa de auxilio do Governo Federal aos Estados do Nordeste para essa finalidade. Se as conexões aéreas estão em alta, a falta de opções de cruzeiros é um fator que tem feito o Estado perder turistas. De acordo com Kathia Pontes, esse é um dos mercados que mais tem crescido nesse período de crise. “Temos vendido muitos pacotes para cruzeiros marítimos nacionais. A maioria deles segue de Santos para o Rio de Janeiro. O turista percebeu que o cruzeiro tem um custo benefício muito bom”, afirmou. Os preços desse tipo de viagem são reduzidos pelo fato de as refeições já estarem incluídas, assim como a maior parte das atividades disponibilizadas aos hóspedes. As empresas estão trabalhando também com o dólar congelado. VITRINE. Se Fernando de Noronha e Porto de Galinhas despontam como os destinos naturais com maior apelo do Estado, os gestores do turismo local comemoram o novo posicionamento do Recife e da RMR como produto turístico. “Sempre buscamos divulgar os destinos indutores. O Recife deixou de ser apresentado apenas turismo de sol e mar. A cidade mudou e temos trabalhado na divulgação do lazer, com o projeto Recife Antigo de Coração, além de fazer um trabalho articulado sugerindo passeios nos municípios da região metropolitana. Temos visto esse momento de crise como oportunidade e para aproveitá-lo vamos fazer uma campanha abordando toda a diversidade e riqueza do Estado”, ressalta Ana Paula Vilaça, presidente da Empetur. Entre os equipamentos que ganharam notoriedade na cidade nos últimos anos estão os museus, com o Cais do Sertão e o Paço do Frevo. Essa articulação junto aos municípios vizinhos foi costurada há pouco menos de um ano através do Pacto Metropolitano do Turismo. “O resultado desse esforço é que trabalhamos hoje a venda casada da RMR. Vendemos um produto mais completo, oferecendo história, cultura, gastronomia, além do sol e mar. Preparamos roteiros integrados que começam no Recife e vão até Itamaracá. Um dos objetivos dessas ações é conseguir não apenas trazer mais turistas, como convencê-los a permanecer mais tempo aqui”, explica o secretário de Turismo do Recife, Camilo Simões. De acordo com o secretário, a permanência média do turista no Estado é de 7 a 8 dias, se estendendo um pouco mais no período de Carnaval. Ele comemora o crescimento médio anual de 6% de turistas vindos à capital pernambucana nos últimos anos. RURAL. Ancorados no turista pernambucano, os hotéis e pousadas que atuam no segmento do turismo ecológico e rural também despontam num cenário favorável. Enquanto o viajante internacional tem apostado em destinos no Brasil, há uma tendência de aumentar a prática do turismo regional. “O setor tem uma perspectiva

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A voz cristalina de Paulo Molin

Américas, Europa, Ásia, África, Oceania... Nos cinco continentes, quase todos os países comemoram o Dia da Criança. Em muitos, no mês de outubro, como no Brasil. Entre nós, a data foi criada em 1924, mas só em 1960, quando a Estrela e a Johnson & Johnson lançaram a Semana do bebê robusto, começou a ser comemorada. Desde então, é de grande importância no calendário promocional das empresas. Nesta página, no entanto, não se busca falar do calendário promocional. Neste momento, o Dia da Criança é um motivo para falar de uma criança pernambucana, um menino-prodígio. Seu nome, Paulo Fernando Monteiro Molin, que ganhou fama como o pequeno grande cantor Paulo Molin, um descendente de franceses nascido no Recife em 2 de janeiro de 1938. Aos 8 anos de idade ele começou a cantar, e com apenas 12 anos gravou, em 1950, seu primeiro disco, um 78rpm, contendo as músicas Olinda, cidade eterna e Recife, cidade lendária, ambas de Capiba. Ainda tão jovem, Paulo Molin já era um cantor profissional, contratado da Rádio Tamandaré (Recife), tinha suas músicas tocadas nas emissoras de rádio de todo o Nordeste, e seus discos eram disputados. Recife começava a ficar pequena para o seu talento, levando-o a migrar para o Sudeste. Primeiro para o Rio de Janeiro e em seguida para São Paulo. Ali ele experimentou uma fase de intenso trabalho. Foi contratado pela Rádio Nacional, gravou Igarassu, cidade do passado, de Capiba, e a canção A chama, de Capiba e Ascenço Ferreira. Gravou o bolero Bem sabes, o samba-canção Por quê?, com acompanhamento de Lírio Panicalli e sua orquestra; gravou também o fox-canção Daqui para a eternidade, uma versão de Lourival Faissal; e o samba-canção Se você vai embora, de Luiz Fernando e Nelson Bastos. Naquele mesmo ano, gravou ainda o samba Não tenho lar, e participou da coletânea Carnaval 1955, da gravadora Sinter, com a marcha Não aguento este calor. Em 1955, ano que marcou o auge do seu sucesso, Paulo Molin foi tema de reportagem da então famosa Revista do Rádio, e participou do LP Feira de Ritmos, da gravadora Sinter, interpretando o fox-canção Daqui para a eternidade. Chegou 1956, e ele lançou, pela Mocambo, a saudosa gravadora pernambucana, o tango Caminho errado e o samba Desligue este rádio. No ano seguinte, gravou as baladas-rock Sereno, que veio a fazer parte da trilha sonora da novela Estúpido cupido, da Rede Globo; Como antes (Come prima), sucesso da música italiana; o samba Quem sabe; os boleros Sinto que a vida se vai e Prece do perdão; além da guarânia Serenata suburbana, de Capiba. Entrava ano saía ano, a agenda de Paulo Molin era repleta de compromissos. Em 1958, ele gravou os rocks-balada Minha janela, de Fernando César e Ted Moreno, e Se aquela noite não tivesse fim, de Nelson Ferreira e Ziul Matos. Mais um ano de trabalho intenso se passou, e chegado 1959, gravou as marchas A vida é boa e Bebo sem parar. Em 1960, ele gravou o samba Estamos quites, o bolero Fui eu, e lançou, pela Mocambo, o LP Surpresa com diferentes músicas gravadas em 78 rpm, além da balada És a luz do meu olhar, de sua autoria. Passou a integrar o elenco da gravadora Copacabana e participou da coletânea Tudo é carnaval - Nº 1 interpretando a marcha Eu não sou doutor, de G. Nunes, B. Lobo e F. Favero. Em 1961, gravou Olhando estrelas, um fox de M. Anthony e Paulo Rogério, e a guarânia A deusa da montanha, de Hilton Acioli e Marconi da Silva. Em 1962, participou da coletânea Tudo é carnaval - Nº 2, com a marcha Viva a cegonha, de Silvio Arduino e Ercilio Consoni. No mesmo ano, de volta à gravadora Continental, gravou a balada Chorando por você, de Roy Orbison e Noe Nelson, em versão de Romeu Nunes; e o samba É tua vez de sorrir, de Fernando César e Luiz Antônio. Ainda em 1962, ingressou na gravadora Philips e gravou, com acompanhamento de Portinho e sua orquestra, o bolero-mambo Teimosia e a Balada do desespero, ambas de Francisco de Pietro. No mesmo ano, gravou pela Mocambo o samba-canção Inconstante, de Aloísio T. de Carvalho, e o samba Rosa do mato, de Sérgio Ricardo e Geraldo Serafim. Em 1963, lançou, pela gravadora Philips, o LP Meu bom amigo Capiba, interpretando as belas Olinda cidade eterna, Recife cidade lendária, Praia da Boa Viagem, Maria Betânia, Cais do porto, Igaraçu cidade do passado e Que foi que eu fiz, todas composições solo de Capiba, e mais Depois, de Capiba e Talma de Oliveira; e A mesma rosa amarela, Claro amor e Não quero amizade com você, de Capiba em parceria com poeta Carlos Penna Filho. Ainda naquele ano, participou da coletânea Carnaval bossa nova, da gravadora Fermata, com a marcha Quem tem mulata, parceria dele com Vicente Longo e Waldemar Camargo. Em 1964, gravou duas marchas para a coletânea Carnaval - Vol. 1, da Philips, Balzac disse, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme, e Me leva, de Waldemar Camargo e Vicente Longo. Assim, ao longo da carreira Paulo Molin gravou 15 discos em 78 rpm e três LPs pelas gravadoras Continental, Mocambo, Copacabana, Philips e Fermata. Foram seus anos de ouro, em que ele chegou a atuar também no cinema, fazendo parte do elenco do filme Zé do periquito, produzido e estrelado por Mazzaropi. O tempo, contudo, indiferente ao que as pessoas almejam, passara. Novos valores eram surgidos, mudavam as predileções musicais. Paulo Molin, então, resolveu fixar-se em Guaxupé, interior de Minas Gerais, onde, lado a lado com a atividade jornalística exercida na Folha do Povo, um jornal local, prosseguiu em sua carreira de cantor, embora àquela altura da vida a voz estivesse muito distante daqueles tempos do Recife. Em Guaxupé ele construiu amizades, conquistou a admiração de todos, criou fama, marcou positivamente a cidade. Tanto, aliás, que recebeu o título honorífico de cidadão guaxupeano. Paulo Molin calou-se para sempre no dia 26 de agosto de 2004, aos 66 anos, em

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Pesqueira do doce, da renda e dos caiporas

Ela já foi chamada de “A Terra das Chaminés”, “A Terra do Doce e da Renda” e, por último, "A Saída do Agreste". O Sertão vem logo depois. Todos os títulos fazem jus. Os seus 135 anos parecem estar impressos nos vários casarões e sobrados, alguns do século 18, ainda conservados. Isso nos leva a imaginar o movimento da cidade no início do século 20. O cenário traz uma bela história de um passado glorioso. Vamos conhecer Pesqueira pelo roteiro de Carlos Sinésio Cavalcanti, jornalista, poeta e escritor nascido ali. A cidade fica a 215 km do Recife. Por ser um local de peregrinação religiosa, nosso ponto de partida começa no Centro da cidade, na Catedral de Santa Águeda, a padroeira , reformada recentemente. O templo recebe elogios dos visitantes. Em seguida, vamos até o Convento São Francisco, construído em 1908. Ali pertinho, temos o castelo de Edvonaldo, obra de estilo indefinido, inacabada, iniciada há mais de uma década. É vista de longe devido aos seus "minaretes" altos e extremamente coloridos. Virou uma curiosa atração turística. Sinésio nos leva à Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na Rua Cardeal Arcoverde, onde encontramos o Palácio do Bispo e um museu. A igreja foi a primeira da cidade, erguida em 1802. Visitar o famoso Seminário de São José, por onde passou tanta gente famosa, é quase obrigatório. Vizinho, temos o imponente prédio da prefeitura, que já foi a casa do industrial Antonio Didier, fundador da tradicional fábrica de doces Rosa. Bem pertinho, também, está o Centro Comercial Rosa, onde funcionou a fábrica de derivados do tomate Rosa. O local abriga, atualmente, o Museu do Doce, com rico acervo em máquinas, fotos e tachos de cobre. O espaço é muito bom para comprar peças de renda renascença nos diversos boxes. Aliás, Pesqueira desenvolveu e deu fama a essa renda que teve na vizinha cidade de Poção o seu nascedouro. Hoje, a renda é exportada para o mundo todo, com sucesso, e até merece festa no mês de setembro. Um dos projetos do governo municipal é construir o Memorial da Renascença. TERRA SANTA. O Santuário da Graça passa a ser a parada seguinte. Fica em Cimbres, no Sítio Guarda, a 24 km de Pesqueira. Lugar místico e milagroso, onde Nossa Senhora das Graças apareceu às Marias - Conceição e da Luz - em agosto de 1936. Ambas adolescentes. O fato mereceu profundos estudos da Igreja Católica e a aparição da Virgem não foi imaginação infantil, atestam os religiosos. Desde então, o solo sagrado foi transformado em centro de peregrinações por todas as classes sociais. Artistas famosos, políticos e populares frequentam o santuário, com fé, pedindo ou agradecendo graças. Alcançar a imagem da santa (com dois metros de altura), protegida numa gruta, requer um razoável preparo físico, pois são 306 degraus, além de um percurso a pé. De lá, avista-se quase toda a cidade, e ninguém resiste à contemplação e admiração por tudo que o mirante oferece. E faz frio. A palavra cimbres significa “armação que suporta pesos em construção civil”, e o local que leva esse nome é o maior reduto indígena do Nordeste. Dista do Centro 18 km em estrada quase totalmente pavimentada, mas carece de alguns cuidados por ser estreita. A Vila de Cimbres já foi poderosa. Sendo zona de transição, sua extensão territorial abrangia todo o Sertão até o fim do Estado, atingindo o Norte de Minas Gerais, segundo o pesquisador José Florêncio Neto, que salvou a documentação comprobatória, durante uma inundação na prefeitura. O local começou a ser povoado em 1654, e rapidamente foram construídos os prédios da Câmara, Cadeia e Ouvidoria, além da Igreja de Nossa Senhora das Montanhas (a imagem primitiva está no altar), considerada a pioneira da região. Em pouco tempo, Cimbres era o centro político e administrativo, inclusive do Sertão. Por isso, chegou ser chamada de Atenas do Sertão. Esses prédios ainda estão de pé e são testemunhas daquela época. Entretanto, a cidade – conta Sinésio - remonta a 1800, na Fazenda Poço Pesqueiro (daí o nome Pesqueira), localizada no pé da serra, tendo progredido rapidamente. É tanto que, 36 anos depois, a fazenda produtiva passou à categoria de Vila. Mas, somente anos depois, a fazenda e Cimbres ficaram unidas geograficamente com o nome de Pesqueira. Do apogeu, Cimbres passou a mero distrito. Ainda nessa área, o visitante encontra reservas naturais, matas,trilhas e cachoeiras. O alpinismo não pode faltar diante de tantas serras. O local preferido é a Serra do Gavião, com 755 m. O local serviu de esconderijo para o bando de Lampião no final dos anos 30. A Serra do Ororubá, com suas 24 aldeias indígenas e uma população de 12 mil xucurus (civilizados), tem lagos, açudes, cachoeiras e uma rampa natural para voos livres, usada em campeonatos de asa-delta. “A paisagem ajuda a relaxar. O banho na Cachoeira do Vale das Cascatas, com uma queda de seis metros de altura, emociona”, descreve Sinésio. Ainda pode ser feito um passeio nas trilhas da Serra de Minas, sugere o nosso guia. Aí temos árvores centenárias, banho de bica e piscinas naturais. A poucos quilômetros, existe a Trilha do Gavião. São 15 km até o topo da montanha, onde moravam os índios pataxós. Uma lenda conta que em cima dessas árvores surgiam tochas sobrenaturais assustando os passantes. Essas assombrações ficaram conhecidas como caiporas - seres noturnos que amedrontavam pessoas e animais. Para acalmá-los, era costume colocar fumo e cachaça nos troncos das árvores. A lenda foi transformada em folclore. Hoje, os caiporas são atrações carnavalescas. Durante os três dias de folia, homens, mulheres e crianças saem às ruas vestidos com estopas e máscaras gigantes pintadas. Aliás, Pesqueira possui um dos mais animados carnavais do interior. DONA YAYÁ. No início do século 20, Pesqueira era o maior produtor de goiaba da região. A fabricação de doces era forte costume doméstico. Dona Maria da Conceição Cavalcanti de Britto, uma senhora doceira conhecida por dona Yayá, casada com Carlos Britto, resolveu desenvolver uma linha de produção industrial.

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Templo da música regional

Esses tempos pós-modernos têm provocado situações inusitadas. Se por um lado transforma videolocadoras, aparelhos de fax e máquinas de escrever em peças de museu, por outro, faz surgir os estilos vintage e retrô, inspirados nostalgicamente no passado. Fábio Cabral de Melo, dono da loja Passa Disco, percebeu a contradição dessa “sociedade líquida” e soube tirar proveito: quando todos decretavam a morte do CD e vida longa às ferramentas virtuais para ouvir música, ele inaugurou uma loja física para vender discos. “Isso foi em 2003”, conta Fábio. Tudo começou quando o cantor e compositor Silvério Pessoa o chamou para uma coletiva de imprensa do seu disco Micróbio do Frevo. “Saí de lá contaminado”, brinca. “Percebi que havia muita gente no Recife lançando CDs, com trabalhos bacanas, mas não existiam lugares para comercializar essa produção”, relembra. Começou então a entrar em contato com vários artistas que já conhecia graças ao bar Rei do Cangaço que abriu em meados dos anos 90, atividade que dividia com a de jardinagem (embora estivesse sempre ligado à cena musical da cidade, ele na verdade é agrônomo). Sete meses após a coletiva, Fábio abandonou os cuidados com as plantas, comprou o ponto numa galeria no bairro do Parnamirim e abriu a Passa Disco. A loja se tornou ao longo desses 12 anos de existência numa espécie de templo da música pernambucana. Quem entra na Passa Disco, logo sente que está num local diferente. O ambiente pequeno é decorado de forma criativa que instiga o cliente. O clima retrô fica por conta de rádios e máquinas fotográficas antigas e o regionalismo está presente em imagens de santos, como o Padre Cícero e o artesanato de barro. Tem até um boneco do próprio Fábio. Mas a grande atração são as paredes repletas de mensagens de artistas, clientes e amigos como o escritor Ariano Suassuna, o agitador cultural Roger de Renor, o artista plástico José Cláudio, além de muitos músicos e cantores. A loja é especializada em discos de música regional e aqui entenda-se todas as variantes musicais do Nordeste, especialmente de Pernambuco, que vai do baião de Gonzaga e Jackson do Pandeiro, passando pela MPB de Zé Manoel, até o rock psicodélico do Ave Sangria e as misturas rítmicas de Chico Science e Nação Zumbi. A diversidade visa atender o ecletismo do seu consumidor que abrange pessoas de 17 a 60 anos. E, sem perder viés pós-moderno, Fábio também está de olho na onda vintage, por isso, além de vender os saudosos LPs, promove ainda a Feira do Vinil, durante três a quatro sábados por ano. “Muitos colecionadores participam e o público é em sua maioria jovens. O curioso é que os pais deles não têm mais a cultura de comprar vinis”, salienta. Pois é: mais uma contradição da tal pos-modernidade. No entanto, o próprio Fábio mantém um pé na tradição e outro nas facilidades proporcionadas pelo mundo digital. Por isso também comercializa os produtos por meio da loja virtual no site www.passadisco.com.br. Não é apenas a venda de CD que faz o sucesso da loja. O local também ficou conhecido pelos lançamentos de discos e DVDs de artistas nordestinos, como Elba Ramalho, Dominguinhos, Maciel Melo entre muitos outros. São eventos que atraem um público médio de 80 a 100 pessoas que se espalham pelo pátio da galeria onde está a loja.E tem mais. Com o intuito de incentivar a música pernambucana Fábio criou o selo Passa Disco, que já lançou 8 CDs. “É também mais uma forma de divulgar a loja, porque nos lançamentos dos discos sempre são publicadas matérias na imprensa”, justifica. ACADEMIA. A loja é também a sede da Academia Passa Disco de Música Nordestina. Essa é outra ideia criativa de Fábio, originada quando ele quis homenagear o amigo, médico, compositor e fotógrafo Paulo Carvalho. “Desde quando comecei a vender os CDs ele me incentivou. Aí pensei que homenageá-lo com uma placa seria algo careta, então decidi fazer a academia”, conta. Em vez de tomar o chá da tarde, como na Academia Brasileira de Letras, os “imortais” da Passa Disco ganham um quadro em forma de vinil que fica exposto na loja. Nele constam o nome do homenageado e da personalidade que escolheu como patrono. Paulo Carvalho, por exemplo, escolheu Jackson do Pandeiro, e Santanna optou por Accioly Neto. “Os homenageados não precisam ser necessariamente da área musical – como é o caso de Ana Rios, que é designer, e Zelito Nunes, escritor – mas o patrono tem que ser um músico do Nordeste”, determina Fábio, que no entanto, concedeu uma exceção a Anselmo Alves que escolheu o famoso cangaceiro Lampião. Imortal da Passa Disco, Maciel Melo, aprovou a ideia da academia. “É bacana, mais um incentivo d e Fábio que sempre afaga o ego dos artistas”, elogia o cantor e compositor que já fez lançamentos na loja e destaca o papel que o local que representa em Pernambuco. “É uma das poucas lojas físicas onde se pode comprar um CD e Fábio zela muito pela qualidade do que vende. Além disso, ele mesmo atende as pessoas. É algo, digamos, mais artesanal”. Na verdade Fábio prefere ser do “bloco do eu sozinho”, isto é, não tem funcionários. “Assim posso oferecer um atendimento personalizado para quem vem comprar”, justifica. O volume de lançamentos de CDs no mercado fonográfico pernambucano mostra que a Passa Disco tem vida longa. No ano passado foram lançados 220, desempenho que deve ser ultrapassado este ano, mesmo com toda a crise, pois de janeiro a agosto já houve 166 lançamentos.Apesar desses números, Fábio, precavido, afirma que o futuro é incerto. Mas, se tudo que é sólido desmancha no ar, ele no entanto não teme as transformações e investe mais uma vez nas alternativas vintage “Se deixarem de fabricar CD, transformo a Passa Disco num sebo”, soluciona. (Por Cláudia Santos)

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Sefarditas com direito à cidadania europeia

Em outubro, começou a valer uma lei que permite aos descendentes de judeus sefarditas espalhados pelo mundo adquirir a nacionalidade espanhola. A medida, que já havia sido adotada pelo governo de Portugal, significa uma reparação histórica pela expulsão dessa comunidade no século 15. Uma resolução que afeta inclusive a população de Pernambuco, afinal, a memória do Estado se confunde com a dos judeus. Com uma poderosa economia açucareira no período colonial, a Terra dos Altos Coqueiros foi destino de milhares desses cristãos-novos que precisavam escapar da Inquisição na Península Ibérica. Tal relação é hoje “denunciada” pela vasta quantidade, aqui encontrada, de sobrenomes originários de plantas e animais, supostamente adotados para disfarçar a descendência judaica. É bem verdade que não faltam Pereiras, Oliveiras e Coelhos em solo pernambucano. Os nomes de família são justamente o ponto de partida para conseguir a dupla cidadania, no entanto, não são via de prova exclusiva da descendência sefardita. Antes mesmo da aprovação das leis, uma lista com mais de 5 mil sobrenomes (incluindo os já citados) que dariam direito ao benefício começou a circular. Mas, de acordo com a embaixada espanhola no Brasil, essa listagem é falsa. Não sendo, então, um item obrigatório. Para conceder a nacionalidade, cada um dos países que aderiu à regra tem suas próprias exigências (veja quadro), todavia, um item é básico: um certificado emitido pela comunidade judaica que comprove os laços consanguíneos com os cristãos-novos. Alguns dos marranos, como também são denominados, já têm os documentos que os legitimam como tal. No entanto, ao longo dos anos, muitos perderam o contato com a cultura judaica e nem sequer sabem de sua ancestralidade. A alternativa para os que desconfiam de sua origem é fazer uma investigação genealógica dos seus antepassados. Em Pernambuco, o estudo pode ser realizado pelo Arquivo Judaico. Segundo a coordenadora científica da instituição, Tânia Kaufman, algumas informações sobre os pais, avós e bisavós são fundamentais para iniciar a pesquisa. Contudo, ela enfatiza que o trabalho não é simples, pois o material de busca é escasso. “Até pouco tempo, nem todos conheciam a existência da comunidade sefardita no século 17, muito menos, sabiam do eixo de ligação entre aquela congregação e a atual comunidade formada no século 20 pelos judeus de origem ashkenazita, que vieram da Europa Ocidental e Oriental.” Mais minucioso do que o governo português, o Ministério da Justiça espanhol solicita, além do certificado, a realização de testes. “Entre os diversos requisitos exigidos, um deles é a comprovação da vinculação especial com a Espanha, o que exigirá a superação de duas provas”, esclarece o diretor do Instituto Cervantes do Recife, Isidoro Castellanos Vega, responsável pela aplicação das provas. Na primeira etapa, o candidato precisa comprovar o conhecimento básico do idioma. A segunda avaliação, por sua vez, contém questões sobre a Constituição e cultura espanhola. Já com a resolução em vigor, Portugal recebeu cerca de 900 solicitações de cidadania. No vice-consulado no Recife, entretanto, apenas três pessoas buscaram se informar sobre como ocorre o processo, sem que nenhuma delas tenha entrado com o pedido. Um dado que vai de encontro aos laços históricos dos judeus sefarditas com o Estado. “Como a lei é recente, é provável que muita gente ainda não saiba”, acredita o vice-cônsul Adriano José da Fonte Moutinho. A nacionalidade portuguesa, aos sefarditas, é concedida por naturalização. Logo, o requerente só poderá transmitir a cidadania aos filhos nascidos após a data de deferimento. De acordo com Moutinho, encaminhado ao Conservatório dos Registros Centrais em Lisboa, o processo dem ra, em média, seis meses para ser concluído. Para ele, a medida representa o pagamento de uma dívida que Portugal tinha com os judeus. “Eles tiveram que sair por causa da perseguição religiosa. Então, eu acho que não se fez mais do que justiça.” Também chamados de sefaradim, os sefarditas têm sua nomenclatura originária de uma palavra em hebraico que se refere aqueles oriundos da Península Ibérica. Perseguidos pela Inquisição em 1492, os judeus foram expulsos pelo governo Espanhol e boa parte deles migrou para Portugal. Mas a estadia no país não durou muito tempo. Cumprindo uma cláusula de seu casamento com a princesa espanhola Maria de Aragão, o rei português D. Manuel I promulgou um novo Édito de Expulsão. Sem poder permanecer na região, cerca de 100 mil judeus se dispersaram pela Europa, Oriente Médio e África. É provável que os sefarditas tenham sido os primeiros judeus a pisar em solo brasileiro, chegando ainda na época do descobrimento. “Na esquadra de Pedro Álvares Cabral, grande parte era de cristãos-novos. Hoje, supõe-se, que a tripulação era selecionada entre aqueles que precisavam deixar Portugal”, afirma Kaufman. Essa mesma lógica foi seguida para ocupação da costa da, então, colônia lusa. Desse modo, com o objetivo proteger o litoral de possíveis invasões, a Coroa doava amplas faixas de terras para a implantação de engenhos. “Mas os nobres não tinham o interesse de vir para uma terra despovoada e desabitada. Então, Portugal fechava um pouco os olhos e deixava que os judeus partissem”, explica a coordenadora científica do Arquivo Judaico de Pernambuco. Na capitania hereditária instalada em Pernambuco, não foi diferente. Aliás, o seu primeiro donatário, Duarte Coelho, trouxe vários cristãos novos para desenvolver a indústria açucareira. Para se ter ideia da influência judaica, dos cinco principais engenhos que existiram em 1550, ao menos um, pertencia a judeus. Era o de Diogo Fernandes, casado com a lendária Branca Dias. Mas, um levantamento demográfico e genealógico dos engenhos no Estado realizado pelo Núcleo de Pesquisa do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco, aponta que o número de propriedades dedicadas ao cultivo da cana é ainda maior do que se imaginava. Apesar dos diversos indícios que apontam para a presença dos sefarditas no Estado, não é possível precisar quantitativamente. “O que se pode inferir é que foi tão forte que os costumes deles atravessaram os séculos e aparecem até hoje”, coloca Kaufman. A tradição de acender velas na segunda e sexta-feira é um desses vestígios. “Assim, era possível disfarçar o acendimento da vela na

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Paulista North Way inaugura nesta sexta (30)

O Paulista North Way Shopping inicia suas operações nesta sexta-feira (30/10). O empreendimento, com investimento da ordem de R$ 600 milhões, contará, na sua primeira etapa, com 11 lojas âncoras, sete megalojas, 121 satélites, 24 de alimentação, nove salas de cinema, 1500 vagas de estacionamento e uma faculdade, distribuídos em 35 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), gerando cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos. Amanhã serão inauguradas 50 lojas. Apesar da crise que afeta a economia brasileira, 85% das lojas já foram contratadas, e a expectativa de público no dia da inauguração é de 50 mil consumidores. O Shopping chega para suprir uma demanda de aproximadamente 700 mil pessoas num raio de até 15 minutos da sua localização e tem como um dos principais diferenciais trazer marcas inéditas para a cidade. É o caso de algumas âncoras - Riachuelo, Le Biscuit, C&A - e de lojas de alimentação - Bob’s, Burguer King, Giraffas, Donatário, Bonaparte e Pizzaria Atlântico. A área de games do centro de compras também já tem dono. O grupo Parks & Games será o locatário de quase 1000m². O grupo tem 29 lojas em todo o país equipadas com atrações de última geração e uma média de 1,5 milhão de visitantes por ano. “Além disso, trata-se de um dos shoppings mais modernos do país cujas lojas estão apostando seus projetos mais novos”, explicou Marco Motta, superintendente do Paulista North Way Shopping. A expectativa é de trinta mil visitantes por dia, chegando a quarenta mil nos finais de semana. “O perfil do nosso público é B e C que buscava por um lugar que concentrasse serviços com conforto, sem precisar fazer grandes deslocamentos”, completou. “Estamos numa localização privilegiada. Um local de passagem para um importante polo automotivo e no centro de uma área em grande expansão urbana e econômica. O shopping vem como motor desse desenvolvimento”, avaliou Avelar Loureiro Filho, diretor da ACLF Empreendimentos, empreendedora do shopping. “Temos toda infraestrutura necessária prevista desde a elaboração do plano diretor da cidade. Transporte público na porta, vias de acesso, entre outras coisas. Só faltava mesmo um local que agrupasse serviços, comércio e lazer de qualidade”, explicou. O Shopping já realizou uma primeira expansão para integrar uma nova unidade da Faculdade Joaquim Nabuco, com capacidade para receber 3 mil alunos, ampliando, assim, a área Bruta locável do empreendimento em 5 mil m², passando para 35 mil metros. O projeto do shopping sinaliza para três novas ampliações para o futuro. Além do mall, a ACLF já iniciou obras para construção de um empresarial moderno, ao lado do North Way, além de torres residenciais. PATRIMÔNIO HISTÓRICO – O Paulista North Way Shopping tomou como símbolo as chaminés das antigas fábricas Arthur e Aurora e acrescentou fumaça simbolizando o ressurgimento do desenvolvimento na região. Além disso, recuperou integralmente a chaminé da Fábrica Arthur, o cruzeiro e o antigo prédio administrativo, patrimônio histórico e cultural do povo pernambucano tombado pelo conselho estadual de cultura.

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Novos horizontes para o setor elétrico

Os problemas na gestão do setor elétrico ficaram expostos quando a conta de luz atingiu o bolso do consumidor. De acordo com números do IBGE, o custo da energia foi o grande vilão da inflação no ano. Até junho, a elevação foi de 58,47% em 12 meses. Uma conjuntura, segundo especialistas, fruto de um planejamento equivocado do setor energético por parte do governo, e agravado pela escassez de chuvas dos últimos anos. Se o retrato de 2015 é caótico, o horizonte traz alternativas para todas as fontes energéticas. A dúvida dos analistas é se as decisões políticas vão caminhar para a direção correta. O uso da energia térmica a partir do óleo diesel, feito de forma complementar às fontes hidreléticas desde 2012, sujou a matriz energética brasileira e foi o pivô do aumento das tarifas, na opinião do engenheiro Luiz Otávio Koblitz. “O Brasil foi muito falho nos últimos 10 anos em relação ao planejamento. Foram compradas muitas usinas a diesel, que ao entrarem em funcionamento, aumentaram substancialmente os custos. Como não se previu que no dia que se precisasse delas, elas custariam até seis vezes o preço normal? O diesel é uma fonte emergencial, para funcionar 2% ou 1% do ano. É rápido para instalar e o motor diesel é barato, mas na hora que funciona você pega uma forca e se enforca. Confundiram um projeto complementar com um emergencial”, critica. O lamento dos analistas se dá principalmente pelo fato de o País dispor de grande potencial na geração solar, eólica, além da biomassa e das florestas energéticas. Há espaço também para novos investimentos em hidroelétricas. Para mudar esse quadro, o Governo Federal encontrou um caminho que também não é consenso entre os especialistas, devido aos custos dessa operação: o investir em usinas a gás natural. A alternativa imediata para colocar essas usinas para funcionar seria através da importação do gás, transportado para o Brasil através da tecnologia de liquefação (transformação do gás natural em líquido). Em Pernambuco, será instalada uma usina a gás em Suape, o UTE Novo Tempo, fruto de um investimento de R$ 3 bilhões da empresa Bolognesi. A termelétrica terá capacidade de produção de 1,2 mil MW de energia prevista em contrato para 2019. A maior usina do País com essa matriz será instalada em Aracaju, pela empresa pernambucana EBrasil. A Usina Porto de Sergipe I terá investimento de R$ 3,3 bilhões e capacidade de produção de 1,5 mil MW, com previsão de inauguração em 2020. Para o ex-presidente da Chesf e ex-secretário de recursos hídricos de Pernambuco, João Bosco, a tecnologia usada nas usinas a gás já é competitiva. No entanto, ele aposta em uma maior diversificação na matriz energética brasileira, com o uso de fontes renováveis. “Daqui para frente vai se continuar buscando as hidroelétricas, mas cientes de que o tempo para sua implantação ficou maior, devido às licenças ambientais. A energia eólica, que hoje representa 5% da nossa matriz energética, pode chegar a 15% até 2020. A energia solar ocupará um espaço significativo também nesse cenário futuro, tendo como grande vantagem a velocidade da sua instalação”, aponta. Apesar de representar 65% da matriz energética brasileira, as hidroelétricas ainda têm terreno para crescer na opinião dos especialistas. Por ser a alternativa que gera a energia mais barata no sistema, essa fonte não deixou de ser prioridade do Governo Federal, no entanto, a aprovação e instalação de novos parques hidroelétricos demoraram mais do que previram os responsáveis pelo planejamento do setor. O investimento em pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), apesar de não possuírem a mesma competitividade das grandes usinas, também devem ganhar novos investimentos nos próximos anos. A geração de energia eólica tem se expandido com vigor no Nordeste, com intensidade maior no Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia. Em meio à crise hídrica da região, essa fonte praticamente empatou com as hidrelétricas no Nordeste, segundo o último relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Entre 2013 e 2014, a capacidade de geração eólica cresceu em 122,2%. Mais duas alternativas relacionadas à biomassa compõem esse cenário de geração de energia. Para Luiz Otávio Koblitz, o investimento em florestas energéticas (plantadas para gerar energia através da queima da madeira, com o objetivo de evitar a pressão do desmatamento sobre as florestas naturais) seria uma saída competitiva para reestruturar o sistema elétrico brasileiro. “Se quisermos apenas complementar a geração de energia hidroelétrica e nos resolvermos até 2040, precisaríamos plantar apenas 1,5% das terras agricultáveis do País. Isso daria aproximadamente 30% da nossa matriz energética. Esse seria o grande plano para transformar a geração a partir de biomassa de uma fonte complementar para uma alternativa estruturante”, sugere. Atualmente, a geração a partir de biomassa se dá em grande quantidade a partir do bagaço da cana-de-açúcar, resíduos de madeira ou mesmo de materiais como casca de arroz, de castanha de caju e até de dendê. Independente de aproveitá-los ou não, esse potencial de energia existe e nem sempre é utilizado. Koblitz menciona, por exemplo, que se usa apenas 25% do potencial de geração a partir do bagado da cana-de-açúcar. A plantação de florestas com a finalidade de gerar energia, no entanto, demanda de uma decisão do planejamento do setor elétrico brasileiro. “Hoje existem florestas energéticas na Bahia e Minas Gerais, criadas no passado para produção de ferro gusa. A topografia é um problema menor para essas florestas, que poderiam ser plantadas, por exemplo, na Zona da Mata, onde a cultura da cana está perdendo a força, mas poderia ir também para o Agreste e até alguns locais do Sertão, valorizando terras que hoje não têm absolutamente nada”, avalia Koblitz. Além das florestas energéticas, uma alternativa não explorada no País, mas sugerida por João Bosco é o uso de usinas de resíduos sólidos com queima de lixo. “Essa geração tem um potencial não tão residual. Seria uma alternativa complementar e que resolveria o problema do descarte de lixo, que hoje fica nos lixões ou aterros. Só o Recife, poderia colocar uma planta de 30 megawatts. Não é um potencial desprezível”, sugere. “Os Estados Unidos queimam atualmente

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Pesquise antes de comprar remédio

Os gastos com medicamentos representam 48,6% da fatia do orçamento que as famílias brasileiras destinam à saúde. Diferentemente do que ocorre com outros tipos de despesas, esta não pode ser simplesmente cortada da lista de compras por estar relacionada a itens de primeira necessidade. Mas isso não significa que não se possa economizar. Para tanto, o consumidor precisa estar disposto a pesquisar. Uma análise realizada pela Revista Algomais revelou variações significativas nos preços dos remédios e que somadas podem fazer a diferença no bolso do consumidor. Com duas listas de medicamentos distintas, a comparação foi realizada em quatro das grandes redes farmacêuticas: Drogasil, Drogaria São Paulo, Big Ben e Pague Menos (Veja tabela). Como amostragem, foram selecionados 18 remédios e duas filiais de cada grupo, sendo uma na Zona Sul e outra na Zona Norte. O resultado: variações de custo que impressionam. Na Zona Norte, o preço que teve a maior oscilação foi o do Zetsim, custando R$ 18, 87 a mais em dois dos estabelecimentos. Em Boa Viagem, o Centrum CDP 30 foi o campeão na diferença de valores. Na Drogasil, o complexo vitamínico era comercializado por R$ 49,89, já na Big Ben, por R$ 33,99. Uma economia de mais de 30%. A pesquisa também mostrou uma radiografia diferente nas duas regiões do Recife. Enquanto nas drogarias da Zona Sul, os preços não se repetiram, nos estabelecimentos da Zona Norte, é possível notar um tabelamento dos preços. O Alpaghan Z 5 ml é um exemplo disso. Em três dos quatros estabelecimentos pesquisados, o colírio é vendido exatamente pelo mesmo valor (R$ 40, 05). No entanto, na hora de fechar a conta é possível notar a diferença. Os dados coletados mostram que houve uma redução de mais de R$ 70 na hora de pagar a lista de medicamentos da Zona Norte. Tal diferença foi garantida pela filial da Big Ben, que saiu na frente na disputa pelo menor preço. À Drogaria São Paulo, coube a última posição no ranking. Na Zona Sul, a economia foi menor, mas, mesmo assim, foi possível poupar mais de R$ 30. A Big Ben novamente teve o melhor custo-benefício, mas, desta vez, o título de mais cara ficou com a Drogaria São Paulo. Os resultados, no entanto, não garante que esse cenário seja encontrado em todas as unidades de cada uma dessas redes. Uma pesquisa realizada pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-PE) revelou, inclusive, que em lojas de um mesmo grupo, localizadas até no mesmo bairro, os preços podem apresentar variação. Tal situação foi constatada, por exemplo, com o Maleato de Enalapril. A droga foi encontrada com valores distintos em duas unidades da Big Ben localizadas em Casa Caiada, em Olinda. Em uma delas, a caixa custava R$ 12 a mais. A fiscalização dos preços dos medicamentos começou a ser realizada pelo Procon em julho e já ocorreu em dois municípios: Recife e Olinda. A pesquisa mostrou que os genéricos são os que têm maior variação, chegando a 397%. Esse foi o percentual da diferença de preço observado na venda do Captopril.  A droga foi encontrada por R$ 24, 85 e R$ 5. A tabela com todos os itens pesquisados fica disponível no site do www.procon.pe.gov.br. “O segredo para o consumidor conseguir o menor preço é pesquisar. Essa tabela, que nós colocamos à disposição dele, é um instrumento fundamental para que se  possa ter uma referência de preços”, coloca o gerente geral do órgão, Erivaldo Coutinho.  

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Algomais na final do Prêmio Estácio

A matéria “Educação acelera desenvolvimento”, publicada na edição de junho da Algomais, foi uma das três finalistas do Prêmio Estácio de Jornalismo, na categoria impresso regional. A reportagem, que foi assinada pelo repórter Rafael Dantas, tratou do impacto da interiorização do ensino superior em Pernambuco e do seu desdobramento, com a criação de especializações e mestrados. A Estácio anunciou no dia 30, em cerimônia no Rio de Janeiro, os vencedores da edição 2015 do Prêmio Estácio de Jornalismo. A festa de premiação reuniu cerca de 100 pessoas, grande parte delas profissionais de comunicação de todas as regiões do Brasil. A quinta edição do Prêmio foi marcada por recordes: 333 reportagens inscritas. No total, 151 veículos de imprensa (entre jornais, revistas, TV, rádio e internet) de 23 estados e do Distrito Federal participaram desta edição. O objetivo do prêmio é fomentar a produção pela imprensa de matérias jornalísticas que abordem o Ensino Superior no Brasil, de forma a ampliar o debate e a importância do tema para o desenvolvimento do país. A grande premiada da noite foi a Folha de S. Paulo, com a matéria “A inédita Folha de Pagamentos da USP”, assinada pelos repórteres Fabio Takahashi, Mario Cesar Carvalho e Severino Mota. Na categoria impresso regional, em que a Revista Algomais foi uma das concorrentes, o prêmio foi para o Jornal do Commercio, com a série de reportagens “A educação, o caminho”, da jornalista Angela Belfort. Também saíram com distinções a TV Band, TV Globo, Rádio Bandnews, o portal IG entre outros. REPORTAGEM. Na produção da matéria “Educação acelera desenvolvimento”, a redação da Revista Algomais entrevistou diretores, professores e alunos da UFPE, UFRPE, UPE, IFPE e de instituições privadas de ensino superior. Todas elas têm seus braços no agreste, sertão e zona da mata do Estado e  a maioria já ofertam especializações e mestrados, além das graduações e cursos técnicos. A matéria abordou a relevância da formação de mão de obra e da realização de pesquisas para o desenvolvimento dos polos econômicos de Pernambuco. Leia a matéria na íntegra:   “Educação acelera desenvolvimento”

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Delícias da terra do chucrute

Restaurante Alemão faz embutidos e defumados com num processo artesanal. O sabor dos embutidos alemães há alguns anos está se popularizando no Recife com o Restaurante do Alemão. Fundado pelo chef Andreas Schmaller há 8 anos, o espaço – instalado dentro do Clube Alemão do Recife – tem como carro-chefe do cardápio as apetitosas linguiças e salsichas, além da bisteca suína (kassler) e do joelho de porco (eisbein). A produção da famosa charcutaria alemã (embutidos e defumados)  é feita pela própria equipe do restaurante, que usa temperos vindos da Alemanha. A maioria do Sul do país europeu. “Fazemos tudo aqui, num processo artesanal. A gastronomia alemã tem uma grande tradição com a importação de temperos de todo o mundo, desde 1400. Esse é o diferencial dos nossos pratos”, comenta o sócio do restaurante, Werner Payne. O chef Andreas trabalhou por anos em cozinhas alemãs e ao chegar no Brasil, em 2006, começou a fazer os embutidos, como linguiças de vários sabores (defumada, vegetariana, apimentada, com queijo, entre outros), salsichas, mortadela e patê. Aos amantes dos doces, o restaurante serve a tradicional Apfelstrudel mit Sahne, a torna de maçã com canela e chantilly. Para completar, a cerveja servida é a tradicional Jacobinus Wizen. Andreas explica que até mesmo no seu país de origem não é tão fácil encontrar num único restaurante a oferta de todos esses pratos típicos, já que eles eram corriqueiros nas mesas alemãs nas décadas de 60 e 70. “Procuramos ao máximo chegar aos sabores originais”, comenta o chef que vê crescendo a procura por seus produtos. Para quem deseja apenas consumir os pratos, o restaurante funciona de terça à sexta-feira aberto ao público, entre às 9h e 18h. Nos finais de semana o acesso é mais restrito aos sócios do Clube Alemão. Outra opção é comprar os embutidos e defumados para cozinhar em casa. Os produtos da cozinha alemã não agradam apenas o paladar, mas também o bolso. Um prato misto (combinação de diferentes linguiças, batatas e saladas), para duas pessoas, fica por R$ 40. Serviço: Restaurante do Alemão. Clube Alemão do Recife, localizado na Estrada do Encanamento, 216, Parnamirim. De terça à sexta o restaurante é aberto ao público das 9h às 18h. Nos finais de semana apenas para sócio. Telefone para contato: 99993-9139.  

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